Soluções Linguística - Semana 09

INICIANTE

Esse é o tipo de questão que você precisa realmente supor certas coisas e ir por tentativa e erro. Nem sempre vai haver um raciocínio totalmente lógico para chegar em um resultado.

Temos, de acordo com o enunciado, a palavra “pneu” dessa forma:

pneu

Substituindo essas letras em todas as frases:

libras 4

O enunciado diz que são frases em português e em inglês. Nós não vamos tentar descobrir as letras usando as frases em inglês, pois os problemas de linguística não exigem conhecimento de língua estrangeira (mas ajuda bastante caso você tenha).

A última frase possui uma palavra com o final sendo “ee”, algo que não é nem um pouco comum no português, então podemos supor que essa frase está em inglês. Isso já ajuda um pouco, pois não olharemos para ela para ter algum tipo de apoio.

Como vemos na palavra “pneu”, o “N” é feito com dois dedos na palma da mão. Assim, podemos supor que o “M” seria feito com três dedos, por causa das três “pernas”.

Depois de substituir em todas as frases, não vamos chegar em resultado nenhum, pois foi apenas uma letra e ela se repete poucas vezes, mas já nos ajuda a esclarecer algumas coisas, por exemplo sobre a primeira frase que agora já sabemos que ela está em português, pois formou a palavra “nem”.

Ainda falando da primeira frase, podemos ver que a terceira palavra possui 3 letras e começa com “N”. Esse é o tipo de passo que vamos dar que terá que ser na suposição. Vamos pensar em palavras com 3 letras começadas com “N” e que não sejam palavras muito exóticas, afinal são trava-línguas, ou seja, geralmente usam palavras do cotidiano. Lembre-se de que as duas últimas letras dessa palavra não podem ser P, N, E, U e nem M, pois todas essas nós já sabemos quais são.

Com certeza, uma das palavras dessa lista que você fez foi “não”, se ela não tiver sido a única. Testando isso, vemos que se encaixa perfeitamente, porque já temos a primeira frase quase completa. Temos as duas palavras “ma_a” e “mo_e”, sendo “_” a mesma letra nas duas. Tentando algumas letras, logo iremos ver que a que se encaixa é a letra L.

Com isso, descobrimos que a quarta frase também está em inglês, por causa da ocorrência “ll”, algo que não vemos acontecer no português atual.

Como vimos com a palavra “não”, não se usa diacríticos. Assim, a palavra “e” na primeira frase pode ser “é”. Temos a palavra “an_a” e devemos tentar encaixar alguma letra que caiba em pelo menos um contexto, que provavelmente é o segundo, pois se substituirmos essa palavra por alguma outra, varemos que faz mais sentido o segundo. Tentando as letras, chegaremos que o “t” forma uma palavra que se encaixa no contexto (a única outra palavra que formaria seria “anda”, mas não há como encaixá-la na frase).

Então, podemos ver que a terceira frase está em português, assim como a quinta. Vemos que a questão foi feita de modo que as frases ficassem intercaladas, logo a segunda está escrita em inglês.

Recapitulando o que já descobrimos:

libras 5

Olhando para a terceira frase, nós termos “a axanya axxanyo”, onde x e y não representam literalmente as letras, representam letras que não sabemos quais são. Mais uma vez temos que fazer por intuição. Dessa vez um pouco menor, pois conseguimos ler mais facilmente “a aranha arranhou”.

Agora, vendo “mar_a” e “m_nha t_a”, não é difícil dizer que _ é “i”. Da mesma forma que, depois disso, não é difícil dizer, em “un_ pirulito_”, _ é “s”.

Por fim, terminamos:

libras 6

A respostas são:

1 - Maria mole não é anta nem mala mole

2- I uish to uish the uish iou uish to uish / I wish to wish the wish you wish to wish*

3- A aranha arranhou a minha tia tonta

4- Im sure she sells seashore sells

5- O tatu tirou uns pirulitos no pote

6- He rips all the three ships sails

*Não era necessário desenvolver essa resposta, pois precisaria de conhecimento da língua, porém eles aceitaram da mesma forma.

Duas letras não foram apresentadas nas frases, mas nós podíamos descobri-las apenas pelo formato. Essas letras são C, X e D:

libras 7

 

INTERMEDIÁRIO

Podemos saber qual palavra é qual apenas pelos cognatos (e por eliminação, em alguns casos). Fazendo uma lista, temos:

Touro = Taurus | Tauri

Menina = Puella | Puellam |Puellae

Professora = Magistral | Magistram

Mosca = Musca | Muscam

Servo = Servus | Servi | Servo

Água = Aqua

Amar = Amat

Correr = Currit

Chamar = Vocat

Lavar = Lavat

Dar= Dat

Mesmo tentando, nós não vamos conseguir achar uma ordem fixa para colocar as palavras na frase. Tudo aparenta ser muito aleatório. Vemos que as palavras sofrem algumas alterações e talvez essas alterações sejam o que permite a ordem das palavras na frase ser “aleatória”.

Essas alterações são chamadas de caso. É um tipo de declinação de nomes (substantivo e adjetivo) que não existe no português (foi até dada uma dica no enunciado). Para saber disso, você teria que relacionar as mudanças que ocorrem nas palavras (elas seguem um padrão: “-us”, “-m”, “-a”, “-ae”, “-l” ou “-o” no final) com as suas funções sintáticas na frase.

Por exemplo, na frase “Taurus currit”, a palavra “touro” está com a declinação “-us”, que podemos ver que é usada quando a palavra é o sujeito de uma oração. Outra frase com o mesmo exemplo é “Puellae servus magistram vocat” onde “O servo” é o sujeito, logo se escreve “servus”. A declinações “-a” e “-l” seguem o mesmo raciocínio, mas para outras palavras, como na frase “Puella amat magistram”, o substantivo “puella” (menina) termina com “-a” e é o sujeito da oração e na frase “Puellam amat magistral”, onde o substantivo “magistral” (professora) possui o sufixo “-al” e é sujeito da oração. Esse caso é chamado de caso nominativo.

Ainda na frase “Puellae servus magistram vocat”, vemos que a parte “servo da menina” é escrita como “Puellae servus” usando o sufixo “-ae”. Dessa forma, podemos dizer que quando indicar posse e quem possui vai receber um sufixo diferente. Temos mais frases, como “Servi musca volat” e “Amat tauri magistram puella” onde vemos que nas partes “servi musca” (mosca do servo) e “tauri magistram” (professora do touro) se usa o sufixo “-i”. Esse caso é chamado de caso genitivo. Outra coisa que devemos observar é que quem possui e o que é possuído sempre estão próximos (nas frases do enunciado) e sempre nessa ordem.

Vemos também que, para todos os substantivos apresentados no enunciado, é usado o sufixo “-m” quando um nome é o objeto direto da oração: na sentença “Puella amat magistram”, “magistram” está como função de objeto direto, possuindo assim o sufixo “-m”, assim como “servum” (servo) na frase “Aqua servum lavat”. Esse caso é chamado de caso acusativo.

Continuando com objetos, temos o caso dativo que se refere a objetos indiretos, só temos uma frase de exemplo que “Dat puella muscam servo” onde “servo” (servo) utiliza o sufixo “-o” e está na função de objeto indireto da oração.

Depois de analisados todos os casos, podemos ir ao que a questão pede.

O servo (nom.) = servus | ama = amat | a mosca (acus.) = muscam

O servo ama a mosca = servus amat musca [em qualquer ordem]

Na segunda frase, teremos um pequeno problema. Nós não temos o sufixo que é usado para o possessivo na palavra “magistra” (professora), mas podemos supor que é o mesmo de “puella” que é “-e”, já que as duas palavras terminam com a mesma vogal. Então:

A mosca (nom.) = musca | da professora (gen.) = magistra | chama = vocat | a mosca (acus.)= muscam | do servo (gen.)=servi

A mosca da professora chama a mosca do servo = Magistrae musca vocat servi muscam [a ordem pode mudar, portanto que deixe o que é possuído próximo de quem possui e nessa ordem]

Por último, temos mais um pequeno problema. Não sabemos a declinação de “taur” (touro) para o caso dativo, mas podemos dizer que segue o mesmo padrão da palavra “serv” (servo) que é “-o”. Logo:

O servo (nom.) = servus | da menina (gen.) = puellae | dá = dat | a menina (acus.) = puellam| ao touro (dat.) =tauro

O servo da menina dá a menina ao touro = Puellae servus dat puellam tauro [a ordem pode mudar, portanto que deixe o que é possuído próximo de quem possui e nessa ordem]

 

AVANÇADO

O termo “kuru” se repete várias vezes, com ou sem o “ba” na frente. Podemos dizer que esse termo é a base e que ela é menor que 13, pois esse número usa “kuru” e mais outros termos depois.

O número 144 chama atenção porque ele é escrito de uma forma bem simples, comparada a outros números grandes. Podemos observar o mesmo acontecimento no nosso sistema quando o número 10 (nossa base) é elevado a alguma potência, exemplo: Dez=10¹ / cem=10² / mil= 10³ etc. E todos os números depois de cada um tomam como base essa nomenclatura: depois do “cem” vem o “cento e um”, não falamos 10x10+1, apenas 100+1. Ou seja, podemos dizer que a base desse sistema é 12 (raiz quadrada de 144).

Assim, olhando para o número 13, “kuru” é 12 e “na gwe gwinin” é “+1” (12+1=13). Esse último termo podemos ver que ele não aparece separado, apenas em um caso em que “gwinin” aparece sozinho. Então, diremos que “na gwe” é uma partícula de adição “especial”, ela só será usada quando a parcela a ser somada é o número 1. Assim, “gwinin” é 1.

Agora para o número 29, é fácil ver que “bakuru” é alguma variação de “12”. Esse termo é sempre seguido pelo prefixo “bi-” (às vezes com “saa-” antes, mas podemos ver que esse prefixo varia um número que pode ser formado sozinho com o prefixo “bi-”, como “biba” que vira “saabiba”). Vemos também que “na ve” se repete várias vezes em várias ocasiões, logo equivale a adição.

Ainda no número 29, temos “bakuru biba + tunun”. Como a base é 12, é quase certeza que “bakuru biba” seja 24 (12x2), então “tunun” será “5”. Como o prefixo “bi-” aparece da forma já dita antes, consideraremos ele sendo uma multiplicação, logo “ba” será “2”.

Então “bakuru biba n gwe gwinin” é “25” e “bukuru biba” é “24”

Assim, “rwiit” em 68 só pode ser “8”, pois: 12x5+x=68 -> x=8. Então, no número 100, 12x8+naas=100-> naas=4. “tiimin” em 79 só pode ser 6, pois 12x6 (72) é o número que seja mais perto de 79, então 12x6+taama=79 -> taama=7.

Logo, 84 é 12x7, ou seja, “bakuru bitaama”.

Recapitulando:

birom 3

Agora temos que descobrir o que é o sufixo “saa-”. Utilizando o número 130 (sem nenhum motivo específico, só porque ele aparece o sufixo em questão), sabemos que ele deve ser escrito como 12x10+10. Se ignorarmos o “-bi-” em “saabibà” porque sabemos que ele está lá só parar a multiplicação, vemos que “saabà” é 10.

No final dessa palavra tem escrito “ba”, que sabemos que é 2. Pode ser algo aleatório, mas também pode ter alguma lógica. Iremos ver isso. Se pegarmos as outras palavras que possuem “saa-”, vamos ver que todas têm algum número no final: “saagwinin” e “saatat” (não sabemos o que “tat” significa, mas sabemos que pode ser escrito sozinho).

Apenas dois números pequenos nós ainda não sabemos como se escreve: 3 e 9. O 9, por estar perto do 10, provavelmente será escrito com “saa-” também, então só nos sobra dizer que 3 é “tat”. Logo, “kuru na ve tat” é 12+3=15 e “bakuru biba na ve tat” é 12x2+3=27

Os números menores que 12 que faltam para descobrirmos são dois: 9 e 11. Provavelmente são “saagwinin” e “saatat”. Para saber qual é qual, voltaremos a analisar o número 10. Precisamos achar o que nesse número poderia ter alguma relação com o algarismo 2, e a resposta é: 12-2=10. Assim, “saa-” representaria algo como “12 -”. Então, “saagwinin” é “11” (12-1=11) e “saatat” é “9” (12-3=9).

Agora podemos completar a tabela:

birom 4

Na expressão, temos:

(9 + 3) x (11 +1)= 144 = nàga