Soluções Física - Semana 81

Escrito por Matheus Ponciano

Iniciante:

Situação Física

O problema exemplifica um possível caso de encontro entre dois corpos, um mantendo m.r.u. e o outro acelerando e desacelerando.

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Solução

Josias para alcançar o ônibus no instante que ele chega à próxima parada deve percorrer D+d, fazendo tal em um m.r.u. com velocidade v. O ônibus deve percorrer D para chegar à parada, saindo com velocidade inicial 0 e chegando com velocidade final também 0. O ônibus pode estabelecer dois movimentos, dependendo da distância D entre as paradas. Num ele acelera até atingir V, movimentando-se a partir daí em m.r.u, e desacelerando de V para 0 quando estiver próximo de chegar à parada. Em outro, ele acelera até atingir uma velocidade V'<V, e já desacelera novamente para 0. Este último caso pode ocorrer caso D não seja grande o suficiente para ter tempo do ônibus acelerar até atingir V.

Para saber com mais precisão cada caso, devemos ver o limite da transição entre os dois casos. Esse limite ocorre quando V'=V, calculando D então para essa caso:

O tempo que ele leva para acelerar de 0 a V é o mesmo que ele leva para desacelerar de V a 0, já que o módulo da aceleração e da desaceleração é o mesmo. Com isso:

a t_a = V

t_a = \dfrac{V}{a}

t_d = \dfrac{V}{a}

Utilizando a equação horária do espaço, temos que o espaço percorrido acelerando S_a somado ao espaço percorrido desacelerando S_d deve ser igual a D, logo:

S_a = \dfrac{aV^2}{2a^2}

S_a =\dfrac{V^2}{2a}

S_d = \dfrac{V^2}{a} - \dfrac{aV^2}{2a^2}

S_d = \dfrac{V^2}{2a}

D=\dfrac{V^2}{2a} + \dfrac{V^2}{2a}

D=\dfrac{V^2}{a}

Ou seja, se D \geq \dfrac{V^2}{a}, o ônibus atinge a velocidade Ve percorre um m.r.u. com ela por algum instante. E se D<\dfrac{V^2}{a} o ônibus atinge uma velocidade V'<V.

Um método de resolver essa questão de forma mais prática, é de trabalhar graficamente, esboçando um gráfico da velocidade em função do tempo de Josias e do ônibus, para ambos os casos.

Caso 1: Se D>=\dfrac{V^2}{a}

Em um gráfico de velocidade por tempo, a área determinada pela velocidade representa o quanto o objeto percorreu. Estando representado em vermelho a velocidade de Josias, e em azul a velocidade do ônibus, tem-se que:

D + d = v t_e

D = \dfrac{V t_1}{2} + V(t_2 - t_1) + \dfrac{V(t_e - t_2)}{2}

Temos que t_1 é o tempo para o ônibus acelerar das velocidades 0 até V, e t_e - t_2 o tempo que o ônibus leva para desacelerar da velocidade V até 0. Como o ônibus possui um mesmo módulo de aceleração durante ambos os percursos, esses tempos são iguais, sendo obtidos pela equação horária da velocidade, logo:

V = a t_1

t_1 = \dfrac{V}{a}

t_e - t_2 = \dfrac{V}{a}

Substituindo estes valores na equação do percurso do ônibus, temos que:

D = \dfrac{V^2}{2 a} + V(t_2-t_1) + \dfrac{V^2}{2a}

D = \dfrac{V^2}{a} + V(t_2-t_1)

V(t_2 - t_1) = D - \dfrac{V^2}{a}

(t_2 - t_1) = \dfrac{aD - V^2}{aV}

Observe que, ao somar os tempos percorridos pelo ônibus para acelerar, movimentar em m.r.u. e desacelerar deve resultar no tempo de encontro t_e, logo:

t_1 +(t_2-t_1) + (t_e-t_2) = t_e

\dfrac{V}{a} + \dfrac{aD - V^2}{aV} + \dfrac{V}{a} = t_e

t_e = \dfrac{aD + 2V^2 - V^2}{aV}

t_e = \dfrac{aD + V^2}{aV}

Com o valor do tempo total decorrido, podemos substituir na primeira fórmula, tendo então que:

v t_e = D +d

 v\dfrac{aD + V^2}{aV} = D+d

v = \dfrac{aV(D+d)}{aD +V^2}

 

Caso 2: Se D<\dfrac{V^2}{a}

Utilizando novamente que a área abaixo da velocidade representa o quanto um objeto percorreu, temos que:

D+d = v t_e

D = \dfrac{V' t_1}{2} + \dfrac{V'(t_e - t_1)}{2}

Sendo o tempo t_1 o utilizado para o ônibus acelerar da velocidade 0 a V', e t_e - t_1 o tempo para para ele desacelerar até 0 novamente. Como os módulos das acelerações nestes trajetos são os mesmos, os tempos também são, daí:

V' =at_1

t_1 = \dfrac{V'}{a}

t_e - t_1 = \dfrac{V'}{a}

Com isso, temos que:

D=\dfrac{V'^2}{2a} +\dfrac{V'^2}{2a}

D = \dfrac{V'^2}{a}

V' = \sqrt{aD}

Descobrindo t_1 e t_e a partir disso:

t_1 = \dfrac{\sqrt{aD}}{a}

t_1 = \sqrt{\dfrac{D}{a}}

t_e -t_1 = \dfrac{\sqrt{aD}}{a}

t_e = \sqrt{\dfrac{D}{a}} +\sqrt{\dfrac{D}{a}}

t_e = 2\sqrt{\dfrac{D}{a}}

Substituindo na equação do movimento de Josias:

v t_e = D+d

v 2\sqrt{\dfrac{D}{a}} = D+d

v = \dfrac{D+d}{2\sqrt{\dfrac{D}{a}}}

v = \dfrac{(D+d)\sqrt{aD}}{2D}

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Gabarito

Caso 1: Se D>=\dfrac{V^2}{a}

v = \dfrac{aV(D+d)}{aD +V^2}

Caso 2: Se D<\dfrac{V^2}{a}

v = \dfrac{(D+d)\sqrt{aD}}{2D}

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Intermediário:

Situação Física

Ao retirar o canudo do líquido, haverá uma diferença de pressão na base do líquido, fazendo com que ele escorra. Qual deve ser a altura restante de líquido para que esta secção do líquido entre em equilíbrio?

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Solução

Como metade do canudo está submersa no líquido, a altura de líquido é de \frac{H}{2} e a de ar dentro do canudo é de \frac{H}{2} também. Ao retirar o canudo do líquido, essa coluna de água começa a escorrer pelo canudo, e com isso o volume de líquido diminui. Como o canudo está fechado na parte de cima, não entra mais ar no canudo para ocupar o espaço de líquido que vazou, dessa forma, como a atmosfera atua como um reservatório térmico, pode-se concluir que o ar preso dentro do canudo vai sofrer uma expansão isotérmica. Quando o sistema estiver estável, ou seja, quando o líquido parar de escorrer e restar apenas uma porção, a pressão resultante que atua na última camada de líquido na base do canudo deve ser zero. Essa camada está em contato com a atmosfera, atuando então P_o para cima, e existe a pressão P do ar expandido somado com a pressão da coluna de líquido de altura h acima dele, atuando para baixo. Logo:

P_o = P + \rho g h

Antes de retirar o canudo do líquido, o ar dentro do canudo ocupava um volume V_o = \dfrac{HA}{2} e tinha pressão P_o . Por sofrer uma expansão isotérmica, ele passa a ter uma pressão P e ocupar um volume de V=A(H-h). Usando a lei de Boyle-Mariotte para gases ideais, temos que:

P_o V_o = P V

P_o \dfrac{AH}{2} = P A(H-h)

P= \dfrac{P_o H}{2(H-h)}

Com isso, temos que:

P_o = \dfrac{P_o H}{2(H-h)} + \rho g h

2P_o(H-h) = P_o H + 2 \rho g h (H-h)

2P_o H - 2P_o h = P_o H + 2\rho g Hh - 2\rho g h^2

 2 \rho g h^2 - (2P_o + 2 \rho g H) h + P_o H = 0

Por Bhaskara, temos que:

h = \dfrac{(2P_o + 2 \rho g H) \pm \sqrt{(2P_o + 2 \rho g H)^2 - 8 P_o H \rho g}}{4 \rho g}

h = \dfrac{(2P_o + 2 \rho g H) \pm \sqrt{4P_o^2 + 8 P_o H  \rho g + 4 \rho ^2 g^2 H^2 - 8 P_o H \rho g}}{4 \rho g}

h = \dfrac{2(P_o + \rho g H) \pm \sqrt{4 P_o^2 + 4 \rho^2 g^2 H^2}}{4 \rho g}

h = \dfrac{2(P_o + \rho g H) \pm 2 \sqrt{P_o^2 + \rho^2 g^2 H^2}}{4 \rho g}

h = \dfrac{P_o + \rho g H \pm \sqrt{P_o^2 + \rho^2 g^2 H^2}}{2 \rho g}

Ao pegar a raíz em que ocorre a soma, vamos encontrar que h>H, que é um absurdo, logo devemos pegar a raíz com a subtração, logo:

h = \dfrac{P_o + \rho g H - \sqrt{P_o^2 + \rho^2 g^2 H^2}}{2 \rho g}

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Gabarito

h = \dfrac{P_o + \rho g H - \sqrt{P_o^2 + \rho^2 g^2 H^2}}{2 \rho g}

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Avançado:

Situação Física

O aparato ótico em questão é o Espelho de Lloyd, um método de gerar interferência de luz a partir de uma mesma fonte.

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Solução

A luz que sai da fonte pode realizar dois caminhos para atingir o anteparo, ela pode ir diretamente (caminho 2), ou pode sofrer uma reflexão no espelho e incidir no anteparo (caminho 1). Para cada um desses trajetos existe um caminho óptico associado, e ao determinar a diferença dos caminhos ópticos, determinamos a diferença de fase entre as ondas de luz. Já que o problema pede para que ocorra uma interferência construtiva, as ondas que chegam no mesmo ponto do anteparo devem estar na mesma fase, logo:

 \phi _1 - \phi _2 = 2 \pi m

Onde \phi _1 é a fase que a luz tem percorrendo o caminho 1 e \phi _2 é a fase que a luz tem percorrendo o caminho 2 e m é um natural. Estas fases são dadas por:

Já que no caminho 1 a luz reflete indo de um meio menos refringente (ar) para um mais refringente (vidro do espelho), ela inverte sua fase, ou seja, ela tem \pi a mais. Daí:

\phi _1 =k d_1 + \pi

\phi _2 = k d_2

Onde k=\dfrac{2\pi}{\lambda} que é o número de onda, e d_1 e d_2 são os caminhos ópticos que a luz percorre. Substituindo na fórmula da interferência:

 k d_1 + \pi - k d_2 = 2 \pi m

 k (d_1 - d_2) = (m -\dfrac{1}{2})2 \pi

d_1 - d_2 = \dfrac{(2m -1) \lambda}{2}

Calculando os caminhos ópticos:

No trajeto sem a reflexão, a luz apenas percorre a distância L para atingir o ponto, logo:

d_2 = n_{ar}L

Já no trajeto com reflexão, a luz ao incidir em um meio mais refringente do que o seu atual (ar para o espelho), ela inverte sua fase na reflexão, sendo o equivalente a ter percorrido \frac{\lambda}{2} a mais nesse percurso, logo:

d_1 = n_{ar} \left( \sqrt{\dfrac{L^2}{4} + H^2} + \sqrt{\dfrac{L^2}{4} + H^2} \right)

d_1 = n_{ar} \sqrt{L^2 + 4H^2}

Substituindo os valores e usando n_{ar} = 1

\sqrt{L^2 + 4H^2} - L =\dfrac{(2m-1)\lambda}{2}

\sqrt{L^2 + 4H^2} = \dfrac{(2m -1) \lambda}{2} + L

L^2 + 4H^2 = \dfrac{(2m-1)^2}{4} \lambda ^2 +(2m-1)\lambda L + L^2

4H^2 = \dfrac{(2m-1)^2}{4} \lambda ^2 + (2m-1)\lambda L

H^2 = \dfrac{(2m-1)^2}{16} \lambda ^2 + \dfrac{(2m-1)}{4}\lambda L

Para a altura ser mínima, temos que m=1, logo:

H^2 = \dfrac{(2-1)^2}{16} \lambda ^2 + \dfrac{(2-1)}{4}\lambda L

H^2 = \dfrac{\lambda ^2}{16} + \dfrac{\lambda L}{4}

H^2 = \dfrac{\lambda ^2 + 4 \lambda L}{16}

H = \dfrac{\sqrt{\lambda ^2 + 4 \lambda L}}{4}

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Gabarito

H = \dfrac{\sqrt{\lambda ^2 + 4 \lambda L}}{4}

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