Escrito por Matheus Ponciano
Iniciante:
Ao lançar um bloquinho para cima num plano inclinado liso, devido ao seu peso, ele está condicionado a voltar para seu ponto de lançamento, com uma velocidade −vo por ser um sistema conservativo. A questão busca alguns parâmetros que podem ser obtidos, como a altura máxima atingida e quanto tempo leva para acontecer o movimento de ida e volta.
a) Como o bloquinho se movimenta num plano liso, ou seja, sem atrito, podemos considerar que não atuam forças dissipativas no bloquinho e conservar sua energia mecânica de quando ele é lançado até quando ele para, logo:
Emeco=Emecf
Ecino+Epoto=Ecinf+Epotf
Definindo o nível de referência no ponto que ele é lançado, e como queremos a altura quando ele está parado:
mv2o2+0=0+mgH
v2o2=gH
H=v2o2g
b) Podemos trabalhar agora num sistema de coordenadas definido de tal forma que o eixo x esteja paralelo ao plano, com direcionamento positivo subindo o plano, e o eixo y perpendicular ao plano, sendo positivo para fora do plano. Podemos obter as componentes do peso nesse sistema de coordenadas:
Em x:
Px=−mgsin(θ)
Sendo negativo pois aponta na direção de descida do plano.
Em y:
Py=−mgcos(θ)
Sendo negativo pois aponta para dentro do plano.
Atuará no bloquinho uma força normal N entre o plano e o bloquinho, agindo de tal forma que ele não desprende do plano, logo:
N=−Py
N=mgcos(θ)
Dessa forma, o bloquinho acelera apenas ao longo do eixo x, com aceleração a:
ma=Px
ma=−mgsin(θ)
a=−gsin(θ)
Por esse ser um sistema conservativo, podemos concluir que quando o bloquinho volte ao ponto de lançamento, ele possuirá a mesma velocidade vo, mas agora com o bloquinho se movimentando de forma a descer o plano. Escrevendo a equação horária da velocidade, temos que:
v=vo+at
v=vo−gsin(θ)t
Como v=−vo
−vo=vo−gsin(θ)t
2vo=gsin(θ)t
t=2vogsin(θ)
a) H=v2o2g
b) t=2vogsin(θ)
Intermediário:
Ao associar lentes, observa-se que ocorre a formação de um sistema óptico com um foco característico. Como ficaria o foco equivalente para uma associação de justaposição de n lentes delgadas?
Podemos escrever a equação de Gauss para cada lente:
1f1=1p1+1p′1
1f2=1p2+1p′2
. . .
1fn−1=1pn−1+1pn−1
1fn=1pn+1p′n
Pelo motivo das lentes serem delgadas e estarem justapostas, nós temos que a imagem formada de uma lente atua como objeto para outra, de forma subsequente, ou seja: A imagem da lente 1 atua como objeto para a lente 2, a imagem desse objeto atua como objeto para a lente 3, seguindo esse padrão até a lente n, onde sua imagem se torna a imagem do sistema óptico.
Mas, nessa sequência de formação de imagens, caso a imagem de uma lente fosse real, por as lentes estarem justapostas e serem delgadas, essa imagem formaria-se depois da próxima lente, ou seja, ela no caso atuaria como sendo um objeto virtual. O caso inverso, de ser formada uma imagem virtual, acarretaria na formação de um objeto real para outra lente, dessa forma, na equação de Gauss, os valores são invertidos, ou seja:
p′1=−p2
p′2=−p3
...
p′n−1=−pn
Dessa forma, ao somar todas as equações, restaria:
1f1+1f2+...+1fn−1+1fn=1p1+1p′n
O foco equivalente desse sistema óptico é obtido quando o objeto da primeira lente situa-se no infinito, e a imagem da n-ésima lente situa-se então no foco do sistema óptico, logo:
Quando p1→∞:
p′n=feq
Daí:
1feq=1f1+1f2+...+1fn−1+1fn
Demonstração.
Avançado:
O feixe de luz ao sair horizontalmente, passará para uma camada de ar em uma maior altitude, tendo então um índice de refração diferente. Para que esse feixe consiga circundar o planeta, deve existir uma condição, que nesse caso está ligada ao raio.
Podemos interpretar o fenômeno da luz movendo-se "em círculo" como o resultado de sucessivas reflexões internas. Essas reflexões passam a ocorrer quando o seno do ângulo de incidência α em uma superfície é igual à razão dos índices de refração dos materiais que delimitam a superfície.
Podemos ao invés de tratar o índice de refração como uma grandeza que varia continuamente, dividir nossa atmosfera em diversas sub-regiões de índice de refração constante, tendo essas sub-regiões uma variação de altitude infinitesimal, que chamaremos de δh. Do esquema ilustrado de como seria o percurso da luz nessas condições, podemos obter que:
sen(α)=RR+δh
Temos, do conceito de ângulo limite, que:
sen(α)=n(δh)n(0)
sen(α)=no1+δhεno1
sen(α)=11+δhε
Juntando as duas equações:
RR+δh=11+δhε
R+Rhε=R+δh
Rε=1
R=1ε
R=1ε