Escrito por Matheus Ponciano
Iniciante:
Quando uma corda passa por volta de uma polia ideal de forma que as duas extremidades que encostam na polia saiam paralelas, temos que a tração que um fio ligado ao centro da polia exerceria seria o dobro da tração desta corda. Com essa relação, podemos prender coisas mais pesadas com uma mais leve. Esse sistema de polias é comum por exemplo em oficinas de carro.
Numa polia ideal, o fio que está preso à ele terá uma tração duas vezes maior do que a tração do fio que passa por baixo (considerando que o fio não apresente uma angulação ao passar pela polia). Isso pode ser observado ao representar as forças atuantes na polia ideal (massa , sem atrito...) e escrever a segunda Lei de Newton para a polia:
Na massa atuará a tração . Escrevendo as trações para os fios que saem das N polias:
. . .
Mas na -ésima polia está presa a massa , atuando então em a tração . Para o sistema estar em equilibrio:
Perceba que ao multiplicar todas as equações das relações entre as trações, por esta relação ser uma PG, os termos entre e se cancelam, ficando:
Intermediário:
Quando uma massa está conectada à uma polia, com massas em suas extremidades, que pode se mover livremente, podemos substituir este sistema por uma massa equivalente, que gera uma mesma tração no fio ligando a massa e uma mesma aceleração.
Num sistema com uma polia livre, que é capaz de se mover, existe um vínculo entre a sua aceleração e a aceleração das massas que estão nas extremidades do fio que passa por ela. Este vínculo é :
Considere o sistema abaixo. A esquerda está o sistema no inicio, e na direita o mesmo sistema em algum instante.
Definindo como um deslocamento positivo para cima, temos então que:
Com , , o quanto as massinhas e e a polia andaram, respectivamente.
Considerando um fio ideal, ou seja, inelástico, o comprimento de fio deve se conservar independente da configuração das massinhas. Se antes tinha na esquerda e na direita de forma que:
Na outra configuração, a soma dos comprimentos devem ser igual a também, logo:
Com isso também temos:
Com este resultado, e o da questão anterior em que a tração atuante no vértice da polia é o dobro da tração do fio que passa por ela, podemos escrever a segunda lei de Newton para as massas. Supondo que e se movam para baixo, pelo vínculo temos que a polia também se move para baixo, e por isso se move para cima com a mesma aceleração que a da polia. Daí:
Das duas primeira equações temos que:
Pelo vínculo:
Da segunda equação temos que:
Substituindo na terceira:
Substituindo para achar :
Resolvendo agora no segundo caso:
Comparando as duas equações:
Por observação, temos então que:
Primeiro caso:
Segundo caso:
Massa equivalente:
Avançado:
Se uma polia livre está conectada à um sistema de polias, nós podemos considerar que este sistema exerceria a mesma função que a de uma massa equivalente. Cada subsistema deste conjunto também apresentaria uma massa equivalente própria.
Utilizando a ideia de massa equivalente de um sistema de polias, podemos dizer que o sistema de polias que começa na segunda polia até o infinito possui uma massa equivalente . Também se tem que a partir da terceira polia existirá uma massa equivalente . Por esse sistema ser equivalente ao sistema formado pela segunda polia até o infinito, mudando apenas que todas as suas massas são exatamente o dobro das massas correspondentes do outro sistema. Dessa forma, podemos inferir que:
Mas temos que a massa equivalente é formado pela massa e a , daí:
Assim, temos um sistema simples de uma polia, com a massa em uma extremidade sendo e na outra . Dessa forma:
Daí: