OBMEP Nível 3 Simulado Solução
Problema 1
a) Sabemos que João possui dois tipos de peças:
Um paralelepípedo azul de volume e um cubo amarelo de de volume
João usa peças azuis e amarelas em seu objeto, logo o volume do objeto de João é .
b) Tanto na parte de cima quanto na parte de baixo possuímos exatamente uma face. Agora basta contar o número de faces na lateral do objeto. A parte visível do objeto possui faces laterais, como o mesmo é simétrico, podemos ter certeza de que há mais faces na parte da lateral não-visível na figura e portanto temos um total de faces.
c) Como há faces na parte lateral então sabemos que há arestas na parte lateral do objeto e resta contar a parte de cima. Na parte de cima do objeto de João possuímos exatamente arestas também pois há arestas na parte lateral ou simplesmente basta contar. Como o objeto é simétrico sabemos que existem também arestas na face debaixo do objeto totalizando arestas.
d) Novamente sabemos que a área superficial da face de cima é a mesma da face debaixo por simetria, como há peças azuis e amarelas então a área superficial de cima e debaixo é igual a . Resta a parte lateral, onde contando vemos que a parte visível possui área superficial e portanto a área superficial total da parte lateral é de já que o objeto é simétrico. E no total possuímos .
Problema 2
a) Substituindo na fórmula, sabemos que o número do visor será .
b) Possuímos dois jeitos de fazer este item:
- Simplesmente olhe o item c e o item d, se os memos forem verdade então o número do visor não se altera e aparecerá o número .
- Substituindo na fórmula, vemos , logo aparecerá o número .
c) Vejamos que ao aplicarmos a operação duas vezes temos:
Logo o número do visor permanece o mesmo.
d) Vejamos que ao aplicarmos a operação três vezes temos:
Logo o número do visor permanece o mesmo.
Problema 3
a) A letra L está dividida em regiões e como as regiões não podem ter cores iguais, a quantidade de maneiras de Mustache pintar a letra L é , pois com uma região pintada, não podemos pintar a outra região com a cor dessa.
b) A letra E possui regiões, ao pintarmos primeiramente a região à esquerda, sabemos que as demais regiões não podem ter a mesma cor desta e ao mesmo tempo como não possuem intersecção com mais nenhuma região, temos a liberdade de escolher qualquer cor menos a da região à esquerda, logo a quantidade de maneiras de pintar a letra E é maneiras.
c) A letra P possui regiões, suponha que a primeira região que pintamos foi a da esquerda embaixo, a maior, portanto ainda nos resta pintar três regiões, sendo duas destas vizinhas à região já pintada, chame essas duas regiões de X e Y. Iremos dividir este item em dois casos:
Caso 1: As regiões X e Y possuem cores iguais
Portanto, a última região pode ser colorida com cores e o número total de maneiras de colorir P tal que X e Y possuem cores iguais é .
Caso 2: As regiões X e Y possuem cores distintas
Portanto, a última região pode ser colorida com cores (as que não foram usadas em X e Y) e o número total de maneiras de colorir P tal que X e Y possuem cores diferentes é .
Logo, podemos usar do Princípio Aditivo para afirmar que o número total de maneiras de colorir a letra P é .
d) A quantidade maneiras de pintar a palavra HELP pelo Princípio Multiplicativo é a multiplicação das quantidades de maneiras de pintar cada letra, ou seja:
maneiras.
Problema 4
a) É suficiente calcular:
Logo o oitavo termo é .
b) Analisaremos a sequência módulo . Vejamos que e que . Observemos que:
Agora, calculando vemos que:
Podíamos simplesmente ter calculado a partir do item a e de qualquer jeito segue que de fato é múltiplo de .
Observação: Na hora da prova bastaria escrever a sequência, sem apresentar as contas uma por uma, mas por fim didáticos as mesmas foram apresentadas aqui.
c) Vejamos que a partir do item c temos que e , logo a sequência Juliano faz ciclos de tamanho oito módulo , pois uma vez que , vale que e assim sucessivamente. Então vejamos que:
Porém , logo para todo .
d) Este item possui uma técnica bem peculiar. Nós iremos fazer a sequência Juliano do lado contrário, usando termos negativos, ou seja, defina como aquele tal que e podemos definir que para todo , temos que é tal que e indutivamente conseguimos todos os termos negativos. Assim temos que:
Portanto sabemos que , coincidência? Creio que não. Na verdade isto cria um passo essencial na questão, pois sabemos que existe um termo da sequência Juliano negativa múltiplo de , e mesmo que este termo seja artificial, ele nos fará provar que exitem infinitos termos da sequência Juliano múltiplos de . Agora provaremos que a sequência módulo possui um ciclo. Considere todos os pares da forma:
Sabemos que existem infinitos pares desta forma, visto que existem infinitos valores possíveis para , porém vejamos que somente existem pares possíveis módulo , ou seja, existem e tais que:
E portanto teremos e , como vale que:
Então , e assim sucessivamente, e portanto se s" />, então teremos um ciclo de tamanho módulo , e portanto:
Para todo e então para um 6" /> claramente vemos que o termos possui índice positivo e então pertence definitivamente à sequência Juliano e logo divide algum termo dessa sequência. (na verdade infinitos termos)
Problema 5
a) Suponha que estejamos trabalhando com um ângulo interno . Seu ângulo externo mede . Como cada bissetriz divide o ângulo pela metade, então o ângulo entre as bissetrizes será:
Ou seja, as bissetrizes são perpendiculares como queríamos demonstrar.
b) Sabemos que é metade do ângulo externo de , logo temos que:
Sabemos que é metade do ângulo externo de , logo temos que:
Portanto temos que e .
c) Sabemos que , logo:
d) Sabemos portanto dois fatos sobre o ex-incentro:
- O ex-incentro relativo à um vértice de um triângulo sempre está na bissetriz interna do ângulo deste vértice.
- O ex-incentro sempre está no arco capaz que possui o ângulo mostrado no item c.
A intersecção de uma reta e um arco capaz é um único ponto. Agora olhemos o triângulo , iremos provar que é o ex-incentro relativo ao vértice . Vejamos que:
- é bissetriz interna de .
- e portanto está no arco capaz demonstrado pelo item c.
Logo como este ponto é único, vale que é ex-incentro e portanto é bissetriz externa do ângulo , logo . Portanto .
Problema 6
a) Um baralho possui cartas, porém cartas já estão na mesa, logo há possíveis cartas para serem a fechada. Mas veja que Samuel só conseguirá uma sequência se vier a carta ou e portanto a probabilidade é de .
b) Pelo mesmo raciocínio, restam opções para a carta fechada. Um flush só é concretizado se tivermos cartas do mesmo naipe, observe que há cartas do naipe copas (coração), porém destas cartas já estão na mesa, logo a probabilidade da carta fechada ser de copas e Brendon obter um flush é de .
c) Observe que agora, diferente dos itens anteriores, possuímos cartas abertas na mesa, restando cartas possíveis para ser a fechada. Vejamos que Brendon ganha com qualquer carta do naipe de copas, pois o flush é a jogada mais alta possível com as cartas já dispostas, além disso veja que Brendon já possui um par alto na mão, no caso um par de reis e portanto a única forma de Samuel ganhar seria conseguindo uma sequência. Logo, como a carta fechada não pode ser de copas, então Samuel ganha se for um ou um de qualquer naipe exceto copas, e portanto a probabilidade de Samuel ganhar é de e a probabilidade de Brendon ganhar é de .
d) Agora vejamos que temos cartas fechadas e portanto um total de cartas possíveis para as que restam. Portanto existem pares possíveis. Vejamos pelo item c que Brendon possuía muito mais chance de ganhar com uma carta fechada e provavelmente neste item o mesmo ocorra, logo é mais fácil analisar as possíveis cartas em que Samuel ganharia.
Vejamos que Samuel não pode obter somente uma dupla, pois Brendon já possui um par de reis e ganharia dele já que um rei é mais alto que um ou um , logo Samuel deve possuir no mínimo dois pares.
Agora observemos que as três cartas abertas possuem naipes diferentes e portanto não há possibilidade de Samuel conseguir um flush e nem uma quadra, pois não há duas cartas iguais já dispostas, logo a jogada mais alta que Samuel pode conseguir é uma sequência.
Portanto Samuel para ganhar precisa conseguir dois pares ou uma trinca ou uma sequência. Dividiremos em casos:
Caso 1: Dois pares
Como o par não pode estar na mesa, se não Brendon ganha, então as duas cartas fechadas são exatamente um e um , porém estas não podem ser de copas simultaneamente se não Brendon possui um flush. Logo Samuel só ganha em pares possíveis.
Caso 2: Trinca
Uma trinca pode ser possível com o número ou , e vejamos que numa trinca só pode existir no máximo um naipe de copas, pois não existem dois ou do mesmo naipe, logo Brendon não tem possibilidade de conseguir um flush e sempre perde por uma trinca. Logo Samuel ganha em pares possíveis.
Caso 3: Sequência
A sequência pode ser dada tanto por uma carta quanto por uma carta .
Caso 3.1 Basicamente vamos analisar o caso em que o e o aparecem simultaneamente, então como as duas cartas não podem ser de copas juntas, então Samuel ganha em pares.
Caso 3.2 A carta aparece e a carta não aparece. Então se o não é de copas, temos pares possíveis. E se o é de copas temos que ter o cuidado de que a última carta não seja um (pois cairíamos no caso 3.1) e nem seja de copas, logo há pares possíveis. Um total de pares possíveis em que Samuel ganha.
Caso 3.3 A carta aparece e a carta não aparece. Então por simetria do caso 3.2 possuímos pares possíveis.
Logo Samuel ganha em pares e sua probabilidade de vencer é de , enquanto a probabilidade de Brendon vencer é de .