Entrevista com Pablo, primeiro brasileiro medalhista na iGeo!

12/09/2024 Luiza Lanza

Fala, olímpicos! A fim de inspirar outros estudantes e orientá-los em seus estudos rumo à uma olimpíada internacional, trouxemos uma entrevista com Pablo Alvarez, do departamento de Geografia do NOIC e o primeiro brasileiro medalhista de bronze na International Geography Olympiad (iGeo)!

1. De onde e como surgiu seu interesse pela Geografia?

Desde pequeno, eu me interessei em como as coisas as funcionam - e isso inclui a geografia, no processo de formação da Terra, dos continentes, das dinâmicas entre os diferentes sistemas da Terra, e como tudo isso impacta a humanidade, e vice versa. Então foi fácil de gostar da geografia, assim como eu acabei gostando de várias outras ciências.

2. Você é o primeiro medalhista do Brasil na iGeo e inspira milhares de estudantes a tentar o mesmo feito. Como se sente com relação a isso e qual dica você deixa para essas pessoas?

Fico muito feliz. Inspirar outras pessoas a estudarem, assim como no passado eu fui inspirado, é uma das maiores honras que eu acredito que eu possa ter. Se uma única pessoa decidir estudar mais e ter sucesso em seus objetivos por influência minha - já me sinto realizado. A mensagem seria pra ir atrás de novas oportunidades - a internet é um mundo cheio delas, e foi assim que encontrei a iGeo/OBG. Além disso, peço que respeitem seus limites, e acima de tudo, sejam gentis com si mesmos e com os outros - isso vale mais que qualquer medalha.

3. Como você se preparou para as provas seletivas e como foi o processo até chegar na equipe internacional?

Estudei através das provas anteriores e de livros de geografia, ciências de Terra, e outros variados que contribuíram pra um conhecimento de base forte. Ser classificado pra fase nacional foi uma imensa surpresa, eu fiz a estadual com a mentalidade de "vamo ver no que dá". Quando vi que passei pra seleção da internacional, aí a coisa ficou séria e comecei a estudar muito mais. O processo foi difícil, mas valeu muito a pena.
4. Como você se preparou e qual seu diferencial para ser o primeiro medalhista do Brasil?

Aprofundando na questão dos livros - estudei usando material em inglês pra me familiarizar com os termos na língua da olímpiada, estudei o formato das provas de anos anteriores. Acho que um diferencial foi ler sobre assuntos diversos, como física, astronomia, e cartografia, e também atividades como fazer trilhas frequentemente. Acho que além de ter uma base sólida nas ciências da terra, é crucial trabalhar a interdisciplinaridade e também buscar ver os fenômenos geográficos em pessoa.

5. Em quais aspectos a prova da OBG e da IGeO dos diferentes?

O principal é a prova de campo. Acho que nunca vi nada remotamente parecido com a prova de campo da iGeo no Brasil, acho que o que mais se aproxima seria a prova de carta celeste pra seleção da IOAA. Mas a OBG está trabalhando pra mudar isso, e cada vez mais se aproxima do formato da iGeo.

6. Quais são seus planos para o futuro? Em que aspecto participar do NOIC te ajudou a alcançar seus sonhos e poderá te ajudar a alcançar seus objetivos no futuro?

Não sei ao certo, embora pretendo seguir a área acadêmica. Pretendo tentar aplicar pras universidades fora do país. Acredito que o NOIC foi crucial por me motivar a estudar como aluno, me introduzindo ao mundo das olímpiadas, e também por me permitir de ajudar outros estudantes que tem a mesma vontade que eu tive no passado.

7. Qual é a melhor parte de participar da IGeO?

De longe, as pessoas. Nunca conheci pessoas tão interessantes e amáveis quanto na iGeo. Todo mundo tinha milhares de histórias pra contar, coisas pelas quais se interessavam, e atividades as quais se dedicavam. A troca cultural e a possibilidade de interagir com as pessoas de todo o mundo é uma experiência maravilhosa, que me marcou profundamente.


Muito obrigado, Pablo, por esta fantástica entrevista e novamente parabéns pelo resultado!

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