Soluções Astronomia - Semana 90

Iniciante

Sistema PLO-POPS

Como o sistema foi observado no limite da resolução do telescópio, podemos encontrar seu diâmetro angular pelo critério de Rayleigh:

 \theta = 1,22 \frac{\lambda}{D}

Substituindo os valores numéricos:

 \theta = \frac{1,22 \cdot 550 \times 10^{-9}}{304\times 10^{-3}}

 \theta = 2,207 \times 10^{-6} \; \rm{rad}

Agora, vamos determinar o semi-eixo maior do sistema a partir da 3ª Lei de Kepler:

 P^2 = \frac{4\pi ^2a^3}{GM}

Para as unidades de anos, massas solares e unidades astronômicas (UA), podemos simplificar a expressão para:

a^3 = P^2 M

a^3 = 2,50^2 \cdot 4,78

a = 3,10 \;\rm{UA}

Pelo desenho abaixo, podemos encontrar uma relação para a distância ao sistema:


d = \frac{a}{\theta}

d = \frac{3,10}{2,207\times10^{-6}}

d = 1,404 \times 10^6 \;\rm{UA}

\boxed{d = 6,81 \;\rm{pc}}

Intermediário

James Kebb

(a) A velocidade em uma órbita circular é dada por:

 v = \sqrt{\frac{GM}{r}}

Substituindo os valores numéricos:

v_C = \sqrt{\frac{6,67\times 10^{-11}\cdot 5,98 \times 10^{24}}{3\cdot 6,38 \times 10^6}}

\boxed{v_C = 4,57 \;\rm{km/s}}

(b) Em um sistema de dois corpos de massa comparáveis, os pontos nos quais, caso seja adicionada uma massa de teste e ela permanece em repouso em relação aos outros dois corpos, são chamados de pontos de Lagrange. A partir dessa definição, podemos introduzir a ideia que será base para a solução desse item: equilíbrio de todas as forças atuando sobre o corpo de teste.

Dadas as duas massas principais M e m (M > m), distando D entre si. Adicionamos uma massa de prova \mu no ponto L2, que dista d do centro de m.

Equacionando as forças que atuam sobre \mu, temos:

F_M = \frac{GM\mu}{(D + d)^2}

F_m = \frac{Gm\mu}{d^2}

Pela 2ª Lei de Newton, temos que o somatório dessas forças será igual a resultante centrípeta em \mu, ou seja:

F_M + F_m = R_{C}

Equacionando a resultante centrípeta:

R_C = \mu \omega^2 d'

onde d' é a distância entre \mu e o centro de massa do sistema, cujo valor é dado por \frac{M}{m + M}D + d. Substituindo:

R_C = \mu \omega^2 \left( \frac{M}{m + M}D + d \right)

Substituindo os resultados:

\frac{GM\mu}{(D + d)^2} + \frac{Gm\mu}{d^2} = \mu \omega^2 \left( \frac{M}{m + M}D + d \right)

Precisamos, agora, determinar \omega. A velocidade angular é definida como:

\omega = \frac{2\pi}{P}

Podemos encontrar P pela 3ª Lei de Kepler. Dessa forma:

P = 2\pi \sqrt{\frac{D^3}{G(M+m)}}

\Rightarrow \omega = \sqrt{\frac{G(M+m)}{D^3}}

Substituindo esse resultado e simplificando:

\frac{M}{(D + d)^2} + \frac{m}{d^2} = \frac{(M+m)}{D^3} \left( \frac{M}{m + M}D + d \right)

Como d<<D, a aproximação (1 + x)^n \approx 1 + nx para x<<1 é válida, então:

\frac{M}{D^2}\left(1- \frac{2d}{D} \right) + \frac{m}{d^2} = \frac{(M+m)}{D^3}\left(\frac{M}{M + m}D + d \right)

Desenvolvendo:

\frac{m}{d^3} = \frac{(3M+m)}{D^3}

Encontramos, então, a expressão para d:

d = D\sqrt{\frac{m}{(3M+m)}}

(c) Para determinar o incremento de velocidade precisamos conhecer as velocidades na órbita de espera e na órbita de transferência. Já determinamos a velocidade da órbita de espera em (a). Agora vamos determinar a velocidade na órbita de transferência (elíptica em torno da Terra). Para isso basta determinarmos a distância do ponto de entrada na órbita (r) e o seu semi-eixo maior (a). Pela geometria do problema:

r = 3\;\rm{R_\oplus}

a = \frac{d + r}{2}

em que d é a distância entre a Terra e o ponto L2, cujo valor é determinado pela equação encontrada em (b). Substituindo os valores numéricos:

v_E = \sqrt{GM_\oplus \left ( \frac{2}{r} - \frac{1}{a}\right)}

v_E = \sqrt{6,67 \times 10^{-11}\cdot 5,98 \times 10^{24} \left ( \frac{2}{1,914 \times 10^7} - \frac{1}{7,58 \times 10^8}\right)}

v_E = 6,42 \;\rm{km/s}

Por fim determinamos o \Delta v:

\Delta v = v_E - v_C = 6,42 - 4,57

\boxed{\Delta v = 1,85 \;\rm{km/s}}

Para determinar o tempo de duração da transferência, basta utilizar a 3ª Lei de Kepler:

P = 2\pi \sqrt{\frac{a^3}{GM}}

Como a duração da transferência equivale a metade do período orbital:

t = \frac{P}{2} = \pi \sqrt{\frac{a^3}{GM}}

Substituindo os valores encontramos que:

\boxed{t = 3,28 \times 10^6 \;\rm{s}}

Avançado

Estilingada hiperbólica

(a) Primeiro vamos determinar o semi-eixo maior da órbita. Sabemos que a energia mecânica total será igual a energia cinética quando a sonda está suficientemente distante do planeta, ou seja:

E = \frac{GM_Jm}{2a} = \frac{mv_{\infty}^2}{2}

\Rightarrow a = \frac{GM_J}{v_{\infty}^2}

Substituindo os valores, encontramos:

\boxed{a = 1,56 \times 10^9 \;\rm{m}}

Agora, determinamos a excentricidade. Sabemos que e é definida como:

e = \frac{c}{a}

Podemos escrever c = \sqrt{a^2 + b^2}, então:

e = \sqrt{1 + \frac{b^2}{a^2}}

em que b é o parâmetro de impacto. Substituindo os valores:

\boxed{e = 1,50}

(b) Usando a equação da hipérbole em função da anomalia hiperbólica:

r(F) = a (e \cosh F -1)

30 \cdot 6,99 \times 10^7 = 1,56 \times 10^9 (1,50 \cdot \cosh F - 1)

\Rightarrow F = 1,02

Agora, vamos utilizar a equação de Kepler para órbitas hiperbólicas:

M = e \sinh (F) - F = \sqrt{\frac{GM_J}{a^3}}t

Substituindo os valores numéricos:

1,50 \sinh (1,02) - 1,02 = \sqrt{\frac{6,67\times10^{-11}\cdot 1,90 \times 10^{27}}{(1,56 \times 10^9)^3}}t

t = 1,37 \times 10^5 \;\rm{s} \approx 38 \;\rm{h}

em que t é o tempo entre a passagem pelo periastro e o fim da manobra. Como a órbita é simétrica, podemos afirmar que o tempo total (t_t) da manobra é t_t = 2t, então:

\boxed{t_t \approx 76 \;\rm{h} }