Por Tiago Mariotto Lucio
O Limite de Eddington representa a maior luminosidade que uma estrela, em equilíbrio hidrostático, pode ter. Isso ocorre quando a pressão de radiação é igual a gravitacional local. Logo, se a luminosidade de uma estrela for maior que a Luminosidade de Eddington a pressão de radiação domina e, consequentemente, a estrela tende a perder massa pelos ventos estelares.
Demonstração da Fórmula
Inicialmente, para uma estrela em equilíbrio hidrostático, temos:
(1)
Pode-se demonstrar que no equilíbrio hidrostático o gradiente de pressão próximo a superfície de uma estrela vale:
(2)
Onde é a opacidade do meio (definida como a secção transversal que absorve fótons por unidade de massa de matéria interestelar:
) e
é o fluxo da estrela:
Igualando as equações (1) e (2) obtemos a formula para a luminosidade máxima :
(3)
Estimativas
Como as estrelas no topo da sequência principal possuem temperaturas muito altas, a maior parte do hidrogênio esta ionizado na fotosfera, portanto a maior contribuição para a opacidade é do espalhamento de elétrons:
Onde é a fração de massa do hidrogênio que pode ser estimada para
:
(4)
Massa Limite
Para uma estrela na sequência principal, podemos considerar:
(5)
Substituindo (5) em (4) e considerando o caso limite :
Curiosidades
- A estrela RMC 136a1 é a estrela mais massiva conhecida, com
. Devido a sua massa extremamente grande, a pressão de radiação é muito alta, causando ventos estelares com velocidades de aproximadamente
. Além disso, essa estrela tem uma perda de massa de aproximadamente
.
- Mesmo se a luminosidade da estrela for alguns décimos da Luminosidade de Eddington, a radiação será tão intensa que ela terá uma perda de massa significativa.
- Erupções de raios gama, novas e supernovas excedem o Limite de Eddington por um grande fator. Resultando em uma rápida e muito intensa perda de massa.
Exercícios para treinar essa ideia:
1. NAO 2017 - Problema 5
2. An Introduction to Modern Astrophysics - Capítulo 11: Exercício 23