hemetrio bbb

Escrito por mim kkkkkk

Questão 1

Um lápis sextavado não apontado (um prisma reto de base hexagonal) está apoiado em uma mesa inclinada de um ângulo \theta variável conforme o esquema ilustrado na figura. A inclinação da mesa é lentamente aumentada e observa-se que o lápis permanece em repouso em relação à mesa até o ângulo \theta = \theta_C e, a partir desse ângulo, ele rola. Determine: (a) o ângulo \theta_C e; (b) o valor mínimo do coeficiente de atrito estático necessário para que o lápis não deslize sobre a mesa quando  0 < \theta < \theta_C . (c) Suponha que o ângulo é ajustado para um ângulo ligeiramente maior que \theta_C e que toda a massa do lápis esteja em seu eixo, determine a aceleração angular do lápis no início do rolamento.

Assunto abordado

Estática e Dinâmica do Corpo Rígido

[collapse]
Solução

(a) Na iminência de rolar, toda a força de contato atua em um único ponto na extremidade do hexágono. Com isso, podemos montar a figura:
Logo, balanceando as forças nas direções tangente e normal ao plano:

f_{AT} = mg \sin \theta_C  e

N = mg \cos \theta_C

Balanceando o torque:

f_{AT} \cos 30^{\circ}L = N \sin 30^{\circ}L

Substituindo os valores de f_{AT} e N:

mg \sin \theta_C\cos 30^{\circ} = mg \cos \theta_C \sin 30^{\circ}

\tan \theta_C = \tan 30^{\circ}

\boxed{\theta_C = 30^{\circ}}

(b) Como vimos, no equilíbrio:

f_{AT} = mg\sin \theta

e

N = mg \cos \theta

Mas note que deve ser satisfeita a seguinte desigualdade para a intensidade da força de atrito estático:

f_{AT} \leq \mu N

Então:

mg\sin \theta \leq \mu mg \cos \theta

Tal que, por fim:

\boxed{\mu \geq \tan \theta}

(c) Perceba que foi dito que pode-se considerar que toda a massa do lápis está concentrada em seu eixo (centro de massa CM, na figura). Acompanhe o seguinte esquema:

Chame de L a distância entre o centro do hexágono e o ponto de contato P com o plano. Note que o CM rotaciona instantaneamente em torno do ponto P. Logo, utilizando a segunda Lei de Newton em sua forma rotacional:

\tau_P=I_P \alpha

Em que \alpha é a aceleração angular, \tau é o torque em relação ao ponto P e I_P o momento de inércia do corpo em relação ao mesmo ponto. Como a questão nos pede para considerar toda a massa do lápis localizada no eixo, o momento de inércia é aquele de uma massa pontual, i.e. I_p=mL^2. O torque resultante é aquele da força peso, sendo assim:

mg\sin(\theta - 30^{\circ})L = mL^2 \alpha

Tal que:

\alpha = \dfrac{g\sin(\theta - 30^{\circ})}{L}

Nas proximidades de \theta = \theta_C = 30^{\circ} , temos então:

\boxed{\alpha \approx 0}

[collapse]
Gabarito

(a) \boxed{\theta_C = 30^{\circ}}

(b) \boxed{\mu \geq \tan \theta}

(c) \boxed{\alpha \approx 0}

[collapse]

Questão 2

Uma barra de gelo, a 0^{\circ} \; \rm{C}, cilíndrica de altura H = 20 \; \rm{cm} e base com área A_g = 15 \; \rm{cm^2} é inserida em um calorímetro também cilíndrico com área de base A_c = 16 \; \rm{cm^2}. A barra é posicionada de forma que seu eixo coincida com o do calorímetro. Inicialmente a barra está apoiada em uma tela plástica horizontal vazada (água pode passar livremente por ela) que está situada à uma distância d = 1,00 \; \rm{cm} da base do calorímetro. Na parte superior do calorímetro há uma resistência de potência P = 60 \; \rm{W}. No instante inicial a resistência é ligada. (a) Determine o instante t_1 no qual o nível da água atinge a tela e; (b) estime o menor intervalo de tempo, contado a partir de t_1, necessário para que a barra de gelo flutue. Assuma que todo o calor liberado para a resistência é transferido para o gelo (ou água) e que os eixos da barra e do calorímetro coincidam durante todo o processo.

Assunto abordado

Termologia e Hidrodinâmica

[collapse]
Solução

(a) O calor fornecido pelo resistor será utilizado para derreter o gelo, tal que:

P = \dfrac{\Delta Q}{\Delta t}

P = \dfrac{\Delta m}{\Delta t} L

Então:

\dfrac{\Delta m}{\Delta t} = \dfrac{P}{L}

Em que \dfrac{\Delta m}{\Delta t} é a taxa com que a massa de gelo derrete. Como essa é a mesma taxa com que a água surge, temos que:

\dfrac{\Delta m}{\Delta t} = \rho_a\dfrac{\Delta V}{\Delta t}

Logo, como o volume de água V=A_S h_a, sendo h_a a altura da coluna de água:

 \dfrac{P}{L} = \rho_a A_S \dfrac{\Delta h_a}{\Delta t}

\dfrac{P}{L} \Delta t = \rho_aA_S\Delta h_a

 \Delta t = \dfrac{L\rho_a A_S\Delta h_a}{P}

Ou seja:

\boxed{t_1= \dfrac{L \rho_aA_Sd}{P} \approx 90 \; \rm{s} }

(b) Em nossa estimativa, consideraremos que, enquanto o gelo derrete, o comprimento do bloco varia, enquanto a sua área transversal A_G permanece constante. Note que, caso contrário, a velocidade da água que se move entre o gelo e o cilindro seria variável e, com isso, teríamos que utilizar métodos que fogem de nossos conhecimentos de Ensino Médio, como integrais, para resolver o problema. Sendo assim, prossigamos.

Seja h a altura da barra de gelo e h' o nível da água em relação à tela de plástico. Acompanhe a figura.

Nesse caso, o gelo só irá flutuar quando o empuxo E for suficientemente grande para levantá-lo, tal que,

E = P

\rho_ah'A_gg = \rho_g A_gh g

\rho_a h' = \rho_g h

Note, entretanto, que, como a massa do gelo varia, sua altura varia também, logo:

\dfrac{\Delta m}{\Delta t} = -\rho_g A_g \dfrac{\Delta h}{\Delta t}

\dfrac{\Delta h}{\Delta t} = -\dfrac{P}{\rho_g A_g L}

Logo:

h = H - \dfrac{P}{\rho_g A_g L}(\Delta t + t_1)

Já para água que se move entre o cilindro e o gelo, a conservação de massa é da forma:

\dfrac{\Delta m}{\Delta t} = \rho_a (A_S - A_g) \dfrac{\Delta h'}{\Delta t}

\dfrac{\Delta h'}{\Delta t} = \dfrac{P}{\rho_a (A_S - A_g) L}

Então:

h' = \dfrac{P}{\rho_a (A_S - A_g) L}\Delta t

Substituindo os valores encontrados na relação para que o gelo flutue:

\dfrac{P}{ (A_S - A_g) L}\Delta t = \rho_gH - \dfrac{P}{A_g L}(\Delta t + t_1)

\dfrac{P\Delta t}{L} \left( \dfrac{1}{A_S - A_g} + \dfrac{1}{A_g}\right) = \rho_gH - \dfrac{P}{A_g L}t_1

\dfrac{P\Delta t}{L} \left( \dfrac{1}{A_S - A_g} + \dfrac{1}{A_g}\right) = \rho_gH - \dfrac{\rho_aA_Sd}{A_g}

Então:

\boxed{\Delta t = \dfrac{L(A_S - A_g)(\rho_gA_gH - \rho_aA_Sd)}{PA_S} \approx 89 \; \rm{s}}

[collapse]
Gabarito

(a) \boxed{t_1= \dfrac{L \rho_aA_Sd}{P} \approx 90 \; \rm{s} }

(b) \boxed{\Delta t = \dfrac{L(A_S - A_g)(\rho_gA_gH - \rho_aA_Sd)}{PA_S} \approx 89 \; \rm{s}}

[collapse]

Questão 3

A construção de edifícios altos junto à orla pode causar um indesejado sombreamento da praia. Na cidade de Balneário Camboriú, por exemplo, a prefeitura aumentou substancialmente a largura da faixa de areia para minorar esse problema. Suponha uma cidade com uma orla no sentido norte-sul, uma faixa de areia com largura L_a = 75,0 \; \rm{m} situada a uma distância L_r = 25,0 \; \rm{m} da linha de edificação, veja a figura. Suponha que a sombra projetada pelo edifício mais alto atinge os primeiros 25,0 \; \rm{m} da faixa de areia às 15 \; \rm{horas} em ponto. Em que horário (horas, minutos e segundos) a sombra desse edifício atinge o mar à sua frente? Considere um dia nesta cidade no qual o Sol nasce às 6 \; \rm{horas}, está no zênite as 12 \; \rm{ horas} e se põe às 18 \; \rm{horas} e desconsidere as marés.

Assunto abordado

Trigonometria e Noções de Astronomia

[collapse]
Solução

Pelas informações do enunciado, podemos montar a seguinte figura:

Note que, pelas informações do enunciado, a trajetória do Sol se dará no sentido anti-horário (Leste-Oeste), e no plano da imagem. Como ele nasce 6 \; \rm{h} e se põe 18 \; \rm{h} , sua velocidade angular média pode ser calculada por:

\omega = \dfrac{180^{\circ}}{12 \; \rm{h}} = 15^{\circ}/\rm{h}

Definindo \alpha como a altura angular do Sol, podemos calcular a altura \alpha_1 às 15 \; \rm{h} :

\alpha_1 = 90^{\circ} - 3 \times 15^{\circ} = 45^{\circ}

Com isso, obtemos que:

h = L_0 = 50 \; \rm{m}

Quando a sombra do edifício atinge o mar, a altura angular do Sol será \alpha_2, tal que, por trigonometria:

 (L_0 + L) \tan \alpha_2 = h

\tan \alpha_2 = \dfrac{50}{100}

\tan \alpha_2 = \dfrac{1}{2}

\alpha_2 = \arctan\left( \dfrac{1}{2}\right)

Logo:

\omega (T - 12 \; \rm{h} ) = 90^{\circ} - \alpha_2

T = 12 \; \rm{h} + \dfrac{90^{\circ}- \arctan\left( \dfrac{1}{2}\right)}{15^{\circ}} \; \rm{h}

Perceba que, com isso, só se consegue obter o valor exato de \alpha_2 a partir de uma calculadora. Entretanto, visando obter um valor aproximado de  \alpha_2 , podemos utilizar a conhecida aproximação trigonométrica de que \tan x \approx x se  x \ll 1\. Apesar, entretanto, de 0,50 não ser muito menor que 1, perceberemos que os resultados dessa aproximação serão satisfatórios, então:

\tan \alpha_2 \approx \alpha_2 \approx 0,5 \; \rm{rad}

Transformando o resultado para graus:

\alpha_2 \approx \dfrac{180^{\circ}}{\pi} \times 0,5 \approx 30^{\circ}

Tal que, por fim:

T = 12 \; \rm{h} + 4 \; \rm{h}

\boxed{T = 16 \; \rm{h}}

[collapse]
Gabarito

\boxed{T = 16 \; \rm{h}}

[collapse]