Soluções Astronomia - Semana 62

INICIANTE

Seja L a luminosidade do Sol, d_P a distância do Sol ao periélio, d_A a distância do Sol ao afélio, a o semieixo maior da órbita e e a excentricidade, temos:

\Delta m=-2,5log(\frac{L}{4\pi d_A^2}\frac{4\pi d_P^2}{L})

\Delta m=-2,5log(\frac{a^2(1-e)^2}{a^2(1+e)^2})

-0,2=log(\frac{1-e}{1+e})

e=0,23

INTERMEDIÁRIO

a) Podemos utilizar do fato que quando a atração gravitacional era desprezível (energia potencial gravitacional nula), a velocidade da nave em relação à P10 era de v_{0}=30km/s e analisar a energia total da órbita E:

E=U_{pot}+K=0 + \frac{m v_{0}^2}{2}

Como a massa da nave m>0 e o termo quadrático é necessariamente positivo, concluímos que a energia total da órbita é positiva, logo a órbita se trata de uma hipérbole (tome cuidado pois energia total de uma parábola é nula)

b) Como a energia total de uma órbita hiperbólica é E=+\frac{GMm}{2a}, onde M é a massa do corpo mais massivo (estamos assumindo M>>m), temos:

E=\frac{GMm}{2a}=\frac{m v_{0}^2}{2} \Rightarrow a=\frac{GM}{v_{0}^2}

Como M=M_{Sol} e v_{0}=30,0km/s:

a=0,983UA

Pela geometria da hipérbole (ver figura), a distância de máxima aproximação d=OA é tal que d=c-a, logo:

c=d+a=1,18UA (a resposta final deve ter 3 algarismos significativos, por isso devemos aproximar 1,183 para 1,18, mas podemos utilizar o valor mais preciso (1,183) para proceder com os cálculos)

c)

Representando a situação:

Onde, pela geometria da hipérbole:

OA=a e OF=c

Estamos tratando de uma situação semelhante à da paralaxe vista da Terra, porém com uma órbita hiperbólica ao invés de elíptica! Logo essa paralaxe alternativa tem como propriedade tg(\frac{\theta}{2})=\frac{H}{D}, onde D é a distância que queremos encontrar. O primeiro passo é encontrar H.

A forma polar da hipérbole é (dê uma olhada aqui):

 r(\alpha)=\frac{a(e^2-1)}{1-ecos\alpha}, onde e=\frac{c}{a}=1,20

Logo para r=c=1,183UA, temos:

\alpha=cos^{-1}\frac{e-e^2+1}{e^2}=58,6^{\circ}

Temos então:

sen\alpha=\frac{H}{c} \Leftrightarrow H=1,01UA

Logo, para \theta=0,05 e tan\frac{\theta}{2} \approx \frac{\theta}{2}

D=\frac{H}{\frac{\theta}{2}} = 40,4pc

AVANÇADO

Primeiramente devemos calcular o diâmetro do telescópio a partir da razão focal

 \dfrac {f}{D}=10

como f = 3.00m, temos que

 D=300mm

 

agora devemos calcular a magnitude limite do telescópio a partir da comparação com o olho humano:

 m_{olho}-m_{telescopio} = -5 log\left(\dfrac{D_{telescopio}}{D_{olho}}\right)

Substituindo  m_{olho} , D_{telescopio} e D_{olho} temos que:

m_{telescopio} = 14.49

agora devemos calcular a profundidade óptica:

\tau=\pi r_p^2\cdot \eta\cdot d

substituindo

\tau=\pi (10^{-6})^2\cdot 2.37\cdot 10^{-6}\cdot d

\tau=7.45\cdot 10^{-27}\cdot d m^{-1}=2.30\cdot d pc^{-1}

a partir disso podemos comparar uma estrela com magnitude 14.49 nessa situação com a magnitude absoluta do Sol

 m_{telescopio}-M_{Sol} = -2.5log\left(\dfrac{F_{d}\cdot e^{-\tau}}{F_{10}}\right)

9.77 = 2.5\tau log(e)+5log\left(\dfrac{d}{10}\right)

14.77 \approx 2.5d + 5logd

Iterando:

d=4.59pc

como a distribuição de estrelas é isotrópica podemos dizer que a razão entre os volumes que eles conseguem observar estrelas é igual a razão de estrelas observadas.
Para calcular isso primeiro temos que lembrar que devido ao FOV de 1^{\circ} os telescópios na verdade conseguem ver objetos com distância zenital de até

z = 23.5^{\circ} + \dfrac{1^{\circ}}{2}

Agora devemos calcular os volumes (exitem diversas formas de calcular esses volumes, eu escolhi usar o volume de cones esféricos mas sinta-se livre para usar qualquer uma das outras formas).

Para o caso do equador o volume vai ser

V_{observado 0^{\circ}} = 2\cdot( V_{hemisferio}-(V_{cone1}+V_{calota1}))

 

como se pode ver nas imagens \theta = 90^{\circ}-24^{\circ},portanto

V_{oservado 0^{\circ}} = 2\cdot \left(\dfrac{2}{3}\cdot\pi\cdot d^3 -\left(\dfrac{\pi}{3}\cdot d^3 \cdot cos(66^{\circ})\cdot sen(66^{\circ})+\dfrac{\pi}{3}\cdot d^3\cdot(2+cos66^{\circ})(1-cos66^{\circ})^2\right )\right )

Substituindo d temos que

V_{observado 0^{\circ}}=158.2pc^3

Devido a precessão dos equinócios o caso do equador o volume vai ser um cone esférico com \theta = 2\cdot 24^{\circ}

portanto

V_{observado 90^{\circ}} = V_{cone2}+V_{calota2}

V_{observado 90^{\circ}} =\dfrac{\pi}{3}\cdot d^3 \cdot cos(48^{\circ})\cdot sen(48^{\circ})+\dfrac{\pi}{3}\cdot d^3\cdot(2+cos48^{\circ})(1-cos48^{\circ})^2

Substituindo d temos que

V_{observado 90^{\circ}}=79.9pc^3

logo

\dfrac {V_{observado 90^{\circ}}}{V_{observado 0^{\circ}}} = \dfrac{158.2}{79.9}=1.98