INICIANTE
Pela Lei de Wien, que relaciona o comprimento de onda tal que a radiância é máxima () com a temperatura da estrela, que pode ser aproximada como um corpo negro, temos:
Agora, sabemos que o fluxo bolométrico (energia por tempo por área) da estrela, , é tal que . Este se propaga a partir da estrela em todas as direções (esfericamente simétrico), e para uma distância igual ao raio da estrela, temos toda a energia emitida pela estrela por unidade de tempo, também conhecida como luminosidade, logo:
INTERMEDIÁRIO
Assumindo que estrela está em equilíbrio, podemos utilizar a fórmula da Lei de Stevin para encontrar a pressão em função da densidade, campo gravitacional e raio:
No entanto, não sabemos ainda como se comportará o campo gravitacional. Primeiro, é importante esclarecer a qual campo gravitacional estamos no referindo. Como queremos a pressão em função do parâmetro , pegaremos justamente o campo gravitacional a uma distância do centro. Para isso, imagine uma esfera de raio . Sabemos que seu campo gravitacional é dado por . No entanto, teoricamente ainda há o campo gravitacional que o resto da estrela faz nessa região. Felizmente, é conhecido que o campo gravitacional dentro de uma "coroa" esférica é nulo. Dessa forma, o campo a uma distância é simplesmente . Agora, precisamos calcular . Pela definição de densidade, sabemos que em um elemento de volume existe uma massinha . Aproveitando a simetria esférica do problema, sabemos que (usamos r' só para não confundir com o do raio da esfera). Logo,
Então, o campo gravitacional é:
Agora que temos o campo gravitacional, podemos aplicar a Lei de Stevin:
É evidente que basta integrarmos os dois lados para encontrar o resultado, mas antes disso, é necessário discutir os limites de integração. Para , sabemos que . Em qual outro lugar sabemos o valor da pressão? Lembre-se que estamos assumindo o equilíbrio da estrela, ou seja, ela não está aumentando de tamanho nem nada. Isso nos diz que lá na superfície da estrela, a resultante das forças é nula. Entretanto, para fora da estrela, temos apenas vácuo, o qual não exerce pressão externa. Dessa forma, concluímos que , em que é o raio da estrela, pois, caso contrário, ela expandiria. Integrando:
Infelizmente, o enunciado explicita que só podemos dar a resposta em função da massa da estrela, a distância ao centro e constantes, ou seja, precisamos trocar esse pelo . Para fazer isso, note que a massa da estrela é simplesmente , portanto:
Finalmente,
AVANÇADO
a) Para encontrar o semieixo maior , basta utilizarmos o fato de que a energia total de uma órbita fechada é . Assim:
Logo:
O período é dado pela Terceira Lei de Kepler:
b) Sabemos que, para toda elipse, , onde e são as distâncias de um ponto da elipse até os focos primário () e secundário (), respectivamente. Assim, como o ponto pertence à órbita elíptica e , temos que . Ou seja, todos os pontos que distam do ponto são possíveis focos secundários, que equivale a uma circunferência de raio
c) Novamente, sabemos que a soma das distâncias de um ponto da elipse até seus focos é . Assim:
d) Recapitulando tudo o que vimos até aqui com um desenho:
No podemos utilizar a desigualdade triangular para determinar máximo:
Note que o caso em que e estão no periélio e afélio não é necessário: basta que o ângulo de lançamento seja escolhido tal que , e sejam colineares. Além disso, a escolha do triângulo não funciona pois ela exige que a posição do ponto mude para a distância ser máxima, já que os pontos e são pré-determinados, e isso não é o que queremos. Estamos procurando um ângulo de lançamento qualquer (que muda somente a posição de ) que seja suficiente para alcançarmos um ponto fixo.
e) Como estamos procurando pelo contorno dos pontos tal que é máximo, devemos fixar . Agora, olhando para o triângulo vemos algo interessante: a soma é fixa, não dependendo de . Ou seja, para todos os pontos o mais afastados possível de , a condição que a soma das distâncias dos pontos e até se mantém fixa é cumprida. Isso é a definição de uma elipse de focos e e semieixo maior tal que , e também é conhecida como elipse de segurança. Ela delimita a região de pontos que podem ser atingidos para uma velocidade inicial fixa e ângulo de lançamento qualquer, ou seja, desde que nosso estudante fique fora dela, estará seguro.