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Soluções Astronomia - Semana 85

Iniciante

Em Busca do Círculo

Representando o vetor velocidade no hodógrafo para dois instantes separados por um intervalo de tempo Δt muito pequeno:

Como o hodógrafo possui raio v, temos, a partir do triângulo formado (Δθ<<1):

Δv=2vsinΔθ2vΔθ

Como Δv é aproximadamente perpendicular a v, concluímos que a aceleração se dá na direção radial, como esperado (a velocidade é tangencial na órbita real). Ainda, sabemos que Δθ/Δt=v/R. Assim,

acp=ΔvΔt=vΔθΔt=v2R

 

Intermediário

Encontrando o Círculo

a) Da segunda lei de Newton:

GMmr2ˆr=mdvdt

Utilizaremos a definição de momento angular para nos livrar da dependência temporal da equação acima:

L=mr2dθdtdt=r2hdθ

μr2ˆr=hr2dvdθ

dvdθ=μhˆr

Precisamos provar que tal equação realmente descreve um círculo e encontrar o seu raio. Perceba que, dada uma variação infinetesimal dθ da anomalia verdadeira, dv possui módulo constante igual a μdθ/h, e aponta na direção ˆr. Isso é idêntico ao problema anterior, com μ/h correspondendo ao raio do hodógrafo e ˆr à sua direção tangencial; porém, agora, o módulo da velocidade pode variar ao longo da órbita. Para conciliar isso com o formato circular da curva descrita por esse vetor, devemos ter que a origem do espaço de velocidades não corresponde necessariamente ao centro do hodógrafo e que θ é  medido a partir de uma dada direção em relação a esse centro. Assim, um círculo como o desenhado abaixo obedece a todas as restrições da equação acima e de uma órbita kepleriana arbitrária, devendo corresponder à solução do problema.

b) A maior velocidade ocorre no periastro e a menor ocorre no apoastro. Isso nos permite desenhar:

O raio é dado por

vp+va2

E a distância entre o centro e a origem é

vpvp+va2=vpva2

c) Similarmente:

Com ambos o raio e a distância entre o centro e a origem iguais a

vp2

 

Avançado

Desvendando o Círculo

a) Para resolver esse item, utilizaremos a equação polar de uma cônica em função da anomalia verdadeira:

r(θ)=p1+ecosθ

Onde e é sua excentricidade e p=h2/μ o seu parâmetro. Começaremos calculando a velocidade radial em um ponto arbitrário da órbita:

vr=drdt=p(1+ecosθ)2esinθdθdt=r2esinθpdθdt


x=rcosθvx=drdtcosθrsinθdθdt=rsinθ(ecosθ1+ecosθ1)dθdt


vx=r2sinθpdθdt=hsinθp=μhsinθ

Onde utilizamos que h=r2dθdt. Analogamente, no eixo y

y=rsinθvy=drdtsinθ+rcosθdθdt=r(esin2θ1+ecosθ+cosθ)dθdt


vy=r2(e+cosθ)pdθdt=μh(e+cosθ)

Dessas equações temos que

v2x+(vyμeh)2=(μh)2

Que é a equação de um círculo de raio μ/h e centro em (vx,vy)=(0,μe/h).

b) Podemos encontrar o formato do hodógrafo diretamente de sua equação:

Com a principal diferença entre eles sendo a posição relativa de centro e origem.