Primeira Fase 2022 - Objetivas

Escrito por Daniel Colli, auxílio de Nicolas Gourlat

Questão 1

Assunto abordado

Integridade

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Solução

Dispensa comentários.

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Gabarito

Ao realizar a prova da OBECON, comprometo-me a fazer o meu melhor, de modo
individual, dentro do tempo estabelecido, sem consultar bibliografia, Internet, professores ou
colegas. Com isso, estarei agindo de modo íntegro, me orgulharei da minha atitude e a
usarei como referência para outras decisões de minha vida. Independentemente do
resultado que eu venha a ter nesta prova, o maior benefício para mim será a certeza de ter
agido de forma íntegra e, com isso, protagonizado uma mudança positiva para todos que
me cercam – desde minha comunidade imediata até o Brasil como um todo.

Item a)

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Questão 2

Assunto abordado

Conceitos Básicos - Fundamentos da Economia

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Solução

a. Correta.

É possível ter Economia sem moeda, basta que o comércio se baseie na troca direta de bens e serviços entre si, como o escambo praticado nos estágios iniciais da colonização das Américas.

b. Correta.

A ideia de alguém "totalmente bom" não é bem definida, então é preciso estabelecer alguns pressupostos. É esperado que alguém bom, embora não completamente bom, seja altruísta em alguns momentos; isto é, desista de um benefício próprio para proporcionar benefícios às outras pessoas. Contudo,  alguém completamente bom abriria mão de todo seu consumo em prol dos outros?

Em última instância isso levaria a sua morte e, consequentemente, ao não-altruísmo. Portanto, alguém completamente bom necessariamente teria que tomar algumas ações egoístas para a própria continuidade do altruísmo. Logo, um exemplo de indivíduo bom seria que um padeiro que, apesar de cobrar pelo seu produto, o faz para a própria continuidade do negócio e completude das necessidades da sociedade. Note que é possível conciliar o egoísmo com a bondade e que, portanto, princípios econômicos não são violados em um modelo de pessoas absolutamente boas.

c. Incorreta.

Um dos princípios da Economia é que os recursos são limitados e, portanto, precisamos escolher como alocá-los (e assim simultaneamente escolher onde não os alocar), tanto como indivíduos e como sociedade. Assim, se os recursos são ilimitados essas decisões são desnecessárias e a Economia perde seu propósito.

d. Incorreta.

Princípios da Economia ainda se aplicariam se houvesse igualdade perfeita entre os indivíduos. Aliás, muitos modelos econômicos pressupõem que os agentes de uma economia são idênticos em comportamento, racionalidade e produtividade.

e. Incorreta.

Há ao menos uma alternativa correta, a C

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Gabarito

Os recursos são ilimitados.

Item c)

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Questão 3

Assunto abordado

Macroeconomia - Indicadores

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Solução

Suponha que há uma caixa \mathcal{C} com bens A, B, C que possuem preços p=\begin{bmatrix} p_A & p_B & p_C\end{bmatrix} com quantidades q=\begin{bmatrix} q_A \\ q_B \\ q_C\end{bmatrix}. Sabemos que preço dessa caixa é o somatório do produto entre o preço e a quantidade de cada bem:

p_{\mathcal{C}}=p_A\cdot q_A+p_B\cdot q_B+p_C\cdot q_C=p\cdot q

Assim, um aumento no preço de 20\% em cada bem levará um novo preço

p'=\begin{bmatrix} 1.2\cdot p_A & 1.2\cdot p_B & 1.2\cdot p_C\end{bmatrix}

Se as quantidades permanecem as mesmas na caixa, temos que:

p_{\mathcal{C}}'=1.2 p_A\cdot q_A+1.2 p_B\cdot q_B+1.2 p_C\cdot q_C = 1.2(p_A\cdot q_A+p_B\cdot q_B+p_C\cdot q_C)=1.2\cdot p

Portanto o preço da caixa aumentaria em \frac{{\Delta p_{\mathcal{C}}}}{{p_{\mathcal{C}}}}=\frac{{p_{\mathcal{C}}'-p_{\mathcal{C}}}}{{p_{\mathcal{C}}}}=\frac{{1.2p_{\mathcal{C}}-p_{\mathcal{C}}}}{{p_{\mathcal{C}}}}=\frac{0.2p_{\mathcal{C}}}{p_{\mathcal{C}}}=20\%

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Gabarito

Aumenta 20%.

Item b)

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Questão 4

Assunto abordado

Conceitos Básicos - Fundamentos da Economia

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Solução

a. Incorreta.

A Macroeconomia estuda as decisões de agentes agregados, isto é, países, mercados como um todo etc. Assim, eles não analisam como cada indivíduo aloca os próprios recursos mas sim a tendência deles como grupo.

b. Correta.

A Microeconomia foca nas decisões de cada agente individual, isto é, o que cada um faz considerando as decisões de todos os outros para trazer o melhor para si mesmo. Assim, mesmo que uma empresa seja composta por vários indivíduos, ela se comporta como um único agente homogêneo no mercado, tomando suas decisões de forma a maximizar o seu próprio lucro.

c. Incorreta.

A Economia Comportamental foca no estudo do comportamento dos seres humanos e como características inerentes da mente humana afeta nossas decisões econômicas. Assim, ela reinterpreta as decisões econômicas, se distanciando do 100\% racional-matemático Homo economicus.

d. Incorreta.

A Economia Individual não é um campo muito conhecido da Economia mas acredito que aborde como indivíduos podem realizar melhor decisões financeiras e econômicas como compras no mercado ou planos de poupança.

e. Incorreta.

A Economia Recursiva estuda como os agentes agem quando deparados em um horizonte de tempo maior que um único período e que os pay-offs e possíveis estratégias do futuro são afetados por pay-offs e possíveis estratégias do período anterior que por sua vez são impactadas pelo período anterior e assim por diante.

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Gabarito

Microeconomia

Item b)

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Questão 5

Assunto abordado

Macroeconomia - Indicadores

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Solução

a. Incorreta.

O mapa demonstra uma heterogeneidade entre os PIB per capita dos estados visto que há lugares com renda menor que R$20.000 e outros com renda maior que R$80.000, uma diferença de \times4.

b. Incorreta.

Não necessariamente um maior PIB per capita garanta uma maior qualidade de vida. No caso, PIB per capita apenas considera a produção e o consumo de bens de uma comunidade ajustado para o tamanho da população. Se todos esses bens estiverem na mão de uma elite privilegiada, o restante da população pode estar em uma situação pior do que se estivesse em uma região com menor PIB per capita mas mais igualmente distribuído (um exemplo disso são os bolsões de pobreza nas cidades satélites a Brasília).

c. Incorreta.

Existem estados na costa litorânea com uma renda bem menor do que outros no interior, compare por exemplo Mato Grosso vs. Bahia ou Brasília vs. Paraíba. Uma regionalização mais evidente seria seria Norte vs Sul com o Sul exibindo uma economia maior e mais dinâmica.

d. Correta.

De fato, o PIB apenas considera a produção e consumo de bens e serviços, não como esses estão distribuídos entre os distintos indivíduos. O máximo que é feito é considerar o PIB per capita, ajustando para o fato que \uparrow Pessoas \implies \uparrow Produção. Assim, é possível que, apesar de um elevado PIB per capita em certas regiões, ela não apresente alta qualidade de vida visto que apenas uma elite é privilegiada.

e. Incorreta.

Novamente, o mapa demonstra uma heterogeneidade entre os PIB per capita dos estados. Além disso, esses valores são baixos considerando a diferença cambial entre o Real e moedas como Dólar, Euro ou Iene, mesmo que se ajuste para o poder de compra local dessas moedas.

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Gabarito

O PIB não leva em consideração questões referentes à desigualdade de renda e
social, portanto em regiões que têm um PIB elevado como no Sul e Sudeste não há
como afirmar que todas as pessoas apresentam altos padrões de riqueza e
qualidade de vida.

Item d)

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Questão 6

Assunto abordado

Conceitos Básicos - Juros Simples e Compostos

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Solução

Sabemos que a fórmula que relaciona um montante de capitais em valores atuais com montantes futuros em regime de capitalização composto é:

M=C(1+r)^t

Onde M é o montante, C é o capital, r é  a taxa de juros e t é o prazo. Assim, nos é dado C=1,\;M=16 e r=-1+2i. Substituindo na fórmula:

M=C(1+r)^t \iff 16 = 1 \cdot \big(\not{1}+ (-\not{1}+2i)\big)^t = (2i)^t \iff 2^4=2^t\cdot i^t

Mas pela definição de i:

i^2=-1 \implies (i^2)^2=(-1)^2 \iff i^{2\cdot 2}=i^4=1

Substituindo na anterior para t=4:

2^4=2^n\cdot i^n\iff 2^4=2^4\cdot i^4\iff 16 = 16 \cdot 1 \; \checkmark

Portanto, t=4 anos é o tempo que, sob o juros de 2i-1 transforma o capital de R\$ 1 de Samuel em R\$ 16.

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Gabarito

? = 4

Item c)

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Questão 7

Assunto abordado

Microeconomia -  Intervenções do governo

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Solução

Note que é para assinalar a alternativa falsa. Vamos as opções:

a. Incorreta.

A definição de receita é o produto da quantidade vendida e preço cobrado. Contudo não nos é dado que as quantidades vendidas de cada um dos combustíveis, logo é impossível determinar qual deles fatura mais.

b. Correta.

Embora nós saibamos o quanto a refinaria fatura com cada real gasto em cada combustível, não sabemos os seus custos de produção (para determinar o lucro) nem a quantidade negociada de cada um dos combustíveis.

c. Correta.

Os impostos federais são de 7\%, 0\% e $6\% dos valores gastos com gasolina, etanol e diesel, respectivamente. Se os R\$300 são gastos igualmente, isto é, \frac{300}{3}=R\$100 em cada combustível, temos que:

7\%\cdot 100 + 0\%\cdot 100 + 6\% \cdot 100 = 7+0+6=R\$13

Logo o governo federal arrecada R$13. Note que devemos considerar apenas o arrecadamento federal e ignorar os impostos estaduais.

d. Correta.

O modal de transporte rodoviário é o mais comum do Brasil mas é o que mais se gasta com manutenção e combustível quando comparado com modais ferroviários e hidroviário. Isso aumenta o valor gasto com o frete que é transferido para o consumidor final podendo ser reduzido através do aproveitamento das outras malhas.

e. Correta.

Se o governo não cobra o imposto de determinado produto, ele precisava cobrar mais outros para obter uma mesma arrecadação. Com isso, o governo virtualmente subsidia os aquele produto tornando-o mais atrativo relativamente do que outros substitutos, visto que os outros estão sujeito ao imposto.

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Gabarito

Postos e distribuição faturam mais vendendo diesel do que gasolina.

Item a)

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Questão 8

Assunto abordado

Microeconomia - Externalidades;

Economia Comportamental - Vieses Cognitivos

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Solução

a. Incorreta.

Viés de confirmação é quando alguém apenas busca argumentos e evidências que apoiam as ideais que ele já acredita e ignora aqueles que são incompatíveis com suas crenças e opiniões, independentemente do quão confiável seja a fonte. Como não se trata de uma busca por informações, esse não é um exemplo de viés de confirmação.

b. Incorreta.

O problema principal-agente é uma classe de problemas econômicos que envolvem dois indivíduos: um Principal e um Agente. O Principal contrata o Agente para executar alguma atividade de forma a maximizar o benefício do Principal. Contudo, o Principal não tem uma forma perfeita de avaliar a performance do Agente, o qual tem os seus próprios interesses e pode executar suas funções de forma diferente do desejado pelo Principal. Um exemplo são os investidores de uma empresa, agindo como principal, e os administradores, agindo como agente. No caso, não há um vínculo de contratar entre o porteiro e Patrick e Gabriel, esse não é um exemplo de problema principal-agente.

c. Incorreta.

Vantagem comparativa em P se dá quando um produtor é capaz de produzir mais P em termos relativos do que outro produtor, isto é, ele tem que deixar de produzir menos de outros produtos para produzir uma unidade de P. No caso, não estamos comparando as seguranças distintas da cerca elétrica com a portaria em tempo integral e portanto esse não é um exemplo de vantagem comparativa.

d. Correta.

Externalidade positiva ocorre quando uma pessoa toma determinada ação sem considerar os impactos nas demais pessoas mas o impacto é benéfico para os outros. Assim, dado que os condôminos instalaram a portaria 24h apenas considerando o próprio de segurança mas esse benefício se extrapolou para Patrick e Gabriel, podemos afirmar que é um caso de externalidade positiva.

e. Incorreta.

Heurística da disponibilidade é um fenômeno comportamental que ocorre quando alguém se baseia exclusivamente nas coisas "disponíveis" para fazer uma decisão. Isso engloba tanto situações concretas (como fazer a compra de um refrigerante se limitando às opções disponíveis no mercado e não deixando de comprar no mercado para comprar em outro lugar) quando abstratas (como citar uma marca famosa em pesquisas de preferência, pois é a primeira vir a mente - isto é, a mais disponível). No caso, não é que os amigos tenham que escolher entre cercas elétricas e portarias, a portaria é um fato dado, logo não podemos dizer que é um exemplo de Heurística da disponibilidade.

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Gabarito

Externalidade positiva.

Item d)

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Questão 9

Assunto abordado

Conceitos Básicos - Juros simples e compostos

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Solução

A receita R do banco  será:

R= \underbrace{(100\%-8\%)\cdot 100 \cdot 10 (1+j_e)}_{\text{Pagadores}} + \underbrace{8\% \cdot 100 \cdot 0}_{\text{Inadimplentes}} = 920(1+j_e)

O custo C do banco é o valor que ele pagará a Tomás considerando o principal e o juros:

C=1100

Já o lucro L do banco é:

6\%\cdot \text{Depositos} = 6\%\cdot 1000 = 60

Sabemos, contudo que a definição de lucro é a diferença entre a receita e os custos.

L=R-C

Substituindo e isolando j_e:

L=R-C \iff 60 = 920(1+j_e)-1100 \iff 1+j_e=\frac{116\not{0}}{92\not{0}} = \frac{116}{92} \iff j_e=\frac{116}{92}-1=\frac{24}{92}\approx 26.1\%

Já o empréstimo que Tomás fez para o banco, independentemente do regime de capitalização a taxa de juros de j_t de:

1+j_t=\frac{M}{C}=\frac{1100}{1000}=1.1\iff j_t=0.1=10\%

Portanto o spread s será de:

s=j_e-j_t=26.1\%-10\%=16.1\%


Uma mudança na taxa de inadimplência de 8\% para 8\%+10\%=18\% resultaria em uma mudança na fórmula da receita:

R= \underbrace{(100\%-18\%)\cdot 100 \cdot 10 (1+j_e')}_{\text{Pagadores}} + \underbrace{18\% \cdot 100 \cdot 0}_{\text{Inadimplentes}} = 820(1+j_e')

Substituindo e isolando j_e':

L=R-C \iff 60 = 820(1+j_e')-1100 \iff 1+j_e'=\frac{116\not{0}}{82\not{0}} = \frac{116}{82} \iff j_e=\frac{116}{82}-1=\frac{34}{82}\approx 41.5\%

Como o valor recebidos de e pagos a Tomás são constantes, a taxa de juros a ser paga é a mesma. Logo o novo \textit{spread} seria de:

s'=j_e'-j_t=41.5\%-10\%=31.5\%

E a diferença entre os spreads será de s'-s=31.5\%-16.1\%=15.4\% data-recalc-dims=10\%" />

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Gabarito

Spread: 16,1%. Aumentará mais do que 10 pontos percentuais.

Item c)

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Questão 10

Assunto abordado

Macroeconomia - Indicadores;

Conceitos Básicos - Interpretação de Mapas

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Solução

Note que devemos assinalar a FALSA. A numeração dos mapas ao longo de nossa resolução se dará pela sequência com que aparecem na prova.

a. Correta.

Podemos presumir essa semelhança a partir da análise conjunta dos mapas I e VI.

No primeiro, vemos um levantamento comparativo entre estados brasileiros e países cujo PIB seja semelhante nominalmente. Observe que, ao norte, temos o Amazonas sendo comparado com o país de Gana, representando cerca de 1,56% de nosso PIB.

No segundo, entretanto, apesar de seguirmos um levantamento dos mesmos indicadores, observe que o Amazonas agora é comparado ao país da Estônia, como sendo equivalente em sua produção nominal. Isso nos leva a entender que, fatalmente, ambos os países tem um valor semelhante de PIB.

Obs.: Pode ser apontado, como uma possível falha da questão, o fato de que o último mapa também classifica o estado do Mato Grosso do Sul como sendo também equivalente da Estônia - logo, invalidando o parâmetro delineado; afinal, de fato, no primeiro mapa temos o Mato Grosso do Sul sendo comparado com o Turcomenistão. Perceba que, apesar das diferenças, podemos captar informações de que ambos os estados tem representatividade aproximadamente semelhante do PIB total de nosso país (em uma média de 1,3%), ou seja, possuem também semelhança entre seus respectivos PIB's. Assim, entende-se que o fato apontado é apenas uma diferença metodológica na formulação de cada um dos mapas e em nada invalida a alternativa, que continua sendo correta.

b. Correta.

Perceba que, no gráfico II temos uma comparação direta sendo feita pelo formulador entre a área do estado do Pará e a Angola. Da mesma forma, no gráfico III temos uma comparação entre a população do estado da Bahia e Zâmbia.

c. Incorreta.

Podemos invalidar essa alternativa ao atentarmo-nos nas relações entre os mapas I, II e III. Vamos começar ao avaliar o estado de maior área: Amazonas. Ali, temos uma representatividade de 18,31% das terras brasileiras, em contraste a produção de apenas 1,56% do produto total e 1,85% da população total. Por outro lado, ao analisarmos o Distrito Federal (unidade federativa de menor área), vemos que, apesar de possuir apenas 0,07% de toda a área brasileira, conta com 4% do PIB e 1,37% da população (assim, evidenciado o seu alto PIB Per Capita). Assim, torna-se claro que a alternativa é incorreta.

d. Correta.

Apesar de não termos informações factíveis em mais de um gráfico sobre o IDH, impossibilitando assim as comparações cruzadas, podemos buscar respaldo nos mapas I, V e VI. Através deles, torna-se perceptível as diferenças em PIB Nominal das regiões Sul e Nordeste do país - consequentemente, refletem-se em diferenças em PIB Per Capita, que por sua vez refletem diretamente em IDH.

Vide a região sudeste, por exemplo, que conta com países de IDH's mais conhecidos (como Argentina e Sérvia). Entendido isso, podemos desenhar essa correlação e afirmar que sim, a afirmação é correta.

e. Correta.

Através dos mapas V, podemos constatar que há uma relação direta desenhada entre os países e seus respectivos estados. Sabendo que a métrica do IDH é diretamente derivada da densidade populacional dos estados, podemos, finalmente, determinar que esse é um item correto.

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Gabarito

No Brasil, em geral, os estados com maior área também têm maior PIB per capita.

Item c)

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Questão 11

Assunto abordado

Macroeconomia - Indicadores;

Macroeconomia - Composição do PIB

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Solução

a. Incorreta.

O meme apresenta “soja e gado” como pilares do PIB nacional. Essas commodities são produzidas voltadas a suprir o mercado externo, demonstrando integração brasileira com o comércio internacional, resultado da política externa brasileira.

b. Incorreta.

Não é apresentado nada em relação ao mercado financeiro brasileiro.

c. Incorreta.

O setor secundário compreende as produções industriais que não são destacadas no meme - ao contrário dos setores primário, com produção agropecuária (de soja e gado) e o terciário, com bens de consumo (como bolo de pote e serviços como iFood, Uber e jogo do bicho).

d. Incorreta.

O meme apresenta os aplicativos de transporte e entrega iFood e Uber, o que se contrapõe a ideia de uma economia brasileira não digitalizada.

e. Correta.

Apesar de apresentar a produção de soja e gado, essas commodities são produzidas para exportação. Quando se trata do mercado interno, não é apresentado nenhuma modalidade formal de negócio, apenas aplicativos que não possuem vínculo trabalhista com os prestadores de seus serviços, um bem de consumo produzido majoritariamente por pessoas, não empresas formais e um jogo de apostas ilegal.

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Gabarito

A informalidade do mercado brasileiro voltado ao consumo interno.

Item e)

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Questão 12

Assunto abordado

Conceitos Básicos - Teoria dos Jogos

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Solução

a. Incorreta.

Note que a palavra "egoísta" pode ser traiçoeira - não implica no agente querer o mal de sua contraparte, mas sim em querer o melhor para si mesmo. Com isso, chegamos a conclusão de que, assim como todo agente racional, é esperado que ele procure maximizar seus resultados a cada rodada. Sabendo disso, podemos averiguar suas possíveis opções, sendo:

Trapacear - Seguindo esse método e pressupondo um comportamento igualmente racional de sua contraparte, muito provavelmente teremos um resultado nulo em próximos jogos. Isso se deve ao fato de que, como retaliação pela trapaça na iteração passada, o segundo jogador deixará de cooperar.

Cooperar - Seguindo esse método, o agente garantirá que todas as suas rodadas resultem em valor positivo para si.

Observe que ambos os jogadores não sabem qual será a última rodada, sendo assim, configura-se um jogo iterado de infinitas repetições. Caso houvesse um conhecimento de qual haveria de ser a última iteração, se estabeleceria um incentivo para que ambos trapaceassem desde o início.

b. Incorreta.

Note que o equilíbrio de Nash desse jogo se dará no ponto em que ambos cooperam - isso é, o único ponto em que nenhum dos agentes possui incentivos para mudar sua decisão é seguindo essa estratégia. Com isso, ao assumirmos o cenário proposto, há de se notar que, em todas as rodadas do jogo haverá um incentivo para que um dos lados mude sua decisão. Para exemplificar, imagine que apliquemos a estratégia apontada - sendo que, após o agente A escolher trapacear, cooperamos. Na rodada seguinte, segundo nosso imaginário, o correto seria que trapaceássemos para que nossa contraparte pudesse cooperar e, finalmente, estivéssemos com a mesma quantia de pontos. Vide que haverá um decréscimo na utilidade do agente A, não há incentivo algum para que ele siga nosso plano - pelo contrário, haverá incentivo para que ele quebre o padrão. A partir do momento que não sabemos qual será a etapa final da iteração dos jogos, torna-se racional que o agente A busque por manter sua dominância por tempo indeterminado.

c. Incorreta.

Mesmo com um fator multiplicativo de 0.3 derivado de seu altruísmo, ainda haverá um decréscimo na utilidade (em 0.1) de nosso agente em cenários nos quais ele coopera e sua contraparte trapaceia - sendo que, nesses casos, será mais interessante que ambos trapaceiem (resultando em um acréscimo nulo de utilidade para ambos). Assim, mesmo o agente altruísta também passará a trapacear a partir do momento que sua parte o fizer.

d. Correta.

Devemos, novamente, evidenciar a questão semântica abordada na primeira explicação: a palavra "egoísta" não implica no agente querer o mal de sua contraparte, mas sim em querer o melhor para si mesmo. Sendo esse um jogo iterado de infinitas repetições, há de se entender que, diante da imprevisibilidade quanto ao fim do jogo, é interessante à ambas as partes que permaneçam na posição de maiores ganhos possíveis de forma regular. Entendendo isso, devemos retomar as duas possibilidades que cada jogador tem:

Trapacear - e correr o risco de provocar um comportamento trapaceiro permanente em sua contraparte, sendo sua função utilidade desconhecida; ou

Cooperar - e continuar sinalizando incentivos ao comportamento recíproco.

Entendendo esse cenário, torna-se claro que ambos os jogadores optarão pelo equilíbrio de Nash desse jogo, a opção na qual ambos cooperam.

e. Incorreta.

Isso seria verdadeiro caso o final do jogo fosse conhecido, seguindo o seguinte raciocínio: o jogador A, sabendo que se trata da última rodada, irá trapacear visando obter uma utilidade superior aquela que ganharia inicialmente, ao cooperar; sabendo disso, o agente B se antecipa e trapaceia com antecedência, uma rodada antes - o que, por sua vez, torna-se um ciclo, que culmina no comportamento mútuo de trapaça desde a primeira rodada. Sendo esse um jogo de iterações teoricamente infinitas e desconhecidas, ambos os jogadores tem incentivos para não arriscarem perder utilidade, logo, reforçando a importância do Equilíbrio de Nash nesse sistema.

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Gabarito

Um agente racional e egoísta pode decidir em cooperar com intuito de obter ganhos
nas rodadas seguintes.

Item d)

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Questão 13

Assunto abordado

Microeconomia - Inflação e poder de compra

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Solução

Nos é dado que:

PC=\frac{S}{P}

Onde PC é o poder de compra, S é o salário e P são os preços. Os aumentos mencionados resultariam em S'=130\%S e P'=120\%P. Assim,

PC'=\frac{S'}{P'}=\frac{13\not{0\%}S}{12\not{0\%}P}=\frac{13}{12}\cdot \frac{S}{P}\approx1.083\cdot PC \iff

\Delta_{\%}PC=PC'-PC=0.083PC =8.3\%PC \iff \frac{PC'-PC}{PC}=8.3\%

Portanto o Poder de Compra aumenta em 8\%.

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Gabarito

Aumenta 8%.

Item b)

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Questão 14

Assunto abordado

Microeconomia - Choques de demanda e oferta

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Solução

Como o Sojavid-22 destruiu a produção de soja do mundo, isso significa que produzir soja ficou mais caro, isto é, para qualquer dado preço uma menor quantidade será ofertada. Assim, teremos um deslocamento da curva de oferta para a esquerda. A curva de demanda se manterá, resultando em uma mudança de equilíbrio para um maior preço e menor quantidade.

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Gabarito

Gráfico de Oferta e Demanda com deslocamento da oferta para a esquerda.

Item e)

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Questão 15

Assunto abordado

Microeconomia - Externalidades;

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Solução

Externalidade negativa  ocorre quando uma pessoa toma determinada ação sem considerar os impactos nas demais pessoas mas o impacto é maléfico para os outros. Logo, como produzir cimento emite CO_2 que gera um custo para toda a sociedade e dado que os produtores não consideram isso quando escolhem a quantidade de cimento a ser produzida, concluímos que o imposto, ao aumentar os gastos dos produtores, virtualmente fará com que os produtores considerem os custos proporcionados à sociedade quando resolver o problema da firma.

Assim, o imposto sobre a quantidade produzida indica que ofertar cimento ficou mais caro, isto é, para qualquer dado preço uma menor quantidade será ofertada. Contudo, a curva de demanda permanece a mesma visto que nenhum imposto foi estabelecido do lado dos consumidores. Portanto, teremos um deslocamento da curva de oferta para uma menor quantidade e maior preço.

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Gabarito

Externalidade negativa e um aumento do preço em conjunto com uma diminuição da
quantidade de cimento, respectivamente.

Item e)

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Questão 16

Assunto abordado

Microeconomia - Falhas de mercado;

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Solução

a. Incorreta.

O nível de esforço que o empregado trabalha é uma ação que não pode ser verificado através de um contrato pelo empregador e, portanto, seria um problema de ações escondidas, isto é, Risco Moral.

b. Correta.

A condição do carro é uma característica inerente que idealmente deveria ser considerada pelo comprador e, portanto é um problema de atributos escondidos, isto é, Seleção Adversa. O cuidado que o proprietário toma é uma ação que não pode ser verificado através de um contrato pelo segurador e, portanto, é um problema de ações escondidas, isto é, Risco Moral.

c. Incorreta.

O risco tomado por uma empresa é uma ação que não pode ser verificado através de um contrato pelos investidores e, portanto, seria um problema de ações escondidas, isto é, Risco Moral.

d. Incorreta.

A doença grave é uma característica inerente do segurado que idealmente deveria ser considerada pelo segurador e, portanto, seria um problema de atributos escondidos, isto é, Seleção Adversa.

e. Incorreta.

A capacidade de comer pizza do cliente é uma característica inerente dele e que idealmente deveria ser considerada pelo restaurante e, portanto, seria um problema de atributos escondidos, isto é, Seleção Adversa.

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Gabarito

Um comprador não consegue verificar perfeitamente a condição de um carro usado;
O proprietário de uma casa se torna menos cuidadoso com o imovel depois de
adquirir um seguro.

Item b)

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Questão 17

Assunto abordado

Microeconomia - Intervenções do governo

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Solução

I. Falsa.

Sob o novo equilíbrio cada kg de manteiga é vendido a R$54. Contudo, cada kg é taxado em 10 reais e, portanto o produtor recebe 54-10=44 reais/kg.

II. Falsa.

Uma menor elasticidade na curva de oferta implica que a quantidade ofertada seria menos sensível a uma variação dos preços. Assim, o novo imposto não afetaria tanto o consumo de manteiga das pessoas.

III. Verdadeira.

Uma curva de oferta altamente elástica indica que o excedente do produtor é pequeno e alta sensibilidade da quantidade ofertada devido a mudanças no preço. Portanto, o imposto se traduz em uma redução na quantidade negociada o que reduz o excedente do consumidor e se traduz no pagamento de imposto. O imposto também reduz o excedente do produtor mas como esse já era pequeno, o imposto recai principalmente nos consumidores.

IV. Falsa.

A perda de excedente do consumidor é a diferença entre o excedente antigo e o novo:

Logo é a diferença entre as áreas S_{APC} e S_{BPD}:

S_{APC}-S_{BPD}=\frac{PC\cdot AC}{2}-\frac{PD\cdot BD}{2}=\frac{(90-45)\cdot 2 - (90-54)\cdot 1.6}{2}=\frac{32.4}{2}=16.2\neq 2

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Gabarito

Apenas a afirmação 3 é verdadeira.

Item c)

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Questão 18

Assunto abordado

Microeconomia -  Diferentes estruturas de mercado

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Solução

a. Incorreta.

Falácia do custo afundado é (ou sunk cost fallacy) é o fenômeno em que um agente econômico considera um valor gasto que não é reembolsável nas suas decisões. Um exemplo, seria ir para um show em um dia de chuva para “não perder o ingresso”. No caso, aqui não ocorre isso pois a empresa poderia simplesmente não voar (ou não vender passagem em classe econômica) para não ocorrer nos custos de viagem.

b. Incorreta.

Bens de Veblen são bens em que o consumidor “paga pelo preço, não pelo produto”, como, por exemplo, um carro de luxo ou uma joia. Neles observamos uma inclinação positiva da curva de demanda, isto é, quanto mais caro for uma joia, mais pessoas estão dispostas a comprar. Esse não é o caso da passagem de avião afinal é de classe econômica e não é vista como um bem de luxo.

c. Incorreta.

Viés de confirmação é quando alguém apenas busca argumentos e evidências que apoiam as ideais que ele já acredita e ignora aqueles que são incompatíveis com suas crenças e opiniões, independentemente do quão confiável seja a fonte. Como não se trata de uma busca por informações, esse não é um exemplo de viés de confirmação.

d. Correta.

Discriminação de preços ocorre quando uma empresa oferece o mesmo produto (ou produtos semelhantes) sob preços muito distintos, conseguindo extrair o máximo da disposição a pagar de cada consumidor. Há discriminação de preços entre diferentes perfis de clientes, proporciona àqueles mais dispostos a pagar um tratamento de maior qualidade na primeira classe ou business, fazendo-os pagar mais do que os 3000 reais da classe econômica e viabilizando financeiramente o voo. Embora possa se considerar classe econômica e primeira classe (ou business) como dois produtos distintos, eles são essencialmente o mesmo: um pequeno espaço em uma aeronave que transportará de São Paulo a Dubai em 14 horas e 30 minutos.

e. Incorreta.

Vantagem comparativa em P se dá quando um produtor é capaz de produzir mais P em termos relativos do que outro produtor, isto é, ele tem que deixar de produzir menos de outros produtos para produzir uma unidade de P. Como não se trata de diferentes produtores ou diferentes produtos, esse não é um exemplo de vantagem comparativa.

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Gabarito

Discriminação de preços.

Item d)

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Questão 19

Assunto abordado

Macroeconomia - Políticas Fiscais, Monetárias e Cambiais

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Solução

a. Incorreta.

Manipulação da oferta monetária mexe com a quantidade de moeda, não o gasto do Governo, logo é política monetária, não fiscal.

b. Incorreta.

Manipulação da taxa de juros mexe com o “preço” da moeda, não o gasto do Governo, logo é política monetária, não fiscal.

c. Incorreta.

Manipulação da taxa de câmbio com o “valor” da moeda frente as outras, não o gasto do Governo, logo é política cambial, não fiscal.

d. Incorreta.

Manipulação do nível das reservas compulsórias mexe com a quantidade mínima de moeda que os bancos guardarão, não o gasto do Governo, logo é política monetária, não fiscal.

e. Correta.

Manipulação do déficit, por envolver o gasto do Governo com políticas públicas e a execução de programas socioeconômicos, é política fiscal.

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Gabarito

Manipulação da taxa de câmbio, buscando mudar o saldo da balança comercial.

Item c)

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Questão 20

Assunto abordado

História Econômica - Escolas e pensadores da Economia

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Solução

Primeiramente note que, coincidência ou não, os grandes economistas do Império Germanástico possuem nomes semelhantes aos dos expoentes das correntes econômicas que representam:

  • Mada Sthim é representante do Liberalismo Clássico, corrente de pensamento cujo expoente é Adam Smith.
  • Dranyam Yenkes é representante do Keynesianismo, corrente de pensamento cujo expoente é (John) Maynard Keynes.
  • Notlim Manderief é representante do Monetarismo, corrente de pensamento cujo expoente é Milton Friedman.

O Economista 1 recomendava o aumento dos gastos governamentais como remediação para a recessão, medida defendida também pela corrente Keynesianista, a qual recomenda a política fiscal expansionista como o principal meio para a retomada das atividades econômicas. Portanto, podemos dizer que o Economista 1 é Dranyam Yenkes.

O Economista 2 recomenda que o Governo não interfira na recessão visto que é um movimento natural do mercado e que qualquer ação poderia intensificar mais a crise. Essa ausência de interferência é defendida pelos Liberais clássicos, o qual recomenda que o estado laissez-faire, laissez-paire e que as forças do mercado resolverão o problema naturalmente. Portanto, podemos dizer que o Economista 2 é Mada Sthim.

O Economista 3 recomenda a emissão de moeda como remediação para a recessão, medida defendida também pela corrente Monetarista, a qual recomenda a política monetária expansionista como o principal meio para a retomada das atividades econômica. Portanto, podemos dizer que o Economista 3 é Notlim Manderief.

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Gabarito

Dranyam Yenkes, Mada Sthim e Notlim Manderief.

Item d)

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Questão 21

Assunto abordado

Macroeconomia - Indicadores

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Solução

Essa questão é um pouco confusa nas primeiras leituras, portanto vamos revisar exatamente o que se pede.

É dado que, antes da crise, o PIB do Império Germanástico era de R$270 milhões. Após a crise, esse PIB foi para R$180 milhões, mas a fórmula para o PIB ainda se manteve. Portanto, dada a fórmula do PIB igual a Y = C + I + G no caso de nenhum comércio externo, temos que 180 = 30 + 0,6 * 180 + 32 - 16i + 12 (apesar do exercício não informar, considere a unidade em milhões de unidades monetárias).
Resolvendo a equação para i, temos que a taxa de juros no momento da crise era de 0,125, ou 12,5%.
Após esse momento, o governo de Germano resolveu intervir, modificando a taxa de juros e também aumentando os gastos governamentais, de forma que o PIB voltou aos R$270 milhões que tinham anteriormente. Utilizando a mesma equação com os novos valores, podemos encontrar a nova taxa de juros:
270 = 30 + 0,6 * 270 + 32 - 16i + 47,2
Resolvendo a nova equação, encontramos que a taxa de juros mudou para 0,075, ou 7,5%. Concluímos então que a taxa de juros abaixou em 5 pontos percentuais. Confere-se também que a resposta faz sentido intuitivamente, uma vez que o PIB e a taxa de juros deveriam ser inversamente proporcionais pela equação dada. Dessa forma, ao diminuir a taxa de juros, aumentamos o PIB, ceteris paribus.

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Gabarito

-5%.

Item c)

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Questão 22

Assunto abordado

Macroeconomia - Indicadores

História Econômica - Temas da história geral

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Solução

a. Incorreta.

Note que o durante o governo do Partido Comunista da antiga União Soviética a renda do país conseguiu crescer e alcançar o patamar da Argentina, mesmo partindo de menos da metade de sua renda. Além disso, a União Soviética apresenta uma das maiores taxas de crescimento econômico que a maioria dos países na lista. Portanto, o Partido Comunista não era um completo fracasso.

b. Correta.

Mesmo com a Nigéria se situando em uma região com muitos recursos naturais como o petróleo, majoritariamente em uma floresta equatorial e com acesso ao mar, e a Botswana se situando em um deserto, sem acesso ao mar e partindo de uma renda menor que a da Nigéria, notamos que o PIB per capita da Botswana cresceu bem mais da Nigéria. Isso ocorreu pois Botswana é um país com melhores instituições, isto é, menos corrupção, mais aberto aos negócios e menor risco soberano, do que a Nigéria.

c. Incorreta.

Não necessariamente copiar o sistema econômico da Coréia do Sul é a melhor estratégia para um país que deseja crescer economicamente, visto que muitos fatores externos ao sistema podem ter afetado seu sucesso, como cultura, propensão a poupar, rendimento dos investimentos disponíveis.

d. Incorreta.

Note que após a dissolução da União Soviética após 1990 e consequente adoção do sistema capitalista foi seguida de uma forte queda no PIB per capita, tanto da Federação Russa quanto dos outros países integrantes. Assim, a adoção do capitalismo não proporcionou um aumento imediato da renda da população ex-soviética.

e. Incorreta.

Em todos os momentos do gráfico o PIB per capita da Argentina, país da América Latina, é superior ao brasileiro.

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Gabarito

As performances contrastantes de Botsuana e Nigéria ilustram que a abundância de
recursos naturais, por si só, não garantem maior crescimento econômico, mas que
uma maior qualidade das instituições (governo, mercados e empresas) também
pode ser necessária.

Item b)

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Questão 23

Assunto abordado

Macroeconomia - Indicadores

Macroeconomia - Flutuações econômicas

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Solução

I. Verdadeira.

A maior parte do trigo consumido no Brasil é importado de países como a Argentina e, portanto, o preço em reais de produtos vendidos ao consumidor final é refletido pelo valor comprado em reais do trigo estrangeiro que por sua vez depende do valor pago em reais pelo dólar, isto é, a taxa de câmbio.

II. Falsa.

Apesar do Brasil ser um país produtor de petróleo, a Petrobras estabelece um política de preços que reflete o preço do barril no mercado internacional, tanto para não gerar distorções decorrentes de um subsídio a esse setor mas também porque o próprio processo de refino do petróleo brasileiro envolve a incorporação de outros insumos estrangeiros e, portanto, sujeito à variação cambial.

III. Verdadeira.

Quando há uma alta no dólar, o preço pago por estrangeiros pela moeda nacional fica menor e, portanto, os produtos e serviços brasileiros ficam mais baratos. Assim, os estrangeiros turistas têm incentivos para gastar mais no Brasil, movimentando a Economia.

IV. Verdadeira.

Quando há uma alta no dólar, o preço pago por estrangeiros pela moeda nacional fica menor e, portanto, os produtos e serviços brasileiros ficam mais baratos. Assim, uma queda relativa no preço gera incentivos para eles consumirem mais produtos brasileiros e, portando, importam mais, resultando em uma maior exportação nossa.

[collapse]
Gabarito

I, III, IV

Item a)

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Questão 24

Assunto abordado

Macroeconomia - Indicadores

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Solução

Denote por OB_i o PIB da Obelândia no i-ésimo ano. Assim,

OB_1=(100\%-10\%)OB_0=90\%\cdot OB_0

OB_2=(100\%+20\%)OB_1=120\%\cdot OB_1 = 120\%(90\%\cdot OB_0)=1.08\cdot OB_0

Portanto o PIB da Obelândia cresceu em 8\% ao longo de 2 anos, isto é, um crescimento médio de \sqrt{1.08}-1\approx1.0392-1=0.0392=3.92\% ao ano. Logo, se o presidente da Anti-Obelândia tiver um crescimento médio de x data-recalc-dims=3.92\%" /> ele permitirá que a Anti-Obelândia cresça mais que a Obelândia. A menor das alternativas que é superior a 3.92\% é o item a.

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Gabarito

3,97%

Item a)

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Questão 25

Assunto abordado

História Econômica - Temas de história geral

História Econômica - Escolas e pensadores da Economia

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Solução

Para que entendamos a questão, é necessário analisar o pensamento Malthusiano através de sua mais célebre constatação: "O poder da população é indefinidamente maior que o poder da terra para produzir subsistência para o homem". A análise de Malthus em sua obra "Ensaio sobre o Princípio da População" se baseava no apontamento de que, enquanto o potencial para produção de alimentos era limitado (tanto pela quantidade de áreas agráveis quanto pela sazonalidade com que eram feitas as colheitas), para a produção de nova vidas era "ilimitado" - isso é, apesar de ser igualmente limitado, os fatores eram muito menos numerosos do que no primeiro caso. Em resumo, podemos entender sua descrição do produto de uma economia como Y = L^{\alpha}T^{\left ( 1-\alpha \right )} (sendo L o tamanho da força de trabalho e T o montante de terras disponíveis para cultivo). Dada essas duas variáveis - e sabendo que o parâmetro T é dado como imutável -, Malthus define que apenas uma diminuição em L pode evitar crises alimentares e humanitárias. Assim, ele conclui sua terrível previsão de que apenas desastres como grandes pestes podem evitar catástrofes derivadas da baixa produtividade humana. Essa mesma fórmula nos permite entender como essa catástrofe permitiria um aumento da renda média (bastando dividir ambos os lados por L).

Com isso, analisemos as alternativas:

a. Correta.

Temos exatamente aquilo que Malthus descreve como sendo o "mal necessário" para o avanço subsequente da parcela restante da população.

b. Incorreta.

Aqui teríamos uma resposta que daria o oposto ao desejado no cenário de Malthus. No caso, o interessante seria uma maior mortalidade infantil, visando diminuir a população e, subsequentemente, a quantidade de bens demandados.

c. Incorreta.

Novamente, haveria um efeito oposto ao desejado por Malthus. O aumento no uso de drogas pesadas tem, geralmente, correlação positiva com o aumento de casos de overdose e mortes devido criminalidade urbana; logo, de maneira análoga ao item anterior, haveria uma menor taxa de mortalidade, o contrário do que queremos.

d. Incorreta.

Há uma pegadinha nesse item: vide que a tempestade afetará apenas as plantações. A solução idealmente proposta por Malthus buscava reduzir o fator L de sua equação do produto, enquanto a resposta nos traz uma possível redução de T.

e. Incorreta.

Em nada interferirá, em primeira análise, uma união de coroas no cenário produtivo de um dado país. Sendo ambos sujeitos as mesmas condições climáticas e geográficas, é razoável pressupor que haverá a mesma proporção de T em relação a área total de ambos os países. Com isso, chegamos a conclusão de que essa é uma alternativa sem fundamentação suficiente para ser dada como correta.

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Gabarito

Uma grande epidemia, eliminando cerca de metade da população de uma região
quase que instantaneamente.

Item a)

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Questão 26

Assunto abordado

Macroeconomia - Flutuações econômicas

História Econômica - Temas de história geral

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Solução

a. Correta.

O estouro de uma grande bolha pode causar um impacto tão forte na demanda por um ativo, levar a uma percepção de instabilidade na Economia como um todo e  por fim induzir uma expectativa da recessão que leva os indivíduos a tomar decisões que levam à própria recessão. Assim, uma bolha geralmente ocorre antes momentos antes de uma crise econômica visto que seu estouro pode ser o primeiro dominó a ser derrubado para uma recessão.

b. Incorreta.

O aumento do preço dos ativos de forma desacelerada indica que o preço do ativo eventualmente convergiria para um valor ou atingiria um máximo. Contudo, isso não é observado na formação de uma bolha, mas sim o contrário, isto é, o aumento acelerado do preço do ativo, aumentando aparentemente de forma indefinida o seu preço.

c. Correta.

Uma bolha pode se formar quando há uma falha na hipótese de mercado eficiente. Assim, o preço de mercado de determinado ativo não reflete seu valor intrínseco e um aumento falsamente transmite a ideia do ativo se tornar mais interessante, atraindo mais compradores que levam a um maior aumento do preço que por sua vez atrai mais compradores e assim por diante, levando a um aumento indefinido do preço do ativo.

d. Correta.

Tanto a formação de uma bolha quanto seu estouro podem resultar em um aumento ou queda brusca no preço de um ativo, aumentando assim sua volatilidade.

e. Correta.

O efeito manda é justamente o mecanismo que leva a alguns investidores interpretarem a performance positiva de um ativo como uma performance futura positiva. Assim, o investidor imagina que “os outros talvez saibam de uma informação que eu não sei”, e justifica a compra desse ativo, aumentando mais o seu preço e consequentemente alimentando o ciclo de feedback positivo já discutido.

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Gabarito

São tipicamente caracterizadas por um aumento do preço dos ativos em um ritmo
desacelerado.

Item b)

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Questão 27

Assunto abordado

Conceitos Básicos - Matemática

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Solução

O valor mínimo que a moeda consegue chegar após n dias é 100-n, visto que em cada dia ela pode cair no máximo em R$1. Assim, para chegar em R$0 pela primeira vez ela precisa de pelo menos 100 dias. Para que isso ocorra em exatamente 100 dias, é preciso que ela caia R$1 em todos os 100 dias. Assim:

(P=0,n=100)=\underbrace{p_1}_{\text{Prob. cair no dia }1}\ast \overbrace{p_2}^{\text{Prob. cair no dia }2}\ast \underbrace{p_3}_{\text{Prob. cair no dia }3}\ast \cdots \ast \overbrace{p_{100}}^{\text{Prob. cair no dia }100}=

p_1\ast p_2\ast\cdots\ast p_{100} = \underbrace{\frac{1}{2}\ast\frac{1}{2}\ast \frac{1}{2} \ast \cdots \cdot \frac{1}{2}}_{100\times}=\frac{1}{2^{100}}

[collapse]
Gabarito

A probabilidade do preço da OBECOIN chegar a zero pela primeira vez em
exatamente 100 dias é igual a 1/(2^100).

Item c)

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Questão 28

Assunto abordado

Finanças - Mercado financeiro e suas instituições

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Solução

a. Incorreta.

Considerando a Hipótese do Mercado Eficiente, muito provavelmente teremos a informação sendo incorporada na análise dos investidores, em verdade.

b. Incorreta.

De fato, no curtíssimo prazo há uma tendência a demonstração de um comportamento aleatório nos preços em mercados de capitais, porém, no movimento observado há uma reação coletiva e unânime: todos na mesma direção, com força semelhante. Dessa forma, exatamente pelo fato de que outros fatores influenciaram na decisão de comprar ou vender as ações da empresa, podemos afirmar de que o movimento era possível e previsível.

c. Incorreta.

Veja que há uma série de apontamentos incorretos ou meio certos nesse item. Por razões de simplicidade, eliminaremos essa alternativa pela constatação mais simplesmente refutável: "[...] um aumento no nível de preços possibilita ao Meta aumentar seus preços, o que aumenta também o lucro da empresa". Veja que, a pressuposição básica está errada, afinal, com um índice de inflação maior, há de se esperar que os custos aumentem na mesma proporção com que se repassam os aumentos de preço. Da mesma forma, os subsequentes aumento de preços da Meta ocasionarão uma maior evasão de clientes, reduzindo mais ainda sua base compradora.

d. Correta.

Com um de seus principais ativos monetizáveis - os usuários - saindo massivamente de suas plataformas, a Meta compromete a sua perpetuidade. Esse é o fator determinante não apenas em seu, como no Valuation da maioria das empresas do ramo tech.

e. Incorreta.

A afirmação está correta, até o momento que traz números factuais. A diminuição não reflete o quanto exatamente os investidores esperam de diminuição de lucro no próximo período, mas sim a queda de expectativas para sua lucratividade por toda a perpetuidade da empresa.

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Gabarito

A queda no preço das ações pode ser explicada apesar do aumento no lucro
recente, pois empresas de tecnologia têm a maior parte do seu valor concentrado no
lucro futuro, o qual foi ameaçado pela diminuição na atividade dos usuários.

Item d)

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Questão 29

Assunto abordado

Finanças - Mercado financeiro e suas instituições

[collapse]
Solução

Note que é para assinalar a alternativa INCORRETA.

Criptomoedas são moedas digitais descentralizadas, isto é, não são emitidas por órgãos centralizados. Assim, nenhum banco central consegue produzí-las nem as controlar.

[collapse]
Gabarito

Criptomoedas: Categoria recente de ativo financeiro, as criptomoedas são moedas reais
produzidas e controladas pelos bancos centrais. Elas são, verdadeiramente, códigos
que podem ser convertidos em valores. Sua criação se dá por meio de uma rede
descentralizada de pessoas que, em seus servidores, registram as transações
realizadas com essas moedas. São protegidas por criptografia e pela tecnologia de
blockchain.

Item c)

[collapse]

Questão 30

Assunto abordado

Finanças - Mercado financeiro e suas instituições

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Solução

Note que é para assinalar a alternativa INCORRETA.

As Letras do crédito imobiliário e do agronegócio são investimentos que não estão sujeitos à tributação de importo de renda.

[collapse]
Gabarito

A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são
dois tipos de investimento em renda fixa não isentos de Imposto de Renda, que
costumam garantir retornos bem superiores ao da caderneta de poupança.

Item d)

[collapse]

Questão 31

Assunto abordado

Finanças - Mercado financeiro e suas instituições

[collapse]
Solução

a. Incorreta.

A imagem nos mostra que mesmo com uma volatilidade histórica relativamente baixa antes do Natal, o ativo PERU3 pode ser um investimento de elevada volatilidade, visto que ele perde 100\% de seu valor em um único dia.

b. Incorreta.

A imagem apenas apresenta o movimento do valor de um único ativo, PERU3, no qual a volatilidade de curto prazo se mostrou pouco importante na decisão final de investimento. Contudo, isso não é uma verdade universal e nem é provado pelo exemplo apresentado.

c. Incorreta.

A performance histórica do PERU3 preveria um aumento no valor do investimento, não uma perda permanente do capital.

d. Incorreta.

A performance histórica do PERU3 não conseguiria prever uma queda de 100\% de seu ativo e, portanto, pode ser insuficiente para melhor realizar um investimento.

e. Correta.

A imagem não coloca a volatilidade como um indicador completamente incorreto do risco atrelado a um ativo, mas sim como um indicador imperfeito e que em alguns casos, como o do PERU3, pode falhar.

[collapse]
Gabarito

Assumir a volatilidade como estimativa para o risco de um ativo é extremamente útil
em alguns casos, mas pode ser uma medida imperfeita de avaliação de risco em
outros.

Item e)

[collapse]

Questão 32

Assunto abordado

Finanças - Mercado financeiro e suas instituições

[collapse]
Solução

Note que é para assinalar a alternativa INCORRETA.

Como novas notícias sobre as eleições, como a desistência ou surgimento de novos candidatos ou as declarações que cada um faz ao longo da campanha, surgirão com o passar do tempo, o valor desses contratos deve mudar com o tempo.

[collapse]
Gabarito

Os preços desses contratos devem se manter constantes, mesmo se novas notícias
sobre a eleição surgirem ao nos aproximarmos da data da mesma.

Item d)

[collapse]

Questão 33

Assunto abordado

Finanças - Uso da matemática financeira

[collapse]
Solução

Note que o valor total pago sob os descontos 2 e 3 são estritamente crescentes com um aumento na quantidade de tomates, logo para eles o menor valor pago ocorreria para 10 tomates comprados. Já sob o desconto 1, o valor total pago não diminui com um aumento na quantidade de tomates, visto que o terceiro tomate é gratuito, mas não com preço negativo. Assim, uma maior quantidade de tomates implica em um preço pago não-menor e, portanto, o ideal para se pagar menos é que Dona Marta compre exatamente 10 tomates. Sob cada um dos descontos:

P_1(10)=P_1(9+1)=P_1(3\cdot 3+1)= P_1(3\cdot3) + P(1) = 3\cdot P(2) + P(1)= 3\cdot 2\cdot P(1)+P(1)=7P(1)

P_2(10)=(100\%-30\%)P(10)=70\%\cdot 10\cdot P(1) = 7P(1)

P_3(10)=P_3(5+5)=P(5)+(100\%-50\%)P(5)=5\cdot P(1) + 50\%\cdot 5 \cdot P(1) = 7.5\cdot P(1)

Onde P_i(x) é o preço pago por x tomates sob o desconto i e P(x) é o preço pago por x tomates sem desconto. Como P_1(10)=P_2(10)<P_3(10), temos que os descontos 1 e 2 são indiferentes.

[collapse]
Gabarito

Desconto 1 e 2 são indiferentes.

Item d)

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Questão 34

Assunto abordado

Finanças - Matemática Financeira

[collapse]
Solução

Observe que, logo de início, a questão fala sobre "dois projetos distintos" nos quais Marquinhos possui oportunidade de investir. Apenas por essas características, já há de se entender que trata-se de uma questão sobre análise de viabilidade e que, portanto, teremos de utilizar conceitos como TIR ou VPL. Observe que, mais ao final da questão, nos é requerido o "valor presente de ambos os investimentos", com isso, sanando a dúvida e comprovando tratar-se de um exercício sobre VPL.

A maneira mais fácil e prática de resolver esse exercício dentro dos limites da prova é usando da HP12C. Aqui, descreveremos o passo a passo necessário para resolver a questão através dela:

  • Tecla "0" \rightarrow Tecla "g" \rightarrow Tecla "PMT"
  • Teclas "1" e depois "2" \rightarrow Tecla "g" \rightarrow Tecla "FV"

Perceba que, ao teclar "g", você passar a pedir que a calculadora considere seus comandos como sendo os símbolos azuis, abaixo das letras em branco. Aqui, começamos a calcular nossa série inserindo um dos valores no início dela (sendo cada valor representado pela tecla CF_{j}, abreviação de cash flow). Logo na sequência, informamos o número de vezes que o mesmo valor se repete (sendo esse dado representado por N_{j}. Aqui, acabamos de inserir o ano de carência descrito na questão.

  • Teclas "1", "0" e "0" \rightarrow Tecla "g" \rightarrow Tecla "PMT"
  • Teclas "3" e "5" \rightarrow Tecla "g" \rightarrow Tecla "FV"

Inserção das séries de juros mensais

  • Teclas "6", "0" e "0" \rightarrow Tecla "g" \rightarrow Tecla "PMT"

Inserção do pagamento final, com acréscimo de R$500

Seguindo nossa série de entradas, agora estamos inserindo os juros mensais de R$100, igualmente citados na questão. Veja que ao tratarmos de séries temporais, é necessário parametrizar os períodos em uma única medida (no nosso caso, devemos optar entre fazê-lo com meses ou anos). Nessa resolução, seguiremos com base mensal. Visto que são 3 anos de pagamentos consecutivos, sendo o último com adicional de R$500, basta que sigamos o mesmo passo a passo da inserção da carência, porém, com os respectivos valores recebidos.

  • Teclas "1" e "1" \rightarrow Tecla "1", "0" e "0" \rightarrow Tecla "\div"

Transformação do percentual

  • Tecla "1" \rightarrow Tecla "+"
  • Teclas "1" e "2" \rightarrow Tecla "1/x" \rightarrow Tecla y^{x}

Transformação da taxa de anual para mensal

  • Tecla "1" \rightarrow Tecla "-"
  • Tecla "1", "0" e "0" \rightarrow Tecla "\times" \rightarrow Tecla "i"

Inserção da taxa mensal na operação

  • Tecla "f" \rightarrow Tecla "PV"

Requisição do Valor Presente Líquido (VPL)

Como resultado, temos R$3.101,90, portanto, encerrando a questão. Através do mesmo passo a passo é possível encontrar o valor do segundo investimento como sendo R$2.559,17.


O valor presente de cada investimento é a soma dos valores presentes de cada fluxo de caixa correspondente ao investimento, isto é:

VP_1 = \sum_{k=1}^N \fr{FC_k}{(1+i)^k}

Onde FC_k é o fluxo de caixa no período k, i é a taxa de juros e N é o número de períodos. Sabendo que j=11\% a.a., a taxa equivalente mensal i é i=(1+j)^{\frac{1}{12}}-1\approx 0.87\% a.m. Assim:

VP_1=\sum_{k=1}^{12} \frac{FC_k}{(1+i)^k}+\sum_{k=13}^{47} \frac{FC_k}{(1+i)^k} + \frac{FC_{48}}{(1+i)^{48}}=

\sum_{k=1}^{12} \frac{0}{(1+i)^k}+\sum_{k=13}^{48} \frac{100}{(1+i)^k} + \frac{100+500}{(1+i)^{48}}=

0 + \frac{100}{(1+i)^{12}}\Big(\sum_{k=1}^{35}\frac{1}{(1+i)^k}\Big)+\frac{600}{(1+i)^{48}}=

\frac{100}{(1+i)^{12}}\cdot\frac{1-\frac{1}{(1+i)^{35}}}{i}+\frac{600}{(1+i)^{48}}=

\frac{100}{(1+0.87\%)^{12}}\cdot\frac{1-\frac{1}{(1+0.87\%)^{35}}}{0.87\%}+\frac{600}{(1+0.87\%)^{48}}\approx3101.90

VP_2 = \sum_{k=1}{3} \frac{FC_k}{(1+j)^k} = \sum_{k=1}^{2} \frac{FC_k}{(1+j)^k} + \frac{FC_3}{(1+j)^3} = \sum_{k=1}^{3} \frac{0}{(1+j)^k} + \frac{3500}{(1+j)^3} =

0 + \frac{3500}{(1+11\%)^3} \approx \frac{3500}{1.367} \approx 2559.17

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Gabarito

$3.101,90; $2.559,17

Item a)

[collapse]

Questão 35

Assunto abordado

Finanças - Contabilidade e instrumentos financeiros

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Solução

Para a resolução dessa questão, é necessário um entendimento de um dos documentos básicos da contabilidade: o Balanço Patrimonial. É possível dissertar sobre sua principal mecânica de forma intuitiva: "balanço" sugere tratar-se de um objeto com dois lados, os quais se equivalem; "patrimonial" sugere que esse objeto reflete, em algum grau, o valor total do patrimônio da empresa. Com isso, podemos chegar a conclusão definitiva sobre o demonstrativo em questão: trata-se de um levantamento dos dois lados do patrimônio empresarial - sendo esses os ativos (bens que geram caixa ao longo dos períodos) e passivos (bens que subtraem caixa ao longo dos períodos). Geralmente, para a formulação final do balanço (e para que ambos os lados se equivalham factualmente), é adicionado ao lado dos passivos uma variável de nome "Patrimônio Líquido". Ela, por sua vez, é definida como Ativos - Passivos.

ATENÇÃO: A questão NÃO SE TRATA do uso matemático! Há uma SÉRIE de alternativas nas quais os resultados matemáticos serão verdadeiros, porém, a fórmula será inútil em termos contábeis, bem como inexpressiva e fútil em termos econômicos. Por isso, atente-se ao fato de que o comando da questão é baseado em reconhecer que "recursos de uma companhia deveriam ser iguais à fonte dos seus recursos".

Entendido isso, vamos as alternativas:

a. Incorreta.

Perceba que, pela definição dada, dívidas são passivos (afinal, geram efeito-caixa negativo). Com isso, podemos anular a questão apenas por determinar que a soma de duas dívidas poderá igualar ao valor de um ativo.

Para maior nível de detalhes, podemos lembrar o fato de que o ativo citado na questão é classificado como "não corrente", sinônimo para "não recorrente". Isso significa que trata-se de um resultado pontual e único, classificado como "recebível a longo prazo".

Não há cabimento em determinar que a fonte de dívidas de longo e curto prazo devam se basear em recebimentos não recorrentes e pontuais - por muitas vezes igualmente inesperados.

b. Correta.

Aqui temos uma manipulação da fórmula anteriormente dada (Patrimônio Líquido = Ativos - Passivos). Factualmente, essa é a balança que é vista nos levantamentos de forma mais comum.

A explicação econômica é simples: os ativos, geradores de caixa de uma empresa, são fonte determinante para o pagamento dos passivos - que por sua vez são destruidores de caixa. A diferença entre os dois é consolidada e transformada em patrimônio (portanto, nomeada Patrimônio Líquido). Esse patrimônio, por sua vez, é usado para compra de novos ativos ou lastro para novos passivos.

c. Incorreta.

No item temos a inserção de uma nova variável: "Inventário". Ela é representante dos ativos em estoque, não vendáveis a curto prazo - isso é, ativos parados e realizáveis a longo prazo. Com isso entendido, podemos analisar a constatação de que seu valor seria igualável aos recebíveis de curto prazo (Contas a Receber) somado aos pagamentos de curto prazo derivados de uma dívida estendida (Parcela Corrente de da Dívida de Longo Prazo).

Veja que não há cabimento em igualar dois itens sem a menor equivalência teórica; isso é, estaríamos determinando que caso subtraíssemos ativos realizáveis de curto prazo do montante realizável a longo prazo, haveria uma equivalência desse valor com a parcela de curto prazo de uma dívida maior. Não há fundamento algum.

d. Incorreta.

Observe que, ao reorganizar os itens, podemos determinar que:

Dívidas de curto prazo - Parcela corrente da dívida de longo prazo = Contas a Receber - Caixa e equivalentes de caixa

Com isso, teremos uma igualdade entre passivos de curto e médio prazo e ativos de curto prazo. Observe que, enquanto contas a receber e parcelas de dívidas longas são postergáveis (portanto, tratamos de passivos que podem ser pagos posteriormente), os ativos citados são de curtíssimo prazo, com liquidez extremamente superior. Geralmente, em contabilidade, esses ativos serão utilizados para pagamento de contas e dívidas de curtíssimo prazo. Por outro lado, parcelas são amortizadas posteriormente, com um efeito-caixa nulo no presente. Assim, a questão se prova invalida ao destoar da premissa básica do comando dado.

e. Incorreta.

Apesar de ser uma afirmação correta (afinal, "curto prazo" é sinônimo para "circulante" em termos contábeis), destoa da premissa da questão ao equalizar quatro passivos e pressupor um dos lados da igualdade como sendo fonte dos recursos de outro.

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Gabarito

Ativos = Passivos + Patrimônio Líquido

Item b)

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Questão 36

Assunto abordado

Economia Comportamental - Vieses Cognitivos

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Solução

Aqui, procuramos especificamente o viés de sobrevivência, que é descrito como: "a probabilidade de observarmos apenas os casos de sucesso de um determinado processo seletivo, ignorando a amostra que não nos é apresentada. Com isso, há uma comum pressuposição de que um fator comum entre todas é causador, e não consequência da experiência". Para exemplificar, vamos voltar ao exemplo dos "aviões-catapora" da Segunda Guerra: aqueles que voltaram com tiros em suas asas foram analisados, para determinar onde deveriam estar os reforços. O grande erro é que houve uma pressuposição de que os tiros nas asas são consequências ocasionais, porém, são os causadores da sobrevivência dos aviões em questão. Com isso, podemos atender o objetivo (reduzir as baixas na aviação) ao reforçar áreas nas quais eles não foram atingidos.

Entendido isso, vamos as alternativas:

a. Correta.

Vamos analisar por pontos se essa justificativa se enquadra no viés de sobrevivência: ela deve conter uma amostra sendo ignorada (i) pois não foi apresentada (ii), o que gera uma pressuposição incorreta (iii). Aplicados a declaração, vide os trechos que evidenciam cada uma das etapas: "Tive três parentes doentes há pouco tempo e todos tomaram vacina." (i e ii; vide que aqui temos uma série de pessoas - uma amostra - não apresentada, não-parentes do locutor em questão), "Já sabia queela era perigosa" (iii; temos uma pressuposição falsa baseada em uma série de amostras não evidenciadas).

b. Correta.

Perceba que se mostram presentes, novamente, todos os fatores que necessitamos: uma amostra sendo ignorada (i) pois não foi apresentada (ii), o que gera uma pressuposição incorreta (iii). Esses, por sua vez, são: pessoas que tomaram a vacina e não apresentaram problema algum (i), que não são noticiadas na mídia por não se tratarem de casos que chamam a atenção (ii) e que geram a sensação de que há causalidade entre tomar a vacina e adoecer posteriormente (iii).

c. Incorreta.

Apesar de aqui observarmos um grande esforço do locutor em ignorar a amostra de políticos que apoiam iniciativas em prol da vacinação, é fato de que lhe foi apresentada a vacina e sua solução. Da mesma forma, não há uma análise por parte do locutor sobre a amostra de pessoas que já foi vacinada, portanto, destoando do comando da questão.

d. Incorreta.

Aqui há a ocorrência de outro viés comportamento: o efeito Dunning-Kruger - descrito pela probabilidade com que pessoas de baixa instrução em determinadas áreas superestimam seus conhecimentos e habilidades. Dificilmente alguém será mais esperto que especialistas sem ser igualmente formado e, dado o contexto em que nos inserimos, há de se entender que a frase foi emitida por um cidadão não pertencente ao ramo da saúde. Portanto, não há a ocorrência de um efeito do viés de sobrevivência.

e. Incorreta.

Vemos a apresentação de outro viés: a ancoragem. Como pode-se perceber pela fala, há um atrelamento de expectativas naquilo que os especialistas chegaram a falar tempos atrás - porém, perceba que conforme novos fatos chegaram a luz da ciência, mostrou-se dificilmente provável o desenvolvimento de uma vacina com eficácia tão alta em um período de tempo tão curto. Com isso, novamente, não há o enquadramento necessário para validarmos o item.

Visto que no julgamento de recursos houve a constatação de dois itens certos, essa questão foi anulada.

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Gabarito

Anulada.

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Questão 37

Assunto abordado

Economia Comportamental - Vieses Cognitivos

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Solução

Veja que o grande problema aqui é que, após todos os eventos, João continua no "zero a zero". Porém, o "baque" sentido foi negativo, como se houvesse uma perda mais considerável do que seus respectivos ganhos. Entendido isso, vamos as alternativas:

a. Correta.

Assim como o nome - que é auto descritivo -, o viés descreve a possibilidade de reduzirmos ao máximo as perdas em relação aos ganhos, evitando ao máximo casos do tipo.

b. Incorreta.

O viés de tendência presente refere-se ao ato de valorar mais o seu momento atual em relação ao seu momento futuro. Perceba que, aqui, estamos falando da valoração do tempo, não de outros ativos. Com isso, há uma diferença entre o que é sentido pelo agente analisado e o descrito pelo viés.

c. Incorreta.

Assim como o viés de confirmação, não há aplicabilidade técnica do viés de excesso de confiança - afinal, trata-se de um viés visto em tomadas de decisão, não em reações aos fatos, como nosso caso. Poderíamos vê-lo se estivéssemos analisando a sua escolha por qual investimento focar, ao invés da sua reação aos rendimentos.

d. Incorreta.

O viés de confirmação não tem aplicabilidade prática com a situação que vemos aqui, mas sim em situações nas quais há um fato a ser avaliado. Refere-se ao ato de sobrevalorizar os fatos que interseccionam as crenças pessoais do tomador de decisão - veríamos isso se avaliássemos, por exemplo, os investimentos em que João aplicou, no qual ele buscasse opções que fossem validadas por crenças suas como boas escolhas.

e. Incorreta.

Veja que o Viés em questão se refere ao ato irracional de sobrevalorizar a situação presente sobre todas as demais, inclusive situações nas quais seríamos possivelmente beneficiados. Ou seja, caso esse comportamento se mostrasse presente, haveria uma valoração semelhante da perda e do ganho de capital - ambos na mesma intensidade, afinal, destoam da média na mesma intensidade - o que não é o caso.

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Gabarito

Aversão a perda (loss aversion).

Item a)

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Questão 38

Assunto abordado

Economia Comportamental - Vieses Cognitivos

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Solução

O sucesso da proliferação de fake news em redes sociais, principalmente aquelas de mensagens privadas e entre grupos, como o Whatsapp, se deve ao fato de que o indivíduo recebe a informação vindo de pessoas que ele já possui um contato anterior, como amigos e família. Assim, ela se utiliza do viés de familiaridade, o qual diz que você tende a acreditar mais em uma nova informação se ela for familiar a sua experiência ou que venha de uma fonte familiar. Se apenas existisse esse efeito, as pessoas receberiam fake news de todos os espectros de opinião. Contudo, ela também se utiliza do viés de confirmação, na qual pessoas tendem a acreditar em uma nova informação se esse confirmar alguma ideia que o indivíduo já possua, independentemente de qual seja a real verdade. Isso leva a criação de pequenas bolhas de indivíduos que se conhecem e possuem uma opinião homogênea e que, sob o falso pretexto de compartilhar informação confiável, acabam criando um processo de seleção natural das fake news, no qual são selecionadas aquelas que melhor se adéquam a essas “echo chambers” em que pessoas se replicam informações que apenas confirmam a opinião que recebem e renunciam a toda e qualquer ideia externa e diferente. A ideia de ideias (desde memes até fake news) se comportarem como patologias é melhor explicada aqui.

Com isso, vamos as alternativas:

a. Incorreta.

O viés de confirmação é um dos componentes da resposta, sendo ele um item certo - descrevendo em si uma situação na qual, apresentado um leque de fatos, selecionados apenas aqueles que reforçam crenças pessoais prévias para considerarmos relevantes em futuras tomadas de decisão.

Por outro lado, temos o viés do Status Quo, item ambíguo e que torna a resposta incorreta. É necessário relembrarmos que sua descrição é: predisposição humana a manter as coisas como estão, independente de fatos e dados comprovando que seria melhor tomar uma determinada atitude. Dependendo do comportamento prévio do agente em análise, pode ser que, de fato, culminemos em uma situação na qual ele não tomará a vacina - porém, não será devido o uso de fake news. Essas noticias, na verdade, não deverão surtar efeito algum sobre o agente em questão, afinal, sua predisposição é manter as coisas iguais independente dos fatos.

b. Incorreta.

O viés do Status Quo, já previamente analisado, invalida essa resposta; porém, há de se analisar o outro componente apresentado: a tendência presente. Nela, temos a descrição de nosso comportamento em valorar mais momentos presentes em detrimento de momentos futuros (isso é, sobrevalorizamos o esforço futuro e supervalorizamos momentos presentes). Essa descrição nos ajuda a entender comportamentos como a procrastinação ou a preguiça, por exemplo. É interessante notar que ambas são comportamentos relativos à maneira com que o agente se comporta em relação as suas tarefas, não possuindo causalidade alguma com o fato de haver contato com fake news ou não. Dessa forma, ambas são alternativas erradas.

c. Incorreta.

A tendência presente, já previamente analisada, invalida essa resposta; porém, há de se analisar o outro componente apresentado: o efeito de excesso de confiança. Nele, descrevemos o momento no qual, o tomador de decisões, opta por alternativas mais arriscadas por sobrevalorizar sua capacidade de atender aos requisitos de sucesso para a operação (como, por exemplo, o ato de arriscar mais ao tentar fazer "cestas" no basquete após ver diversos jogos seguidos). Assim, em nada tem haver a influência das fake news sobre sua tomada de decisão em vacinar-se considerando os efeitos desse viés - afinal, em geral elas buscam desestimular a confiança sobre as vacinas, e não estimulá-las.

d. Incorreta.

O viés do Status Quo, já previamente analisado, invalida essa resposta; porém, há de se analisar o outro componente apresentado: o viés de familiaridade. No viés mencionado, há a descrição do ato de, ao tomar decisões, optar por aquela que mais se adequa a série de valores previamente carregados, ou que mais se assemelha a coisas que já são comprovadamente preferidas pelo tomador de decisões. Aplicada a situação em análise, podemos entender a capacidade das fake news em tornarem o público-alvo (que, por muitas vezes já é anteriormente propenso a não entender/acreditar nas vacinas como instrumento de saúde pública) ainda mais propensos a ignorância.

e. Correta.

Com o alinhamento dos dois vieses corretos, temos a resposta definitiva.

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Gabarito

Viés de familiaridade (familiarity bias) e viés de confirmação (confirmation bias).

Item e)

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Questão 39

Assunto abordado

Economia Comportamental - Vieses Cognitivos

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Solução

Por tratar-se de uma questão extremamente específica e com alto nível de interpretação, vamos diretamente a análise das alternativas:

a. Incorreta.

Há duas pressuposições incorretas no enunciado do item: que as galerias digitais são determinantes na compra desses NFTs (i) e que o acabamento das artes define sua valorização (ii). A primeira pode ser dada como indício de resposta incorreta, dado que essa possível manipulação por parte das galerias é omitida tanto no enunciado da questão, quanto pouco comentada no mercado em si - e algo tão impactante nas vendas teria enorme repercussão. O segundo ponto, entretanto, é decisivo para a invalidação do item: é apresentado ao longo da questão diversos indícios de que o momento de valorização dos quadros digitais se dá pela expansão de sua popularidade e possibilidade de expressar pertencimento a um grupo seleto, não pelo acabamento que possuem (e se fosse esse o caso, Neymar não haveria de ter comprado um simples PNG com uma flatart relativamente simples por alguns milhões).

b. Correta.

Assim como o mercado de arte convencional, temos aqui um ativo cuja utilidade é extremamente subjetiva, por vezes, reduzindo-se até mesmo ao puramente especulativo - como citado no texto. O efeito manada visto nessa classe e causador de sua destoante performance em meio ao mercado financeiro é evidenciado em textos do enunciado que citam figuras populares ("[...] Muitas personalidades famosas, como Neymar e Justin Bieber, têm aderido a essa moda, adquirindo esses criptoativos e divulgando suas compras nas mídias sociais, assim popularizando ainda mais a modalidade.") e a explosão rápida desses ativos, todas características do efeito manada. Para mais estudos sobre esse mesmo tópico, é interessante ler sobre esquemas de Ponzi e como efeitos manadas são recorrentes nos mercados de capitais no geral (sendo "Crash: Uma Breve História da Economia" um ótimo título para ambos os temas).

c. Incorreta.

Veja que há uma incoerência na formulação entre a heurística determinada e a justificativa. A heurística da disponibilidade diz respeito ao ato de pressupor o acontecimento de eventos futuros baseado em eventos de mesma configuração que já ocorreram no passado. Seria esse o caso se, por exemplo, o especulador comprasse uma série de NFTs iguais a outras cuja performance foi excepcional no passado. No entanto, ao referimo-nos ao ato de sobrevalorizar algo por evocar um valor sentimento, o que é descrito pelo efeito halo.

d. Incorreta.

Aqui temos o entrelaçamento de dois conceitos: vieses cognitivos e propensão à risco. O primeiro trata-se de uma área da Economia Comportamental, que busca retratar quais serão nossos pensamentos (e, possivelmente, ações tomadas a partir deles) em certas situações. O segundo busca avaliar nossa capacidade máxima de exposição à perdas (risco) conforme nos adaptamos a realidade de cada agente. O primeiro definirá que, em uma situação de perda (e sendo o agente factualmente influenciado pelo viés de aversão à perda), o agente muito provavelmente terá uma utilidade negativa - e não define qual ação tomará a partir daí. O segundo, então, que definirá como o tomador de decisão irá comportar-se: caso seja avulso ao risco, retirará seu dinheiro de imediato; caso seja adepto ao risco, aportará mais capital buscando reduzir suas perdas. Como o segundo dado não nos é fornecido, essa torna-se uma questão incorreta.

e. Incorreta.

Apesar da definição do viés estar correta, há uma falha no entendimento do processo de valoração de ativos em mercados. Assim como em um sistema de leilões, leva o NFT aquele cujo maior for o lance - porém, para que esse preço seja executado e, consequentemente, dado como preço final do bem, é necessário que ocorra a venda. Não há como formular um preço para determinado quadro sem que haja um book de compras e vendas, determinando o "preço justo" (dado pelo encontro em um preço consensualmente bom para compradores e vendedores). Sendo assim, segurar a compra de determinado NFT não ocasiona valorização alguma - pelo contrário, diminui a probabilidade de que isso ocorra.

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Gabarito

Efeito Manada, uma vez que o valor dessa classe de criptoativos está ligada
diretamente à sua popularidade. Assim, o comprador de um NFT paga o valor que
paga não pela utilidade prática do produto, mas pela sensação de fazer parte da
comunidade dessa classe de ativos. Analogamente, o especulador financeiro entra
nesse mercado esperando que ele cresça cada vez mais, ganhando com
arbitragem.

Item b)

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Questão 40

Assunto abordado

História Econômica - Temas da História Geral

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Solução

Vamos analisar, item a item, qual é o melhor fit entre os itens mencionados:

I. A Crise Asiática de 1997. Resposta evidenciada pelo seguinte trecho do enunciado: "[...] fluxos de capital especulativo providos de países desenvolvidos para países tigres [...]", em uma clara menção ao termo "tigres asiáticos", modo de apelidar os diversos países que despontaram no final do século XX como novas potências econômicas (como Coreia do Sul, Hong Kong e Singapura).

II. A Crise de Crédito de 1772. Essa é, de longe, uma das crises financeiras menos conhecidas da história. Em verdade, muito dificilmente haverá maneiras de você pressupor, através das informações dadas, que essa seria a crise da qual se referiam. Portanto, é interessante que, em situações futuras de configurações semelhantes, você busque manter essa opção "em aberto", deduzindo pelo restante dos dados disponíveis. Um possível modo de conseguir pressupor que essa fosse a resposta seria através da linha intuitiva que busca rememorar que, até o fim do século XVIII, a Inglaterra era o centro financeiro definitivo no mundo.

III. A Grande Depressão. Dedutível pelo simples fato de ser mencionada como a "o pior desastre financeiro e econômico do seu século". Dados que podem ajudar na dedução são: "[...] foi provocada pela queda de Wall Street" e "durou quase 10 anos". Outros nomes dados a esse mesmo evento são "A Crise de 1929" e "Crise Americana pré-Segunda Guerra".

IV. A Crise Petrolífera de 1973. Crise muito estudada para o entendimento da estagflação, sendo um dos primeiros casos ocorridos em países de grande relevância na economia mundial e analisado em larga escala. Ocorreu em retaliação dos países árabes aos Estados Unidos, em forma de boicote no abastecimento de petróleo e outros derivados. Uma crise muito conhecida, poderia ser reconhecida pelos seus principais caracterizadores através da descrição.

V. A Crise Financeira de 2008. Uma das maiores e mais recentes crises do atual século, também chamada de "Crise do Subprime" ou "A Grande Recessão". Famosa pela sua base na bolha de hipotecas nos EUA, através de um instrumento criado anos antes (de nome subprime loan, o qual caracteriza a crise), que buscava repassar dívidas de financiamentos de alto risco em um agrupamento de diversos perfis de devedores, de forma a tornar o agrupamento final um ativo lastreado em dívida com rating próximo ao AAA.

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Gabarito

A Crise Asiática de 1997 – A Crise de Crédito de 1772 – A Grande Depressão – A
Crise Petrolífera de 1973 – A Crise Financeira de 2008

Item e)

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