Solução Simulado 3 OBF- 3ª Fase - Nível 2

Escrito por Paulo Henrique e Ualype Uchôa

Questão 1 (exclusiva para alunos da 1ª série)

Assunto abordado

Somas infinitas e Cinemática

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Solução

i) Com as informações dadas, podemos esboçar a trajetória do microorganismo:

Ambas as coordenadas serão dadas por sucessivas somas e subtrações de vários termos. Perceba que, no eixo x, a coordenada do móvel ora é reduzida de 1/4 da distância percorrida nessa direção anteriormente, ora cresce do mesmo fator, indicando uma progressão geométrica. Portanto, vale escrever

x_p=1,0-0,25+0,0625-0,015625+...

x_p=1-\dfrac{1}{4}+\dfrac{1}{16}-\dfrac{1}{64}+...

Isso configura uma progressão geométrica (P.G.) infinita de razão q=-1/4 cujo termo inicial vale 1. Usando a soma dos termos da P.G. infinita:

x_p=\dfrac{1}{1-\left(-\dfrac{1}{4}\right)}=\dfrac{4}{5} \rightarrow

\rightarrow \boxed{x_p=0,8\,cm}.

O raciocínio é análogo para y_p.

y_p=0,5-0,125+0,03125-0,0078125+...

y_p=\dfrac{1}{2}-\dfrac{1}{8}+\dfrac{1}{32}-\dfrac{1}{128}+...

y_p=\dfrac{\dfrac{1}{2}}{1-\left(-\dfrac{1}{4}\right)}=\dfrac{2}{5} \rightarrow

\rightarrow \boxed{y_p=0,4\,cm}.

'ii) Para achar o tempo de movimento, basta dividir a distância total percorrida d pela velocidade v do micróbio. Note que as distâncias percorridas compõem uma P.G. infinita de razão 1/2:

d=1+\dfrac{1}{2}+\dfrac{1}{4}+\dfrac{1}{8}+\dfrac{1}{16}+...

d=\dfrac{1}{1-\dfrac{1}{2}}=2,0\,cm.

Por fim:

t=\dfrac{d}{v}=\dfrac{2,0}{0,15}=13,33\,s \rightarrow

\rightarrow \boxed{t \approx 13\, s}.

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Gabarito

\boxed{(x_p, y_p)=(8,4)\cdot 10^{-1}\,cm=(8, 4) \cdot 10^{-3} \, m}

 \boxed{t \approx 13\, s}

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Questão 2 (exclusiva para alunos da 1ª série)

Assunto abordado

Cinemática: Lançamento Oblíquo e Movimento Circular

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Solução

i) Ao ser lançada, a velocidade da bolinha pode ser dividida em duas componentes ortogonais entre si: uma paralela a barra e outra tangente ao movimento circular que a partícula executava antes de ser jogada. A primeira é simplesmente v, enquanto a segunda é \Omega r, sendo r o raio de curvatura do movimento do circular, i.e. a distância da massinha ao eixo em torno do qual a barra girava, que vale L \sin{\theta}. Veja abaixo o esquema (3D) do vetor velocidade da massa ao sair da haste para melhor compreensão. O segmento traçejado encontra-se sobre o eixo vertical.

Para analisar a cinemática da bolinha enquanto no ar, vamos dividir o movimento em duas componentes independentes, pelo princípio de Galileu. O primeiro é o movimento exclusivamente devido à velocidade inicial v, que configura um lançamento oblíquo esquematizado abaixo:

A equação horária para a altura y(t) convencionando o positivo para cima num movimento desse tipo é

y(t)=y_0+v_{0_y} t-\dfrac{1}{2}gt^2.

A partir disso, podemos encontrar o tempo de vôo T da massinha, até que retorne ao nível do solo. Queremos y(T)=0, logo:

0=L\cos{\theta}+v\cos{\theta} T-\dfrac{1}{2}gT^2 \rightarrow

\rightarrow T^2-\dfrac{2v\cos{\theta}}{g}T-\dfrac{2L\cos{\theta}}{g}=0.

Por Bháskara:

T=\dfrac{\dfrac{2v\cos{\theta}}{g} \pm \sqrt{\left(\dfrac{2v\cos{\theta}}{g}\right)^2+4\cdot\dfrac{2L\cos{\theta}}{g}}}{2}.

Escolhemos a raiz positiva pois a negativa nos forneceria um tempo negativo, o que é absurdo. Portanto:

\boxed{T=\dfrac{v\cos{\theta}}{g}\left(1+\sqrt{1+\dfrac{2gL}{v^2\cos{\theta}}}\right)}.

ii) Agora, imagine uma visão de cima da situação, como a esboçada abaixo. A bolinha percorre uma distância \Omega L \sin{\theta}\cdot T em uma direção e v_x T=v\sin{\theta}\cdot T na outra (lembre-se que a velocidade horizontal é inalterada em um lançamento sob a ação de gravidade no eixo vertical), chegando por fim no ponto C ao atingir o solo.

Por fim, levando em conta a projeção do tamanho da haste L \sin{\theta}, utilizamos o teorema de Pitágoras para encontrar o tamanho do segmento BC, que é a distância desejada. Chamando-a de D, temos

D^2=\left(L\sin{\theta}+v\sin{\theta} \cdot T\right)^2+\left(\Omega L \sin{\theta} \cdot T\right)^2.

\boxed{D=\sqrt{\left(L+vT\right)^2+\left(\Omega L T\right)^2}\sin{\theta}},

com T determinado previamente.

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Gabarito

\boxed{D=\sqrt{\left(L+vT\right)^2+\left(\Omega L T\right)^2}\sin{\theta}},

onde

\boxed{T=\dfrac{v\cos{\theta}}{g}\left(1+\sqrt{1+\dfrac{2gL}{v^2\cos{\theta}}}\right)}

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Questão 3 (exclusiva para alunos da 1ª série)

Assunto abordado

Cinemática e Trigonometria

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Solução

Haja vista que o objetivo é obter a maior pontuação, a colisão entre o objeto e o projétil deve ocorrer em t=0,50\,s. A imagem abaixo esquematiza a configuração do sistema nesse momento, sendo C o ponto do choque.

No triângulo \Delta COB, podemos utilizar a Lei dos Senos para encontrar \alpha:

\dfrac{R}{\sin{\alpha}}=\dfrac{v_0 t}{\sin{\left(\pi-\omega t\right)}} \rightarrow \sin{\theta}=\sin{\left(\pi-\theta\right)}

\rightarrow \boxed{\alpha=\arcsin{\left(\dfrac{R\sin{\omega t}}{v_0 t}\right)}}.

Com \alpha em mãos, podemos encontrar x de uma forma prática tomando as projeções horizontais de OC e BC:

x=R\cos{\left(\pi-\omega t\right)}+v_0 t \cos{\alpha}.

Substituindo \cos{\alpha}=\sqrt{1-\sin^2{\alpha}} e sabendo que \cos{\left(\pi-\theta\right)}=-\cos{\theta}:

\boxed{x=\sqrt{v_0^2t^2-R^2\sin^2{\omega t}}-R\cos{\omega t}}.

O alvo gira de um ângulo \omega t=2,50\,rad que equivale a 150^{\circ}=5\pi/6\, rad utilizando \pi=3. da capa da prova. Logo, \sin{\omega t}=\sin{30^{\circ}}=0,50 e \cos{\omega t}=-cos{30^{\circ}}=-0,85. Inserindo as quantidades numéricas, obtemos

\boxed{\alpha=\arcsin{\left(\dfrac{2}{15}\right)}},

\boxed{x=9,13*10^{-1}\,m}.

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Gabarito

\boxed{\alpha=\arcsin{\left(\dfrac{R\sin{\omega t}}{v_0 t}\right)}=\arcsin{\left(\dfrac{2}{15}\right)}},

\boxed{x=\sqrt{v_0^2t^2-R^2\sin^2{\omega t}}-R\cos{\omega t}=9,13*10^{-1}\,m}.

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Questão 4 (exclusiva para alunos da 1ª série)

Assunto abordado

Termologia: Calorimetria

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Solução

Da Lei de Stefan-Boltzmann, obtemos a potência emitida pelo filamento cilíndrico. Tendo em vista que \pi d^2/4 \ll \pi dl, podemos desprezar a área das tampas do filamento no cálculo da potência. A área lateral é A=\pi d l, logo

P=\sigma \pi d l T^4_W.

Essa potência, em sua totalidade, serve para aquecer as mãos da pessoa. Sendo \Delta t o tempo requerido, temos

P \Delta t=mc\left(T_2-T_1\right),

\boxed{\Delta t=\dfrac{mc\left(T_2-T_1\right)}{\sigma \pi d l T^4_W}}.

Substituindo os valores:

\boxed{\Delta t=411,5\,s \approx 4*10^2\,s}.

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Gabarito

\boxed{\Delta t=\dfrac{mc\left(T_2-T_1\right)}{\sigma \pi d l T^4_W} \approx 4*10^2\,s}.

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Questão 5

Assunto abordado

Mecânica: plano inclinado com atrito

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Solução 1

Primeiramente, se \alpha data-recalc-dims=\arctan{\mu}" />, F_{min}=0, pois o bloco desce naturalmente. Consideremos o caso em que: 0<\alpha<\arctan{\mu}.

Na situação limite, isto é, a situação na qual é aplicada a força mínima no bloco, o mesmo está na iminência de escorregar. Isso gera uma relação entre os módulos das forças normal e de atrito:

f_{at}={\mu}N

Considere a soma vetorial de \vec{f}_{at} com \vec{N}, essa força é a força de contato F_C. Além dessa força, atuam no bloco o peso e a força F. Na situação de força mínima, o bloco está em equilíbrio. Portanto, as três forças formam um triângulo. Observe que o ângulo entre F_C e a normal à superfície do plano inclinado é fixado, pois sua tangente permanece igual a {\mu}. Sendo assim, o ângulo que \vec{F}_C faz com a horizontal é fixo em {\pi}/2+\alpha-\beta, onde \beta=\arctan{\mu}. O vetor peso é constante, e portanto, devemos ajustar o tamanho do vetor F_C para que F (que deve fechar o triângulo das forças) seja mínimo. O diagrama fica da seguinte forma, onde os vetores entre o peso e F_C são possíveis F.

Como o ângulo que F_C faz com a horizontal é fixo, o vetor deve estar sobre a reta suporte dos pontos A_1 e A_3. Observe que um extremo do vetor \vec{F} é fixo (ponto A_0), e outro está sobre a reta suporte citada acima. Para minimizar F devemos minimizar o comprimento do segmento que une os extremos dos vetores. Em outras palavras, queremos a menor distância entre um ponto (A_0) e uma reta (reta suporte dos pontos A_1 e A_3). Evidentemente, a solução do problema se dá quando o outro extremo de F é o ponto A_2, visto que \angle{A_1A_2A_0}=\pi/2. Dessa forma, fica claro que:

F_{min}=mg\sin\left(\beta-\alpha\right)\to{\boxed{F_{min}=mg\sin\left(\arctan{\beta}-\alpha\right)}}

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Solução 2

Na situação limite, isto é, a situação na qual é aplicada a força mínima no bloco, o mesmo está na iminência de escorregar. Isso gera uma relação entre os módulos das forças normal e de atrito:

f_{at}={\mu}N

Seja \theta o ângulo que \vec{F} faz com o plano inclinado:

Pelo equilíbrio do bloco:

F\cos{\theta}+mg\sin{\theta}=f_{at}

e

F\sin{\theta}+N=mg\cos{\alpha}\to{N=mg\cos{\alpha}-F\sin{\theta}}

Logo:

\dfrac{f_{at}}{N}=\dfrac{F\cos{\theta}+mg\sin{\theta}}{mg\cos{\alpha}-F\sin{\theta}}={\mu}\to{mg\left({\mu}\cos{\alpha}-\sin{\alpha}\right)=F\left(\cos{\theta}+{\mu}\sin{\theta}\right)}

Pela desigualdade de Cauchy Schwarz, temos que:

F\left(\cos{\theta}+{\mu}\sin{\theta}\right)\le{F\sqrt{\left(\cos^2{\theta}+\sin^2{\theta}\right)\left(1^2+{\mu}^2\right)}}

Logo:

F\ge{mg\dfrac{mg\left({\mu}\cos{\alpha}-\sin{\alpha}\right)}{\sqrt{1+{\mu}^2}}}

O que gera:

\boxed{F_{min}=\dfrac{mg\left({\mu}\cos{\alpha}-\sin{\alpha}\right)}{\sqrt{1+{\mu}^2}}}

Vefique que a expressão acima é idêntica à obtida na solução 1.

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Solução 3

Na situação limite, isto é, a situação na qual é aplicada a força mínima no bloco, o mesmo está na iminência de escorregar. Isso gera uma relação entre os módulos das forças normal e de atrito:

f_{at}={\mu}N

Seja \theta o ângulo que \vec{F} faz com o plano inclinado:

Pelo equilíbrio do bloco:

F\cos{\theta}+mg\sin{\theta}=f_{at}

e

F\sin{\theta}+N=mg\cos{\alpha}\to{N=mg\cos{\alpha}-F\sin{\theta}}

Logo:

\dfrac{f_{at}}{N}=\dfrac{F\cos{\theta}+mg\sin{\theta}}{mg\cos{\alpha}-F\sin{\theta}}={\mu}\to{mg\left({\mu}\cos{\alpha}-\sin{\alpha}\right)=F\left(\cos{\theta}+{\mu}\sin{\theta}\right)}

Para minimizar F devemos maximizar f(\theta)=\cos{\theta}+{\mu}\sin{\theta}. A forma da função ao lado é bastante conhecida e pode ser escrita de uma forma mais esclarecedora:

f(\theta)=\cos{\theta}+{\mu}\sin{\theta}=A\cos{(\theta-\delta)}

Para um dado conjunto de valores A e \delta. Para fazer a correspondência, expandimos o cosseno da subtração:

f(\theta)=A\cos{(\theta-\delta)}=A\cos{\delta}\cos{\theta}+A\sin{\theta}\sin{\delta}=\cos{\theta}+{\mu}\sin{\theta}

Logo, escolhamos A e \delta tal que A\cos{\delta}=1 e A\sin{\delta}=\mu. Com esses valores para A e \delta, obtemos, de fato, f(\theta)=A\cos{(\theta-\delta)}. Portanto, o valor máximo de f(\theta) é f(\theta)_{max}=A.1=A. Por outro lado:

A^2\cos^2{\delta}+A^2\sin^2{\delta}=A^2=1+\mu^2\to{A=\sqrt{1+\mu^2}}

Finalmente:

\boxed{F_{min}=\dfrac{mg\left({\mu}\cos{\alpha}-\sin{\alpha}\right)}{\sqrt{1+{\mu}^2}}}

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Gabarito

\boxed{F_{min}=\dfrac{mg\left({\mu}\cos{\alpha}-\sin{\alpha}\right)}{\sqrt{1+{\mu}^2}}}

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Questão 6

Assunto abordado

Óptica geométrica: lentes

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Solução

O feixe de luz chegando da estrela pode ser considerado paraxial, devido a sua distância ao observador da Terra. Como a estrela não está ao longo do eixo óptico da lente, na ausência do espelho, todos os raios convergiriam para o ponto \Sigma_1. Isso é mostrado na figura abaixo (à esquerda). Efetivamente, todos os raios dentro da região não sombreada contribuem para \Sigma_2, enquanto os raios dentro da região sombreada contribuem para \Sigma_1.

Se nós visualizarmos o feixe circular incidente, obteríamos a figura à direita acima. Como o brilho aparente da imagem é proporcional à área sobre a qual a luz incide, a razão entre os brilhos das duas imagens dependerá da razão entre as áreas do dois setores da figura. Como os triângulos MOC e MN\Sigma_1 são semelhantes,

OC=\dfrac{r}{2}\to{\angle{CBO}=\dfrac{\pi}{6}}

\angle{BOC}=\dfrac{\pi}{3}

\angle{AOB}=\dfrac{2\pi}{3}

Logo,

\dfrac{S_2}{S_1}=\dfrac{\dfrac{{\pi}}{3}r^2-\dfrac{1}{2}\dfrac{r}{2}\sqrt{3}r}{\dfrac{2{\pi}}{3}r^2+\dfrac{1}{2}\dfrac{r}{2}\sqrt{3}r}\approx{0,237}

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Gabarito

0,237

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Questão 7

Assunto abordado

Mecânica: MHS e gravitação

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Solução

a) Na situação descrita no enunciado o raio de visão do observador tangencia a superfície da Terra. Portanto, os pontos A e B são as interseções das retas tangentes à Terra, a partir do observador, com a Terra. Vejamos o triangulo OCB (ou OCA de forma analoga), sendo C é o centro da Terra:

Com isso, pelo teorema de Pitágoras: OB^2+R^2=(R+h)^2\to{AB=\sqrt{2Rh}}, onde foi desprezado o termo h^2 em comparação com 2Rh. Temos R\sin{\theta}=D/2, logo:

D=\dfrac{2R\sqrt{2Rh}}{R+h} \approx 2\sqrt{2Rh}

D=8,31*10^4\,m.

b) Agora, considere que o objeto esteja a uma distância horizontal x do centro da Terra, a uma distância r do centro.

A força horizontal F_x=ma_x\to{-F\cos{\alpha}=-F\dfrac{x}{r}=ma_x}. Por outro lado, a força na massa m é dada por F=\dfrac{GM(r)m}{r^2} (lembre-se que o corpo só sente força devido à massa contida em um raio r, pelo teorema das cascas). Pela homogeneidade, M(r)/\left(4\pi r^3/3\right)=M/\left(4 \pi R^3/3\right) \rightarrow F=\dfrac{GMm}{R^3}r. Logo, a=-\dfrac{GM}{R^3}x; o que caracteriza um MHS. O tempo requerido é metade do período do MHS:

\Delta{t}=\dfrac{T}{2}={\pi}\sqrt{\dfrac{R^3}{GM}}=\pi\sqrt{R/g}=40\,min=2,40*10^3\,s

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Gabarito

a) D=\approx 2\sqrt{2Rh}=8,31*10^4\,m.

b) \Delta{t}=\pi\sqrt{R/g}=40\,min=2,40*10^3\,s

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Questão 8

Assunto abordado

Mecânica: conservação de energia e momento

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Solução

Enquanto o bloco menor estiver na parte direita da cavidade, a força de contato entre os blocos acelerará o bloco maior. Dividamos o movimento do bloco menor em 4 estágios: 1-seu movimento até o ponto mais baixo da cavidade; 2-seu movimento do ponto mais baixo até o ponto superior; 3-seu retorno do ponto superior ao ponto mais baixo; 4-seu retorno do ponto mais baixo até o ponto inicial do movimento. Observe que nos estágios 2 e 3 o bloco maior está acelerando para a direita. No fim do estágio 3, a componente horizontal da normal inverte seu sentido e começa a frear o bloco maior. Segue desses argumentos que a velocidade máxima é alcançada ao fim do processo 3. Observe que, durante todos os estágios, a energia mecânica total do sistema é conservada. Porém, o momento linear horizontal do sistema só é conservado durante os estágios 2, 3 e 4. No primeiro estágio, o bloco maior sente uma força impulsiva normal da parede e o momento não pode ser conservado nesse estágio. Dito isso, podemos enunciar as conservações das quantidades físicas durante os estágios para o obter a velocidade V do bloco maior ao final do processo 3. Seja v a velocidade do bloco maior nesse momento (final do estágio 3).

Conservação de energia entre o inicio do movimento até o final do estágio 1:

\dfrac{P^2}{2m}=mgr\to{P=m\sqrt{2gr}}

Onde P é o momento linear horizontal do sistema durante os estágios 2 e 3.

Conservação de energia ao final do estágio 3:

mgr=mv^2/2+MV^2/2

Conservação do momento ao final do estágio 3:

P=MV-mv

Daí,

v=MV/m-\sqrt{2gr}

Logo:

\left(MV/m-\sqrt{2gr}\right)^2=2gr-MV^2/m

A equação acima é linear em V. Resolvendo-a, obtemos:

\boxed{V=\dfrac{\sqrt{8gr}}{1+M/m}}

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Gabarito

\boxed{V=\dfrac{\sqrt{8gr}}{1+M/m}}

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Questão 9

Assunto abordado

Ondas: intensidade sonora

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Solução

Devemos encontrar os pontos da balada tais que a intensidade sonora devido a música do celular é maior que a intensidade devido ao alto falante da balada. Adotemos coordenadas cartesianas com origem no alto falante da balada com orientação tal que Risápka se encontra no ponto (l,0), onde l=10m. A intensidade sonora, devido a cada fonte i, é dada por \dfrac{P_i}{4{\pi}r_i^2}. A condição do enunciado é imposta da seguinte forma (P' é a potência do celular):

\dfrac{P'}{\left((x-l)^2+y^2\right)} data-recalc-dims=\dfrac{P}{\left(x^2+y^2\right)}" />

P'x^2+P'y^2 data-recalc-dims=P(x-l)^2+Py^2" />

\left(x-\dfrac{2lP}{P-P'}\right)^2+y^2<\dfrac{PP'l^2}{\left(P-P'\right)^2}

O lugar geométrico representado na equação acima é a coleção de pontos no interior do circulo de raio (ao quadrado) r^2=\dfrac{PP'l^2}{\left(P-P'\right)^2}, centrado no ponto (\dfrac{2lP}{P-P'},0). O número de pessoas é dado por:

n={\pi}r^2.2=13

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Gabarito

n={\pi}r^2.2=13

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Questão 10

Assunto abordado

Termologia: Condução Térmica e Calorimetria

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Solução

A energia por unidade de tempo transferida pela água para o ambiente através de condução térmica serve para esfriá-la ao cruzar o cano. O fluxo térmico é mediado pela camada de lã, e vale kA\left(T_{in}-T_a\right)/h pela Lei de Fourier, sendo A a área do cilindro de raio R+h/2\rightarrow A=2\pi\left(R+h/2\right)L. Já que a temperatura varia pouco ao longo do tubo, pode-se aproximar a troca de calor do ambiente como ocorrendo à uma temperatura interna constante T_0.* Logo:

-\mu c_a\left(T_f-T_0\right)=\dfrac{k*2\pi \left(R+h/2\right) L}{h}\left(T_0-T_a\right),

\boxed{T_f=T_0-\dfrac{2\pi \left(R+h/2\right) k L}{\mu c_a h}\left(T_0-T_a\right) \approx 102^{\circ}C}

OBS. 1: O aluno poderia ter escolhido tomar o cilindro de raio R, ou mesmo R+h nesse passo. Ambos forneceriam respostas próximas, e seriam válidas como método de estimativa. No entanto, considerar um raio intermediário R+h/2 é o mais válido a se fazer.

OBS. 2: Também poderia ter sido considerado uma média T_{in}=(T_f+T_0)/2, o que daria aproximadamente o mesmo resultado. É possível resolver o problema de forma exata (sem desprezar a variaçao de temperatura ao longo do cano), mas requer o uso de integrais.

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Gabarito

\boxed{T_f=T_0-\dfrac{2\pi \left(R+h/2\right) k L}{\mu c_a h }\left(T_0-T_a\right) \approx 102^{\circ}C=375\,K}

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Questão 11

Assunto abordado

Fluidos: superfície de água em um corpo acelerado

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Solução

A função horária é característica de um M.U.V de aceleração a=2.3,25=6,5m/s^2. Com isso a superfície da água inclinará por um ângulo \theta dado por: \tan{\theta}=\dfrac{a}{g}. No referencial do recipiente, a água experimenta uma gravidade aparente \vec{g}_{apa}=\vec{g}-\vec{a}. O ponto do recipiente que experimenta maior pressão é o ponto A. Portanto, devemos impor que a pressão naquele ponto é menor que a pressão máxima suportada. A pressão no ponto A é dada por: P_A={\rho}g_{apa}AB, onde g_{apa}=\sqrt{a^2+g^2} é o módulo do vetor gravidade aparente.

AB=h\cos{\theta}=h\dfrac{g}{\sqrt{a^2+g^2}}

Conservação de volume:

l^3/2=(h+h')l^2/2\to{h+h'=l}

Por outro lado:

h-h'=l\tan{\theta}=la/g

Logo, h=(l/2)(1+a/g)=1,8975m. AB=1,59m. O que implica: P_A=18975Pa<19000. Sendo assim, concluímos que o recipiente suportará a pressão.

Observe que a pressão no ponto A é dada por {\rho}gh. Resultado direto da expressão da diferença entre as pressões de dois pontos genéricos do recipiente:

\Delta{P}=-{\rho}g\Delta{y}-{\rho}a\Delta{x}

Como os pontos A e C estão na mesma vertical, \Delta{x}=0 e, como P_C=0 (não há atmosfera): P_A={\rho}gh.

Para conferir mais questões e uma análise teórica sobre fenômenos semelhantes, confira a Ideia 02 (Equipotenciais de Energia em superfícies isobáricas) e a aula 1.14 (Hidrostática) do curso NOIC.

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Gabarito

Sim, o recipiente suportará a pressão.

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Questão 12

Assunto abordado

Força centrípeta e reflexão total

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Solução

Tome uma pequena porção de massa que está na superfície livre. No referencial do balde, atuam, nessa porção de água, as forças: centrífuga F_{cf}, normal E e peso P. Pelo equilíbrio, as três forças formam um triângulo retângulo (ver figura abaixo).

Podemos escrever que:

\tan{\theta}=\dfrac{F_{cf}}{P}=\dfrac{\Delta{m}b{\Omega}^2}{\Delta{m}g}=\dfrac{{\Omega}^2b}{g}

Na condição de reflexão total: n\sin{\theta}\ge{1}\to{cotan^2{\theta}+1\le{n^2}}. Segue que: b\ge{\dfrac{g}{{\Omega}^2\sqrt{n^2-1}}}.

Para conferir mais questões e uma análise teórica sobre fenômenos semelhantes, confira a Ideia 02 (Equipotenciais de Energia em superfícies isobáricas) e a aula 1.14 (Hidrostática) do curso NOIC.

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Gabarito

b\ge{\dfrac{g}{{\Omega}^2\sqrt{n^2-1}}}

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