Escrito por Wanderson Faustino Patricio
Questão 1 (exclusiva para alunos da 1ª série)
Cinemática
Suponhamos que a Terra esteja se girando com velocidade tangencial . Portanto:
O avião está se movendo com velocidade em relação à Terra. Portanto, a velocidade com que as pessoas no avião veêm a sombra do eclipse é:
Dependendo do sentido com que ele se move em relação à Terra.
Como queremos a duração máxima:
Questão 2 (exclusiva para alunos da 1ª série)
Relações volumétricas
Seja o raio de uma azeitona. A densidade total de uma azeitona ideal é . Se denotarmos a densidade da semente por e do resto da azeitona por , nós obtemos a seguinte equação:
Quando o resto da azeitona está em repouso na superfície, chamemos de e os volumes acima e abaixo da superfície, respectivamente. Logo:
Daí,
O volume total abaixo da superfície diminuído pelo volume e pelo volume da semente deve ser igual ao decréscimo de volume na lata . Portanto:
Com isso, chegamos em:
Finalmente, substituindo na equação inicial:
Substituindo valores numéricos:
.
Substituindo valores numéricos:
.
Questão 3 (exclusiva para alunos da 1ª série)
Mecânica/ Colisões Unidimensionais
Para analisarmos esse sistema, não podemos analisar todas as colisões, afinal elas tendem ao infinito.
Analisaremos o antes e o depois entre a massa de número e a massa de número .
Antes da colisão a massa possui velocidade e a massa está parada. Após a colisão a massa possui velocidade e a massa possui velocidade .
Antes da colisão
Após a colisão
Conservando o momento linear antes e depois da colisão:
Como as massas estão em progressão geométrica:
Portanto:
Utilizando o coeficiente de restituição:
Temos, portanto, o seguinte sistema:
Encontramos as seguintes soluções:
e
Nesta parte, o aluno pode se confundir. A relação de continuidade é entre e .
Podemos perceber que é uma relação em progressão geométrica.
Como a velocidade inicial da massa é :
Para :
Essa parte é outra em que o aluno pode se confundir.
A energia final do sistema está relacionada à , pois é a velocidade que a massa adquire após a colisão. Portanto:
Todavia, sabemos pelas condições iniciais que:
Logo:
Calculando a razão pedida pelo enunciado temos:
Questão 4 (exclusiva para alunos da 1ª série)
Cálculo de centro de massa
A primeira solução requere o uso de somas infinitas; em nosso caso, a soma da P.G. infinita.
I) Calculando como a massa varia:
Pela simetria, podemos perceber que o lado do triângulo posto na posição () e o triângulo posto na posição () é de .
A densidade superficial de massa é constante:
II) Calculando o baricentro de cada triângulo:
Sabemos que o baricentro divide a altura na razão de para , portanto, a partir do vértice, a posição do baricentro é:
Perceba que para cada posição existem triângulos fixados.
Seja a massa do primeiro triângulo posto (o identificamos com índice ""). Portanto:
Como o primeiro triângulo posto possui lado , os lados dos triângulos são:
Portanto, a altura dos baricentros é:
Finalmente, calculando a altura do centro de massa (lembre-se que o triângulo original não possui massa) utilizando a sua definição:
Acima, utilizamos o resultado da soma dos termos de uma P.G. infinita: , sendo o primeiro termo e a razão, definida para . Portanto:
.
Utilizamos fornecido pela prova.
Uma solução alternativa utiliza-se de argumentos de proporcionalidade e uma visão "criativa" da situação.
Dividimos a figura no primeiro triângulo colocado (ao meio) e nos demais triângulos menores ao lado deste. Como vimos na Solução 1, a massa diminui por um fator de quando os lados do triângulo diminuem por um fator de . Perceba que as figuras formadas ao lado do primeiro triângulo colocado são exatamente iguais à figura fractal original, porém com dimensões (lineares) reduzidas pela metade. Dessa forma, a massa do fractal reduzido ao lado do primeiro triângulo colocado é da massa do fractal total (denote ela por ). Chame de a altura do centro de massa do fractal. Seguindo esse raciocínio, a altura do centro de massa do fractal reduzido com dimensões lineares iguais à metade do fractal total estará a uma altura da base do triângulo original. Tendo em vista que o centro de massa do primeiro triângulo colocado está a uma altura de da base do triângulo original e sua massa é , calculamos usando sua definição (atente para o fato de que há dois fractais reduzidos por um fator de em relação ao fractal total):
,
E, desta forma:
.
Questão 5
Cinemática/ Lançamento oblíquo
Inicialmente, podemos perceber que existem três possibilidades para a trajetória da rã:
A rã não toca em nenhuma das quinas do telhado.
Podemos perceber que esse não é o caso para a velocidade mínima, pois podemos diminuir a velocidade, e tocar nas quinas do telhado.
A rã toca em apenas uma das quinas do telhado.
Nessa configuração, se mantermos a velocidade e o ângulo constante, a rã pode andar um pouco para trás (infinitesimalmente), ela não tocará nenhuma das quinas, voltando à primeira situação. Portanto, não é a situação de velocidade mínima.
A rã toca nas duas quinas do telhado.
Essa será a situação de velocidade mínima.
A linha tracejada na figura indica a trajetória da rã.
Perceba que pela simetria, independente da rã pular do lado de altura ou do lado de altura , a velocidade deve ser a mesma.
Como é simétrica a trajetória, e a trajetória tangencia as quinas, a trajetória da rã deve ser a parábola de segurança que bate nas quinas do telhado.
Vamos utilizar o resultado da parábola de segurança já pronto nessa solução. Porém, se você quiser entender mais sobre parábola de segurança, o NOIC lançou um post explicando mais sobre essa idéia (Física - Ideia 16).
A equação da parábola de segurança é:
Calculemos primeiramente a velocidade na altura .
Conservando a energia mecânica:
Essa velocidade deve ser maior que zero para a existência do problema. Logo:
Olhando a parábola de segurança com extremo na altura como .
Olhando para a figura:
Reorganizando a equação:
Perceba que para a existência da casa:
Portanto:
Portanto, essa solução não é válida. Logo, a solução é:
Questão 6
Ótica Física
Para a solução dessa questão iremos utilizar a ideia do fasores. Se você não está acostumado com essa ideia, o NOIC lançou um post explicando essa ideia (Física - Ideia 37).
Para um ângulo em relação à horizontal, a diferença de fase entre as ondas em duas fendas consecutivos é:
Colocando os três fasores no plano complexo:
Temos, portanto a seguinte solução:
e
Logo:
Como a intensidade é proporcional ao campo ao quadrado:
Para o máximo central, a diferença de fase tende a zero, logo:
e
Portanto, a intensidade do máximo central é:
Perceba que o próximo máximo ocorre para .
Portanto:
b) Olhando novamente para o plano complexo, vemos que a única maneira da intensidade ser zero é se o vetor resultante no plano complexo for zero, ou seja, os três vetores formam um triângulo equilátero.
Portanto: ou .
a)
b)
ou
Questão 7
Hidrodinâmica
Inicialmente precisamos fazer algumas considerações.
Precisamos considerar que o escoamento é não turbulento, e que a velocidade da água na parte superior do tronco é quase zero.
Seja a velocidade da água na parte inferior do tronco, , e na altura de , .
Vamos calcular o raio do tronco na altura de .
Como a abertura do tronco é constante podemos perceber que:
Pela equação da continuidade:
Aplicando a equação de Bernoulli nos pontos superior e inferior:
A pressão em cima e em baixo é a mesma, pois estão em contato com a atmosfera. Portanto:
Voltando para a relação entre as velocidades:
Aplicando a equação de Bernoulli para a parte inferior e para a altura de .
Questão 8
Ótica geométrica
Questão 9
Termodinâmica
a) Sabemos pelo gráfico que a relação entre a pressão e o volume é uma função de primeiro grau, porque o gráfico é uma reta. Observando-se que e , a equação que descreve a pressão em função do volume é dada por:
b) Aplicando a equação de Clayperon dos gases ideais:
Essa é uma equação 2º grau, do tipo:
Com , e .
O volume para temperatura máxima é:
Aplicando:
c) Sabemos que o módulo do trabalho por um gás é numéricamente igual à área abaixo da linha no gráfico .
Vemos que a área abaixo da linha no gráfico é a área de um trapézio, com as alturas sendo as pressões nos dois volumes, e a altura a diferença de volumes.
Portanto o trabalho será:
a)
b)
c)
Questão 10
Gravitação
a) Nesse problema, utilizaremos o princípio da superposição.
Sabemos que em um espaço tridimensional podemos escolher uma região nesse espaço que abrange as massas do nosso sistema (essa região é comumente chamada de "Gaussiana"). Por simetria, o módulo do campo gravitacional é constante em todos os pontos da "gaussiana" - que, em nosso caso, é uma esfera. Tomando uma esfera de raio , calculamos o campo gravitacional a esta distância do centro de massa da distribuição de massa, o qual é escrito etorialmente por
,
em que é o vetor unitário na direção radial, e o sinal negativo indica que o campo aponta para dentro. é a massa encarcerada pela superfície que estamos considerando, i.e. toda a massa contida dentro da esfera de raio . Isso se deve ao teorema das cascas, o qual nos diz que, para corpos esfericamente simétricos, a única contruibuição ao campo gravitacional em um certo ponto do espaço provém da massa contida numa esfera cuja superfície contém tal ponto. Prosseguimos calculando o campo gravitacional gerado pela distribuição do problema.
Olhando nosso planeta, vemos que devemos separar em dois casos:
Se :
Logo:
Se :
A massa encarcerada não é a massa total, temos que calcular a massa encarcerada:
Portanto:
b) Como a densidade do planeta é constante:
c) Para resolver o nosso sistema com massa faltando, consideraremos que ao invés de retirar a massa, colocaremos uma "massa negativa", teremos o nosso planeta completo, e um esfera com "massa negativa".
Reorganizando a equação final do item a) em termos da densidade:
Como dentro da cavidade, consideramos os dois "corpos" separados podemos usar essa equação nos dois, apenas lembrando que a densidade da cavidade é .
Olhando o nosso sistema, podemos ver que:
Onde é o vetor que liga o centro do planeta e da cavidade, que é constante:
d) Como o ponto A é colinear com os centros, podemos apenas somar os valores dos campos gravitacionais, sem considerar o vetor .
e) A energia é a soma da energia da cavidade com a energia do planeta:
Para o caso da primeira configuração, é basicamente considerar o planeta:
contabilizando a equação pedida:
a)
Se :
Se :
b)
c)
Demonstração
d)
e)
Questão 11
Oscilações mecânicas
Vamos olhar a força resultante em uma massa qualquer .
Como nosso somatório é em , podemos tirar os termos com e os constantes do somatório:
Podemos perceber que:
Perceba que como as massas são equiparáveis entre si, e a quantidade de massas tende ao infinito, podemos fazer o nosso somatório considerando a massa , porque a diferença tenderá a zero.
Sabemos que a posição do centro de massa do sistema é:
como não há forças externas no nosso sistema, a posição do centro de massa é a posição inicial da bomba. se considerarmos que a bomba estava inicialmente na origem do sistema:
Logo:
Aplicando a segunda lei de Newton:
Chamemos de :
Essa é a equação de um . Sabemos que pra esse movimento a frequência angular será:
Para que as massas saiam e se encontrem de novo no mesmo local da explosão, levará metade do período:
O tempo convertido é de um pouco mais de 15 dias.
Questão 12
Termodinâmica
a) Inicialmente, converteremos os dados apresentados para o sistema internacional de unidades.
A pressão é:
O volume é:
Convertendo a temperatura para Kelvin:
Se você pensou que esse valores não correspondem aos valores esperados segundo a equação de Clayperon, você está correto.
Segundo essa equação:
; Eq(01)
Esse valor não corresponde ao valor de já conhecido.
Essa questão poderia ser pauta de anulação. Porém, perceba que em nenhum momento o enunciador disse que a constante dos gases era a mesma já conhecida. Se o aluno resolveu a questão ele deve ter percebido que o valor numérico da constante não será necessário.
Colocando os principais pontos em evidência, vamos para a solução da questão.
Suponhamos que o lado esquerdo esteja sendo aquecido por uma resistência.
Como a caixa e a membrana do meio são isoladas, o lado direito não recebe calor, portanto, lá ocorre um processo adiabático. Isso não ocorre no lado esquerdo, porque está recebendo calor da resistência.
Para o lado direito:
Sabemos que para um processo adiabático temos que o produto é constante.
Como:
Logo:
Como e são constantes:
Com :
Sendo a temperatura no lado direito.
Calculando o volume no lado direito:
Utilizando a Eq(01):
Para o lado esquerdo:
Como o recipiente possui volume constante:
Aplicando a equação de Clayperon:
b) Para o lado que não recebe calor ():
Vamos calcular :
e
Portanto:
Utilizando a Eq(01):
a)
b)