Solução Simulado OBF - 3ª Fase - Nível 2

Escrito por Wanderson Faustino Patricio

Questão 1 (exclusiva para alunos da 1ª série)

Assunto abordado

Cinemática

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Solução

Suponhamos que a Terra esteja se girando com velocidade tangencial v_0. Portanto:

v_0=\dfrac{d}{t}

O avião está se movendo com velocidade v em relação à Terra. Portanto, a velocidade com que as pessoas no avião veêm a sombra do eclipse é:

v'=v_0\pm v

Dependendo do sentido com que ele se move em relação à Terra.

v'=\dfrac{d}{t'}

v_0\pm v=\dfrac{d}{t'}

t'=\dfrac{d}{\dfrac{d}{t}\pm v}

t'=\dfrac{d\cdot t}{d\pm vt}

Como queremos a duração máxima:

\boxed{t'=\dfrac{d\cdot t}{d- vt}}

\boxed{t'=777s}

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Gabarito

\boxed{t'=\dfrac{d\cdot t}{d- vt}=777s}

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Questão 2 (exclusiva para alunos da 1ª série)

Assunto abordado

Relações volumétricas

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Solução

Seja r_2 o raio de uma azeitona. A densidade total de uma azeitona ideal é \varrho_s. Se denotarmos a densidade da semente por \varrho_p e do resto da azeitona por \varrho_o, nós obtemos a seguinte equação:

\dfrac{4\pi}{3}\left(r_2^3-r_1^3\right)\varrho_o+\dfrac{4\pi}{3}r_1^3\varrho_p=\dfrac{4\pi}{3}r_1^3\varrho_s

Quando o resto da azeitona está em repouso na superfície, chamemos de V_1 e V_2 os volumes acima e abaixo da superfície, respectivamente. Logo:

V_1+V_2=\dfrac{4\pi}{3}\left(r_2^3-r_1^3\right)

V_2\varrho_s=\left(V_1+V_2\right)\varrho_o

Daí,

V_1=\dfrac{4\pi}{3}\left(r_2^3-r_1^3\right)\left(1-\dfrac{\varrho_o}{\varrho_s}\right)

O volume total abaixo da superfície diminuído pelo volume V_1 e pelo volume da semente deve ser igual ao decréscimo de volume na lata {\pi}R^2\Delta{h}. Portanto:

{\pi}R^2\Delta{h}=V_1+\dfrac{4\pi}{3}r_1^3

Com isso, chegamos em:

\varrho_o=\varrho_s\left(1-\dfrac{3R^2\Delta{h}-4r_1^3}{4\left(r_2^3-r_1^3\right)}\right)

Finalmente, substituindo na equação inicial:

\boxed{\varrho_p=\dfrac{3R^2\Delta{h}}{4r_1^3}\varrho_s}

Substituindo valores numéricos:

\boxed{\varrho_p=1,29kg.m^{-3}}.

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Gabarito

\boxed{\varrho_p=\dfrac{3R^2\Delta{h}}{4r_1^3}\varrho_s}

Substituindo valores numéricos:

\boxed{\varrho_p=1,29kg.m^{-3}}.

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Questão 3 (exclusiva para alunos da 1ª série)

Assunto abordado

Mecânica/ Colisões Unidimensionais

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Solução

Para analisarmos esse sistema, não podemos analisar todas as colisões, afinal elas tendem ao infinito.

Analisaremos o antes e o depois entre a massa de número n e a massa de número n+1.

Antes da colisão a massa n possui velocidade v_n e a massa n+1 está parada. Após a colisão a massa n possui velocidade v^{(n)} e a massa n+1 possui velocidade v_{n+1}.

Antes da colisão

Após a colisão

I) Conservando o momento linear antes e depois da colisão:

\vec P_{antes}=\vec P_{depois}

m_n\cdot v_n+m_{n+1}\cdot 0=m_n\cdot v^{(n)}+m_{n+1}\cdot v_{n+1}

Como as massas estão em progressão geométrica:

m_{n+1}=\dfrac{m_n}{2}

Portanto:

2v_n=2v^{(n)} +v_{n+1}

Utilizando o coeficiente de restituição:

e=\dfrac{\left|v_{af}\right|}{\left|v_{ap}\right|}

\dfrac{1}{4}=\dfrac{v_{n+1}-v^{(n)}}{v_n}

v_n=4v_{n+1}-4v^{(n)}

Temos, portanto, o seguinte sistema:

\begin{cases} 2v_n=2v^{(n)} +v_{n+1}\\ v_n=4v_{n+1}-4v^{(n)} \end{cases}

Encontramos as seguintes soluções:

v_{n+1}=\dfrac{5}{6}v_n  e  v^{(n)}=\dfrac{7}{12}v_n

Nesta parte, o aluno pode se confundir. A relação de continuidade é entre v_{n+1} e v_{n}.

Podemos perceber que é uma relação em progressão geométrica.

Como a velocidade inicial da massa 1 é v_0:

v_n=v_0\cdot \left(\dfrac{5}{6}\right)^{n-1}

Para v^{(n)}:

v^{(n)}=\dfrac{7v_0}{12}\cdot \left(\dfrac{5}{6}\right)^{n-1}

Essa parte é outra em que o aluno pode se confundir.

A energia final do sistema está relacionada à v^{(n)}, pois é a velocidade que a massa adquire após a colisão. Portanto:

E=\displaystyle \sum_{n=1}^{\infty} \dfrac{m_n\cdot \left(v^{(n)}\right)^2}{2}

E=\displaystyle \sum_{n=1}^{\infty} \dfrac{m_0\cdot \left(\dfrac{1}{2}\right)^{n-1}\cdot \left(\dfrac{7v_0}{12}\cdot \left(\dfrac{5}{6}\right)^{n-1}\right)^2}{2}

E=\dfrac{49}{144}\cdot \dfrac{mv_0^2}{2}\displaystyle \sum_{n=1}^{\infty} \left(\dfrac{25}{72}\right)^{n-1}

E=\dfrac{49}{144}\cdot \dfrac{mv_0^2}{2}\cdot \dfrac{72}{47}

E=\dfrac{49}{94}\cdot \dfrac{mv_0^2}{2}

Todavia, sabemos pelas condições iniciais que:

E_0=\dfrac{mv_0^2}{2}

Logo:

E=\dfrac{49}{94}E_0

Calculando a razão pedida pelo enunciado temos:

\left|\dfrac{E-E_0}{E_0}\right|=\left|\dfrac{\dfrac{49}{94}E_0-E_0}{E_0}\right|=1-\dfrac{49}{94}

\boxed{\left|\dfrac{E-E_0}{E_0}\right|=\dfrac{45}{94}}

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Gabarito

\boxed{\left|\dfrac{E-E_0}{E_0}\right|=\dfrac{45}{94}}

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Questão 4 (exclusiva para alunos da 1ª série)

Assunto abordado

Cálculo de centro de massa

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Solução 1

A primeira solução requere o uso de somas infinitas; em nosso caso, a soma da P.G. infinita.

I) Calculando como a massa varia:

Pela simetria, podemos perceber que o lado do triângulo posto na posição n+1 (l_{n+1}) e o triângulo posto na posição n (l_n) é de \dfrac{1}{2}.

l_{n+1}=\dfrac{l_{n}}{2}

A densidade superficial de massa é constante:

\sigma=\dfrac{m_{n}}{A_{n}}=\dfrac{m_{n+1}}{A_{n+1}}

\dfrac{m_{n}}{\dfrac{\sqrt{3}l_n^2}{4}}=\dfrac{m_{n+1}}{\dfrac{\sqrt{3}l_{n+1}^2}{4}}

m_{n+1}=\dfrac{m_n}{4}

II) Calculando o baricentro de cada triângulo:

Sabemos que o baricentro divide a altura na razão de 2 para 1, portanto, a partir do vértice, a posição do baricentro é:

h_n=\dfrac{2}{3}\cdot \dfrac{\sqrt{3}}{2}l_n=\dfrac{\sqrt{3}}{3}l_n

Perceba que para cada posição n existem 2^n triângulos fixados.

Seja a massa do primeiro triângulo posto m (o identificamos com índice "1"). Portanto:

m_n=m\cdot \left(\dfrac{1}{4}\right)^{n-1}

Como o primeiro triângulo posto possui lado \dfrac{l}{2}, os lados dos triângulos são:

l_n=l\cdot \left(\dfrac{1}{2}\right)^n

Portanto, a altura dos baricentros é:

h_n=\dfrac{\sqrt{3}l}{3} \cdot \left(\dfrac{1}{2}\right)^n

Finalmente, calculando a altura do centro de massa (lembre-se que o triângulo original não possui massa) utilizando a sua definição:

Y_{cm}=\dfrac{\displaystyle \sum_{n=1}^{\infty} 2^n\cdot m_n\cdot h_n}{\displaystyle \sum_{n=1}^{\infty} 2^n\cdot m_n}

Y_{cm}=\dfrac{\displaystyle \sum_{n=1}^{\infty} 2^n\cdot m\cdot \left(\dfrac{1}{4}\right)^{n-1}\cdot \dfrac{\sqrt{3}l}{3} \cdot \left(\dfrac{1}{2}\right)^n}{\displaystyle \sum_{n=1}^{\infty}2^n \cdot m\cdot \left(\dfrac{1}{4}\right)^n}

Y_{cm}=\dfrac{m\cdot \dfrac{\sqrt{3}l}{3}\displaystyle \sum_{n=1}^{\infty} \left(\dfrac{1}{4}\right)^n}{m\displaystyle \sum_{n=1}^{\infty}\left(\dfrac{1}{2}\right)^n }

Acima, utilizamos o resultado da soma dos termos de uma P.G. infinita: S_n=a_1/(1-q), sendo a_1 o primeiro termo e q a razão, definida para |q|<1. Portanto:

Y_{cm}=\dfrac{\sqrt{3}}{3}l \cdot \dfrac{1}{3}

\boxed{Y_{cm}=\dfrac{\sqrt{3}}{9}l \approx 0,19 l}.

Utilizamos \sqrt{3}=1,7 fornecido pela prova.

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Solução 2

Uma solução alternativa utiliza-se de argumentos de proporcionalidade e uma visão "criativa" da situação.

Dividimos a figura no primeiro triângulo colocado (ao meio) e nos demais triângulos menores ao lado deste. Como vimos na Solução 1, a massa diminui por um fator de 4 quando os lados do triângulo diminuem por um fator de 2. Perceba que as figuras formadas ao lado do primeiro triângulo colocado são exatamente iguais à figura fractal original, porém com dimensões (lineares) reduzidas pela metade. Dessa forma, a massa do fractal reduzido ao lado do primeiro triângulo colocado é 1/4 da massa do fractal total (denote ela por m). Chame de Y_{cm} a altura do centro de massa do fractal. Seguindo esse raciocínio, a altura do centro de massa do fractal reduzido com dimensões lineares iguais à metade do fractal total estará a uma altura Y_{cm}/2 da base do triângulo original. Tendo em vista que o centro de massa do primeiro triângulo colocado está a uma altura de l\sqrt{3}/6 da base do triângulo original e sua massa é m/2, calculamos Y_{cm} usando sua definição (atente para o fato de que há dois fractais reduzidos por um fator de 2 em relação ao fractal total):

Y_{cm} = \dfrac{\dfrac{m}{2} \cdot \dfrac{l\sqrt{3}}{6}+\dfrac{m}{4} \cdot \dfrac{Y_{cm}}{2}+\dfrac{m}{4} \cdot \dfrac{Y_{cm}}{2}}{m},

E, desta forma:

\boxed{Y_{cm}=\dfrac{\sqrt{3}}{9}l\approx 0,19l}.

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Gabarito

\boxed{Y_{cm}=\dfrac{\sqrt{3}}{9}l\approx 0,19l}

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Questão 5

Assunto abordado

Cinemática/ Lançamento oblíquo

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Solução

Inicialmente, podemos perceber que existem três possibilidades para a trajetória da rã:

I) A rã não toca em nenhuma das quinas do telhado.

Podemos perceber que esse não é o caso para a velocidade mínima, pois podemos diminuir a velocidade, e tocar nas quinas do telhado.

II) A rã toca em apenas uma das quinas do telhado.

Nessa configuração, se mantermos a velocidade e o ângulo constante, a rã pode andar um pouco para trás (infinitesimalmente), ela não tocará nenhuma das quinas, voltando à primeira situação. Portanto, não é a situação de velocidade mínima.

III) A rã toca nas duas quinas do telhado.

Essa será a situação de velocidade mínima.

A linha tracejada na figura indica a trajetória da rã.

Perceba que pela simetria, independente da rã pular do lado de altura a ou do lado de altura c, a velocidade deve ser a mesma.

Como é simétrica a trajetória, e a trajetória tangencia as quinas, a trajetória da rã deve ser a parábola de segurança que bate nas quinas do telhado.

Vamos utilizar o resultado da parábola de segurança já pronto nessa solução. Porém, se você quiser entender mais sobre parábola de segurança, o NOIC lançou um post explicando mais sobre essa idéia (Física - Ideia 16).

A equação da parábola de segurança é:

y=\dfrac{v_0^2}{2g}-\dfrac{gx^2}{2v_0^2}

Calculemos primeiramente a velocidade na altura c.

Conservando a energia mecânica:

\dfrac{mv_0^2}{2}=\dfrac{mv_c^2}{2}+mgc

v_c^2=v_0^2-2gc

Essa velocidade deve ser maior que zero para a existência do problema. Logo:

v_0  data-recalc-dims=\sqrt{2gc}" />

Olhando a parábola de segurança com extremo na altura c como y=0.

y=\dfrac{v_c^2}{2g}-\dfrac{gx^2}{2v_c^2}

Olhando para a figura:

(a-c)=\dfrac{v_0^2-2gc}{2g}-\dfrac{g\left[b^2-(a-c)^2\right]}{2(v_0^2-2gc)}

Reorganizando a equação:

\left[v_0^2-2gc\right]^2-2g(a-c)\left[v_0^2-2gc\right]-g^2\left[b^2-(a-c)^2\right]=0

v_0^2-2gc=g(a-c)\pm gb

v_0=\sqrt{g(a\pm b+c)}

Perceba que para a existência da casa:

a<b+c

a-b+c<2c

Portanto:

v_0=\sqrt{g(a-b+c)}<\sqrt{g\cdot 2c}=\sqrt{2gc}

Portanto, essa solução não é válida. Logo, a solução é:

\boxed{v_0=\sqrt{g(a+b+c)}}

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Gabarito

\boxed{v_0=\sqrt{g(a+b+c)}}

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Questão 6

Assunto abordado

Ótica Física

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Solução

Para a solução dessa questão iremos utilizar a ideia do fasores. Se você não está acostumado com essa ideia, o NOIC lançou um post explicando essa ideia (Física - Ideia 37).

Para um ângulo \theta em relação à horizontal, a diferença de fase entre as ondas em duas fendas consecutivos é:

\Delta \varphi =\dfrac{2\pi}{\lambda}\cdot d\sin{\theta}

Colocando os três fasores no plano complexo:

Temos, portanto a seguinte solução:

\sin{\left(\dfrac{\Delta \varphi}{2}\right)}=\dfrac{\left(\dfrac{E_0}{2}\right)}{R}  e  \sin{\left(3\cdot \dfrac{\Delta \varphi}{2}\right)}=\dfrac{\left(\dfrac{E_R}{2}\right)}{R}

Logo:

E_R=E_0\cdot \dfrac{\sin{\left(3\cdot \dfrac{\Delta \varphi}{2}\right)}}{\sin{\left(\dfrac{\Delta \varphi}{2}\right)}}

Como a intensidade é proporcional ao campo ao quadrado:

I=I_0\left(\dfrac{\sin{\left(3\cdot \dfrac{\Delta \varphi}{2}\right)}}{\sin{\left(\dfrac{\Delta \varphi}{2}\right)}}\right)^2

Para o máximo central, a diferença de fase tende a zero, logo:

\sin{\left(3\cdot \dfrac{\Delta \varphi}{2}\right)}\approx 3\cdot \dfrac{\Delta \varphi}{2}  e   \sin{\left(\cdot \dfrac{\Delta \varphi}{2}\right)}\approx \dfrac{\Delta \varphi}{2}

Portanto, a intensidade do máximo central é:

I_{central}=9I_0

Perceba que o próximo máximo ocorre para \Delta \varphi=\dfrac{\pi}{2}.

I_{proximo}=I_0\left(\dfrac{\sin{\dfrac{3\pi}{4}}}{\sin{\dfrac{\pi}{4}}}\right)^2=I_0

Portanto:

\boxed{\dfrac{I_{central}}{I_{proximo}}=9}

b) Olhando novamente para o plano complexo, vemos que a única maneira da intensidade ser zero é se o vetor resultante no plano complexo for zero, ou seja, os três vetores formam um triângulo equilátero.

Portanto: \Delta \varphi =\dfrac{2\pi}{3}+2n\pi ou \Delta \varphi =\dfrac{4\pi}{3}+2n\pi.

I)

\dfrac{2\pi}{\lambda}\cdot d\sin{\theta}=\dfrac{2\pi}{3}+2n\pi

\sin{\theta}=\dfrac{\lambda}{d}\left(n+\dfrac{1}{3}\right)

\boxed{\theta_n=\arcsin{\left(\dfrac{\lambda}{d}\left[n+\dfrac{1}{3}\right]\right)}}

II)

\dfrac{2\pi}{\lambda}\cdot d\sin{\theta}=\dfrac{4\pi}{3}+2n\pi

\sin{\theta}=\dfrac{\lambda}{d}\left(n+\dfrac{2}{3}\right)

\boxed{\theta_n=\arcsin{\left(\dfrac{\lambda}{d}\left[n+\dfrac{2}{3}\right]\right)}}

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Gabarito

a) 

\boxed{\dfrac{I_{central}}{I_{proximo}}=9}

b) 

\boxed{\theta_n=\arcsin{\left(\dfrac{\lambda}{d}\left[n+\dfrac{1}{3}\right]\right)}}

ou

\boxed{\theta_n=\arcsin{\left(\dfrac{\lambda}{d}\left[n+\dfrac{2}{3}\right]\right)}}

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Questão 7

Assunto Abordado

Hidrodinâmica

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Solução

Inicialmente precisamos fazer algumas considerações.

Precisamos considerar que o escoamento é não turbulento, e que a velocidade da água na parte superior do tronco é quase zero.

Seja a velocidade da água na parte inferior do tronco, v_i, e na altura de 15cm, v_h.

Vamos calcular o raio do tronco na altura de 15cm.

Como a abertura do tronco é constante podemos perceber que:

\dfrac{R_{superior}-R_{inferior}}{h}=\dfrac{R-R_{inferior}}{0,15m}

\dfrac{1m-0,1m}{5m}=\dfrac{R-0,1m}{0,15}

R=0,127m

Pela equação da continuidade:

A\cdot v=cte

\pi R_{inferior}^2v_i=\pi R^2v_h

0,1^2v_i=0,127^2v_h

v_i=1,6129v_h

Aplicando a equação de Bernoulli nos pontos superior e inferior:

P_{inferior}+\dfrac{\rho v_i^2}{2}=P_{superior}+\rho gh

A pressão em cima e em baixo é a mesma, pois estão em contato com a atmosfera. Portanto:

v_i=\sqrt{2gh}=\sqrt{2\cdot 10\cdot 5}=10m/s

Voltando para a relação entre as velocidades:

v_i=1,6129v_h \rightarrow v_h\approx 6,2m/s

Aplicando a equação de Bernoulli para a parte inferior e para a altura de 15cm.

P_{inferior}+\dfrac{\rho v_i^2}{2}=P+\dfrac{\rho v_h^2}{2}+\rho g\cdot H

P=10^5+\dfrac{1000\cdot 10^2}{2}- \dfrac{1000\cdot 6,2^2}{2}-1000\cdot 10\cdot 0,15

P=129285Pa

\boxed{P\approx 129,3kPa}

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Gabarito

\boxed{P\approx 129,3kPa}

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Questão 8

Assunto abordado

Ótica geométrica

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Solução

Olhando a configuração, podemos olhar primeiramente alguns ângulos especiais:

Aplicando a lei de Snell:

\dfrac{c}{\sin{\theta}}=\dfrac{c'}{\sin{\alpha}}

Olhando para os ângulos no triângulo na circunferência:

\alpha +\alpha+180^{\circ}-\theta=180^{\circ}

\theta=2\alpha

\dfrac{c}{\sin{(2\alpha)}}=\dfrac{c'}{\sin{\alpha}}

c'=\dfrac{c}{2\cos{\alpha}}

como os ângulos são pequenos:

\cos{\alpha}\rightarrow 1

Portanto:

\boxed{c'=\dfrac{c}{2}}

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Gabarito

\boxed{c'=\dfrac{c}{2}}

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Questão 9

Assunto Abordado

Termodinâmica

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Solução

a) Sabemos pelo gráfico que a relação entre a pressão e o  volume é uma função de primeiro grau, porque o gráfico é uma reta. Observando-se que P(0)=P_0 e V(0)=V_0, a equação que descreve a pressão em função do volume é dada por:

\boxed{P=P_0-\dfrac{P_0}{V_0}\cdot V}

b) Aplicando a equação de Clayperon dos gases ideais:

PV=nRT

(P_0-\dfrac{P_0}{V_0}\cdot V)V=1\cdot RT

T(V)=\dfrac{P_0}{RT}\cdot V - \dfrac{P_0}{V_0RT}\cdot V^2

Essa é uma equação 2º grau, do tipo:

T=aV^2+bV+c

Com a=-\dfrac{P_0}{V_0RT}, b=\dfrac{P_0}{RT} e c=0.

O volume para temperatura máxima é:

V=-\dfrac{b}{2a}=-\dfrac{\dfrac{P_0}{RT}}{2\cdot \left(-\dfrac{P_0}{V_0RT}\right)}=\dfrac{V_0}{2}

Aplicando:

T_{max}=T\left(\dfrac{V_0}{2}\right)=\dfrac{P_0}{RT}\cdot \dfrac{V_0}{2} - \dfrac{P_0}{V_0RT}\cdot \left(\dfrac{V_0}{2} \right)^2

\boxed{T_{max}=\dfrac{P_0V_0}{4RT}}

c) Sabemos que o módulo do trabalho por um gás é numéricamente igual à área abaixo da linha no gráfico P \times V.

Vemos que a área abaixo da linha no gráfico é a área de um trapézio, com as alturas sendo as pressões nos dois volumes, e a altura a diferença de volumes.

I)

P\left(\dfrac{V_0}{2}\right)=P_0-\dfrac{P_0}{V_0}\cdot \dfrac{V_0}{2}=\dfrac{P_0}{2}

II)

P\left(\dfrac{3V_0}{4}\right)=P_0-\dfrac{P_0}{V_0}\cdot \dfrac{3V_0}{4}=\dfrac{P_0}{4}

III)

\Delta V=\dfrac{3V_0}{4}-\dfrac{V_0}{2}=\dfrac{V_0}{4}

Portanto o trabalho será:

W=S=\dfrac{(P_1+P_2)\Delta V}{2}

W=\dfrac{\left(\dfrac{P_0}{4}+\dfrac{P_0}{2}\right)\cdot \dfrac{V_0}{4}}{2}

\boxed{W=\dfrac{3}{32}P_0V_0}

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Gabarito

a) \boxed{P=P_0-\dfrac{P_0}{V_0}\cdot V}

b) \boxed{T_{max}=\dfrac{P_0V_0}{4RT}}

c) \boxed{W=\dfrac{3}{32}P_0V_0}

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Questão 10

Assunto abordado

Gravitação

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Solução

a) Nesse problema, utilizaremos o princípio da superposição.

Sabemos que em um espaço tridimensional podemos escolher uma região nesse espaço que abrange as massas do nosso sistema (essa região é comumente chamada de "Gaussiana"). Por simetria, o módulo do campo gravitacional é constante em todos os pontos da "gaussiana" - que, em nosso caso, é uma esfera.  Tomando uma esfera de raio r, calculamos o campo gravitacional a esta distância do centro de massa da distribuição de massa, o qual é escrito etorialmente por

\vec{g}=-\dfrac{GM_{enc}}{r^2}\hat{r},

em que \hat{r} é o vetor unitário na direção radial, e o sinal negativo indica que o campo aponta para dentro. M_{enc} é a massa encarcerada pela superfície que estamos considerando, i.e. toda a massa contida dentro da esfera de raio r. Isso se deve ao teorema das cascas, o qual nos diz que, para corpos esfericamente simétricos, a única contruibuição ao campo gravitacional em um certo ponto do espaço provém da massa contida numa esfera cuja superfície contém tal ponto. Prosseguimos calculando o campo gravitacional gerado pela distribuição do problema.

Olhando nosso planeta, vemos que devemos separar em dois casos:

I) Se r\geq R:

m_{enc}=M

Logo:

\boxed{g=-\dfrac{GM}{r^2}}

II) Se 0\leq r<R:

A massa encarcerada não é a massa total, temos que calcular a massa encarcerada:

\rho=\dfrac{M}{\dfrac{4}{3}\pi R^3}=\dfrac{m_{enc}}{\dfrac{4}{3}\pi r^3}

m_{enc}=\dfrac{M}{R^3}\cdot r^3

Portanto:

\boxed{g=-\dfrac{GM}{R^3}\cdot r}

b) Como a densidade do planeta é constante:

\rho=\dfrac{M}{\dfrac{4}{3}\pi R^3}=\dfrac{\Delta M}{\dfrac{4}{3}\pi \left(\dfrac{R}{4}\right)^3}

\boxed{\Delta M=\dfrac{M}{64}}

c) Para resolver o nosso sistema com massa faltando, consideraremos que ao invés de retirar a massa, colocaremos uma "massa negativa", teremos o nosso planeta completo, e um esfera com "massa negativa".

Reorganizando a equação final do item a) em termos da densidade:

g=-\dfrac{GM}{R^3}\cdot r

g=-\dfrac{G\cdot \rho \cdot \dfrac{4}{3}\pi R^3}{R^3}\cdot r

g=-\dfrac{4\pi G\rho}{3}\cdot r

\vec g=g\hat r

\vec g=-\dfrac{4\pi G\rho}{3}\cdot r\hat r

\vec g=-\dfrac{4\pi G\rho}{3}\cdot \vec r

Como dentro da cavidade, consideramos os dois "corpos" separados podemos usar essa equação nos dois, apenas lembrando que a densidade da cavidade é -\rho.

\vec g=\vec g_+ +\vec g_-

\vec g=-\dfrac{4\pi G\rho}{3}\cdot \vec {r_+} +(-\dfrac{4\pi G(-\rho)}{3}\cdot \vec {r_-})

\vec g=-\dfrac{4\pi G\rho}{3}(\vec {r_+}-\vec {r_-})

Olhando o nosso sistema, podemos ver que:

\vec {r_+}-\vec {r_-}=\vec a

Onde \vec a é o vetor que liga o centro do planeta e da cavidade, que é constante:

\boxed{\vec g=-\dfrac{4\pi G\rho}{3}\cdot \vec a=cte}

d) Como o ponto A é colinear com os centros, podemos apenas somar os valores dos campos gravitacionais, sem considerar o vetor \hat r.

g=g_M+g_{(-\Delta M)}

g=-\dfrac{GM}{r^2}+\left(-\dfrac{G(-\Delta M)}{\left(r+\dfrac{R}{2}\right)^2}\right)

\boxed{g=-\dfrac{GM}{r^2}\left(1-\dfrac{1}{64\left(\dfrac{R}{2r}\right)^2}\right)}

e) A energia é a soma da energia da cavidade com a energia do planeta:

W_f=-\dfrac{GMm}{2R}+\left(-\dfrac{Gm\left(-\dfrac{M}{64}\right)}{2R+\dfrac{R}{2}}\right)

W_f=-\dfrac{79GMm}{160R}

Para o caso da primeira configuração, é basicamente considerar o planeta:

W_i=-\dfrac{GMm}{2R}

contabilizando a equação pedida:

\left|\dfrac{W_i-W_f}{W_i}\right|=\left|\dfrac{-\dfrac{GMm}{2R}-\left(-\dfrac{79GMm}{160R}\right)}{-\dfrac{GMm}{2R}}\right|

\rightarrow \boxed{\left|\dfrac{W_i-W_f}{W_i}\right|=\dfrac{1}{80}}

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Gabarito

a)

 I) Se 0\leq r<R:

\boxed{g=-\dfrac{GM}{R^3}\cdot r}

II) Se r\geq R:

\boxed{g=-\dfrac{GM}{r^2}}

b) 

\boxed{\Delta M=\dfrac{M}{64}}

c)

Demonstração

d)

\boxed{g=-\dfrac{GM}{r^2}\left(1-\dfrac{1}{64\left(\dfrac{R}{2r}\right)^2}\right)}

e) 

\boxed{\left|\dfrac{W_i-W_f}{W_i}\right|=\dfrac{1}{80}}

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Questão 11

Assunto abordado

Oscilações mecânicas

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Solução

Vamos olhar a força resultante em uma massa qualquer m_j.

\vec {F_{ij}}=-kGm_im_j\vec {r_{ij}}

\vec F_T=\displaystyle \sum_{i\neq j} \vec {F_{ij}}=\displaystyle \sum_{i\neq j} (-kGm_im_j\vec {r_{ij}})

Como nosso somatório é em i, podemos tirar os termos com j e os constantes do somatório:

\vec F_T=-kGm_j\displaystyle \sum_{i\neq j} m_i\vec {r_{ij}}

Podemos perceber que:

\vec {r_{ij}}=\vec {r_j}-\vec {r_i}

\vec F_T=-kGm_j\displaystyle \sum_{i\neq j} m_i(\vec {r_j}-\vec {r_i})

\vec F_T=-kGm_j\displaystyle \sum_{i\neq j}m_i\vec {r_j}-kGm_j\displaystyle \sum_{i\neq j} m_i(-\vec {r_i})

\vec F_T=-kGm_j\vec {r_j}\displaystyle \sum_{i\neq j} m_i+kGm_j\displaystyle \sum_{i\neq j} m_i\vec {r_i}

Perceba que como as massas são equiparáveis entre si, e a quantidade de massas tende ao infinito, podemos fazer o nosso somatório considerando a massa j, porque a diferença tenderá a zero.

Sabemos que a posição do centro de massa do sistema é:

\vec {r_{cm}}=\dfrac{\displaystyle \sum_i m_i\vec {r_i}}{M}

como não há forças externas no nosso sistema, a posição do centro de massa é a posição inicial da bomba. se considerarmos que a bomba estava inicialmente na origem do sistema:

\vec {r_{cm}}=\vec 0 \rightarrow \displaystyle \sum_i m_i\vec {r_i}=\vec 0

Logo:

\vec F_T=-kGm_j\vec {r_j}\displaystyle \sum_i m_i

\vec F_T=-kGm_jM\vec {r_j}

Aplicando a segunda lei de Newton:

m_j\vec a=-kGm_jM\vec {r_j}

Chamemos \vec {r_j} de \vec x:

\vec a=-(kGM)\vec x

Essa é a equação de um MHS. Sabemos que pra esse movimento a frequência angular será:

\omega^2=kGM=\left(\dfrac{2\pi}{T}\right)^2

T=\dfrac{2\pi}{\sqrt{kGM}}

Para que as massas saiam e se encontrem de novo no mesmo local da explosão, levará metade do período:

t=\dfrac{T}{2}=\dfrac{\pi}{\sqrt{kGM}}

t=\dfrac{3}{\sqrt{\dfrac{5}{7}\cdot 10^{-3}\cdot 7\cdot 10^{-11}\cdot 100}}

\rightarrow \boxed{t\approx 1,3\cdot 10^6s}

O tempo convertido é de um pouco mais de 15 dias.

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Gabarito

\boxed{t=\dfrac{\pi}{\sqrt{kGM}}\approx 1,3\cdot 10^6s}

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Questão 12

Assunto abordado

Termodinâmica

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Solução

a) Inicialmente, converteremos os dados apresentados para o sistema internacional de unidades.

I) A pressão é:

P_0=2,5atm=2,5\cdot 1\cdot 10^5Pa

P_0=2,5\cdot10^5 Pa

II) O volume é:

V_0=5L=5\cdot 10^{-3}m^3

V_0=5\cdot 10^{-3}m^3

III) Convertendo a temperatura para Kelvin:

\dfrac{\theta_K-273}{5}=\dfrac{\theta_F-32}{9}

\dfrac{\theta_K-273}{5}=\dfrac{\dfrac{2203}{5}-32}{9}

\theta_K=T_0=500K

Se você pensou que esse valores não correspondem aos valores esperados segundo a equação de Clayperon, você está correto.

Segundo essa equação:

PV=nRT

P_0V_0=nRT_0 ;   Eq(01)

2,5\cdot10^5 Pa\cdot 5\cdot 10^{-3}m^3=1mol\cdot R\cdot 500K

R=2,5\dfrac{J}{mol\cdot K}

Esse valor não corresponde ao valor de 8,31\dfrac{J}{mol\cdot K} já conhecido.

Essa questão poderia ser pauta de anulação. Porém, perceba que em nenhum momento o enunciador disse que a constante dos gases era a mesma já conhecida. Se o aluno resolveu a questão ele deve ter percebido que o valor numérico da constante não será necessário.

Colocando os principais pontos em evidência, vamos para a solução da questão.

Suponhamos que o lado esquerdo esteja sendo aquecido por uma resistência.

Como a caixa e a membrana do meio são isoladas, o lado direito não recebe calor, portanto, lá ocorre um processo adiabático. Isso não ocorre no lado esquerdo, porque está recebendo calor da resistência.

I) Para o lado direito:

Sabemos que para um processo adiabático temos que o produto P\cdot V^{\gamma} é constante.

Como:

PV=nRT

V=\dfrac{nRT}{P}

Logo:

P\cdot \left(\dfrac{nRT}{P}\right)^{\gamma}=cte

Como n e R são constantes:

P\cdot T^{\frac{\gamma}{1-\gamma}}=cte

Com \gamma=\dfrac{5}{3}:

P\cdot T^{-\dfrac{5}{2}}=cte

P_0\cdot T_0^{-\dfrac{5}{2}}=\dfrac{243}{32}P_0\cdot T_D^{-\dfrac{5}{2}}

Sendo T_D a temperatura no lado direito.

T_0^{-\dfrac{5}{2}}=\dfrac{243}{32}\cdot T_D^{-\dfrac{5}{2}}

T_D=\left(\dfrac{32}{243}\right)^{\dfrac{2}{5}}T_0

\boxed{T_D=\dfrac{4}{9}T_0=\dfrac{2000}{9}K \approx 2 \cdot 10^2 K}

Calculando o volume no lado direito:

\dfrac{243}{32}P_0\cdot V_D=nR\cdot \dfrac{4}{9}T_0

Utilizando a Eq(01):

V_D=\dfrac{128}{2187}V_0

II) Para o lado esquerdo:

Como o recipiente possui volume constante:

V_E+V_D=2V_0

V_E=\dfrac{4246}{2187}V_0

Aplicando a equação de Clayperon:

\dfrac{243}{32}P_0\cdot \dfrac{4246}{2187}V_0=nRT_E

\boxed{T_E=\dfrac{2123}{144}T_0=\dfrac{265375}{36}K\approx 7,4 \cdot 10^3 K}

b) Para o lado que não recebe calor (Q=0):

Q=\Delta U+W=0

W=-\Delta U

W=-nC_V\Delta T

Vamos calcular C_V:

C_P-C_V=R   e   \gamma=\dfrac{C_P}{C_V}

C_V=\dfrac{R}{\gamma-1}=\dfrac{3}{2}R

Portanto:

W=-\dfrac{3}{2}nR\Delta T=-\dfrac{3}{2}nR\left(\dfrac{4}{9}T_0-T_0\right)

W=\dfrac{5}{6}nRT_0

Utilizando a Eq(01):

W=\dfrac{5}{6}P_0V_0

W=\dfrac{5}{6}\cdot 2,5\cdot 10^5Pa\cdot 5\cdot 10^{-3}m^3

\boxed{W=\dfrac{6250}{6}J\approx 1 \cdot 10^3 J}

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Gabarito

a)

\boxed{T_D=\dfrac{4}{9}T_0=\dfrac{2000}{9}K\approx 2 \cdot 10^2 K}

\boxed{T_E=\dfrac{2123}{144}T_0=\dfrac{265375}{36}K\approx 7,4 \cdot 10^3 K}

b)

\boxed{W=\dfrac{5}{6}P_0V_0=\dfrac{6250}{6}J \approx 1 \cdot 10^3 J}

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