Física - Semana 149

Escrito por Wesley Andrade

Iniciante

Kepler Variante

Considere um planeta em uma órbita elíptica com semieixo maior a e período P. Caso aumentemos seu período em \Delta P \ll P, qual será a consequente variação no semieixo maior? Pode ser útil a relação \left(1+x\right)^n \approx 1+nx para x \ll 1.

 

Intermediário

Invariante Adiabático

Nesse problema, iremos abordar um resultado físico muito importante: se um movimento oscilatório ocorre, com os parâmetros do sistema mudando bem devagar (quasi-estático), temos que a área do gráfico no diagrama de fases \left(p_x \times x \right), sendo p_x o momento linear na direção x, será conservada. À tal grandeza damos o nome de "invariante adiabática".

Por exemplo, se em um pêndulo simples variarmos o comprimento do fio em um tempo bem maior que o período, podemos utilizar esse resultado.

(a) Munido dessa informação, prove que a quantia \dfrac{E}{f} em um M.H.S. é um invariante adiabático. Lembre-se que \omega= \sqrt{\dfrac{k}{m}}=2 \pi f.

(b) Considere um corpo preso à uma mola de constante elástica k_1 realizando um movimento oscilatório de amplitude A_1. De repente, a constante elástica começa a diminuir bem lentamente, até atingir um valor k_2. Calcule, para tal instante, qual será a amplitude A_2 do movimento.

(c) Por fim, suponha um modelo de gás unidimensional, isto é, uma bolinha com velocidade bastante elevada presa entre duas paredes de área S, sendo uma delas móvel. Demonstre que, usando a invariante adiabática do sistema, podemos chegar na famosa relação de transformações adiabáticas reversíveis PV^\gamma = cte, sendo \gamma o expoente adiabático deste sistema.

 

Avançado

Biot-Polar?

Considere um loop de fio plano que carrega uma corrente contínua I; iremos trabalhar nesse problema uma forma de calcular o campo magnético em um ponto do plano, que pode ser a origem (ou qualquer um dentro ou fora do loop, mas pode-se pegar a origem para simplificações). O formato do fio é dado por uma função em coordenadas polares r(\theta).

Figura 1: Ilustração do loop

(a) Mostre que que a magnitude do campo magnético na origem é:

B = \dfrac{\mu_0I}{4\pi}\displaystyle \oint \dfrac{d\theta}{r}

(b) Podemos testar essa fórmula em casos simples, para verificar sua funcionalidade. Assim, teste-a calculando o valor do campo magnético no centro de um loop circular.

(c) A "espiral de lituus" é definida por:

r(\theta) = \dfrac{a}{\sqrt{\theta}}, \ \ \ \ \ (0 < \theta \leq 2\pi)

(para alguma constante a). Faça o gráfico dessa figura e complete com um segmento reto ao longo do eixo x, para poder formar-se um loop fechado. Então, calcule a magnitude do campo magnético na origem.

(d) Para uma cônica qualquer, com foco na origem, podemos escrever sua equação polar por:

r(\theta) = \dfrac{p}{1+e\cos{\theta}}

onde p é o semi-latus rectum e e é a excentricidade. Mostre que o campo na origem independe da excentricidade.

(e) Por fim, considere que uma elipse de dimensões bem menores que a do loop seja posta na origem. Seus eixos possuem um tamanho que varia com o tempo (sendo esse tempo suficientemente pequeno para não deixar suas dimensões comparáveis às do loop):

a(t) = a_0e^t

b(t) = b_0e^t

Além disso, considere que a corrente também varia com o tempo: I(t) = I_0 + kt. Calcule, então, a força eletromotriz induzida na elipse pelo loop externo (considere que esse loop seja uma cônica de semi-latus rectum p).