Escrito por Wanderson Faustino Patricio
Iniciante
Cinemática
(a) Para que a raposa capture o coelho, a posição horizontal deles deve ser a mesma.
A velocidade horizontal da raposa é vhB=vsinθ.
A velocidade horizontal do coelho é vhA=v.
Vemos que a velocidade horizontal da raposa é sempre menor que a do coelho. Portanto a raposa não capturarå o coelho.
(b) Seja r a distância entre a raposa é o coelho, e x a distância horizontal entre os dois.
vx=v−vsinθ
vr=vsinθ−v
→vr=−vx
Peguemos dois instantes de tempo muito próximos um do outro, tn−1 e tn
rn−rn−1tn−tn−1=−xn−xn−1tn−tn−1
→xn+rn=xn−1+rn−1
Se repetirmos esse processo para os instantes n−2, n−3, ... , n−k, encontraremos o mesmo resultado, que é válido para o instante inicial. No início x0=0 e r0=d. Portanto, para qualquer instante:
x+r=d
Na distância mínima a distância entre eles é igual a distância horizontal (x=rmin).
rmin+rmin=d
→rmin=d2
(a) Não consegue capturar.
(b) rmin=d2
Intermediário
Termodinâmica e oscilações
Vamos olhar para a configuração de forças na bolinha;
Definiremos o eixo x positivo para baixo. Portanto, vemos que se x aumenta o volume diminui. Seja a variação de volume ΔV:
ΔV=−πa2x
Olhando para a condição de equilíbrio sabemos que a força resultante é zero.
Fgas=mg→P0⋅πa2=mg
→P0=mgπa2
Como não há troca de calor com o meio externo o processo realizado no gás e adiabåtico. Para o processo adiabåtico o produto P⋅Vγ é constante.
PVγ=P0Vγ0
P0Vγ0=P(V0+ΔV)γ
→P=P0(1+ΔVV0)−γ
Para deslocamentos pequenos ΔV<<V0, ou ΔVV0<<1. Podemos, portanto, utilizar a aproximação binomial:
Se |x|<<1→(1+x)n≈1+nx
Portanto:
P≈P0(1−γΔVV0)
P=P0(1+γπa2xV0)
Aplicando a 2a lei de Newton na bolinha:
m¨x=mg−Fgas=mg−P⋅πa2
m¨x=mg−P0(1+γπa2xV0)πa2
Sabemos que P0=mgπa2.
m¨x=mg−mg(1+γπa2xV0)
¨x=−(γπa2gV0)x
Essa é a equação de um MHS. A frequência angular desse movimento será:
ω=√γπa2gV0=2πT
→γ=4πV0a2gT2
γ=4πV0a2gT2
Avançado
Eletrodinâmica / circuitos de corrente alternada
(a) Essa questão será resolvida de dois modos: resolvendo a equação diferencial para o circuito tal qual ele aparece e utilizando uma visão "complexa" (utilizando números complexos) para o circuito.
1a Solução: Analisando o circuito tal como ele é.
Aplicando as leis de Kirchoff no circuito temos:
Vi+Vresistor+Vcapacitor=0
Vtcos(ωt)−RI−QC=0
Sendo I=dQdt=˙Q temos:
R˙Q+QC=Vtcos(ωt)
Haverão duas soluções para essa EDO uma homogênea e uma particular.
(I) Solução homogênea:
R˙Qh+QhC=0 (Eq 1)
A solução será do tipo:
Qh=A⋅ept→˙Qh=A⋅p⋅ept
Voltando à (Eq 1):
R⋅A⋅p⋅ept+A⋅eptC=0
→p=−1RC
→Qh=A⋅e−tRC
(II) Solução particular
A solução particular terá a aparência da função da tensão alternada.
Qp=Asin(ωt)+Bcos(ωt)
˙Qp=ωAcos(ωt)−ωBsin(ωt)
Vtcos(ωt)=R(ωAcos(ωt)−ωBsin(ωt))+Asin(ωt)+Bcos(ωt)C
Chegamos ao seguinte sistema:
{AC−ωRB=0ωRA+BC=Vt
Logo:
A=ωRC2Vt1+ω2R2C2 e B=CVt1+ω2R2C2
→Qp=√A2+B2(A√A2+B2cos(ωt)+B√A2+B2sin(ωt))=ρcos(ωt−θ)
Onde: ρ=√A2+B2 e θ=tan−1(BA)
A solução geral para a EDO será a soma da homogênea com a particular:
Q(t)=Qh+Qp=A⋅e−tRC+ρcos(ωt−θ)
Perceba que a solução homogênea é uma exponencial decrescente. Após muito tempo esse termo tenderá a zero, portanto, o termo que influenciará na oscilação será somente a solução particular. Logo, a amplitude de oscilação será V0=ρC.
CV0=ρ=√A2+B2=√(ωRC2Vt1+ω2R2C2)2+(CVt1+ω2R2C2)2=CVt√1+ω2R2C2
→V0=Vt√1+ω2R2C2
2a Solução: Visão complexa do circuito.
Para compreensão dessa solução você precisa ter experiência de como trabalhar com números complexos.
Primeiramente considere as notações: i=√−1 e Re(z) denota a parte real do número complexo z.
Sabendo que eiθ=cosθ+isinθ, perceba que Vtcos(ωt)=Re(Vteiωt).
Seja o número complexo z da forma: z=a+bi.
(I)d(Re(z))dt=dadt
(II)Re(dzdt)=dadt
→d(Re(z))dt=Re(dzdt)
Como para o nosso circuito estamos apenas resolvendo uma EDO, podemos encontrar uma solução complexa que atenda às mesmas equações e retirar a parte real após encontrá-la. Nessa solução desconsideraremos o termo homogêneo, visto que ele não influencia na oscilação.
Suponha que a solução complexa para a corrente seja ¯I=k⋅eiωt. A carga será:
∫¯Q0dQ=∫t0¯Idt=∫t0k⋅eiωtdt
¯Q=kiωeiωt
Voltando a Lei das malhas:
Vi+Vresistor+Vcapacitor=0
Vi−R¯I−¯QC=0
Vt⋅eiωt−R⋅k⋅eiωt−kiωCeiωt=0
→k=VtR+1iωC
A carga será:
¯Q=1iωR+1iωCVteiωt
A voltagem complexa será portanto:
→¯V=¯QC=−iωCR−iωCVteiωt
Podemos escrever o número complexo z=a+bi como z=√a2+b2⋅eiα, onde α=tan−1ba. Portanto:
¯V=1ωCe−iπ2⋅1√R2+1ω2C2eiθVt⋅eiωt
→¯V=Vt√1+ω2R2C2⋅ei(ωt+θ−π2)
Essa é a solução complexa para a voltagem no capacitor, porém, desejamos a solução real pro circuito:
V=Re(¯V)
V=Vt√1+ω2R2C2cos(ωt+θ−π2)
Chegamos assim a amplitude V0 de oscilação:
→V0=Vt√1+ω2R2C2
(b) inicialmente precisamos ver as "condições de contorno" da função.
(I) Para ω=0, V0=Vt.
(II) Para ω muito grande (ω→∞), Vt→0.
(III) dV0dω=−ωR2C2Vt(1+ω2R2C2)32≤0, ∀ω≥0.
Para os valores positivos de ω a função é decrescente, e para ω=0 a derivada é zero.
(IV) d2V0dω2=R2C2(2ω2R2C2−1)Vt(1+ω2R2C2)32
Se 0≤ω<1√2RC, d2V0dω2<0. Se ω>1√2RC , d2V0dω2>0. Portanto, a concavidade do gráfico inicialmente está virada para baixo e depois ficará virada pra cima.
Juntando essas informações chegamos ao seguinte esboço: