Soluções Física - Semana 124

Escrito por Wanderson Faustino Patricio 

Iniciante

Assunto abordado

Cinemática

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Solução

1^a solução: Análise algébrica.

A posição do avião 1(em km) em função do tempo (em horas) é x=-20+600t, e a posição do avião 2 é y=-20+800t.

Sabemos que a distância entre os aviões (D) é tal que:

D^2=x^2+y^2=(-20+600t)^2+(-20+800t)^2

\rightarrow D=\sqrt{1000000t^2-56000t+800}

D terá valor mínimo quando a função dentro da raíz tiver valor mínimo. Sendo essa função uma função quadrática do tipo f(t)=at^2+bt+c, seu valor mínimo será f(t)_{min}=\dfrac{4ac-b^2}{4a}. Sendo d a distância mínima:

d=\sqrt{\dfrac{4\cdot 800 \cdot 1000000 - (-56000)^2}{4\cdot 1000000}}=\sqrt{\dfrac{4\cdot 800 - 56^2}{4}}=\sqrt{\dfrac{3200-3136}{4}}

\rightarrow d=4km

2^a Solucao: Utilizando geometria plana.

Fixemos o avião 2 em sua posição e vejamos como ele observa o avião 1.

Para o avião 2, o avião 1 se move com velocidade v_x=600km/h e v_y=-800km/h, portanto, o avião 2 verá o avião 1 segundo a trajetória vermelha apresentada na seguinte figura:

\tan{\theta}=\dfrac{\left|\vec{v_2}\right |}{\left|\vec{v_1}\right |}=\dfrac{800}{600}=\dfrac{4}{3}

Logo:

\sin{\theta}=\dfrac{4}{5} e \cos{\theta}=\dfrac{3}{5}

Da trigonometria tiramos que:

\tan{\theta}=\dfrac{y}{a} \rightarrow y=\dfrac{4a}{3}

\cos{\theta}=\dfrac{d}{x} \rightarrow x=\dfrac{5d}{3}

x+y=a

\dfrac{4a}{3}+\dfrac{5d}{3}=a

\dfrac{5d}{3}=-\dfrac{a}{3}

d=-\dfrac{a}{5}=-4km

Perceba que o sinal negativo apenas indica que a nossa figura está representada errada, e, portanto, a distância mínima está para o lado oposto. Como só estamos interessados no módulo:

d=4km

3^a Solução: Utilizando geometria analítica.

Utilizando a mesma ideia da 2^a solução, analisaremos como o avião 2 vê o avião 1. A trajetória seguida pelo avião 1 será uma linha reta, visto que sua velocidade em x e em y serão constantes. O avião 2 está fixo no ponto (0,-20).

Sabemos da geometria analítica que a equação da reta r é do tipo y=ax+b, e que a=\tan{\theta}.

\tan{(\pi-\theta)}=\dfrac{v_2}{v_1}=-\tan{\theta}

\rightarrow a=-\dfrac{4}{3}

Como o avião 1 inicia o movimento no ponto (-20,0), a reta r passa por ele.

0=-\dfrac{4}{3}\cdot (-20) +b \rightarrow b=-\dfrac{80}{3}

Portanto:

y=-\dfrac{4}{3}x-\dfrac{80}{3} ou 4x+3y+80=0

A distância minima entre os aviões será a distância entre a reta r e o ponto (0,-20).

d=\dfrac{\left | 4\cdot 0+ 3(-20) +80\right |}{\sqrt{3^2+4^2}}

\rightarrow d=4km


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Gabarito

d=4km

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Intermediário

Assunto abordado

Termodinâmica

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Solução

Inicialmente, sabemos que o rendimento do ciclo é \eta=\dfrac{W}{Q_h}, onde W é o trabalho resultante realizado pelo gás no ciclo, e Q_h é o calor que entra no sistema.

Sabemos que W=\displaystyle \oint P\cdot dV, portanto, é numericamente igual a área dentro do gráfico do diagrama.

W=\dfrac{1}{2}(2P_0-P_0)(2V_0-V_0)

\rightarrow W=\dfrac{1}{2}P_0V_0

Precisamos agora calcular qual é o calor que entra no sistema.

Primeiramente, como o gás é monoatômico o seu calor específico a volume constante é C_v=\dfrac{3}{2}R, onde R é a constante universal dos gases ideais, e o calor específico a pressão constante é C_p=\dfrac{5}{2}R.

Trajeto AB:

Seja a temperatura no ponto A, T_A=T_0.

P_0V_0=nRT_0, logo: T_0=\dfrac{P_0V_0}{nR}

A temperatura no ponto B é T_B.

2P_0V_0=nRT_B \rightarrow T_B=2T_0

Como o não há variação de volume, não há trabalho realizado, portanto o calor será igual a variação de energia térmica no sistema.

Q_{AB}=\Delta U_{AB}=nC_v\Delta T_{AB}

Q_{AB}=\dfrac{3}{2}nR(2T_0-T_0)=\dfrac{3}{2}nRT_0

\rightarrow Q_{AB}=\dfrac{3}{2}P_0V_0

Trajeto CA:

A temperatura no ponto C é T_C.

P_0\cdot 2 V_0=nRT_C \rightarrow T_C=2T_0

Como a pressão nesse trecho é constante, o calor será:

Q_{CA}=nC_p\Delta T_{CA}=\dfrac{5}{2}nR(T_0-2T_0)=-\dfrac{5}{2}nRT_0

\rightarrow Q_{CA}=-\dfrac{5}{2}P_0V_0

Esse calor está saindo do sistema, portanto, não entrará no cálculo do rendimento.

Trajeto BC:

A pressão e o volume nesse trecho se relacionam por uma função linear:

P-2P_0=\dfrac{P_0-2P_0}{2V_0-V_0}(V-V_0)

\rightarrow P=3P_0-\dfrac{P_0}{V_0}V

Utilizando a equação de Clayperon:

PV=nRT=\left(3P_0-\dfrac{P_0}{V_0}V\right)\cdot V

\rightarrow T=\dfrac{\left(3P_0-\dfrac{P_0}{V_0}V\right)\cdot V}{nR}

Logo:

nRdT =\left(3P_0-\dfrac{2P_0}{V_0}V\right)dV

Aplicando a primeira lei da termodinâmica:

dQ=dU+dW=nC_vdT+PdV=\dfrac{3}{2}nRdT+Pdv

dQ=\dfrac{3}{2}\left(3P_0-\dfrac{2P_0}{V_0}V\right)dV+\left(3P_0-\dfrac{P_0}{V_0}V\right)dV

dQ=\dfrac{15}{2}P_0dV-4\dfrac{P_0}{V_0}VdV

Perceba que para V_0\leq V\leq \dfrac{15}{8}V_0, \dfrac{dQ}{dV}\geq 0, e que para \dfrac{15}{8}V_0<V<2V_0, \dfrac{dQ}{dV}<0. Portanto, inicialmente entra calor no sistema e depois começa a sair calor do sistema. Como só queremos saber o calor que entra, basta fazer a integral até V=\dfrac{15}{8}V_0.

Q_{BC}=\displaystyle \int_{V_0}^{\frac{15}{8}V_0}\left( \dfrac{15}{2}P_0-4\dfrac{P_0}{V_0}V\right)dV

Q_{BC}=\dfrac{49}{32}P_0V_0

O calor total que entra no sistema é portanto:

Q_h=\dfrac{3}{2}P_0V_0+\dfrac{49}{32}P_0V_0=\dfrac{97}{32}P_0V_0

O rendimento é:

\eta=\dfrac{\dfrac{1}{2}P_0V_0}{\dfrac{97}{32}P_0V_0}

\rightarrow \eta=\dfrac{16}{97}\approx 16,5\%

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Gabarito

\eta=\dfrac{16}{97}

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Avançado

Assunto abordado

Ótica física/difração em múltiplas fendas

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Solução

Sabemos que a luz a luz que difrata nas fendas é formada pela composição de um campo elétrico e um magnético perpendiculares. Porém o módulo do campo elétrico é aproximadamente 3\cdot 10^8 vezes maior do que o módulo do campo magnético, portanto, podemos considerar apenas a influência do campo elétrico.

Os campos seguem a equação de onda, logo, nosso campo elétrico é da forma: \vec {E} =E_0\cos{\left( k\cdot r -\omega t +\varphi_0\right)}\hat E.

Podemos portanto imaginar o vetor campo elétrico como um número no plano complexo.

E=E_0\cdot e^{i(kr-\omega t +\varphi_0)}

Perceba que uma variação no termo kr-\omega t, será refletido em uma variação no ângulo do vetor no plano complexo.

Os vetores do campo elétrico em cada fenda estão representados na figura a seguir.

Seja o campo elétrico na primeira fenda E_1=E_0e^{i(kr-\omega t +\varphi_0)}.

O campo elétrico na segunda fenda será E_2=E_0e^{i(k(r+\Delta r_1)-\omega t +\varphi_0)}=E_0e^{i(kr-\omega t +\varphi_0)}e^{ik\Delta r_1}.

Vemos que k\Delta r_1=\Delta \varphi_1 será a diferença entre os ângulos do campo elétrico na segunda e na primeira fenda.

Analogamente, k\Delta r_2=\Delta \varphi_2 é a diferença entre os ângulos do campo elétrico na terceira e na segunda fenda.

Da trigonometria podemos tirar que:

\Delta r_1=a\sin{\theta} é \Delta r_2=b\sin{\theta}

Reorganizado as equações temos:

\dfrac{a}{b}=\dfrac{\Delta r_1}{\Delta r_2}=\dfrac{k\Delta r_1}{k\Delta r_2}

\rightarrow \dfrac{a}{b}=\dfrac{\Delta \varphi_1}{\Delta \varphi_2}

Temos três vetores de campo elétrico com mesma intensidade saindo das fendas. Para que a intensidade seja zero, o vetor campo elétrico resultante deve ser zero. A única maneira de a resultante de três vetores de mesmo módulo ser zero é se os vetores formarem um triângulo equilátero.

Temos a seguinte representação:

Para o triangulo equilátero:

\Delta \varphi_1=\dfrac{2\pi}{3}+2\pi y, com y\in \mathbb{Z}

\Delta \varphi_2=\dfrac{2\pi}{3}+2\pi x, com x\in \mathbb{Z}

Logo:

\dfrac{a}{b}=\dfrac{\dfrac{2\pi}{3}+2\pi y}{\dfrac{2\pi}{3}+2\pi x}=\dfrac{6 y+2}{6x+2}=\dfrac{m}{n}

m-n=(6y+2)-(6x+2)=6(y-x)=3\cdot 2(y-x)=3\phi

Vemos portanto que \dfrac{a}{b}=\dfrac{m}{n} tal que m\equiv n(mod 3).

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Gaberito

\dfrac{a}{b}=\dfrac{m}{n} tal que m\equiv n(mod 3).

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