Soluções Física - Semana 126

Escrito por Paulo Henrique

Iniciante

Assunto abordado

Mecânica: segunda lei de Newton

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Solução

Como as forças de contato entre o cilindro de cima e os de baixo possuem componentes horizontais, estes tem uma tendência a se separarem. Devemos calcular as acelerações do sistema tais que o contato entre os cilindros é perdido. Eliminando essas acelerações do conjunto dos reais positivos, obtemos nosso conjunto solução. Intuitivamente, podemos concluir que há um valor máximo para a aceleração máxima e um valor mínimo.

Para aceleração máxima, a normal entre o cilindro superior e o da direita zera. Sendo assim podemos escrever o conjunto de equações, pela segunda lei:

N_{vertical}=Mg\rightarrow N\sin{(60^0)}=Mg

F=N\cos{(60^0)} \rightarrow \frac{F}{M}= a =\frac{Mg\cos{(60^0)}}{M\sin{(60^0)}}=\frac{g}{\sqrt{3}}.

Para aceleração mínima, a normal entre os dois cilindros da base zera. Sendo N_{2} a normal entre o cilindro superior e o da direita, temos:

N_{2}\cos{(60^0)}=Ma

A normal entre o cilindro superior e o da esquerda é (N_{1}). Analisando a dinâmica da situação, temos que:

N_{1}\sin{(60^0)}+N_{2}\sin{(60^0)}=Mg

N_{1}\cos{(60^0)}-N_{2}\cos{(60^0)}=Ma

Utilizando as três equações, obtemos:

a=\frac{g}{3\sqrt{3}}

Assim sendo, as acelerações possíveis se encontram no intervalo:

\boxed{\frac{g}{3\sqrt{3}}<a<\frac{g}{\sqrt{3}}}

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Gabarito

\boxed{\frac{g}{3\sqrt{3}}<a<\frac{g}{\sqrt{3}}}

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Intermediário

Assunto abordado

Mecânica: lançamento oblíquo

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Solução

Podemos proceder da seguinte forma: num instante t após o lançamento temos:

\vec{V}(t)=V_0\cos{\theta}\hat{x}+\left(V_0\sin{\theta}-gt\right)\hat{y}

e

\vec{r}=\left(\dfrac{\vec{V}_0+\vec{V}(t)}{2}\right)t

Para que a distância entre o projétil e o ponto de lançamento só aumente, basta impormos que não há raízes reais para a equação \vec{r}\cdot{\vec{V}(t)}=0 (\vec{r}\cdot{\vec{V}(t)} é igual a velocidade radial do projétil multiplicada por r). De fato, se esse produto escalar nunca zera, \vec{r}\cdot{\vec{V}(t)} nunca inverte de sinal. Como essa quantia é claramente positiva no início do movimento, permanecerá positiva durante todo o movimento (o que implicará uma velocidade radial sempre positiva e, consequentemente, a distância nunca irá diminuir). Pela duas primeiras expressões, temos que:

\vec{r}\cdot{\vec{V}(t)}=0\to{g^2t^2-3gtV_0\sin{\theta}+2V^2_0=0}

Como não há raízes reais, o discriminante é não positivo. Logo:

\Delta\le{0}\to{\sin{\theta}\le{\dfrac{2\sqrt{2}}{3}}}

Portanto:

\boxed{\theta\le{0.391\pi}}

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Gabarito

\boxed{\theta\le{0.391\pi}}

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Avançado

Assunto abordado

Mecânica: forças centrais

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Solução

Essa solução permite que o aluno solucione o problema sem usar cálculo diferencial. Entretanto, um certo conhecimento de hipérboles é necessário.

Conforme dito no enunciado, a trajetória da partícula é uma hipérbole. O raio vetor é dado por (verifique):

r(\theta)=\dfrac{\dfrac{b'^2}{a}}{1+{\epsilon}\cos{\theta}}

Onde b' é o semi-eixo da hipérbole (eixo imaginário) e \theta é o ângulo que o raio vetor forma com a direção definida pela máxima aproximação da partícula ao foco da hipérbole (o planeta M). Os outros parâmetros seguem as definições usuais. A equação do raio vetor poderia ser obtida através da equação diferencial de Binet, conforme ideia 25. Para o enunciado desse problema, essa obtenção não é necessária, visto que já é dado que a trajetória é um ramo de hipérbole. Observe que a partícula vem do infinito, sofre uma deflexão e segue para o infinito novamente. Quando a mesma está muito afastada do planeta, sua trajetória é essencialmente uma reta. Logo, segue que as trajetórias final e inicial coincidem com as assíntotas da hipérbole, conforme figura abaixo.

Analiticamente, podemos representar a equação da hipérbole por:

\dfrac{x^2}{a^2}-\dfrac{y^2}{b^2}=1

Onde escolhemos um par de eixos cartesianos com origem no centro da hipérbole (ponto médio do segmento que liga os focos). As assíntotas são obtidas quando a partícula está muito afastada dos focos. Para essas posições, x data-recalc-dims=>a" /> e y data-recalc-dims=>b" />. Portanto, podemos desprezar o termo "1" na expressão da hipérbole. Com isso, obtemos as equações de reta das assíntotas:

y=\pm{\dfrac{xb'}{a}}

O coeficiente angular de uma reta é a tangente do ângulo entre a reta e o eixo Ox. Segue da equação acima, portanto, que ambas assíntotas formam um ângulo \phi' com esse eixo:

\phi'=\arctan{\dfrac{b'}{a}}

Logo, a deflexão total é dada por \phi=\pi-2\phi'. Com isso, o problema foi reduzido em encontrar os parâmetros da hipérbole em função dos dados do enunciado. Para isso, utilizemos o seguinte lema, útil em problemas de forças centrais. Observe que se demonstrada a validade do lema, a demonstração requerida no item (a) é concluída.
Lema: O parâmetro b' da hipérbole é igual ao parâmetro de impacto e a=\dfrac{GM}{v_0^2}, que independe do parâmetro de impacto.

Demonstração: Para provar as relações acima, basta usarmos conservação de energia junto com a expressão do raio vetor. A conservação de energia nos diz que:

\dfrac{L^2}{2mr^2}+\dfrac{1}{2}m{\dot{r}}^2-\dfrac{GMm}{r}-E=0

Onde as constantes do problema, L e E são obtidas no infinito:

E=\dfrac{1}{2}mv_0^2

e

L=mv_0b

Para \dot{r}=0, obtemos os raios de máxima e mínima aproximação da partícula. Pela expressão do raio vetor, esses raios são dados por:

r_{min}^{-1}=\dfrac{1-\epsilon}{\dfrac{b'^2}{a}}

e

r_{max}^{-1}=\dfrac{1+\epsilon}{\dfrac{b'^2}{a}}

Essas duas quantidades acima quando somadas e multiplicadas nos dão:

S=\dfrac{2a}{b'^2}

e

P=\left(\dfrac{b'^2}{a}\right)^2\left(1-{\epsilon}^2\right)

Esses valores são obtidos pelas relações de Girard na equação quadrática obtida quando impusemos \dot{r}=0 na expressão da energia. Junto com a definição de excentricidade \epsilon=\dfrac{\sqrt{a^2+b'^2}}{a}, as duas equações acima nos dão a e b' facilmente:

\boxed{b'=b}

e

\boxed{a=\dfrac{GM}{v_0^2}}

O conclui o item (a).

 

Podemos escrever que:

d\sigma=2{\pi}bdb

e

d\Omega=2{\pi}\sin{\phi}d\phi

Portanto:

\dfrac{d\sigma}{d\Omega}=\dfrac{b}{\sin{\phi}}\dfrac{db}{d\phi}

É aplicado módulo na equação acima, usualmente, por convenção (para garantir \dfrac{d\sigma}{d\Omega} positivo). Invertendo a equação do item (a):

b=\dfrac{GM}{v_0^2}\tan{\phi/2}

Derivando a relação acima em relação à \phi e substituindo, obtém-se o resultado requerido.

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