Soluções Física - Semana 128

Escrito por Ualype Uchôa

Iniciante

Assunto abordado

Gravitação

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Solução

a) A energia mecânica da órbita é a soma das energias potencial gravitacional e cinética. Já que ela é nula na órbita parabólica, escrevemos

\dfrac{mv^2}{2}-\dfrac{GMm}{r}=0,

\boxed{v(r)=\sqrt{\dfrac{2GM}{r}}}.

b) Do que foi dito no enunciado, conservemos o momento angular da partícula. Na posição de Marte:

L=mv(d_M)\cos{\psi}d_M,

e, no ponto de tangência com a órbita da Terra:

L=mv(d_T)d_T,

logo:

v(d_T)d_T=v(d_M)d_M\cos{\psi}.

Com o resultado do item a), obtemos, por fim:

\sqrt{\dfrac{2GM}{d_T}}d_T=\sqrt{\dfrac{2GM}{d_M}}d_M\cos{\psi}, \therefore

\boxed{\cos{\psi}=\sqrt{\dfrac{d_T}{d_M}}}.

Substituindo os dados numéricos, temos:

\boxed{\psi=45,2^{\circ}}.

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Gabarito

a) \boxed{v(r)=\sqrt{\dfrac{2GM}{r}}}.

b) \boxed{\cos{\psi}=\sqrt{\dfrac{d_T}{d_M}}}.

\boxed{\psi=45,2^{\circ}}.

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Intermediário

Assunto abordado

Hidrostática

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Solução

A solução que será apresentada aqui segue o mesmo método do Exemplo 3 da Aula 1.14 do Curso NOIC de Física. Vamos distinguir os dois corpos (funil e massa de água) e analisar as forças atuantes em cada um. No funil, atuam as forças de pressão da água, seu peso, e a normal da mesa (que tomaremos como nula). Devido à simetria, é evidente que as componentes radiais das forças de pressão da água se cancelam, então só precisamos olhar para a soma das componentes verticais. Sendo essa resultante F_y, escrevamos a condição de equilíbrio vertical do funil. Como nós consideramos sempre que a atmosfera é isobárica, desconsiderando mudanças de pressão com a altitude, a força resultante da mesma no nosso sistema é zero, portanto, podemos desconsiderá-la sem grandes problemas.

F_y=Mg.

Para a massa de água, temos a reação do funil F_y para baixo, seu peso \rho V g, e a normal do solo, que pode ser obtida utilizando-se a pressão da água:

N=pS=\rho g H S.

Sendo assim, escrevemos a condição de equilíbrio para a água:

\rho V g + F_y = N.

Por fim:

\rho V g + Mg= \rho g H S,

\boxed{M=\rho \left(HS - V\right)}.

Inserindo os valores numéricos:

M=1 g/cm^3 * \left(18 cm * 200 cm^2 - 1000cm^3\right)=2600 g, \therefore

\boxed{M=2,6kg}.

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Gabarito

\boxed{M=\rho \left(HS - V\right)=2,6kg}.

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Avançado

Assunto abordado

Termodinâmica e Eletrostática na matéria

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Solução

a) Sabemos que a probabilidade P(U) de um dipolo possui energia U é proporcional ao fator de Boltzmann. Sendo A a constante de proporcionalidade, temos

dP(U)=Ae^{-\dfrac{U}{k T}}dU.

As energias máximas e mínimas possíveis para o dipolo são +pE e -pE, respectivamente. Integrando-se ambos os membros, com o membro direito de -pE à +pE, devemos obter uma probabilidade total de 1, pois qualquer um dos dipolos certamente possuirá uma energia dentro desse intervalo; o que acabamos de fazer chama-se normalização da distribuição. Com isso, descobrimos a constante A:

A=\dfrac{1}{\displaystyle {\int_{-pE}^{+pE} e^{-\dfrac{U}{k T}}dU}}

Agora, podemos determinar a energia média computando-se a integral

<U>=\displaystyle \int_{-pE}^{+pE} U dP(U),

<U>= \displaystyle \int_{-pE}^{+pE} U A e^{-\dfrac{U}{k T}}dU,

<U>=\dfrac{ \displaystyle \int_{-pE}^{+pE} U e^{-\dfrac{U}{k T}}dU}{\displaystyle \int_{-pE}^{+pE} e^{-\dfrac{U}{k T}}dU}.

No último passo, substituímos A e o passamos para fora da integral, haja vista que é uma constante. A integral do denominador é trivial, e vale

\displaystyle \int_{-pE}^{+pE} e^{-\dfrac{U}{k T}}dU=-kT\left(e^{-\dfrac{pE}{kT}}-e^{\dfrac{pE}{kT}}\right).

A do numerador pode ser realizada utilizando-se integração por partes:

\displaystyle \int_{-pE}^{+pE} U e^{-\dfrac{U}{k T}}dU=\left[\left(-kT\right) U e^{-\dfrac{U}{kT}}\right]_{-pE}^{+pE}-\int_{-pE}^{+pE} \left(-kT\right) e^{-\dfrac{U}{k T}}dU,

\displaystyle \int_{-pE}^{+pE} U e^{-\dfrac{U}{k T}}dU=\left(-kT\right) pE \left(e^{-\dfrac{pE}{kT}}+e^{\dfrac{pE}{kT}}\right)-\left(kT\right)^2 \left(e^{-\dfrac{pE}{kT}}-e^{\dfrac{pE}{kT}}\right).

Portanto:

<U>=kT-pE\left(\dfrac{e^{\dfrac{pE}{kT}}+e^{-\dfrac{pE}{kT}}}{e^{\dfrac{pE}{kT}}-e^{-\dfrac{pE}{kT}}}\right),

o que pode ser reescrito - lembrando-se que coth x=\dfrac{e^x+e^{-x}}{e^x-e^{-x}} - como

<U>=kT-pE coth \left(\dfrac{pE}{kT} \right).

Como o campo elétrico tende a alinhar os dipolos na direção deste, o "momento de dipolo médio" <p> estará na direção do campo. Sendo assim, podemos achar seu módulo utilizando

<U>=-<p>E.

Por último, lembre-se que o vetor polarização corresponde ao momento de dipolo por unidade de volume. Logo, podemos escrever que a polarização média é dada em módulo por

P=N<p>,

o que produz, substituindo os resultados derivados, a expressão do enunciado:

\boxed{P=Np\left[coth\left(\dfrac{pE}{kT}\right)-\left(\dfrac{kT}{pE}\right)\right]}.

b) Faça y \equiv \dfrac{P}{Np} e x \equiv \dfrac{pE}{kT}, para simplificação. Com isso, nossa função se torna

y=coth x -\dfrac{1}{x}.

Utilizando-se a dica dada:

y=\left(\dfrac{1}{x}+\dfrac{x}{3}-\dfrac{x^3}{45}+...\right)-\dfrac{1}{x}=\dfrac{x}{3}-\dfrac{x^3}{45}+...

Primeiramente, observemos os seguintes limites; quando x \rightarrow 0, y \rightarrow 0, portanto o gráfico inicia na origem e com uma inclinação inicial de arctg\left(1/3\right), desconsiderando termos de ordens superiores. Para x \rightarrow \infty, y \rightarrow 1, pois coth\left(\infty \right)=1 e o termo \dfrac{1}{x} vai à zero; desse modo, o gráfico cresce com  concavidade negativa (verifique tomando d^2 y/dx^2) até atingir uma assíntota com y=1. Segue seu esboço:

Figura 1: Gráfico de P/Np versus pE/kT.

c) Como pE \ll kT, x \ll 1, e podemos desprezar termos de ordens superiores na expansão de coth x, obtendo y \approx \dfrac{x}{3}. Logo:

P \approx \dfrac{Np^2}{3kT}E.

Nessa aproximação, vale a relação constitutiva linear entre P e E. Logo, vale

P=\epsilon_0 \chi_e E = \dfrac{Np^2}{3kT}E,

\boxed{\chi_e= \dfrac{Np^2}{3 \epsilon_0 kT}}.

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Gabarito

a) Demonstração.

b)

c) \boxed{\chi_e= \dfrac{Np^2}{3 \epsilon_0 kT}}.

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