Soluções Física - Semana 131

Escrito por Ualype Uchôa

Iniciante

Assunto abordado

Gravitação

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Solução

Solução por Bruno Barros

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Gabarito

Demonstração.

\boxed{f \approx 2,3 * 10^{3} s^{-1}}.

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Intermediário

Assunto abordado

Gravitação

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Solução

a) Como L é a potência, a energia liberada pelo sol em um segundo é L*1s=3,83 * 10^{26} J. Então, a massa \Delta M liberada pelo Sol decorrido um tempo \Delta t é, pela Equação de Einstein:

L \Delta t=\Delta M c^2,

\Delta M = \dfrac{L \Delta t}{c^2}.

Substituindo os dados numéricos, com \Delta t=1 s:

\boxed{\Delta M_1 = 4,26*10^9 kg}.

Perceba que, comparada à massa do Sol M=2,00*10^{30} kg, essa quantidade é muito pequena!

b) Primeiramente, sabemos que a velocidade orbital da terra ao redor do sol "antes" da perda de massa é dada por

v=\sqrt{\dfrac{GM}{R}}.

Esse é um resultado bastante conhecido, que é obtido igualando-se a força gravitacional à resultante centrípeta. Como estamos considerando que a órbita se mantém circular (o que é extremamente válido, pois o raio varia lentamente), quando a massa do Sol passa de M à M+\Delta M (com \Delta M < 0, pois ele perde massa), o raio orbital muda de \Delta R (\Delta M \ll M e \Delta R \ll R), e a nova velocidade orbital é v':

v'=\sqrt{\dfrac{G\left(M+\Delta M\right)}{R+\Delta R}}.

Agora, devemos identificar a quantidade que é conservada nesse movimento: o torque resultante sobre a Terra é sempre nulo, logo, o momento angular associado ao seu movimento em torno do Sol é conservado! Sendo assim, expressemos a conservação do momento angular:

L=mvr\sin{90^{\circ}}=mvr=cte.,

vR=v'\left(R+\Delta R\right),

Substituindo v e v':

\sqrt{\dfrac{GM}{R}}R=\sqrt{\dfrac{G\left(M+\Delta M\right)}{R+\Delta R}}\left(R+\Delta R\right),

elevando ambos os membros ao quadrado e cancelando fatores comuns:

MR=\left(M+\Delta M\right)\left(R+\Delta R\right),

MR=MR\left(1+\dfrac{\Delta M}{M}\right)\left(1+\dfrac{\Delta R}{R}\right).

Com a aproximação dada no enunciado:

\left(1+\dfrac{\Delta M}{M}\right)\left(1+\dfrac{\Delta R}{R}\right)=1+\dfrac{\Delta M}{M}+\dfrac{\Delta R}{R}.

Por fim, obtemos

\Delta R=-\dfrac{\Delta M}{M}R.

Perceba que o sinal está de acordo com o que fora dito no enunciado; \Delta M é negativo, o que significa que \Delta R é positivo, e o raio aumenta como era de se esperar. Ao longo de um ano, \Delta M=-\dfrac{LT}{c^2}, então:

\boxed{\Delta R=\dfrac{LT}{Mc^2}R}.

Substituindo os dados, encontramos

\boxed{\Delta R = 1,01cm},

que é, de fato, extremamente imperceptível se comparado à R. Não precisamos nos preocupar com o fato de a Terra estar se afastando cada vez mais do Sol por um bom tempo...

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Gabarito

a) \boxed{\Delta M_1 = 4,26*10^9 kg}.

b) \boxed{\Delta R=\dfrac{LT}{Mc^2}R = 1,01cm}.

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Avançado

Assunto abordado

Física Estatística, Ideias básicas de Física Moderna, Gravitação e Oscilações

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Solução

a) A energia cinética é dada por \epsilon=p^2/2m. Da hipótese de De Broglie, p=\hbar k, logo

\boxed{\epsilon=\dfrac{\hbar^2 k^2}{2m}}.

b) O modelo é análogo ao de uma corda de comprimento L presa pelas duas extremidades. Nesse caso, o comprimento da corda (a distância entre as duas paredes) está relacionado com o comprimento de onda das ondas estacionárias por

L= \dfrac{n \lambda}{2},

com n = 1, 2, 3, .... Substituindo o número de onda k=2 \pi/ \lambda, temos k=\pi n /L. No nosso sistema, essa equação é válida para cada um dos eixos, substituindo k \rightarrow k_i e n \rightarrow n_i (i= x, y, z). L é o mesmo pois a caixa é cúbica.

\boxed{k_x=\dfrac{\pi}{L} n_x},

\boxed{k_y=\dfrac{\pi}{L} n_y},

\boxed{k_z=\dfrac{\pi}{L} n_z}.

c) A massa total é a soma das massas das partículas que compõem a estrela. Como o número de elétrons, prótons e nêutrons é o mesmo, M=Nm_p + Nm_n+Nm_e (m_n é a massa do nêutron). No entanto, desprezamos m_e frente aos outros termos, e consideramos m_n = m_p. Assim:

\boxed{N=\dfrac{M}{2m_p}}.

d) Obtemos a menor diferença tomando a subtração entre os estados n e n+1, resultando

\boxed{\Delta k_i = \dfrac{\pi}{L}}.

e) Iremos fazer a seguinte proporção; para um cubinho de volume \Delta k_i^3=(\pi/L)^3=\pi^3/V no espaço de fase, temos 2 elétrons. No volume total, que corresponde à 1/8 do volume total da esfera de raio k_F (pois apenas valores positivos de k_i são admitidos), temos a quantidade total de N=nV elétrons:

\dfrac{2}{\Delta k_i^3}=\dfrac{N}{\dfrac{1}{6}\pi k_F^3},

\boxed{k_F=\left(3n\pi^2\right)^{1/3}}.

f) Como estamos lidando com um alto número de partículas, a distribuição é contínua. Sendo assim, o cálculo da energia cinética total dos elétrons U_D é determinado pela integral a seguir:

U_D= \displaystyle \int_{0}^{k_F} g(k) dk \epsilon (k),

onde g(k) é a função densidade de estados, e representa o número de estados que podem ser ocupados pelo sistema em um dado nível energético. Como a energia de cada partícula é \epsilon=\epsilon(k), vamos analisar o número de estados entre um número de onda k e k+dk, que corresponde a uma energia entre \epsilon e \epsilon+d\epsilon. O volume correspondente no espaço de fase é 4 \pi k^2 dk/8; mas qualquer caixinha de volume \Delta k_i^3 pode ser ocupada nesse intervalo. Portanto, a densidade de estados é determinada pelo quociente entre essas quantidades:

g(k)dk=\dfrac{4 \pi k^2 dk/8}{\left(\dfrac{\pi}{L}\right)^3}*2,

onde o fator 2 é devido ao fato de que uma caixinha é ocupada por 2 partículas. Logo, podemos encontrar a energia cinética U_D, substituindo g(k) e \epsilon (k):

U_D= \displaystyle \int_{0}^{k_F} \dfrac{\dfrac{4 \pi k^2 dk}{8}}{\left(\dfrac{\pi}{L}\right)^3}*2 \dfrac{\hbar^2 k^2}{2m},

U_D=\dfrac{L^3 \hbar}{2 \pi^2 m_e} \displaystyle \int_{0}^{k_F} k^4 dk, \therefore

\therefore \boxed{U_D=\dfrac{\hbar^2 k_F^5}{10 \pi^2 m_e} V}.

Usamos que L^3=V.

g) Substituindo k_F=\left(3n\pi^2\right)^{1/3} (com n=N/V, e N=M/2m_p determinado no item c)), e V=4 \pi R^3/3, o volume da estrela esférica, temos

\boxed{U_D=\dfrac{\alpha}{R^2}},

onde definimos

\alpha \equiv \dfrac{2 \hbar^2}{15 \pi m_e} \left(\dfrac{9 \pi M}{8 m_p}\right)^{5/3},

por conveniência.

h) Dividamos a estrela esférica em diversas cascas esféricas de espessura infinitesimal dr. Contabilizando a interação gravitacional entre uma casca esférica e a massa interna à ela (apenas a massa interna exerce força, devido ao Teorema das Cascas), e então integrando o resultado, obtemos U_G. Sendo dm a massa de uma casca infinitesimal, a uma distância r do centro, temos, pela homogeneidade:

\dfrac{dm}{4 \pi r^2 dr}=\dfrac{M}{\dfrac{4}{3} \pi R^3},

dm=\dfrac{3Mr^2dr}{R^3}

E, da mesma forma, para a massa M(r) interna à esfera de raio r<R:

M(r)=M\dfrac{r^3}{R^3}.

Com isso, substituímos na integral:

U_G=-\displaystyle \int_{0}^{R} \dfrac{GM(r)dm}{r},

U_G=-\dfrac{3GM^2}{R^6} \displaystyle \int_{0}^{R} r^4 dr, \therefore

\boxed{U_G=-\dfrac{3}{5}\dfrac{GM^2}{R}}.

Chamando

\beta \equiv \dfrac{3GM^2}{5},

por simplicidade, podemos escrever

\boxed{U_G=-\dfrac{\beta}{R}}.

i) A energia total é dada por U=U_G+U_D:

U(R)=\dfrac{\alpha}{R^2}-\dfrac{\beta}{R}.

Para esboçarmos o gráfico dessa função, vamos olhar alguns limites.

\rightarrow Quando R tende a zero, o termo à esquerda (no membro direito) domina sobre o da direita, então o gráfico se assemelha ao de uma função que decai com 1/R^2 perto da origem. Além disso, U tende a +\infty.

\rightarrow Quando R tende a infinito, o termo à direita domina sobre o da esquerda, então o gráfico se assemelha ao de uma função hiperbólica invertida, que cresce com -1/R, para R cada vez mais crescente. Além disso, U tende a zero.

Para valores intermediários de R, haverá uma região de transição entre esses dois comportamentos, que é delimitada pelas funções U_G e U_D. O esboço do gráfico de U(R) (em preto), juntamente com os gráficos de U_D e U_G (pontilhados), estão esquematizados na figura a seguir. A parte do gráfico para valores de R<0 é não-física, e portanto não foi representada.

Figura 1: Esboço do gráfico da função U(R) versus R.

j) Essa análise fora feita no item anterior, porém de forma menos explícita. Tomemos a razão entre U_G e U_D:

\dfrac{U_G}{U_D} \propto R.

\cdot Se R \rightarrow 0, U_G \ll U_G (em módulo), então a pressão estatística é muito mais relevante quando o raio é pequeno.

\cdot Se R \rightarrow \infty, U_G \gg U_G (em módulo), então a gravidade da estrela torna-se mais importante quando o raio é grande.

k) No equilíbrio, a energia potencial efetiva U toma um valor mínimo, então:

\dfrac{dU}{dR}=0,

e a derivada é aplicada em R=r_0. Logo:

-\dfrac{2\alpha}{r_0^3}+\dfrac{\beta}{r_0^2}=0,

\boxed{r_0=\dfrac{2 \alpha}{\beta}},

com \alpha e \beta definidos previamente.

l) Podemos analisar essa questão utilizando as forças que agem em um pedacinho de massa da estrela, ou com uma análise energética. Optaremos pela segunda: como não há dissipações e trocas de calor com o ambiente externo, a energia mecânica total se conserva. Isto é:

\dfrac{dE}{dt}=0,

onde E é a soma da energia potencial total \left(U_G+U_D\right) e cinética (devido à expansão/contração da estrela):

E=\dfrac{1}{2}M\dot{R}^2+\dfrac{\alpha}{R^2}-\dfrac{\beta}{R}.

Então:

M\ddot{R}\dot{R}-\dfrac{2 \alpha}{R^3} \dot{R}+\dfrac{\beta}{R^2}\dot{R}=0,

Substituindo R=r_0-\Delta r, e cancelando os fatores de \dot{R}, decorre que:

-M\Delta \ddot{r}-\dfrac{2 \alpha}{r_0^3}\left(1-\dfrac{\Delta r}{r_0}\right)^{-3}+\dfrac{\beta}{r_0^2}\left(1-\dfrac{\Delta r}{r-0}\right)^{-2}=0.

Haja vista que \Delta r \ll r_0, podemos usar a aproximação binomial (1+x)^n \approx 1+nx, para x \ll 1. Os termos correspondentes à posição de equilíbrio se cancelam e chegamos, por fim, na equação de movimento para o raio da estrela:

\Delta \ddot{r}+\left(\dfrac{6 \alpha}{Mr_0^4}-\dfrac{2\beta}{Mr_0^3}\right)\Delta r=0,

\boxed{\Delta \ddot{r}+\dfrac{\beta^4}{8M\alpha^3}\Delta r=0}.

Perceba que essa é precisamente a equação do oscilador harmônico; logo, a estrela executa, de fato, oscilações radiais harmônicas, com frequência angular

\boxed{\omega=\sqrt{\dfrac{\beta^4}{8M\alpha^3}}}.

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Gabarito

a) \boxed{\epsilon=\dfrac{\hbar^2 k^2}{2m}}.

b)

\boxed{k_x=\dfrac{\pi}{L} n_x},

\boxed{k_y=\dfrac{\pi}{L} n_y},

\boxed{k_z=\dfrac{\pi}{L} n_z}.

c) \boxed{N=\dfrac{M}{2m_p}}.

d) \boxed{\Delta k_i = \dfrac{\pi}{L}}.

e) \boxed{k_F=\left(3n\pi^2\right)^{1/3}}.

f) \boxed{U_D=\dfrac{\hbar^2 k_F^5}{10 \pi^2 m_e} V}.

g) Defina

\alpha \equiv \dfrac{2 \hbar^2}{15 \pi m_e} \left(\dfrac{9 \pi M}{8 m_p}\right)^{5/3}, então

\boxed{U_D=\dfrac{\alpha}{R^2}}.

h) Defina

\beta \equiv \dfrac{3GM^2}{5}, então

\boxed{U_G=-\dfrac{\beta}{R}}.

i)

Figura 1: Esboço do gráfico da função U(R) versus R.

j)

\cdot Se R \rightarrow 0, U_G \ll U_G (em módulo), então a pressão estatística é muito mais relevante quando o raio é pequeno.

\cdot Se R \rightarrow \infty, U_G \gg U_G (em módulo), então a gravidade da estrela torna-se mais importante quando o raio é grande.

k)

\boxed{r_0=\dfrac{2 \alpha}{\beta}},

com \alpha e \beta definidos previamente.

l) A equação de movimento do raio é

\Delta \ddot{r}+\dfrac{\beta^4}{8M\alpha^3}\Delta r=0.

Ou seja, a estrela executa oscilações radiais harmônicas com frequência angular

\boxed{\omega=\sqrt{\dfrac{\beta^4}{8M\alpha^3}}}.

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