Soluções Física - Semana 136

Escrito por Wanderson Faustino Patricio

Iniciante

Assunto abordado

Cinemática/ Aceleração centrípeta

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Solução

Como o avião está tendo o módulo de sua velocidade alterada, ele está sendo submetido a uma aceleração tangencial.

A aceleração tangencial é definida como:

a_t=\dfrac{\Delta v}{\Delta t}

Como a velocidade não varia linearmente, não podemos escolher nosso intervalo de tempo grande demais. Para a análise, cosideraremos uma variação de tempo minúscula (infinitesimal), de maneira que possamos considerar que se comporta linearmente nesse minúsculo intervalo de tempo.

Vamos alterar um pouco nossa expressão para a aceleração: Multiplicaremos em cima e em baixo por \Delta S (o espaço percorrido nesse tempo).

a_t=\dfrac{\Delta v}{\Delta S} \dfrac{\Delta S}{\Delta t}

Porém a definição para a velocidade é:

v= \dfrac{\Delta S}{\Delta t}

Logo:

a_t=v\cdot \dfrac{\Delta v}{\Delta S}

O espaço percorrido está na circunferência. Logo:

\Delta S=R\cdot \Delta \theta

a_t=\dfrac{v}{R}\cdot \dfrac{\Delta v}{\Delta \theta}

Olhemos agora para a nossa relação original:

v^2=v_0^2-2a_0h

Figura 1

Vemos que:

h=R(1-\cos{\theta})

v^2=v_0^2-2a_0R(1-cos{\theta})

Olhemos a variação de velocidade para uma posição angular \theta e uma posição logo após, \theta +\Delta \theta (\Delta \theta \rightarrow 0). A velocidade em \theta é v, e em \theta +\Delta \theta é v +\Delta v.

\begin{cases} v^2=v_0^2-2a_0R+2a_0R\cos{\theta} \\ (v+\Delta v)^2=v_0^2-2a_0R+2a_0R\cos{(\theta+\Delta \theta)} \end {cases}

Primeiramente, da trigonometria, sabemos que:

\cos{(a+b)}=\cos{a}\cos{b}-\sin{a}\sin{b}

\cos{(\theta+\Delta \theta)}=\cos{\theta}\cos{\Delta \theta}-\sin{\theta}\sin{\Delta \theta}

Como \Delta \theta é muito pequeno:

\cos{(\Delta \theta)} \approx 1 e \sin{(\Delta \theta)}\approx \Delta \theta

Portanto:

\begin{cases} v^2=v_0^2-2a_0R+2a_0R\cos{\theta} \\ v^2+2v\Delta v+ (\Delta v)^2=v_0^2-2a_0R+2a_0R(\cos{\theta}\cdot 1-\sin{\theta}\cdot \Delta \theta) \end {cases}

Subtraindo as duas equações:

2v\Delta v+ (\Delta v)^2=-2a_0R\cdot \sin{\theta}\cdot \Delta \theta

Como \Delta v é muito pequeno em relação à v, podemos desconsiderar o termo (\Delta v)^2.

a_t=\dfrac{v}{R}\cdot \dfrac{\Delta v}{\Delta \theta}=-a_0\sin{\theta}

Olhando a equação original vemos que para h=0, a velocidade é v_0.

Figura 2

No ponto de maior altura, ela é h=2R

\left(\dfrac{v_0}{2}\right)^2=v_0^2-2a_0(2R)

\rightarrow R=\dfrac{3v_0^2}{16a_0}

Quando a velocidade é totalmente vertical e para cima, a altura é h=R.

v^2=v_0^2-2a_0R

v^2=v_0^2-2a_0\cdot \dfrac{3v_0^2}{16a_0}

v^2=\dfrac{5v_0^2}{8}

Sabemos que a aceleração centrípeta é:

a_{cp}=\dfrac{v^2}{R}

a_{cp}=\dfrac{5v_0^2}{8}\cdot \dfrac{16a_0}{3a_0}

\rightarrow a_{cp}=\dfrac{10a_0}{3}

Nesse momento a posição angular é \theta=\dfrac{\pi}{2}. Portanto:

a_t=-a_0

A aceleração total do avião é:

a=\sqrt{a_{cp}^2+a_t^2}

a=\sqrt{\left(\dfrac{10a_0}{3}\right)^2+(-a_0)^2}

\rightarrow a=\dfrac{\sqrt{109}}{3}a_0

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Gabarito

\rightarrow a=\dfrac{\sqrt{109}}{3}a_0

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Intermediário

Assunto abordado

Conservação de Energia e Momento/ Resultante Centrípeta

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Solução

a) Como a massa m começa a se mover, a semiesfera também precisa se mover para o lado oposto para conservar o momento linear. Porém, como a semiesfera está em contato com o solo, ela não poderá se movimentar na vertical.

Figura 3

A massa m possui velocidade v_x na horizontal e v_y na vertical, e a massa M tem velocidade V na horizontal.

Conservando o momento linear na horizontal:

MV=mv_x

V=\dfrac{m}{M}v_x

V=kv_x

Antes de analisarmos a energia mecânica precisamos fazer uma troca de referencial. Você pode estar se perguntando o porquê. A resposta está no raio de curvatura.

"Ah, mas o raio de curvatura é R!".

O raio de curvatura é R no referncial da semiesfera, mas não sabemos qual é o raio de curvatura no referencial da terra. Precisamos, portanto, ir para o referencial da semiesfera.

A massa M vê a massa m se movendo com v_x+V na horizontal, v_y na vertical, e velocidade resultante v.

Figura 4

I)

\cos{\theta}=\dfrac{v_x+V}{v}=\dfrac{v_x+kv_x}{v} \rightarrow v_x=\dfrac{v\cdot \cos{\theta}}{1+k}

II)

\sin{\theta}=\dfrac{v_y}{v} \rightarrow v_y=v\cdot \sin{\theta}

III)

V=kv_x \rightarrow V=\dfrac{kv\cdot \cos{\theta}}{1+k}

Conservando a energia mecânica:

\displaystyle \sum K=\Delta U

\dfrac{MV^2}{2}+\dfrac{m(v_x^2+v_y^2)}{2}=mgR(1-\cos{\theta})

\dfrac{m}{2k}\cdot \left(\dfrac{kv\cdot \cos{\theta}}{1+k}\right)^2+\dfrac{m}{2}\left( \left(\dfrac{v\cdot \cos{\theta}}{1+k}\right)^2+\left(v\cdot \sin{\theta}\right)^2 \right)=mgR(1-\cos{\theta})

\dfrac{1}{k}\cdot \left(\dfrac{kv\cdot \cos{\theta}}{1+k}\right)^2+\left( \left(\dfrac{v\cdot \cos{\theta}}{1+k}\right)^2+\left(v\cdot \sin{\theta}\right)^2 \right)=2gR(1-\cos{\theta})

v^2\left[\dfrac{\cos^2{\theta}}{(1+k)}+\sin^2{\theta}\right]=2gR(1-\cos{\theta})

\rightarrow \dfrac{v^2}{R}=\dfrac{2g(1-\cos{\theta})}{\left[\dfrac{\cos^2{\theta}}{(1+k)}+\sin^2{\theta}\right]}

Olhando agora no referencial da semiesfera para a atuação das forças:

mg\cos{\theta}-N=\dfrac{mv^2}{R}

Para a perda de contato a normal é zero:

mg\cos{\theta}-0=\dfrac{mv^2}{R}

\rightarrow \dfrac{v^2}{R}=g\cos{\theta}

Igualando as duas equações:

\dfrac{2g(1-\cos{\theta})}{\left[\dfrac{\cos^2{\theta}}{(1+k)}+\sin^2{\theta}\right]}=g\cos{\theta}

Para melhorar as contas, seja \beta=\cos{\theta}. Logo \sin^2{\theta}=1-\beta^2.

\dfrac{2(1-\beta)}{\left[\dfrac{\beta^2}{1+k}+1-\beta^2\right]}=\beta

Reorganizando as contas, chegamos a:

k \cdot \beta^3-3(1+k)\beta+2(1+k)=0

Visto que \beta=\cos{\theta}:

k\cdot \cos^3{\theta}-3(1+k)\cos{\theta}+2(1+k)=0

Vemos que os coeficientes são:

a=k, b=0, c=-3(1+k) e d=2(1+k)

b) Para k=0:

-3\cos{\theta}+2=0

\rightarrow \cos{\theta}=\dfrac{2}{3}

Para k=1:

\cos^3{\theta}-6\cos{\theta}+4=0

(\cos{\theta}-2)(\cos^2{\theta}+2\cos{\theta}-2)=0

Como \cos{\theta} não pode ser 2:

\cos^2{\theta}+2\cos{\theta}-2=0

\cos{\theta}=\dfrac{-2\pm \sqrt{12}}{2}

\cos{\theta}=\pm \sqrt{3}-1

Como -1\leq \cos{\theta}\leq 1:

\cos{\theta}=\sqrt{3}-1

c) Se o valor de k tende ao infinito:

k\rightarrow 1+k

Logo:

\cos^3{\theta}-3\cos{\theta}+2=0

(\cos{\theta}-1)^2(\cos{\theta}+2)=0

\rightarrow \cos{\theta}=1

\rightarrow \theta=0

Portanto, quanto maior a razão entre as massas, menor será o ângulo para a perda de contato, tendendo a zero quando uma massa é muito maior que a outra.

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Gabarito

a) 

a=k, b=0, c=-3(1+k) e d=2(1+k)

b) Para k=0:

\cos{\theta}=\dfrac{2}{3}

Para k=1:

\cos{\theta}=\sqrt{3}-1

c) O ângulo tende a zero.

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Avançado

Assunto abordado

Gravitação/ Conservação de energia e momento angular

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Solução

Inicialmente olhemos para o movimento do planeta em movimento circular. Neste corpo, a força gravitacional no planeta é a resultante centrípeta das forças.

Seja M a massa da estrela, G a cnstante gravitacional, e m a massa dos corpos.

\vec {F_g}=\vec {F_{cp}}

\dfrac{GMm}{R^2}=m\omega^2R

\dfrac{GM}{R^2}=\left(\dfrac{2\pi}{T}\right)^2R

\sqrt{\dfrac{R^3}{GM}}=\dfrac{T}{2\pi} (Eq 01)

Para o cometa não podemos fazer a mesma análise, pois o raio de curvatura para o movimento não necesssariamente é o raio vetor que liga o cometa à estrela.

Vejamos, portanto, a energia mecânica do cometa:

Figura 5

Seja r a distância entre o planeta e a estrela.

A energia cinética do cometa é:

K=\dfrac{m\dot r^2}{2}+\dfrac{mr^2\dot{\theta}^2}{2}

onde \dot{theta} é a velocidade angular com que o raio vetor que liga os corpos gira.

Como a força é apenas na direção radial, o momento angular do cometa é constante:

L=mr^2\dot{\theta}=cte

\dot{\theta}=\dfrac{L}{mr^2}

Substituindo na energia cinética:

K=\dfrac{m\dot r^2}{2}+\dfrac{mr^2}{2}\left(\dfrac{L}{mr^2}\right)^2

K=\dfrac{m\dot r^2}{2}+\dfrac{L^2}{2mr^2}

A energia mecânica então é:

E=K+U=\dfrac{m\dot r^2}{2}+\dfrac{L^2}{2mr^2}-\dfrac{GMm}{r}

Sabemos, porém, que a energia de um movimento parabólico é zero. Logo:

\dfrac{m\dot r^2}{2}+\dfrac{L^2}{2mr^2}-\dfrac{GMm}{r}=0; (Eq 02)

Para o momento de distância mínima(r=p), a taxa de variação de raio (\dot r) deve ser nula. Portanto:

\dfrac{L^2}{2mp^2}-\dfrac{GMm}{p}=0

\rightarrow L=\sqrt{2GMm^2p}

Voltando para a (Eq 02):

\dfrac{m\dot r^2}{2}+\dfrac{L^2}{2mr^2}-\dfrac{GMm}{r}=0

\dfrac{m\dot r^2}{2}+\dfrac{(\sqrt{2GMm^2p})^2}{2mr^2}-\dfrac{GMm}{r}=0

\dot r^2=(2GM)\dfrac{r-p}{r^2}

\dfrac{dr}{dt}=\pm \sqrt{2GM}\cdot \dfrac{\sqrt{r-p}}{r}

dt=\pm \dfrac{1}{\sqrt{2GM}}\dfrac{rdr}{\sqrt{r-p}}

Aqui o aluno pode cometer um erro ao esquecer esse \pm.

Voltando à Figura 5 podemos perceber que do ponto I ao ponto R, o raio está diminuindo, e do ponto R ao S está aumentando, e como nosso intervalo de tempo deve ser positivo, devemos escolher onde começar a integral, e qual sinal utilizar.

Pela simetria, sabemos que no trajeto I-R é o mesmo que no trajeto R-S. Como o raio está aumentando no trajeto R-S, basta multiplicar o tempo dessa passagem por 2.

\Delta t=\dfrac{2}{\sqrt{2GM}} \displaystyle \int_p^R \dfrac{rdr}{\sqrt{r-p}}

Vamos resolver a integral separadamente.

I=\displaystyle \int_p^R \dfrac{rdr}{\sqrt{r-p}}

Resolveremos essa integral utilizando a integração por partes:

U=r \rightarrow dU=dr e dV=\dfrac{dr}{\sqrt{r-p}} \rightarrow V=2\sqrt{r-p}

Reorganizando:

I=\displaystyle \int UdV=UV-\displaystyle \int VdU

I=r\cdot(2\sqrt{r-p})-\displaystyle \int 2\sqrt{r-p}dr=2r\cdot\sqrt{r-p}-\dfrac{4}{3}(r-p)^{\frac{3}{2}}

I=\left[2r\sqrt{r-p}-\dfrac{4}{3}(r-p)^{\frac{3}{2}}\right]_p^R

\rightarrow I=\dfrac{2}{3}\sqrt{R^3}\left(1+\dfrac{2p}{R}\right)\sqrt{1-\dfrac{p}{R}}

Aplicando de volta para o tempo:

\Delta t=\dfrac{2}{\sqrt{2GM}} \cdot \dfrac{2}{3}\sqrt{R^3}\left(1+\dfrac{2p}{R}\right)\sqrt{1-\dfrac{p}{R}}

\Delta t=\dfrac{2\sqrt{2}}{3}\sqrt{\dfrac{R^3}{GM}}\left(1+\dfrac{2p}{R}\right)\sqrt{1-\dfrac{p}{R}}

Da (Eq 01):

\Delta t=\dfrac{2\sqrt{2}}{3}\dfrac{T}{2\pi}\left(1+\dfrac{2p}{R}\right)\sqrt{1-\dfrac{p}{R}}

Chegamos, portanto, ao resultado:

\Delta t=\dfrac{\sqrt{2}}{3\pi}\left(1+\dfrac{2p}{R}\right)\sqrt{1-\dfrac{p}{R}}\cdot T

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Gabarito

Demonstração

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