Escrito por Wanderson Faustino Patricio
Iniciante
Dinâmica / Força de atrito
a) Vamos analisar todas as forças aplicadas no bloco.
Figura 01: Forças no bloco
Inicialmente, decompondo a força nas direções e :
e
Como , o corpo não conseguirá sair do chão, independente do ângulo. Portanto, a força resultante em é zero.
A força de atrito cinético será:
Aplicando a 2ª lei de Newton na direção :
b) Seja a função :
Se você já conhece as aplicações do cálculo, você poderia tirar a primeira e a segunda derivada de em função de e verificar o máximo da equação, mas não iremos fazer isso nessa solução.
Sabemos que:
Perceba que a função possui bastante semelhança com essa relação. Portanto, considere o ângulo e o número real , tais que:
Logo:
Para que essa relação seja válida para qualquer :
Resolvendo esse sistema chegamos a:
e
Se queremos que a aceleração seja máxima, a função seja máxima.
O máximo da função cosseno ocorre para o zero. Portanto:
A aceleração máxima será:
a)
b)
Intermediário
Conservação da energia / Força centrípeta
Antes de iniciarmos a solução em si, precisamos ressaltar algumas considerações iniciais.
Primeiramente, a casca poderia deslizar para fora do buraco, rodando ao redor de uma das quinas, inclusive, isso ocorreria antes dela perder contato na direção vertical. Porém, o enunciado deixa claro que as condições do buraco não permitem que isso ocorra. Portanto, a casca perderá contato com o solo na direção vertical.
Segundo, não é trivial para esse problema perceber que para a condição de perda de contato a massa deve estar no topo de esfera. Embora a componente vertical da normal esteja aumentando, como a massa terá sua velocidade diminuída, não é fácil perceber para qual ângulo ocorre a menor velocidade.
Dadas a considerações iniciais, vamos a resolução do problema.
Considere que a casca perde contato a um ângulo em relação a vertical.
Figura 02: Representação do sistema
Seja a velocidade com que a massa foi lançada. Conservando a energia:
Aplicando a força centrípeta:
Olhando para as forças na casca:
Figura 03: Forças na casca
Seja a normal que o solo exerce na casca . Como antes da perda de contato a casca não perde contato:
Para o momento da perda de contato :
Portanto, a velocidade para a massa perder contato em um ângulo é:
Não é trivial perceber que o mínimo dessa função ocorre para . Considere, porém, a função:
Sabemos, pela desigualdade das médias, que, dados dois números reais, e maiores que, ou iguais a zero:
A igualdade ocorrerá para .
Olhando para , o mínimo da função ocorreria para:
Como estamos trabalhando com ângulos reais:
Portanto essa não é a solução desejada. Logo, como a função diminui conforme aumenta, até , que não é um ângulo real, o mínimo da função ocorrerá para .
Avançado
Eletromagnetismo / Dinâmica da rotação / Torque de precessão
a) Para a resolução dessa questão utilizaremos dois sistemas de coordenas, para a rotação da esfera ao redor do próprio eixo utilizaremos o sistema de coordenadas esféricas, e para o movimento circular da esfera ao redor do eixo pelo ponto P utilizaremos o sistema de coordenadas cilíndricas.
Como a esfera rola sem deslizamento, ela possui velocidade angular , tal que:
A velocidade de uma carga na posição será:
A força magnética resultante é:
Sabemos, pelo enunciado, que , e são constantes, portanto, também será constante. Utilizando a identidade apresentada pelo enunciado:
Como a carga é uniformemente distríbuida pelo volume, definiremos uma densidade volumétrica de carga :
No sistema de coordenadas esféricas, o diferencial de volume será:
Portanto, o meu diferencial de carga será:
Integrando a função somente em e .
Voltando para a força, calculemos as integrais restantes separadamente:
I)
Perceba que a função é uma função ímpar. Portanto no intervalo de a :
II)
Onde é o ângulo entre e .
O ângulo varia de até , portanto, a função é antissimétrica nesse intervalo. Portanto:
Voltando a equação da força:
Olhando agora para o sistema de coordenadas cilíndricas, com eixo vertical que passa pelo ponto P.
Figura 04: Representação do sistema de coordenadas cilíndricas
Sendo , e os vetores unitários de cada direção.
Do enunciado podemos perceber que:
e
Logo:
Essa força atuará no centro de massa da esfera.
b) Como esse corpo está girando ao redor de seu próprio eixo e ao redor do eixo vertical, sua velocidade angular resultante será:
Como o corpo é simétrico, o momento angular resultante será:
Pela definição de torque, sabemos que:
; onde
Como o momento de inércia e a velocidade angular possuem módulo constante, o módulo do momento angular é constante, portanto:
Podemos ver que a razão é a velocidade angular com que o vetor momento angular gira.
Percebemos que:
e
c) Inicialmente vamos analisar o rolamento perfeito.
Sendo a distância entre o ponto P e o centro da esfera , temos que:
Analisando as forças na esfera:
Figura 05: Representação das forças (cima e perfil)
Como o corpo tem a tendência de deslizar na direção radial, existirá uma força de atrito nessa direção.
Aplicando a 2ª lei de Newton nessa direção:
(EQ 01)
Podemos perceber que que o torque da força de atrito é:
Aqui, o aluno pode pensar que somente o atrito gera torque no centro de massa da esfera, visto que a força magnética está atuando no centro de massa. Porém, há um dipolo magnético resultante na esfera, e esse dipolo não estará paralelo ao campo magnético.
Mas como calcular esse torque então?
Vamos olhar um caso geral:
Considere um corpo de dimensões e propriedades quaisquer (conhecidas), uniformes, girando com velocidade angular ao redor de um eixo.
Figura 06: Corpo girando
Vamos calcular inicialmente o diferencial de volume no corpo em coordenadas cilíndricas:
Sendo a densidade volumétrica de massa, vamos calcular o momento de inércia do corpo:
Vamos guardar esse resultado.
Seja a densidade volumétrica de carga . Calcularemos agora o momento de dipolo ():
Onde a área aponta na direção da velocidade angular.
Porém, é o módulo da velocidade angular (), a qual independe da distância, e pode sair da integral.
vamos calcular a área que esntra no cálculo do momento de dipolo.
Olhando de cima o movimento do diferencial de carga:
Figura 07: Vista de cima do movimento
Sabemos que a área possui uma relação linear com o ângulo:
Voltando ao cáculo do momento de dipolo e utilizando que :
Comparando com o resultado do momento de inércia:
Como a distribuição de carga e massa são uniformes:
Portanto:
Lembrando que esse é a velocidade angular resultante.
Sabemos que o torque de um campo magnético externo em um dipolo é:
Aplicando o torque magnético e o do atrito na equação original (encontrado no item b)), e lembrando que .
(EQ 02)
Unindo EQ 01 e EQ 02:
Somando as duas equações:
Como :
a)
b)
c) e