Soluções Física - Semana 140

Escrito por Wanderson Faustino Patricio

Iniciante

Assunto abordado

Relações de Galileu/ Força de atrito

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Solução

a) Primeiramente, definamos a notação para a velocidade relativa:

\vec{V}_{A/B} é a velocidade de A em relação à B

Pela relação de Galileu, temos que:

\vec{V}_{A/B}=\vec{V}_{A/C}+\vec{V}_{C/B}  Eq(01)

Analisando os dados fornecidos pelo enunciado, vemos que:

\vec{V}_{carro/terra}=10\hat x

e

\vec{V}_{bola/carro}=(-v\cdot \cos{\theta})\hat x +(v\cdot \sin{\theta})\hat y \rightarrow \vec{V}_{bola/carro}=-4\hat x+3\hat y

Usando Eq(01):

\vec{V}_{bola/terra}=\vec{V}_{bola/carro}+\vec{V}_{carro/terra}

\vec{V}_{bola/terra}=(-4\hat x+3\hat y)+(10\hat x)

\vec{V}_{bola/terra}=6\hat x+3\hat y

Podemos reescrever essa velocidade como:

\vec{V}_{bola/terra}=v_x\hat x+v_y\hat y

Onde v_x=6\,m/s e v_y=3\,m/s.

Portanto, o ângulo com a horizontal será tal que:

\tan{\alpha}=\dfrac{v_y}{v_x}=\dfrac{3}{6}

\rightarrow \boxed{\alpha=\arctan{\dfrac{1}{2}}\approx 26,57^{\circ}}

b) Trabalhando agora somente no referencial da terra.

O tempo de voo da bola será igual a duas vezes o seu tempo de subida:

t_{voo}=\dfrac{2v_y}{g}

No eixo horizontal, a bola executará um movimento retlíneo uniforme. O espaço percorrido por ela será:

S_B=v_x\cdot t_{voo} \rightarrow S_B=\dfrac{2v_x\cdot v_y}{g}

Vamos analisar o ponto na frente do carrinho. Como a aceleração do carrinho (a) é constante e para trás, a posição desse ponto será:

S_C=L+v_0\cdot t_{voo}-\dfrac{a(t_{voo})^2}{2}

S_C=L+v_0\cdot \dfrac{2v_y}{g}-\dfrac{a\left(\dfrac{2v_y}{g}\right)^2}{2}

\rightarrow S_C=L+\dfrac{2v_0\cdot v_y}{g}-\dfrac{2av_y^2}{g^2}

Como queremos que a bola caia no carrinho de novo:

0\leq S_C-S_B\leq L

0\leq \left(L+\dfrac{2v_0\cdot v_y}{g}-\dfrac{2av_y^2}{g^2}\right)-\left(\dfrac{2v_x\cdot v_y}{g}\right)\leq L

0\leq L+\dfrac{2(v_0-v_x)v_y}{g}-\dfrac{2av_y^2}{g^2}\leq L

Resolvendo esse sistema de iniquações, chegamos a:

\boxed{\dfrac{v_0-v_x}{v_y}\cdot g\leq a\leq \dfrac{Lg^2}{2v_y^2}+\dfrac{v_0-v_x}{v_y}\cdot g}

Como o corpo está sobre a influência da força de atrito, temos:

\left|F_R\right|=\left|F_{at}\right|

ma=\mu\cdot N

Como a normal está equilibrando o peso:

N=mg

Logo:

ma=\mu mg

\rightarrow a=\mu g

Portanto:

\dfrac{v_0-v_x}{v_y}\cdot g\leq \mu g\leq \dfrac{Lg^2}{2v_y^2}+\dfrac{v_0-v_x}{v_y}\cdot g

\boxed{\dfrac{v_0-v_x}{v_y}\leq \mu \leq \dfrac{v_0-v_x}{v_y}+\dfrac{Lg}{2v_y^2}}

Aplicando valores:

\dfrac{4}{3}\leq 0\leq \dfrac{22}{9}

Esse não é o resultado final. Como a aceleração provém da força de atrito, devemos garantir que durante todo o movimento o carrinho estava com velocidade.

A velocidade do carrinho é dada por:

v-v_0-at=v_0-\mu gt

No instante do pouso, a velocidade deve ser maior que ou igual a zero:

v=v_0-\mu gt_{voo}\geq 0

v_0-\mu g\cdot \dfrac{2v_y}{g}\geq 0

\mu \leq \dfrac{v_0}{2v_y}

\mu\leq \dfrac{5}{3}

Como \dfrac{5}{3} é menor que \dfrac{22}{9}, o nosso resultado final será:

\boxed{\dfrac{4}{3}\leq \mu \leq \dfrac{5}{3}}

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Gabarito

a)

\boxed{\alpha=\arctan{\dfrac{1}{2}}\approx 26,57^{\circ}}

b)

\boxed{\dfrac{4}{3}\leq \mu \leq \dfrac{5}{3}}

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Intermediário

Assunto abordado

Dinâmica/ Forças em um plano inclinado

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Solução 01

Inicialmente, vamos olhar para o plano na lateral:

Figura 01: Vista lateral do plano

Vamos separar a força peso em dua componentes:

P_x=P\sin{\alpha} e P_y=P\cos{\alpha}

Como a normal impede que a massa se mova para dentro dele:

N=P_y=P\cos{\alpha}

A força de atrito cinético é dado por:

F_{at}=\mu N

F_{at}=\mu \cdot P\cos{\alpha}

F_{at}=\tan{\alpha}\cdot P\cos{\alpha}

F_{at}=P\sin{\alpha}=P_x

Vemos que o módulo da força de atrito tem módulo igual a componente do peso ao longo do plano.

Olhando agora para cima do plano:

Figura 02: Vista de cima do plano

Vamos calcular a força ao longo dos eixos x e y, e na direção da velocidade resultante.

Eixo x: 

F_x=P_x-F_{at}\cos{\varphi}

F_x=P_x-P_x\cos{\varphi}

F_x=P_x(1-\cos{\varphi})

Eixo y:

F_y=-Fat\sin{\varphi}

F_y=-P_x\sin{\varphi}

Ao longo do eixo em v:

F_v=P_x\cos{\varphi}-F_{at}

F_v=P_x\cos{\varphi}-P_x

F_v=-P_x(1-\cos{\varphi})

Vamos somar F_x e F_v:

F_x+F_v=P_x(1-\cos{\varphi})+(-P_x(1-\cos{\varphi}))

F_x+F_v=0

Aplicando a segunda lei de Newton:

F_v=ma_v e F_x=ma_x

Logo:

ma_v+ma_x=0

a_v+a_x=0

\dfrac{\Delta v}{\Delta t}+\dfrac{\Delta v_x}{\Delta t}=0

Utilizando a Dica 02:

v+v_x=cte

Olhando para nosso sistema, podemos perceber que v_x=v\cos{\varphi}. Como no momento inicial \varphi=\dfrac{\pi}{2}, v_{x_0}=0.

Portanto:

v+v\cos{\varphi}=v_0+v_{x_0}=v_0

\rightarrow \boxed{v=\dfrac{v_0}{1+\cos{\varphi}}}

A ideia utilizada nessa solução é a mesma que foi utilizada na questão iniciante dos problemas da semana na Semana 121.

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Solução 02

Solução de Tiago Avelino

Aplicando a força resultante nos eixos y e x:

x:

mg\sin{\alpha}-F_{at}\cos{\varphi}=m\dfrac{dv_x}{dt}

y:

-F_{at}\sin{\varphi}=m\dfrac{dv_y}{dt}

Utilizando os resultados encontrados na solução 01:

\begin{cases} mg\sin{\alpha}(1-\cos{\varphi})=m\dfrac{d(v\cos{\varphi})}{dt} \\ -mg\sin{\alpha}\sin{\varphi}=m\dfrac{d(v\sin{\varphi})}{dt} \end{cases}

Logo:

\dfrac{\cos{\varphi}-1}{\sin{\varphi}}=\dfrac{d(v\cos{\varphi})}{d(v\sin{\varphi})}

\dfrac{\cos{\varphi}-1}{\sin{\varphi}}=\dfrac{dv\cos{\varphi}-v\sin{\varphi}d\varphi}{dv\sin{\varphi}+v\cos{\varphi}d\varphi}

dv\cos{\varphi}\sin{\varphi}-v\sin^2{\varphi}d\varphi=dv\sin{\varphi}\cos{\varphi}+v\cos^2{\varphi}d\varphi-dv\sin{\varphi}-v\cos{\varphi}d\varphi

vd\varphi=v\cos{\varphi}d\varphi+dv\sin{\varphi}

\dfrac{dv}{v}=\dfrac{(1-\cos{\varphi})}{\sin{\varphi}}d\varphi

\displaystyle \int_{v_0}^v \dfrac{dv}{v}=\displaystyle \int_{\dfrac{\pi}{2}}^{\varphi} \dfrac{1}{\sin{\varphi}}d\varphi-\displaystyle \int_{\dfrac{\pi}{2}}^{\varphi} \dfrac{1}{\tan{\varphi}}d\varphi

\ln{\left(\dfrac{v}{v_0}\right)}=\ln{\left|\tan{\dfrac{\varphi}{2}}\right|}-\ln{\left|\sin{\dfrac{\varphi}{2}}\right|}=\ln{\left|\dfrac{\tan{\dfrac{\varphi}{2}}}{\sin{\dfrac{\varphi}{2}}}\right|}

\dfrac{v}{v_0}=\dfrac{\sec^2{\dfrac{\varphi}{2}}}{2}

\rightarrow \boxed{v(\varphi)=\dfrac{v_0\cdot\sec^2{\dfrac{\varphi}{2}}}{2}}

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Solução 03

Solução de Bruno Victor

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Gabarito

\boxed{v=\dfrac{v_0}{1+\cos{\varphi}}}

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Avançado

Assunto abordado

Circuitos oscilantes/ equações de Maxwell

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Solução

a) Sabemos que a tensão em um capacitor é dado por:

U_C=-\dfrac{Q}{C}

A tensão no indutor é dado por:

U_L=-L\dfrac{dI}{dt}

Como I=\dfrac{dQ}{dt}, então \dfrac{dI}{dt}=\dfrac{d^2Q}{dt^2}=\ddot Q. Portanto:

U_L=-L\ddot Q

Aplicando a lei das malhas no circuito:

U_L+U_C=0

-\dfrac{Q}{C}-L\ddot Q=0

\ddot Q+\dfrac{1}{LC}\cdot Q=0

Essa é a equação de um movimento harmônico simples. Essa equação é da forma:

\ddot Q+\omega^2Q=0

\rightarrow \omega=\dfrac{1}{\sqrt{LC}}

As soluções dessa equação são equações senoidais. Logo:

Q(t)=A\cos{(\omega t)}+B\sin{(\omega t)}

\rightarrow I(t)=\dfrac{dQ}{dt}=-A\omega \sin{(\omega t)}+B\omega \cos{(\omega t)}

Como a corrente em t=0 é zero, então:

B=0

\rightarrow Q(t)=A\cos{(\omega t)}

A ddp inicial se relaciona com a carga inicial por:

U_0=\dfrac{Q_0}{C}

Q_0=U_0C

\rightarrow Q(0)=Q_0=A\cos{(\omega\cdot 0)}

U_0C=A\cos{(0)}

A=U_0C

A carga no capacitor será dada por:

Q(t)=U_0C\cos{(\omega t}

A ddp será dada por:

U(t)=\dfrac{Q(t)}{C}

\rightarrow \boxed{U(t)=U_0\cos{\left(\dfrac{1}{\sqrt{LC}} \cdot t\right)}}

b) Primeiramente vamos analisar as equações de Maxwell relacionando os campos magnético e elétrico:

\nabla \times \vec B=\mu_0\vec J+\mu_0\epsilon_0\dfrac{\partial \vec E}{\partial t}

Onde \vec J é o vetor deslocamento volumétrico de corrente.

Como a carga gerada no capacitor é gerada por indução, não há corrente real, e, portanto: \vec J=\vec 0.

\rightarrow \nabla \times \vec B=\mu_0\epsilon_0\dfrac{\partial \vec E}{\partial t}

Podemos agora utilizar a relação dada pelo problema:

\displaystyle \oint_{\partial \Gamma} \vec{B}\cdot d\vec l=\displaystyle \int_{\Gamma} (\nabla\times\vec B)\cdot d\vec S

\displaystyle \oint_{\partial \Gamma} \vec{B}\cdot d\vec l=\displaystyle \int_{\Gamma} \mu_0\epsilon_0\dfrac{\partial \vec E}{\partial t}\cdot d\vec S

Vamos agora calcular o campo elétrico entre as placas do capacitor. Como este é ideal, vamos considerar que o campo elétrico é constante.

E\cdot d=U(t)

\vec E=\dfrac{U_0}{d}\cos{(\omega t)} \hat n

\rightarrow \dfrac{\partial \vec E}{\partial t}=-\dfrac{\omega U_0}{d}\sin{(\omega t)} \hat n

O campo elétrico não depende da altura em relação as placas.

Basta agora escolher agora a nossa região \Gamma.

Pela simetria do problema, escolheremos uma região circular de raio r, paralela as placas, e com centro alinhado com o centro das placas, de tal maneira que o campo magnético será constante em módulo.

Aplicando na nossa relação:

\displaystyle \oint_{\partial \Gamma} \vec{B}\cdot d\vec l=\displaystyle \int_{\Gamma} \mu_0\epsilon_0\dfrac{\partial \vec E}{\partial t}\cdot d\vec S

B \displaystyle \oint_{\partial \Gamma} dl=\mu_0\epsilon_0\dfrac{\partial E}{\partial t}\displaystyle \int_{\Gamma} dS

B\cdot 2\pi r=\mu_o\epsilon_0 \left(-\dfrac{\omega U_0}{d}\sin{(\omega t)}\right)\pi r^2

\rightarrow \boxed{\vec B(r,t)=-\dfrac{\mu_0\epsilon_0 U_0}{2d\sqrt{LC}}\cdot \sin{\left(\dfrac{1}{\sqrt{LC}}\cdot t\right)}\cdot r\,\hat{\varphi}}

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Gabarito

a) \boxed{U(t)=U_0\cos{\left(\dfrac{1}{\sqrt{LC}} \cdot t\right)}}

b) \boxed{\vec B(r,t)=-\dfrac{\mu_0\epsilon_0 U_0}{2d\sqrt{LC}}\cdot \sin{\left(\dfrac{1}{\sqrt{LC}}\cdot t\right)}\cdot r\,\hat{\varphi}}

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