Escrito por Ualype Uchôa, Paulo Henrique e Wanderson Patricio
Iniciante
Análise de dados: Pêndulo simples
Podemos facilmente calcular as médias e suas respectivas incertezas facilmente utilizando o modo SD da calculadora (ou na primeira tela do modo REG Lin) após inserir as medidas. Lembre-se que a incerteza associada à média aritmética de um conjunto de medidas é a soma quadrática do erro de medição da tabela com o desvio padrão da média sobre
(N é o número de medidas), i.e.
, sendo
o desvio padrão da média da forma que é obtido a partir da calculadora científica (algumas calculadoras podem ter sutis variações na notação e nos valores obtidos). Verifica-se que, pela proximidade de valores entre os dados, a incerteza associada ao desvio padrão é desprezível frente ao erro experimental, e portanto já colocou-se
ao topo da tabela como a incerteza para cada média. Segue abaixo a tabela completa.
OBS: Em uma prova, é recomendado colocar o nome da tabela logo acima desta.
Tabela 1: Medidas do tempo de dez oscilações para diferentes comprimentos de pêndulo
Para calcular
, fazemos
, e analogamente para sua incerteza:
. Para a incerteza de
, podemos consultar a tabela de propagação do resumo fornecido para o caso
com
, sendo o erro propagado
, ou simplesmente derivar
(se o aluno souber, é claro). Em qualquer caso,
. Segue abaixo a tabela pedida.
Tabela 2: Valores de período e período ao quadrado para diferentes comprimentos
Segue abaixo o gráfico pedido.
Figura 1: Gráfico linearizado de versus
Utilizamos o modelo de papel milimetrado que pode ser obtido clicando aqui. No gráfico, utilizamos uma escala de 1 "quadrado"
no eixo
e
"quadrados"
no eixo
. Destacamos também uma breve legenda no canto inferior direito e informações relevantes no canto superior esquerdo: o tipo de função ajustada ao conjunto de pontos, coeficientes angular e linear e o coeficiente de correlação
, além das barras de erro devidamente inseridas (apenas em
, pois são menores que 1mm em
). Mais informações sobre como essas quantidades foram obtidas seguem no próximo item.
OBS: Buscamos obter uma escala "bonita" (usando números pares ou múltipos de 5) e ocupar o máximo de espaço do gráfico ao mesmo tempo. Muitas vezes, o primeiro torna-se bastante difícil, especialmente numa prova quando há tempo limitado; portanto, não se atenha muito à isso. No entanto, busque SEMPRE ocupar a maior área possível no seu gráfico (a partir de 70% do papel se torna aceitável).
Utilizaremos o método de regressão linear, mas encorajo os alunos a resolverem utilizando o . Para isso, colocamos primeiramente os pares
no modo REG Lin da calculadora. Com isso, podemos obter facilmente os valores brutos dos coeficientes
,
e
da reta ajustada aos pontos:
onde omitimos, por enquanto, as unidades intrínsecas à e
. Agora, podemos estimar as incertezas dos coeficientes a partir das fórmulas:
,
.
Em que é o número de pontos experimentais e
o coeficiente de correlação.
Obtemos, já respeitando as regras de algarismos significativos:
e
Agora, podemos escrever e
de forma adequada, respeitando os algarismos significativos das incertezas:
,
.
Por fim, escolhemos duas abcissas quaisquer e
, das quais extraímos as ordenadas
e
na reta ajustada
. Marcando (apenas para orientação, não deixe-os no produto final) a localização desses pontos no gráfico, traçamos uma reta colinear à estes que é exatamente a reta ajustada.
Percebendo que:
.
Para o caso (
) com
, o erro propagado é
, logo propagamos a incerteza
como sendo
.
Portanto, obtemos ou, no SI:
.
Um boa forma de comparar com o valor esperado é computando a exatidão da medida:
,
o que constitui uma medida bastante exata (exatidões de até encaixam-se nessa categoria), mesmo não sendo aparentemente tão próxima da esperada. Vale também mencionar que a incerteza da medida cobre o valor esperado.
OBS: Detalhou-se bastante a solução para deixar claro que metodologias foram e são comumente usadas, auxiliando o aluno. Em uma prova como a da OBF isso não é necessário; escreva e mostre apenas o que for pedido e ideias chave para o entendimento do corretor.
Tabela 1: Medidas do tempo de dez oscilações para diferentes comprimentos de pêndulo
Tabela 2: Valores de período e período ao quadrado para diferentes comprimentos
e
Figura 1: Gráfico linearizado de versus
.
A medida possui uma exatidão de em relação ao valor esperado, constituindo um bom resultado.
Intermediário
Cálculo de incerteza, construção de tabelas e gráficos.
a)
Após um intervalo de tempo , a energia transferida para o sistema é
. Essa energia é usada para alterar em
a temperatura do sistema, logo:
b)
Usando a função regressão linear da calculadora, obtemos o coeficiente angular :
Onde foi usado o valor para a incerteza dessa quantidade, onde
é o coeficiente de correlação e
é o número de pontos experimentais. Dessa forma, podemos inserir o valor de
para
na tabela do enunciado.
c)
Note que . Com isso, podemos construir a tabela requerida:
d)
e)
Inserindo os valores de e
na função regressão linear da calculadora, obtemos os valores do coeficientes
e
:
Onde e
.
f)
Como , obtemos:
, onde foi usado que
.
É conhecido o fato de que o calor específico real da água é dado por . Portanto,
, o que confere boa credibilidade para o resultado do experimento.
a)
b)
Gráfico
c)
Tabela
d)
Gráfico
e)
f)
Avançado
Cálculo de momento de inércia, tratamento de dados, cálculo de erros, montagem de gráficos e tabelas.
Parte A
Como o corpo é achatado, podemos utilizar o teorema dos eixos perpendiculares, calculando primeiramente os momentos de inércia dos eixos perpendiculares primeiro.
Figura 01: Eixos perpendiculares
Como a espessura da barra é desprezível, o momento de inércia ao redor do eixo é o mesmo que o de uma barra fina de comprimento
ao redor de seu centro, ou seja:
Analogamente, o momento de inércia ao redor do eixo é:
Pelo teorema dos eixos perpendiculares temos:
Portanto:
Para o cálculo da incerteza, utilizaremos a tabela de incerteza da OBF.
Separaremos inicialmente o nosso momento de inércia como a soma de duas funções:
Com e
.
Calculando a incerteza de
:
Como a nossa função possui uma parte constante, temos:
Eq(01)
Calculando a incerteza de
:
Como este é um produto, utilizaremos a regra do produto para as incertezas:
Eq(02)
Calculando a incerteza de
Pela regra da potência temos:
Eq(03)
Juntando as Eq(03) e Eq(02):
Eq(04)
Juntando as Eq(04) e Eq(01):
Analogamente, podemos calcular a incerteza de :
Como o momento de inércia é dado pela soma das funções e
, temos que:
Transformando os valores fornecidos para o SI:
,
,
,
e
Aplicando valores chegamos a:
Portanto, calculado o valor para o momento de inércia, chegamos a:
Parte B
Para essa solução, utilizaremos a definição de momento de inércia diretamente:
Figura 02: Fita adesiva
sendo a densidade superficial de área temos:
Logo:
Logo:
Análogo ao resultado encontrado na parte A, temos:
Aplicando valores:
Calculando o valor para o momento de inércia e aplicando a incerteza:
Parte C
Pelo teorema dos eixos paralelos, sabemos que o momento de inércia em relação a um ponto de apoio a uma distância
é:
Aplicando a segunda lei de Newton para a rotação:
Como o ângulo é pequeno:
Portanto:
Essa é a equação de um MHS, seu período de oscilação é:
Pela desigualdade das médias temos que:
A igualdade ocorre para .
Portanto:
O valor mínimo ocorrerá para:
Plotando o gráfico do período em função da distância temos:
Figura 03: Gráfico x
Aproximando o gráfico ao redor da abscissa de período mínimo:
Figura 04: Aproximação da Figura 03
Olhando para a figura, podemos obter um valor aproximado para o raio em torno de .
OBS: Qualver valor entre e
também é uma aproximação boa.
Primeiramente, iremos fazer uma tabela de
e
, com suas respectivas incertezas:
Figura 05: Tabela e
Plotando o gráfico de em função de
obtemos:
Figura 06: Gráfico x
Organizando um pouco a equação do período, chegamos a:
Se renomearmos as variáveis:
,
,
, e
Temos que:
Essa é a equação de uma reta.
Utilizando a função regressão linear da calculadora casio, achamos:
e
Aplicando valores chegamos a:
Primeiramente, temos que:
Da equação para o temos:
Aplicando valores chegamos a: