Escrito por Akira Ito e Gabriel Hemétrio
Iniciante
Óptica Geométrica
Note que, como dito no enunciado, foi feita uma aproximação de modo que as figuras geométricas destacadas na abóbora sejam planas. Caso contrário, teríamos que buscar uma solução ou por cálculo ou por trigonometria esférica, o que seria inviável para nosso propósito. Dito isso, para calcular a intensidade, deveremos, primeiro, calcular a potência que sai da abóbora. Sabemos que a intensidade na borda da abóbora é dada por:
I′=P04πR2
Logo:
P′=I′A
mas
A=3Atriangulo+Asemi−circulo
ou seja
A=3l2√34+πr22
Então
P′=P04πR2(3l2√34+πr22)
Tal que, por fim, a intensidade à uma distância D será:
I=P′4πD2
I=P04πR2(3l2√34+πr22)4πD2
Numericamente:
I=4,9×10−4W/m2
I=4,9×10−4W/m2
Intermediário
Dinâmica
Para essa questão, poderemos utilizar um formalismo vetorial. Definindo a posição de cada mola em relação à um referencial O, teremos no equilíbrio:
m→g+6∑n=1ki(→ri−→r0)=0
O que resulta:
→r0=m→g+6∑n=1ki→ri6∑n=1ki
Após uma pequena pertubação →x do sistema, devido à queda do inseto, teremos:
→F=m→g+6∑n=1ki(→ri−→r0−→x)
Utilizando o valor encontrado para →r0, a expressão acima pode ser reduzida para:
→F=−→x6∑n=1ki
Portanto, encontramos uma relação para a constante elástica equivalente, tal que, o período de oscilação do inseto será:
T=2π√m6∑n=1ki
Equivalentemente:
T=2π√m6k
Logo, para que a aranha alcance o inseto antes de 5 períodos de oscilação:
D≤v0Δt
Ou seja:
D≤10πv0√m6k
D≤10πv0√m6k
Avançado
Termodinâmica
a) As colisões de um gás ideal podem ser consideradas elásticas. Logo, a molécula apenas inverte o sentido da velocidade vx:
ix=2mvx
b) Para calcular a velocidade média, basta aplicar a distribuição de Maxwell:
⟨vx⟩=∫∞0vxf(vx)dvx∫∞0f(vx)dvx
⟨vx⟩=∫∞0(m2πkBT)1/2vxe−mv2x/2kBTdvx
Para resolver essa integral, basta fazer a substituição u=mv2x/2kBT. Fazendo as devidas simplificações, ficamos com:
⟨vx⟩=√2kBTπm
Comparando essa expressão com a velocidade média:
⟨v⟩=√8kBTπm
Logo,
⟨v⟩=2⟨vx⟩.
c) Considere um intervalo infinitesimal de tempo dt. Nesse tempo, as partículas a uma distância ⟨vx⟩dt (ou menos) de uma das paredes realizam uma colisão. Dessa forma, conseguimos calcular um diferencial de volume de partículas que colidem com a parede nesse intervalo:
dV=Avxdt
O número de partículas nesse volume pode ser encontrado em função da densidade de partículas η:
dN=η⟨vx⟩Adt=12η⟨v⟩Adt
Porém, as moléculas de gás podem estar se aproximando ou se afastando da parede, de forma que, em média, apenas metade das moléculas colidirão.
Portanto o número de colisões por unidade de tempo é:
dNdt=14η⟨v⟩A
d) A força é a variação de momento por unidade de tempo.
F=dpTdt−dpτdt
Se a temperatura ambiente é T0, o impulso fornecido ao longo de uma colisão é:
ΔiT=mvT−mvT0
e
Δiτ=mvτ−mvT0
Em que vT e vT0 são as velocidades da partícula com temperatura T e T0, respectivamente.
Dessa forma, aplicando os resultados anteriores, temos:
F=(ΔiT−Δiτ)dNdt
Portanto, a força resultante é:
F=AηkBπ√T0(√T−√τ)
e) Se substituirmos alguns valores numéricos para a expressão calculada no item d), podemos ver se a Malu conseguirá voar. Considerando a atmosfera como um gás ideal, temos:
p0=ηkBT
Logo, podemos encontrar a seguinte relação:
F=Ap0π√T0(√T−√τ)
Substituindo A=1m2, p0=105N/m2, T=100∘=373K, τ=0∘=273K e T0=27∘C=300K (os valores escolhidos para as temperaturas T e τ são arbitrários, já que se trata de uma estimativa), obtemos F≈5000N. Isso é uma força considerável e, dependendo dos valores escolhidos para a temperatura, a força calculada seria capaz de levantar o tapete e a bruxa.
Porém, o único detalhe que deixamos passar é que assumimos que a concentração η é igual nas proximidades das duas superfícies. A região mais quente possui uma concentração menor do que a fria (ηQuente<ηFrio), de forma que, na vida real, isso não seria possível.
A bruxinha, depois de ver essa solução, decide ir caminhando até sua casa.
a) ix=2mvx
b) ⟨vx⟩=√2kBTπm
c) Demonstração
d) F=AηkBπ√T0(√T−√τ)
e) Não é possível voar com o tapete na vida real pois a concentração do ar próximo ao tapete depende da temperatura, de forma que ηQuente<ηFrio