Soluções Física - Semana 162

Escrito por Akira Ito

Iniciante

Assunto abordado

Mecânica

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Solução

a)

Para calcular a gravidade na superfície do asteróide B-612 podemos utilizar a gravitação de Newton:

 F=\dfrac{MmG}{R^2}

Pela segunda lei de Newton:

 F=mg

 g=\dfrac{MG}{R^2}

No nosso caso, g=10,0\, \textrm{ms}^{-2} e  R=10\,\textrm{m} , logo:

 \boxed{ M=1,5\cdot 10^{13}\,\textrm{kg} }

Um fato curioso é que, como o asteróide é muito pequeno, a gravidade cai rapidamente, conforme ilustra o gráfico abaixo de gravidade vs distância:

Note como g=8,3\, \textrm{ms}^{-2} para uma distância de 11\,\textrm{m}. Para uma pessoa vivendo nesse lugar seria certamente muito esquisito, já que ela teria que especificar a altura que ela estava quando alguém lhe pergunta seu peso. Por sorte vivemos em um planeta muito grande com uma gravidade que varia muito pouco com as alturas do dia a dia.

b)

Para um objeto realizar uma órbita circular em torno do asteróide, a força gravitacional deve atuar como centrípeta, logo:

 F_c=F_g

 \dfrac{mv^2}{R} =\dfrac{MmG}{R^2}

 v=\sqrt{\dfrac{MG}{R}}

Substituindo os valores numéricos, obtemos:

 \boxed{ v=10\,\textrm{ms}^{-1} }

Essa é uma velocidade relativamente baixa. Por fins de comparação, uma pessoa consegue arremessar um objeto com uma velocidade entre 32 e 48, em \textrm{km/h}, que está nessa faixa. Então você, leitor, provavelmente conseguiria colocar um objeto em órbita!

Outra comparação interessante é que um corredor experiente, se não tomar cuidado, também pode acabar virando um satélite do asteróide! Corredores olímpicos conseguem atingir velocidades de até 44\,\textrm{km/h}, que é próximo de 12\,\textrm{ms}^{-1}.

c)

A velocidade angular é definida como:

 \omega = \dfrac{\Delta \theta}{\Delta t}

Em que \theta é um ângulo percorrido e t é o tempo. Dessa forma, temos em radianos:

 \boxed{\omega = \dfrac{\pi}{30} \textrm{s}^{-1}}

Comparando com a velocidade angular da Terra:

 \boxed{ \dfrac{\omega}{\omega_T} = 1440 }

d)

Assumindo que o Acendedor de lampiões se localiza no equador, sua velocidade linear deve ser a mesma da superfície do asteróide. Dessa forma o homem fica em repouso em relação ao Sol (desprezando o movimento de translação). Logo:

 v_A=\omega \cdot R

v_A= \dfrac{\pi}{3} \,\textrm{ms}^{-1}

Aproximando:

 \boxed{ v_A=1 \,\textrm{ms}^{-1} }

Curiosamente essa é a velocidade média de caminhada de uma pessoa.

e)

Essa parte é a mais complicada do problema, mas é perfeitamente solucionável com as dicas do enunciado. Vamos usar a definição da grandeza momento angular que foi dada no enunciado:

 L=I \omega

Pela conservação do enunciado, podemos afirmar que o momento angular é igual antes e depois da adição de massa no planeta, logo:

 L_0=L

 I \omega_0 = I \omega

Inicialmente I=\dfrac{2}{5}M_0R_0^2, em que M_0 e R_0 são a massa e o raio inicial do asteróide. Depois que a massa for adicionada, o raio e a massa do planeta vão mudar, já que a matéria nova vai ocupar um lugar no espaço. Assim:

 \dfrac{2}{5} M_0 R_0^2 \omega_0 = \dfrac{2}{5} M R^2 \omega

 M_0R_0^2\omega_0=MR^2\omega

Sabemos que a massa é proporcional ao volume, que é proporcional ao cubo do comprimento, ou seja M\propto V\propto R^3, então podemos simplificar a expressão. Outra maneira de ver isso é utilizando a fórmula de densidade (M=V\rho) e do volume da esfera (V=\dfrac{4}{3}\pi R^3), em que \rho é a densidade constante do planeta.

 R_0^5\omega_0= R^5\omega

Portanto:

 R=R_0 \left( \dfrac{\omega_0}{\omega} \right)^{\dfrac{1}{5}}

Logo, a adição de massa é:

 \Delta M = M-M_0

 \Delta M = \dfrac{4}{3}\pi (R^3-R_0^3) \rho

\Delta M = \dfrac{4}{3}\pi R_0^3 \left( \left( \dfrac{\omega_0}{\omega}\right)^{\dfrac{3}{5}} - 1 \right) \rho

Usando a substituição M_0=\dfrac{4}{3}\pi R_0^3\rho, temos:

 \Delta M = M_0 \left( \left( \dfrac{\omega_0}{\omega} \right)^{\dfrac{3}{5}} - 1 \right)

Numéricamente:

 \Delta M \approx 78\cdot M_0

 \boxed{\Delta M \approx 1,2\cdot 10^{15}\,\textrm{kg}}

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Gabarito

a)

 \boxed{ M=1,5\cdot 10^{13}\,\textrm{kg} }

b)

 \boxed{ v=10\,\textrm{ms}^{-1} }

c)

 \boxed{\omega = \dfrac{\pi}{30} \textrm{s}^{-1}}

 \boxed{ \dfrac{\omega}{\omega_T} = 1440 }

d)

 \boxed{ v_A=1 \,\textrm{ms}^{-1} }

e)

 \boxed{\Delta M \approx 1,2\cdot 10^{15}\,\textrm{kg}}

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Intermediário

Assunto abordado

Cinemática

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Solução

Esse é um problema um tanto quanto diferente, já que não há nenhuma fórmula que o estudante pode usar para encontrar a resposta de imediato. Para encontrar uma solução correta, é útil fazer várias hipóteses e observações empíricas, que são mais facilmente realizadas utilizando um computador. Se o estudante tiver uma noção de programação, tente colocar o problema em prática!

Caso não consiga, vamos ver uma possível solução!

Antes de ver a solução, aqui estão algumas possíveis respostas que o leitor pode ter pensado, mas que estão erradas:

  • Jerry deve tentar nadar diretamente para o ponto diametralmente oposto à posição inicial de Tom.
  • Jerry deve tentar nadar para tentar maximizar a distância em relação a Tom.
  • Jerry deve tentar nadar para o ponto na piscina mais longe do gato.

Vamos supor que o raio da piscina vale R=1,0\,\textrm{m} e que a velocidade do rato nadando vale v_r=1,0 \, \textrm{ms}^{-1} para facilitar as contas. Para o rato escapar, é preciso que ele esteja próximo à borda enquanto o gato está longe. Por exemplo, imagine que o rato está a uma distância r<1,0\,\textrm{m} do centro e o gato está no ponto mais distante possível. Dependendo do valor de r, o rato consegue escapar.

O tempo para que o rato escape é:

t_r=\dfrac{R-r}{v_r}

E o tempo para o gato chegar no ponto aonde o rato pretende ir é:

t_g=\dfrac{\pi R}{v_g}

Para que o rato chegue antes, é preciso que:

 t_g > t_r

 \dfrac{\pi}{4} > 1-r

 r>1-\dfrac{\pi}{4}

Essa é a nossa primeira pista. Agora precisamos verificar se o rato consegue chegar na situação proposta com r satisfazendo a inequação acima. Para mostrar que tal situação é possível, podemos pensar na velocidade angular do rato.

O gato possui uma velocidade angular fixa de \omega_g=4\,\textrm{s}^{-1}, no entanto, o ratinho pode variar a sua velocidade angular livremente, basta variar r. Portanto, podemos encontrar qual o valor máximo de r que permite que a velocidade angular do rato seja sempre maior que a do gato:

 \omega_r >\omega_g

 \dfrac{1}{r} > \dfrac {4}{1}

 r < \dfrac{1}{4}

Agora todas as etapas já foram realizadas, basta juntar as peças. Note que o rato tem liberdade para escolher o ângulo entre o rato e o gato se  r < 0,25 \,\textrm{m}. Dessa forma, o rato pode forçar a situação ilustrada anteriormente acontecer. Na situação ilustrada, o rato só escapa se  r>1-\dfrac{\pi}{4} \approx 0,21 \,\textrm{m}. Portanto, se o rato escolher um valor de r tal que  0,21< r < 0,25, ele consegue escapar utilizando a estratégia mostrada. Vale salientar que essa não é a única solução correta para esse problema.

Logo, Jerry sobrevive por mais um episódio!

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Gabarito

Demonstração

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Avançado

Assunto abordado

Eletrostática

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Solução

Seja \theta o ângulo marcado na figura. Considere que a projeção horizontal de uma das barras vale x e a projeção vertical vale y. Logo:

\dfrac{d}{dx}\left( x^2+y^2 \right)=0

 \dfrac{dx}{dy} =-\tan\theta

Seja F_1 a força de interação entre as bolas azuis e F_2 a força entre as vermelhas. Na situação de equilíbrio, a soma dos trabalhos de uma pequena perturbação é zero:

 2F_1\,dx + 2F_2\, dy=0

 F_2=F_1\tan\theta

Mas sabemos que:

 \dfrac{F_2}{F_1}= \left( \dfrac{8}{\tan\theta} \right)^2

\tan^3\theta=64

Logo, temos:

\boxed{\tan\theta=4 }

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Gabarito

\boxed{\tan\theta=4 }

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