Por Felipe Araújo Moraes Barros
Este é um tipo de questão no qual você tem palavras em duas ou mais línguas, sendo essas línguas bem próximas uma da outra, e você deve usar essas palavras para entender como os sons se comportam em cada língua. Para isso, é claro, deve-se ter em mente que (Língua 1) NÃO descende de (Língua 2), e nem o oposto. Ambas descendem de uma proto-língua, a qual raramente aparece no corpus. Essa é uma noção banal, porém essencial para você não se perder. Não estabeleça uma única língua de parâmetro.
Dito isso, tem fenômenos que podem acontecer para x casos em uma língua (comparando 2 línguas, por exemplo) que não ocorrem em y casos. Isso é normal. Mais uma vez, você não pode se dar ao luxo de ter uma visão unilateral em problemas de LH. Leve em conta o problema inteiro.
Claro, tem casos nos quais a proto-língua aparece no corpus. Nesse caso sim, você deve usá-la de parâmetro para observar as semelhanças e diferenças entre as demais línguas do corpus. Essas semelhanças e diferenças geralmente estão associadas a processos linguísticos fonológicos (dos quais vamos mostrar exemplos em português para melhor compreensão), como:
- Nasalização: quando uma consoante ou vogal se torna nasal. cama (tem o primeiro “a” nasalizado em função do /m/), exame, manga.
- Palatalização: quando o som recebe um som de “y” ao final, frequentemente representado por um j. filho e malha (/l/ se torna sua versão palatal, /ʎ/).
- Velarização: esse fenômeno é muito comum com o /l/ (em mal e sal) e tem um símbolo próprio no IPA, que é o ɫ. A velarização pode também ser representada pelo símbolo γ.
- Labialização: é o que acontece em quanto e quando (kʷ), onde a consoante é sucedida por essa espécie de som de /w/ (é bem similar à palatalização). Geralmente representada por w.