INICIANTE
É uma questão simples que pede basicamente para organizar as regras dadas de um jeito que chegue nas palavras do final. É tudo sobre a ordem das regras.
Para saber essa ordem, precisamos parar para pensar o que vai acontecer com cada palavra a medida que formos mudando a ordem.
Temos o seguinte:
- A regra “inserção do K” tem que estar depois da “eliminação do K” porque se não nós vamos inserir e o K e logo depois eliminá-lo, não faria sentido.
- A regra “aumento da vogal” precisa estar depois da “inserção do K” porque se não na última palavra (“-ko”) nós iriamos ter adicionar um K no final, pois mudaria para “-ku”.
Então, podemos concluir que a ordem é
Regra 1: Eliminação do K
Regra 2: Inserção do K
Regra 3: Aumento da vogal
INTERMEDIÁRIO
Para a parte 1 precisamos focar nos verbos. Então vamos organizar os dados que temos.
> Presente
Verbo | Sujeito | Objeto |
Dílio | Eu | Te |
Dilíno | Você | Me |
Diliámo | Ele | Me |
Diliámo | Ele | Te |
Maílio | Eu | Lhe |
Mailíno | Você | lhe |
> Passado
Maipiámo | Ele | lhe |
> Futuro
Maitámo | Ele | lhe |
As questões dessa parte precisam ser resolvidas em conjunto, não tem como responder separadamente.
Podemos começar pelo item C. Nas três opções dadas, os sujeitos e os objetos são iguais. Então, para resolver esse item, basta apenas identificas qual parte do verbo não se repete nos outros. Iremos obter isso:
Mailiámo
Maipiámo
Maitámo
A e B pede para achar qual parte do sujeito indica o sujeito e objeto.
Começando pelo sujeito, devemos comparar os padrões, ver qual parte se repete nas frases que os sujeitos são os mesmos. Observamos isso e tirando a parte que sabemos que indica o tempo verbal, obteremos o seguinte resultado:
Eu -> o
Você-> no
Ele ->amo
Indo para o objeto:
Me-> Di
Te-> Di
Lhe-> Mai
Porém, quando formos ao item D, perceberemos que a resposta dada para os objetos irá mudar: ele para dizer qual parte do verbo indica o sentido de “dar”, ou seja, seria o único elemento que se repete em todos os verbos, sem exceção.
Se observarmos em todas as frases, perceberemos que esse elemento é a letra “i” que fica exatamente antes da parte que indica o tempo verbal.
Dessa forma, devemos reformular a nossa resposta dos objetos:
Me-> D
Te-> D
Lhe-> Ma
Terminamos a primeira parte.
Para responder o item E, precisamos analisar os verbos das frases indicadas:
1- Dílio
2- Dilíno
3- Diliámo
5- Maílio
Será tudo relacionado com separação silábica.
Para a primeira frase, temos a seguinte separação que foi dita na explicação:
di-lio
O acento está na penúltima sílaba. O mesmo irá acontecer para os outros verbos:
di-li-no
di-lia-mo
mai-lio
(As separações silábicas de “diliámo” e “maílio” foram feitas seguindo as instruções dadas na explicação)
Ou seja, como resposta para o item E, podemos dizer que é possível saber onde colocar o acento: ele estará sempre na última vogal da penúltima sílaba da palavra.
Para o item F, precisamos observar as seguintes transformações:
Émba -> Émba-me
Nambá -> Namba-mé
Baá -> Baa-mé
Podemos perceber que existe um padrão nessas transformações: depois de adicionado o “me”, se a palavra original possuía o acento na primeira letra, ela continuará com o acento nessa posição. Porém, se ela tiver o acento na última letra, o acento irá para a última letra da palavra transformada, que será o “e” de “me”. Ou seja, é possível explicar.
AVANÇADO
Podemos perceber, pelas traduções, que existem palavras compostas. Temos que identificar isso nas palavras em iucaguir.
Para isso, precisamos comparar as palavras que possuem elementos semelhantes. Iremos usar as seguintes palavras: aarii (no item B – lembrando que sempre é necessário ler toda a questão antes porque os itens serão úteis para a resolução), aariinmoŋer, moŋer, saancohoje, oŋoj, saadoŋoj.
- Para saancohoje, oŋoj, saadoŋoj:
Tomando saadoŋoj e oŋoj, podemos dividir dessa forma: saad | oŋoj. Porém, vemos que em saancohoje não existe o radical “saad” e sim só “saa” (podemos ver que “ncohoje” parece em joqoncohoje). Então, podemos dizer que “d” terá a função de juntar dois radicais.
- Para aarii, aariinmoŋer e moŋer:
Vemos que existe o radical “arii” e o radical “moŋer”, ou seja, o “n” da palavra aariinmoŋer também terá função de ligar radicais (também podemos dizer que o mesmo funciona para “ncohoje”, mesmo o radical “cohoje” não aparecendo sozinho.
Observando todas as palavras em que o “d” e o “n” aparecem, podemos descobrir mais uma regra:
- É usado “d” quando o segundo radical começa em vogal
- É usado “n” quando o segundo radical começa em vogal
Podemos perceber que alguns radicais, quando aparecem sozinhos ou no final de uma palavra composta, possuem um “l” no final. Isso não acontece quando esse radical é o primeiro da palavra composta. Assim, descobrimos uma outra regra:
- Quando um radical possui um “l” no final, essa letra é retirada se o radical se encontra na primeira parte de uma palavra composta.
Faremos o grafo das palavras em iucaguir depois de organizar os dados obtidos até o momento (iremos perceber que existem mais palavras compostas em iucaguir do que em português):
1 | ilennime | ile | nime |
2 | joqonnime | joqo | nime |
3 | saancohoje | saa | cohoje |
4 | johudawur | johu | awur |
5 | ilenlegul | ile | Legu (l) |
6 | cireme | cireme | |
7 | Johul | Johu (l) | |
8 | aariinmoŋer | arii | moŋer |
9 | joqodile | joqo | ile |
10 | moŋer | moŋer | |
11 | ciremennime | cireme | nime |
12 | joqoncohoje | joqo | cohoje |
13 | saadoŋoj | saa | onoj |
14 | uoduo | uo | uo |
15 | oŋoj | onoj | |
16 | aariinjohul | arii | Johu (l) |
17 | uodawur | uo | awur |
18 | joqol | Joqo (l) |
Depois de relacionadas as palavras em iucauguir, devemos partir para o português.
Começando pela palavra “neto”: meu neto é o filho do meu filho. Ou seja, devemos achar uma palavra composta que os dois radicais sejam os mesmos. Essa palavra é “uoduo”.
Filho/neto tem relação com criança/bebê, logo, terá relação também com berço. A única palavra que o radical “uo” aparece novamente é a palavra “uodawur” que significa berço.
Podemos relacionar “trovão” com “tiro” (e consequentemente com “fuzil”), pois ambos são barulhos altos, estrondos. A questão dá a palavra “boca do fuzil” e não “fuzil”. A “boca do fuzil” fica na ponta da arma, fica para frente. A palavra dada na questão que podemos relacionar com essas características é “nariz”.
Teríamos algo assim:
“Trovão” seria uma extremidade, pois não temos como relacionar com nenhuma outra palavra. “Estojo” não necessariamente seria uma extremidade, pois podemos relacionar com algumas outras palavras (“caixa”, “casa” etc).
Olhando para os dois grafos feitos, temos que “trovão” pode ser “onoj” ou “moŋer”. Não pode ser “legu” porque ele não aparece sozinho, só com uma palavra composta e não pode ser “cireme” porque “nime” que seria “fuzil” se relaciona com três palavra, enquanto “fuzil” só com duas.
Seguindo o raciocínio que “onoj” é “trovão”, chegaríamos que “cohoje” é “nariz”, porém essa palavra não aparece sozinha, o que deveria acontecer com “nariz”. Logo, o único que nos resta é “moŋer”. Dessa forma, temos que:
Moŋer= trovão
Aariinmoŋer= tiro (trovão do fuzil)
Aariinjohul= boca do fuzil (nariz do fuzil)
Johul= nariz
Johudawur= estojo de nariz
Dessa forma, terminamos a parte de baixo do grafo.
Temos três palavras que aparecem sozinhas e estão nas extremidades: “onoj”, “joqo” e “cireme”.
Em português, temos: pássaro, bolsa, cavalo, iacute e ninho. “Ninho” podemos relacionar com “pássaro”, poderia ser algo como “casa de pássaro”, já que temos a palavra “casa” aparecendo também. “Cavalo” podemos relacionar com “rena”: são animais de quatro patas, mamíferos etc. “Iacute” ainda não temos certeza além de “faca”. E, por último, “Bolsa” com “caixa”.
Mas, se observarmos, “cavalo” não será útil para essas três palavras das extremidades, pois, se ele aparecesse sozinho, não precisaria estar relacionado com rena. Em outras palavras, se essa palavra aparecesse sozinha, qual seria o resultado da junção com “rena”? Então, podemos concluir que “cavalo” será uma palavra resultante da união de “rena” com algum outro radical.
Se relacionarmos “casa” com “ninho” e “caixa” com “bolsa”, teremos que as palavras “casa de madeira” e “caixa de madeira” estarão distantes uma da outra no grafo. Dessa forma, não podemos levar em conta a parte “de madeira”, pois em iucaguir ela pode ter significados diferentes em cada situação usada no português.
A palavra “faca” só aparece em duas situações: “faca de madeira” e “faca iacute”, nunca sozinha. Assim, podemos dizer que ela é ou “saa” ou “cohoje”. Porém, podemos eliminar “saa”: se “onoj” for pássaro, “saa” será “casa”; e, se “onoj” for bolsa, “saa” será “madeira” ou outra coisa que não seja “faca” (já que não temos certeza do que “de madeira” significa).
Não tem como “joqo” ser “madeira”, pois essa palavra não aparece sozinha, então só nos resta isso:
- Joqol= iacute
- joqoncohoje= Faca iacute
- saancohoje= faca de madeira
Se “saa” é “madeira”, então “onoj” é bolsa, logo:
- saadoŋoj= caixa de madeira
E o que sobrou:
- cireme= pássaro
- ciremennime= ninho (casa de pássaro)
Na palavra (2) temos a junção de “casa” (“nime”) com “iacute” (“joqo”), “joqonnime” (“casa iacute”) e isso significa “casa de madeira”, pois é a única palavra que o radical “casa” aparece.
“Rena” é um radical que está relacionado com muitas outras palavras (cavalo, rebanho, ração), então só sobra “ile” para ser isso.
Na (9), temos “rena iacute” que seria “cavalo”.
Na (1), temos algo parecido com “casa de rena”. Podemos perceber que isso não tem nada a ver com “ração”, ou seja, significa “rebanho de rena”.
A (5) é a última palavra que sobrou: “ração de rena”
Então, organizando as respostas:
1 | ilennime | Rebanho de rena |
2 | joqonnime | Casa de madeira |
3 | saancohoje | Faca de madeira |
4 | johudawur | Estojo de nariz |
5 | ilenlegul | Ração de rena |
6 | cireme | Pássaro |
7 | Johul | Nariz |
8 | aariinmoŋer | Tiro |
9 | joqodile | cavalo |
10 | moŋer | Trovão |
11 | ciremennime | Ninho |
12 | joqoncohoje | Faca iacute |
13 | saadoŋoj | Caixa de madeira |
14 | uoduo | neto |
15 | oŋoj | bolsa |
16 | aariinjohul | Boca do fuzil |
17 | uodawur | berço |
18 | joqol | Iacute |
Dessa forma, terminamos o item (a). Os outros itens serão bem mais rápidos já que agora nós temos muitas informações.
No item (b):
“Aarii”, como já descoberto antes, significa “fuzil”.
“aariidoŋoj” é a junção de “fuzil” com “bolsa”, ou seja, “estojo de fuzil”.
“Ciremedawur”, é “pássaro” com “estojo”, ou seja, “ninho” de novo.
“Ile” é “rena” como já descobrimos anteriormente.
“johudewce” é “nariz” com “extremidade” (informação dada na questão), ou seja, “ponta do nariz”
A gente tem que “ilenlegul” é “ração de rena”, ou seja, “Legul” é “comida”.
“Saal” é madeira, como visto antes.
“Saannime” é “madeira” com “casa”, ou seja, “casa de madeira” de novo.
E, por fim, “uo” é “filho” como já foi dito.
Para resolver o item (c), precisamos de mais uma regra: onde posicionar cada radical. Analisaremos algumas palavras:
Aariinjohul = fuzil n nariz = boca do fuzil
Ilenlegul = rena n comida = ração de rena
Aariinmoŋer = fuzil n trovão = tiro (trovão de fuzil)
Só com essas é possível perceber que ocorre uma inversão na posição dos radicais:
Iucaguir: X n/d Y
Português: Y de X
(Sendo X e Y os radicais).
Agora, podemos responder o item.
- Pássaro de ferro: Pela tradução de “ferro” dada no item, é “cuoncireme”
- Ronco: seria “trovão do nariz”, ou seja, “johunmoŋer”
- Ponta da lâmina da faca: “cohojedewce”
- Saco de provisões: é “saco de comida”. Transformando para palavras que nós sabemos a tradução, seria “bolsa de comida”, ou seja, “legudoŋoj”