Primeiro começaremos com uma formalidade. Caso a notação polinomial acabe complicado demais as coisas, sinta-se a vontade para pular a demonstração.
Teorema da Fatoração Polinomial. Se é um polinômio de coeficientes complexos e é um complexo tal que , então existe um polinômio de coeficientes complexos tal que
Prova. Considere a divisão longa de polinômios
com . Então é um polinômio constante.
Agora basta ver que , logo e basta tomar .
Show! Mas e daí?
O ponto é que agora podemos utilizar isso ao nosso favor. Isso nos dá uma boa dica de como fatorar as coisas. Vejamos um exemplo.
Se desejarmos fatorar a expressão , qual é um jeito interessante de começar a pensar em como?
Temos dois lembretes nesse ponto da história
Primeiro: nem todo polinômio pode ser fatorado em fatores racionais, então pode ser que a fatoração da expressão acabe com um fator (quem sabe!)
Segundo: Podemos usar o resultado que acabamos de ver para chutar um fator!
Testando , vemos que nossos valores acabam não encaixando dentro do polinômio. Mas e se formos para os números negativos?
Acabamos encontrando que . Ou seja, podemos fazer a divisão longa por polinômios e encontrar
Agora vamos supor o seguinte: passei bastante tempo procurando uma raiz para fatorar meu polinômio e não encontrei nada, o que faço?
Nesse caso, há um critério que ajuda bastante a limitar os candidatos de raízes racionais a uma quantidade bem limitada delas.
Critério da Raiz Racional. Seja um polinômio de coeficientes inteiros e uma raiz racional de , onde são inteiros primos entre si. Então e .
Prova. Basta abrir as contas
Olhando divisibilidade por , , logo . De mesma forma, .