Soluções Astronomia - Semana 92

Escrito por Hugo Menhem

Iniciante

Paralaxe em apontamentos

É possível desenhar o seguinte esquema, transformando as coordenas esféricas em coordenas cartesianas:

Para tal, foi utilizado as seguintes formulas para transformar coordenadas:

z = R \sin h

y = R \cos h \cos A

x = R \cos h \sin A

Assim, para M.P.,

D \sin h = D ' \sin h' \Rightarrow D' = D \frac{\sin h}{\sin h'}

R \cos \theta + D \cos h \cos A = D' \cos h' \cos A'

R \sin \theta + D \cos h \sin A = D' \cos h' \sin A'

Substituindo a primeira equação nas duas ultimas,

R \cos \theta + D \cos h \cos A = D \sin h \cot h' \cos A'

R \sin \theta + D \cos h \sin A = D \sin h\cot h' \sin A'

dividindo uma pela outra,

\tan A' = \frac{R \sin \theta + D \cos h \sin A}{R \cos \theta + D \cos h \cos A}

Pela primeira equação,

\sin h' = \frac{D}{D'}\sin h

Calculando a distância vista por M.P.

D'^2 = (D \sin h)^2 + (D \cos h \sin A - R \sin\theta)^2 + (D \cos h \cos A - R \cos\theta)^2

D'^2 = D^2 - 2DR \cos h (\sin A \cos\theta + \cos A \sin\theta )+ R^2

D' = \sqrt{D^2 - 2DR \cos h \sin (A+\theta)+ R^2}

assim,

\sin h' = \frac{D\sin h }{\sqrt{D^2 - 2DR \cos h \cos (A-\theta)+ R^2}}

Em conclusão, M.P. verá laser apontado para:

\boxed{h' =\arcsin \left[ \frac{D\sin h }{\sqrt{D^2 - 2DR \cos h \cos (A-\theta)+ R^2}} \right]}

\boxed{A' =\arctan \left[ \frac{R \sin \theta + D \cos h \sin A}{R \cos \theta + D \cos h \cos A} \right]}

Além disso, é possível provar que, em coordenadas esféricas centradas em M.T., os pontos referentes à M.P., (A,h) e (A',h') formam um circulo máximo.

Intermediário

Lente de foco variável

a) utiliza-se a equação de Gauss para determinar os a posição de formação das imagens. Com a aproximação de que o objeto a ser observado está no infinito, a primeira imagem é formada em:

\frac{1}{F_1} = \frac{1}{P}+\frac{1}{P_1} \Rightarrow P_1 = F_1

depois, esta imagem é  "observada" pela segunda lente e forma-se uma segunda imagem

\frac{1}{F_2} = \frac{-1}{P_1-d}+\frac{1}{P_2-d} \Rightarrow P_2 - d = \frac{F_1F_2-F_2d}{F_1+F_2-d}

pela definição de foco equivalente,

\frac{1}{F_{eq}} = \frac{1}{P}+\frac{1}{P_2} \Rightarrow P_2 = F_{eq}

assim,

\boxed{F_{eq} = \frac{F_1F_2-F_2d}{F_1+F_2-d} + d = \frac{F_1F_2 + F_1d - d^2}{F_1+F_2-d}}

b) É possível desenhar o seguinte esquema de raios:

Focando neste primeiro triângulo,

percebe-se que

F_1 \tan \theta_1 = (F_1-d)\tan \theta_2 \Rightarrow \tan \theta_2 = \frac{F_1}{F_1-d} \tan \theta_1

Para achar a escala da placa, em rad/m, utilizando a figura mais ampla, divide-se:

\frac{\theta_1}{L} = \frac{\theta_1}{(F_{eq}-d)\tan \theta_2} = \frac{\theta_1(F_1-d)}{(F_{eq}-d)F_1\tan \theta_1}

substituindo F_{eq} aproximando \tan \theta_1 \approx \theta_1

\boxed{p = \frac{\theta_1}{L} = \frac{(F_1-d)(F_1+F_2-d)}{(F_1F_2-F_2d) F_1} = \frac{F_1+F_2-d}{F_1 F_2}}

É interessante notar que a razão não é igual à F_{eq}^{-1}, e isso também não é verdadeiro caso seja definido o a distancia focal equivalente a partir da segunda lente:

F_{eq}' = F_{eq} - d = \frac{F_1F_2-F_2d}{F_1+F_2-d} \Rightarrow F_{eq}'^{-1} = \frac{F_1+F_2-d}{F_1F_2-F_2d} \ne \frac{F_1+F_2-d}{F_1 F_2}

Dessa forma, percebe-se que este conjunto óptico necessita de um tubo de telescópico/lente de câmera menor para a mesma escala de placa, o que facilita na portabilidade do instrumento. além disso, este mecanismo é bastante útil, principalmente em uma câmera, pois proporciona um campo de visão que varia linearmente com a distância entre as duas lentes primárias

c) Para observar com o olho a imagem formada pelo telescópio, é necessária uma ocular com distância focal F_{oc} a uma distância F_{oc} após o plano focal equivalente do conjunto de lentes primárias. Dessa forma,

F_{oc} \tan \theta_{oc} = L =\frac{\theta_1}{p}

fazendo a aproximação de pequenos ângulos,

\boxed{A = \frac{\theta_{oc}}{\theta_1} = \frac{1}{p F_{oc}} = \frac{F_1 F_2}{F_{oc}(F_1+F_2-d)}}

d) pode ser desenhado um novo esquema de raios,

Por semelhança de triângulos,

\frac{D}{F_1} = \frac{D'}{F_1-d}

\frac{D'}{F_{eq}-d} = \frac{L}{F_{ob}}

\frac{L}{F_{ob}} = \frac{D(F_1-d)}{F_1(F_{eq}-d)}

\frac{L}{F_{ob}} = \frac{D(F_1-d)(F_1+F_2-d)}{F_1(F_1F_2-F_2d)} = \frac{D(F_1+F_2-d)}{F_1F_2}

\boxed{L = D\frac{F_{ob}(F_1+F_2-d)}{F_1F_2} = \frac{D}{A}}

É interessante notar que, mesmo com um conjunto óptico distinto, a saída de pupila ainda é D/A.

Avançado

Determinação de órbita

a) A solução se baseia na equação polar da elipse, que relaciona \theta com r:

r = a \frac{1-e^2}{1+e\cos \theta}

para isso, precisamos de \theta, que é a anomalia verdadeira do satélite. Esta é medida no plano da órbita, portanto devemos utilizar o seguinte triângulo esférico:

Pela lei dos Cossenos,

\cos \theta = \cos\alpha \cos \delta + \sin\alpha \cos\delta\cos(90)

\cos \theta = \cos\alpha \cos \delta

substituindo na equação polar,

r = a \frac{1-e^2}{1+e\cos\alpha \cos \delta }

para linearizar a equação, eleva-se os dois lados por -1:

r^{-1} = \frac{1}{a(1-e^2)} + \frac{e}{a(1-e^2)}\cos\alpha \cos \delta

Dessa forma, ao plotar o gráfico r^{-1} \times (\cos\alpha \cos \delta), é possível achar o coeficiente linear e o angular, e chega-se no seguinte conjunto de equações:

A = \frac{1}{a(1-e^2)}

B = \frac{e}{a(1-e^2)}

assim,

e = \frac{B}{A}

a = \frac{1}{A(1- e^2)}

A partir da formula de propagação de erro,

\sigma_f = \sqrt{\left( \sigma _a \frac{\partial f}{\partial a}\right)^2 + \left( \sigma _b \frac{\partial f}{\partial b}\right)^2}

\sigma _e = \sqrt{\left(\frac{\sigma _B}{A}\right)^2 + \left(\frac{B\sigma _A}{A^2}\right)^2}

\sigma _a = \sqrt{\left(\frac{\sigma _A}{A^2 (1-e^2)}\right)^2 + \left(\frac{2e\sigma _e}{A(1-e^2)^2}\right)^2}

Por sua vez, para achar \sigma_B e \sigma_A, utiliza-se os parâmetros da regressão linear

\sigma_B = B \sqrt{\frac{r^{-2} - 1}{N-2}}

\sigma_A = \sigma_B \sqrt{\bar{x}^2 + \sigma_x^2}

Realizando estes procedimentos,

A = (4,69 \pm 0,04) \cdot 10^{-4} km^{-1}

B = (1,84 \pm 0,06) \cdot 10^{-4} km^{-1}

e portanto

\boxed{e = 0,39 \pm 0,01}

\boxed{a = (2520 \pm 40) km}

b) Já para achar i, utiliza-se a lei dos quatro elementos:

\cot i \sin (90) + \cos \alpha \cos (90) = \cot \delta \sin \alpha

i =\arctan \left( \frac{\tan \delta}{ \sin \alpha} \right)

Tabelando estes valores para cada medição,

para obter um valor aproximado de i, tira-se a média, e seu erro será o erro da média, dado por

\sigma_{\bar{x}} = \frac{\sigma_x}{\sqrt{N}}

A média dos valores é

\boxed{\bar{i} = (11,9 \pm 2,6 )^o}