Iniciante
Observando o satélite
a) Para determinar o diâmetro angular, vamos utilizar o seguinte esquema:
Observando o triângulo retângulo, podemos ver que:
sinθ2=Ra−RM
Substituindo os valores numéricos:
θ≈13′
b) Para determinar o intervalo de latitudes vamos analisar o caso limite em que Phobos está no horizonte do observador e sobre o meridiano local.
Utilizando a lei dos senos:
sin90∘a=sin(90∘−|ϕmax|)RM
Resolvendo:
|ϕmax|≈69∘
Ou seja, poderemos observar Phobos no intervalo de latitudes marcianas −69∘≤ϕ≤69∘.
Intermediário
Colapsando o satélite
a) Para encontrar a expressão do Limite de Roche, precisamos analisar a variação de força gravitacional entre dois pontos diferentes no satélite. Vamos utilizar o caso em que o diferencial de força é máximo, analisando uma massa de prova no centro do satélite e outra na superfície.
Equacionando, encontramos:
ΔF=F−(F′−f)
ΔF=GMμd2−GMμ(d−R)2+GmμR2
O Limite de Roche é o caso limite da expressão acima, em que ΔF=0, assim:
GMμd2−GMμ(d−R)2+GmμR2=0
GMμ(d−R)2−GMμd2=GmμR2
Utilizando a aproximação (1+x)n≈1+nx para x<<1:
GMμd2(1+2Rd)−GMμd2=GmμR2
Desenvolvendo:
2GMμd3R=GmμR2
2Md3=mR3
⇒d=3√2MmR
Em que d é a distância do Limite de Roche. Substituindo os valores numéricos:
d≈5500km
b) Tomando uma massa de prova μ na superfície de Marte que é elevada a uma altura h devido à força de maré de Phobos, podemos dizer que sua energia potencial gravitacional é:
E=μgMh
Para manter o equilíbrio, vamos igualar essa expressão ao trabalho realizado pela força de maré:
μgMh=μagRM
Sendo ag a aceleração gravitacional causada pela força de maré de Phobos em Marte e RM o raio de Marte.
Sendo os termos das acelerações gravitacionais:
gM=GMMR2M
ag=2GMPRMa3
Substituindo na expressão inicial:
h=aggMRM
h=2GMPRMa3GMMR2MRM
h=2MPMMR4Ma3
Substituindo os valores numéricos:
h≈6mm
Avançado
Anéis de Marte
Para a determinação do período dos anéis formados vamos nos basear na conservação do momento angular, já que não houve dissipação de energia no processo de colapso de Phobos.
Utilizando a relação entre o momento de inércia e a velocidade angular temos que:
ω=LI
2πT=LI
⇒T=2πIL
Sendo o momento angular da órbita de Phobos, aproximando a órbita para circular temos que:
L=mvr
Como v=√GMMr
L=m√GMMr
Agora vamos calcular o momento de inércia da nuvem em cada uma das distribuições de massa.
a) Para um anel temos:
I=∫r2dm
Analisando a distribuiçã de massa do anel, temos:
dmm=dθ2π
dm=mdθ2π
Assim:
I=d2∫2π0m2πdθ
⇒IAnel=md2
Substituindo na expressão inicial:
T=2πmd2m√GMMr
T=2πd2√GMMr
Onde d é a distância entre o centro de Marte e o anel, MM a massa de Marte e r o raio orbital de Phobos antes do colapso.
b) Para um disco temos:
I=∫r2dm
Analisando a distribuiçã de massa do anel, temos:
dmm=dAπR2
Como dA=2πrdr:
dmm=2πrdrπR2
dm=m2rdrR2
Então:
IDisco=2mR2∫R0r3dr
⇒I=mR22
Substituindo na expressão inicial:
T=2πmR22m√GMMr
T=πR2√GMMr
Onde R é o raio do disco formado, MM a massa de Marte e r o raio orbital de Phobos antes do colapso.
c) Para um toróide temos:
I=∫ρR2dxdydz
utilizando coordenadas cilíndricas, x=Rcosθ, y=Rsinθ e z=z:
dxdydz=Rdzdrdθ
Então:
I=∫ρR3dzdrdθ=2πρ∫R3dzdr
I=2πρ∫x3dzdx
Realizando uma substituição de variável para deslocar o eixo de rotação:
x′=x−r
dx′=dx
Temos que:
I=2πρ∫R−R∫√R2−x′2−√R2−x′2(x′+r)3dzdx′
I=4πρ∫R−R(x+r)3√R2−x2dx
Resolvendo a integral:
I=2π2ρrR2(34R2+r2)
Como m=2π2ρrR2:
⇒IToroide=m(34R2+r2)
Substituindo na expressão inicial:
T=2πm(34R2+d2)m√GMMr
T=2π(34R2+d2)√GMMr
Onde d é a distância entre o centro de Marte e o centro do toróide, R é o raio da seção transversal do toróide, MM a massa de Marte e r o raio orbital de Phobos antes do colapso.