Processing math: 100%

Soluções Astronomia - Semana 97

Escrito por Davi Lucas 

Iniciante

Ramanujan explorando universos

a) A partir do gráfico, podemos escolher o seguinte ponto: (90km/s,4000Mpc)

Dessa forma, como este gráfico é moldado pela Lei de Hubble:

v=Hod

90=4000H0

Ho2,25×102 km/sMpc

b) Consideremos duas galáxias que no início do universo (Big Bang) estavam juntas, e que atualmente estão a uma distância r uma da outra, movendo com velocidade relativa v. Estimando que essa velocidade é constante e, pela lei de Hubble igual a:

v=Hor

Temos que o tempo é:

t=rv=rH0r=1H0

Assim, sabendo que 1Mpc3,09×1019km podemos converter as unidades do H0 de km/sMpc para s1:

Ho7,27×1022 s1

Logo, o tempo estimado t é:

t1,37×1021 s

Convertendo para anos:

t4,36×1013 anos

Isso é apenas uma estimativa pelo fato de que a "constante de Hubble" não é realmente constante. Como o universo está expandindo, temos que a distância entre dois pontos diferentes quaisquer aumenta conforme o tempo passa. Assim, podemos definir o fator de escala a(t) como um fator entre a distância num tempo atual t0 e em outro tempo qualquer t. Desse modo, tendo a distância atual ro e a distância num tempo qualquer r, temos a seguinte relação:

r(t)=r0 a(t)

Derivando em função do tempo essa relação, temos que:

v(t)=r0 ˙a(t)

Substituindo r0=r(t)a(t) na equação acima:

v(t)=˙a(t)a(t)r(t)

Chegamos na lei de Hubble, onde a "constante de Hubble" é definida como:

H0˙a(t)a(t)

Assim, como dito anteriormente, pela definição da constante de Hubble ser em relação ao fator de escala, ela não é constante durante o tempo.

c) Considerando uma galáxia de massa m movendo-se com velocidade v, a uma distância r de um sistema de coordenadas qualquer, em um sistema de massa total M contida no volume de raio r. A energia mecânica, assim como dita no enunciado, é nula:

E=mv22GMmr=0

Pela lei de Hubble, temos:

v=H0r

Além disso, podemos escrever a massa M em função da densidade:

M=4π3pcr3

Logo:

H20mr224Gπpcmr23=0

pc=3H208πG

Substituindo os valores do problema, temos que:

pc9,46×1034kgm3


pc9,46×1037gcm3

Intermediário

Perdido na Índia

a) Aplicando a lei das cotangentes no triângulo da posição:

cot(Le)sin(Li)=cot(Ae)sin(Ai)+cos(Li)cos(Ai)


cot(90h)sin(90ϕ)=cot(H)sin(360A)+cos(90ϕ)cos(360A)


tan(h)cos(ϕ)=cot(H)sin(A)+cos(A)sin(ϕ)


cot(H)sin(A)=cos(A)sin(ϕ)tan(h)cos(ϕ)


cot(H)=cos(A)sin(ϕ)tan(h)cos(ϕ)sin(A)


H=arctan(sin(A)cos(A)sin(28,61)tan(h)cos(28,61))

b) Pelo GMT, temos que

Δλ=77,2375=2,23


Δλ15×1h=8min55s

O tempo solar verdadeiro é:

TSV=H+12h

O tempo de fuso, leva em conta a diferença de longitude até o centro de fuso, e é:

TF=TSV+Δλ15

O tempo civil é o tempo de fuso levando em consideração a equação do tempo ET:

TC=TF+ET

Logo, o tempo civil é:

TC=H+ET+12h8min55s

c) Utilizando o tempo sideral local:

TSL=HΩ+αΩ=H+α

Temos a seguinte ascensão reta do Sol:

α=HΩ+12hH

Considerando o seguinte triângulo esférico sendo que Ω é o ponto anti-vernal, em que o Sol passa por volta de 21 de setembro e supondo que a observação foi feita antes desta data.

Aplicando a lei das cotangentes no triângulo acima:

cot(Le)sin(Li)=cot(Ae)sin(Ai)+cos(Li)cos(Ai)


cot(wΔt)sin(180α)=cot(90)sin(ϵ)+cos(180α)cos(ϵ)


cot(wΔt)sin(α)=cos(α)cos(ϵ)


cot(wΔt)=cot(α)cos(ϵ)


tan(wΔt)=tan(α)cos(ϵ)


Δt=1warctan(tan(α)cos(ϵ))

Desconsiderando a excentricidade da órbita, temos que a velocidade angular do Sol é:

w=2π365,25dias

Portanto:

Δt=365,25dias2π arctan(tan(α)cos(ϵ))

Assim, mesmo que tenhamos considerado que α<180, como a outra situação, ou seja α>180, é análoga, apenas teríamos um Δt com sinal invertido indicando que o Sol já teria passado o ponto Ω.

Definindo o dia do equinócio de outono(21 de setembro) como DΩ, temos que o dia em que Heitor está é:

DΩ±365,252π arctan(tan(α)cos(ϵ))dias

Avançado

Modelando nebulosas

a) Como o gás é homogêneo, este possuí uma densidade numérica de partículas constante:

ηNV

Considerando uma camada infinitesimal de gás de área A e espessura dϵ
O número N de partículas nessa camada infinitesimal é:

N=ηAdϵ

Considerando as partículas esféricas de raio r, a superfície total absorvida S, onde haverá luz atravessando gás é:

S=Nπr2


S=ηAπr2dϵ

Como a perda de intensidade luminosa está diretamente relacionada à porcentagem de superfície em que luz atravessará o gás:

dLL=SA

Integrando a equação anterior:

LL0dLL=ϵ0ηπr2dϵAA


LL0dLL=ηπr2ϵ0dϵ


ln(LL0)=ηπr2ϵ


LL0=eηπr2ϵ

Dessa forma como a profundidade óptica se relaciona com as intensidades da seguinte maneira:

τNVπr2ϵL=L0eτ

b) Primeiramente devemos calcular a autoenergia de uma esfera de raio R', no caso a energia potencial de um corpo esférico. Podemos montar um corpo deste juntando cascas esféricas de raio r e espessura dr:

No caso, a massa dm dessa casca esférica pode ser descrita como:

dm=4πρr2dr

E a massa total M:

M=4πr3ρ3

E a energia potêncial adicionada por essa casca esférica dU é:

dU=GMdmr


dU=16π2Gr4drρ23

Como a densidade dessa esfera é constante:

ρ=3M4πR3

Encontramos que:

U0dU=16Gπ239M216π2R6R0r4dr

U=3M2GR55R6

U=3GM25R

Pelo teorema da equipartição da energia, temos que com N partículas nesta nuvem, a energia térmica K é:

K=3NRT2Na

Para a nebulosa atingir o equilíbrio hidrostático e se tornar uma estrela, temos pelo teorema do virial que:

2K+U=0


3NRTNa=3GM25R


NRTNa=GM25R

Relacionando o raio R com o volume da estrela:

V=43πR3


R=(3V4π)1/3

Substituindo R no teorema do virial:

5NRTNa (3V4π)1/3=GM2


5NRTGNa (3V4π)1/3=M2

Temos que em função das variáveis dadas, a Massa de Jeans pode ser escrita como:

M=(5NRTGNa)1/2 (3V4π)1/6