Soluções - Astronomia Semana 98

Escrito por Heitor Szabo

Iniciante

Inclinação

Esquematizando a situação, percebemos que o cosseno de i é \frac{b}{a}. Pelo enunciado, sabemos que \frac{a}{b}=2. Dessa forma:

cos(i) = \frac{b}{a} = \frac{1}{2}

i = cos^{-1} \left( \frac{1}{2} \right)

\boxed{i = 60^{\circ}}

Intermediário

Inclinação pela Magnitude

Sabendo que, para uma galáxia circular inclinada para a visão de um observado na Terra:

 cos(i) = \frac{b}{a}

Então:

b =a\times cos(i)

Utilizando a equação de Pogson para magnitude superficial, temos:

m - \mu = -2,5\times log(\Omega)

Como descrito na imagem, e considerando a distância da galáxia até nós muito maior que seu raio:

\Omega \approx ab\pi

(a e b em unidades angulares)

Logo:

\Omega =a^2\pi \times cos(i)

Substituindo \Omega na equação de Pogson, temos:

m - \mu = -2,5 \times log(a^2\pi\times cos(i))

Desenvolvendo:

i=cos^{-1}\left( \frac{10^{\frac{\mu-m}{2,5}}}{a^2\pi}\right)

Usando a em segundos de arco:

\boxed{i\approx 84^{\circ}}

Avançado

Desfocado

Para a anã-branca em questão, a energia total, será a soma da energia de degeneração, com a energia gravitacional.

E_{tot} = E_{deg} + E_{grav}

A energia gravitacional de uma esfera pode ser encontrada integrando a energia potencial de cada dm:

dE = -\frac{GM}{r}dm

A massa interna M em função de r será o volume da esfera de raio r vezes a densidade:

M = \frac{4}{3}\pi r^3\rho

E temos que:

dm = 4\pi r^2\rho dr

Substituindo:

dE = -\frac{G\frac{4}{3}\pi r^3\rho}{r}4\pi r^2\rho dr

dE = -\frac{16\pi^2 G r^4\rho^2}{3} dr

Integrando:

E = -\frac{16\pi^2 G\rho^2}{3}\int_{0}^{R}r^4 \,dr

E = -\frac{16\pi^2 G\rho^2}{3}\frac{R^5}{5}

Porém, \rho será a massa (aproximadamente o número de núcleons vezes a massa do próton) dividido pelo volume:

\rho = \frac{N_nM_p}{\frac{4}{3}\pi R^3}

Substituindo:

E = -\frac{16\pi^2 G\frac{N_n^2M_p^2}{\frac{16}{9}\pi^2 R^6}}{3}\frac{R^5}{5}

E = -\frac{3GN_n^2M_p^2}{5R}

Agora, precisaremos reescrever a energia de degeneração em termos do raio. Para isso, basta reescrever o volume em termos de R:

E_{deg}=\frac{\pi^2\hbar c}{4}\left(\frac{3N_e}{\pi}\right)^{\frac{4}{3}}\left( \frac{4}{3}\pi R^3\right)^{-\frac{1}{3}}

Simplificando:

E_{deg}=\frac{3}{4}\left(\frac{3\sqrt{\pi}}{2} \right)^{\frac{2}{3}}\left(\frac{\hbar c}{R} \right)N_e^{\frac{4}{3}}

Temos então, que a energia total será:

E=\frac{3}{4}\left(\frac{3\sqrt{\pi}}{2} \right)^{\frac{2}{3}}\left(\frac{\hbar c}{R} \right)N_e^{\frac{4}{3}} -\frac{3GN_n^2M_p^2}{5R}

Para simplificar, nomearemos:

x = \frac{3\hbar c}{4}\left(\frac{3\sqrt{\pi}}{2} \right)^{\frac{2}{3}}N_e^{\frac{4}{3}}

y = \frac{3GN_n^2M_p^2}{5}

Então:

E = \frac{x}{R} - \frac{y}{R}=\frac{x-y}{R}

Como queremos encontrar a situação limite no instante em que a energia total é mínima, devemos derivar E em função de R e igualar a zero. Dessa forma:

\frac{dE}{dR} = \frac{y-x}{R^2}=0

y-x=0

x=y

Portanto, para o caso limite em que a gravidade se iguala com a degeneração de forma que a anã-branca não se sustente mais, temos que x = y:

\frac{3\hbar c}{4}\left(\frac{3\sqrt{\pi}}{2} \right)^{\frac{2}{3}}N_e^{\frac{4}{3}} = \frac{3GN_n^2M_p^2}{5}

Usando a informação do enunciado de que N_e = \frac{1}{2}N_n:

\frac{3\hbar c}{4}\left(\frac{3\sqrt{\pi}}{2} \right)^{\frac{2}{3}}\left(\frac{1}{2}N_n\right)^{\frac{4}{3}} = \frac{3GN_n^2M_p^2}{5}

Agora podemos isolar o número de núcleons limite:

N_{nlim}=\left(\frac{5\hbar c}{16GM_p^2}\right)^{\frac{3}{2}}3\sqrt{\pi}

Sendo M_{lim} a massa limite, temos:

M_{lim} = N_{nlim}M_p

M_{lim} = \left(\frac{5\hbar c}{16G}\right)^{\frac{3}{2}}\frac{3\sqrt{\pi}}{M_p^2}

Substituindo os valores:

\boxed{M_{lim} = 3,425\times10^{30}kg = 1,71\ M_{\odot}}

Nos dá um valor bem próximo do 1,44 esperado.