Escrito por Felipe Maia
Iniciante
Relações orbitais em sistemas binários
a) Num sistema de binárias as duas estrelas possuem a mesma velocidade angular ω em torno do centro de massa. Do equilíbrio de forças, temos:
FC=FGGMIMSaI+aS=MIω2aI=MSω2aS
Isolando aI e aS:
aI=GMS(aI+aS)2ω2aS=GMI(aI+aS)2ω2
Somando as duas equações chegamos em uma expressão para aI+aS
aI+aS=G(MI+MS)(aI+aS)2ω2
Podemos substituir ω por 2πT. Com isso e isolando T2, chegamos na relação pedida:
T2=4π2(aI+aS)3G(MI+MS)
b) Da teoria do centro de massa: MIaI=MSaS isso nos leva a:
aI=2,7UA24M⊙=MS
Ao utilizarmos as unidades de anos para tempo e UA para distância, a constante gravitacional G assume valor numérico igual a 4π2, utiliznado isso e substituindo na fórmula, temos:
T2=(0,027+0,0045)324T=1,14 anos
∴T=416 dias
c) Para determinarmos a velocidade, temos que:
T=2πω=2πaIvI
Resolvendo para vI, chegamos em:
vI=70,7 km/s
d) A curva de luz registra a variação na intensidade da luz emitida pelo sistema ao longo do tempo. Quando duas estrelas orbitam uma à outra, podem ocorrer eclipses, que causam quedas periódicas no brilho observado.
Para determinar as massas das estrelas, os astrônomos medem o período orbital, que é o tempo que as estrelas levam para completar uma órbita, e a velocidade radial, que é a velocidade com que cada estrela se move em relação ao observador, medida pelo efeito Doppler. Com essas informações e aplicando a terceira lei de Kepler, é possível calcular as massas das estrelas.
Os tamanhos relativos das estrelas podem ser estimados analisando a profundidade e a duração dos eclipses na curva de luz. A profundidade dos eclipses indica quanta luz é bloqueada, o que ajuda a inferir o tamanho relativo das estrelas. A duração dos eclipses fornece informações adicionais sobre os tamanhos das estrelas e a dimensão da órbita.
Intermediário
Estrela V3-RdE
O primeiro passo para resolver essa questão é converter todas as cordenadas para o mesmo sistema. Para converter as cordenadas eclípiticas para equatoriais, vamos usar o seguinte triângulo esférico:
Aplicando primeiramente uma lei dos cossenos:
cos(90−δ)=cosε⋅cos(90−β)+sinε⋅sin(90−β)⋅cos(90−λ)
O que nos resulta em δ=7∘11′37,58″. Agora basta aplicar uma lei dos senos:
sin(90−λ)sin(90−δ)=sin(90+α)sin(90−β)
sin(90+α)=sin(90−λ)sin(90−δ)sin(90−β)
α=36m44,43s
Agora, com as cordenadas no mesmo sistema, podemos montar o triângulo de posição que nos mostra o paralaxe da estrela:
Basta aplicar uma lei dos cossenos para acharmos a paralaxe da estrela:
cosπ=sinδ0sinδf+cosδ0cosδfcosΔα
π=22,13″
Com a paralaxe em mãos, basta utilizar que:
d[pc]=1π[″]∴d=0,045 pc
A estrela V3 - RdE está realmente bem perto de nós.
Avançado
Universo Rosquinha
a) Usando a dica dada no enunciado, é fácil perceber que o volume do Universo Rosquinha é o mesmo volume de um cilíndro de raio r e altura 2πR, portanto
V=2π2Rr2
b) Da Lei de Gauss, temos que:
∮→S→g. d→S=−4πGMin
g(t)A(t)=4πGMg(t)=4πGMA(t)
Como dito no enunciado, a área do Universo Rosquinha, pode ser aproximada para um cilíndro de altura 2r e raio R+r, portanto A(t)=4πr(t)(R(t)+r(t)).
∴g(t)=4πGM4πr(t)(R(t)+r(t))=GMa(t)2r0(R0+r0)
Como R0>>r0, temos que:
g=GMa(t)2r0R0
Para achar a energia potenical associada a particula, vamos definir β=r0/R0, logo g=GMβa(t)2R20. A energia potencial é dada por:
U(t)=μ∫g dr=μGMβR20∫dra(t)2
Podemos definir dr=R0da
∴U(t)=μGMβR0∫daa(t)2=−μGMβR0a(t)
Substituindo M=ρ(t)V(t)=2π2ρ(t)r(t)2R(t)=2π2β2R30a(t)3ρ(t):
U(t)=−2μπ2Gβ2R20ρ(t)a(t)2
c) A energia mecânica, associada a partícula, tem forma de:
E=12μ(˙R+˙r)2−2μπ2Gβ2R20ρ(t)a(t)2
E=12μ(R0+r0)2˙a(t)2−2μπ2Gβ2R20ρ(t)a(t)2≈12μR20˙a(t)2−2μπ2Gβ2R20ρ(t)a(t)2
Dividindo ambos os lados por μR20a(t)22 temos:
2EμR20a(t)2=H(t)2−4π2Gβ2ρ(t)
Reorganiznado:
H(t)2=4π2Gβ2ρ(t)+2EμR20a(t)2
Portanto:
C1=4π2Gr20R20 C2=2EμR20
d) Da Primeira lei da termodinânica:
dQ=dU+dW=d(εV)+PdV
Onde ε é a densidade de energia. A pressão pode ser escrita como P=ωε, como ω sendo uma constante adimensional que depende das propriedades da máteria/energia (para a resolução dessa questão o valor de ω é indiferente, tendo em vista que o exercício pede que a resposta fique em função do mesmo). Aplicando a regra do produto na equação a cima, temos:
Vdε+εdV+ωεdV=0
Uma vez que não há uma energia adicional sendo colocada no nosso Universo Rosquinha (dQ=0).
Como o Universo Rosquinha expande em 3 dimensões, V(t)=V0a(t)3, temos que a3dε+3a2ε(1+ω)da=0. Reorganizando:
dε+3ε(1+ω)daa=0
Por fim, derivando em relação ao tempo, temos que:
˙ε+3ε(1+ω)˙aa=0
e) Temos que a primeira equação de Friedmann é dada da forma:
(˙a(t)a(t))2=C1ε(t)c2+C2a(t)2
Multiplicando ambos os lados por a(t)2, temos:
˙a(t)2=C1c2a(t)2ε(t)+C2
Derivando em relação ao tempo, temos do lado esquerdo:
ddt˙a(t)2=d˙adtd˙a2d˙a=2˙a¨a
E do lado direito:
ddt(C1c2ε(t)a(t)2+C2)=C1c2ddt(ε(t)a(t)2)
=C1c2(a(t)2˙ε(t)+ε(t)ddta(t)2)
=C1c2(a(t)2˙ε(t)+2ε(t)a(t)˙a(t))
Dividindo os dois lados por 2˙aa temos:
¨aa=C12c2(ε(t)+˙ε(t)H(t))
Substituindo ˙ε encontrado na equação dos flúidos, temos:
¨aa=C12c2(ε(t)−3ε(t)(1+ω)˙aaH(t))
¨aa=C12c2ε(t)(−2−3ω))
Por fim:
−¨aa=2π2Gr20c2R20ε(t)(2+3ω)