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Soluções Semana 96

Escrito por Felipe Maia

Iniciante

Relações orbitais em sistemas binários

a) Num sistema de binárias as duas estrelas possuem a mesma velocidade angular ω em torno do centro de massa. Do equilíbrio de forças, temos:

FC=FGGMIMSaI+aS=MIω2aI=MSω2aS

Isolando aI e aS:

aI=GMS(aI+aS)2ω2aS=GMI(aI+aS)2ω2

Somando as duas equações chegamos em uma expressão para aI+aS

aI+aS=G(MI+MS)(aI+aS)2ω2

Podemos substituir ω por 2πT. Com isso e isolando T2, chegamos na relação pedida:

T2=4π2(aI+aS)3G(MI+MS)

b) Da teoria do centro de massa: MIaI=MSaS isso nos leva a:

aI=2,7UA24M=MS

Ao utilizarmos as unidades de anos para tempo e UA para distância, a constante gravitacional G assume valor numérico igual a 4π2, utiliznado isso e substituindo na fórmula, temos:

T2=(0,027+0,0045)324T=1,14 anos

T=416 dias

 

c) Para determinarmos a velocidade, temos que:

T=2πω=2πaIvI

Resolvendo para vI, chegamos em:

vI=70,7 km/s

 

d) A curva de luz registra a variação na intensidade da luz emitida pelo sistema ao longo do tempo. Quando duas estrelas orbitam uma à outra, podem ocorrer eclipses, que causam quedas periódicas no brilho observado.

Para determinar as massas das estrelas, os astrônomos medem o período orbital, que é o tempo que as estrelas levam para completar uma órbita, e a velocidade radial, que é a velocidade com que cada estrela se move em relação ao observador, medida pelo efeito Doppler. Com essas informações e aplicando a terceira lei de Kepler, é possível calcular as massas das estrelas.

Os tamanhos relativos das estrelas podem ser estimados analisando a profundidade e a duração dos eclipses na curva de luz. A profundidade dos eclipses indica quanta luz é bloqueada, o que ajuda a inferir o tamanho relativo das estrelas. A duração dos eclipses fornece informações adicionais sobre os tamanhos das estrelas e a dimensão da órbita.

Intermediário

Estrela V3-RdE

O primeiro passo para resolver essa questão é converter todas as cordenadas para o mesmo sistema. Para converter as cordenadas eclípiticas para equatoriais, vamos usar o seguinte triângulo esférico:

Aplicando primeiramente uma lei dos cossenos:

cos(90δ)=cosεcos(90β)+sinεsin(90β)cos(90λ)

O que nos resulta em δ=71137,58. Agora basta aplicar uma lei dos senos:

sin(90λ)sin(90δ)=sin(90+α)sin(90β)

sin(90+α)=sin(90λ)sin(90δ)sin(90β)

α=36m44,43s

Agora, com as cordenadas no mesmo sistema, podemos montar o triângulo de posição que nos mostra o paralaxe da estrela:

Basta aplicar uma lei dos cossenos para acharmos a paralaxe da estrela:

cosπ=sinδ0sinδf+cosδ0cosδfcosΔα

π=22,13

Com a paralaxe em mãos, basta utilizar que:

d[pc]=1π[]d=0,045 pc

A estrela V3 - RdE está realmente bem perto de nós.

Avançado

Universo Rosquinha

a)  Usando a dica dada no enunciado, é fácil perceber que o volume do Universo Rosquinha é o mesmo volume de um cilíndro de raio r e altura 2πR, portanto

V=2π2Rr2

b) Da Lei de Gauss, temos que:

Sg. dS=4πGMin

g(t)A(t)=4πGMg(t)=4πGMA(t)

Como dito no enunciado, a área do Universo Rosquinha, pode ser aproximada para um cilíndro de altura 2r e raio R+r, portanto A(t)=4πr(t)(R(t)+r(t)).

g(t)=4πGM4πr(t)(R(t)+r(t))=GMa(t)2r0(R0+r0)

Como R0>>r0, temos que:

g=GMa(t)2r0R0

Para achar a energia potenical associada a particula, vamos definir β=r0/R0, logo g=GMβa(t)2R20. A energia potencial é dada por:

U(t)=μg dr=μGMβR20dra(t)2

Podemos definir dr=R0da

U(t)=μGMβR0daa(t)2=μGMβR0a(t)

Substituindo M=ρ(t)V(t)=2π2ρ(t)r(t)2R(t)=2π2β2R30a(t)3ρ(t):

U(t)=2μπ2Gβ2R20ρ(t)a(t)2

c) A energia mecânica, associada a partícula, tem forma de:

E=12μ(˙R+˙r)22μπ2Gβ2R20ρ(t)a(t)2

E=12μ(R0+r0)2˙a(t)22μπ2Gβ2R20ρ(t)a(t)212μR20˙a(t)22μπ2Gβ2R20ρ(t)a(t)2

Dividindo ambos os lados por μR20a(t)22 temos:

2EμR20a(t)2=H(t)24π2Gβ2ρ(t)

Reorganiznado:

H(t)2=4π2Gβ2ρ(t)+2EμR20a(t)2

Portanto:

C1=4π2Gr20R20     C2=2EμR20

d)  Da Primeira lei da termodinânica:

dQ=dU+dW=d(εV)+PdV

Onde ε é a densidade de energia. A pressão pode ser escrita como P=ωε, como ω sendo uma constante adimensional que depende das propriedades da máteria/energia (para a resolução dessa questão o valor de ω é indiferente, tendo em vista que o exercício pede que a resposta fique em função do mesmo). Aplicando a regra do produto na equação a cima, temos:

Vdε+εdV+ωεdV=0

Uma vez que não há uma energia adicional sendo colocada no nosso Universo Rosquinha (dQ=0).

Como o Universo Rosquinha expande em 3 dimensões, V(t)=V0a(t)3, temos que a3dε+3a2ε(1+ω)da=0. Reorganizando:

dε+3ε(1+ω)daa=0

Por fim, derivando em relação ao tempo, temos que:

˙ε+3ε(1+ω)˙aa=0

e) Temos que a primeira equação de Friedmann é dada da forma:

(˙a(t)a(t))2=C1ε(t)c2+C2a(t)2

Multiplicando ambos os lados por a(t)2, temos:

˙a(t)2=C1c2a(t)2ε(t)+C2

Derivando em relação ao tempo, temos do lado esquerdo:

ddt˙a(t)2=d˙adtd˙a2d˙a=2˙a¨a

E do lado direito:

ddt(C1c2ε(t)a(t)2+C2)=C1c2ddt(ε(t)a(t)2)

=C1c2(a(t)2˙ε(t)+ε(t)ddta(t)2)

=C1c2(a(t)2˙ε(t)+2ε(t)a(t)˙a(t))

Dividindo os dois lados por 2˙aa temos:

¨aa=C12c2(ε(t)+˙ε(t)H(t))

Substituindo ˙ε encontrado na equação dos flúidos, temos:

¨aa=C12c2(ε(t)3ε(t)(1+ω)˙aaH(t))

¨aa=C12c2ε(t)(23ω))

Por fim:

¨aa=2π2Gr20c2R20ε(t)(2+3ω)