Segunda fase - OBECON - 2023

Escrito por Lucas Rivelli

Objetiva 1 - Lucro Patente

Considere que a Patologia Inc. (PATO3), uma empresa dedicada a produzir vitaminas para pato, possui suas ações listadas na Bolsa Obeconômica. O mercado precifica atualmente que a empresa irá distribuir um fluxo de dividendos de 100 reais por ano até a perpetuidade, distribuindo o primeiro daqui a um ano, em t=1. Hoje sai uma notícia que a PATO3 conseguiu a aprovação final para operar uma nova patente sobre um suplemento de vitamina P. A curva de demanda (inversa) desse produto é dado por:
 P(Q) = 50 - 2 \cdot Q Onde Q é a quantidade demandada e P é o preço de mercado. Sabe-se que o custo marginal de produzir esse suplemento é de 10 reais por unidade. A patente dá o direito à PATO3 de atuar como monopolista neste mercado pelos próximos 20 anos. Após esse período, a patente será quebrada e o mercado será perfeitamente competitivo. No entanto, esse novo produto irá substituir parte dos produtos originais da PATO3, reduzindo o fluxo de dividendos das operações originais de 100 reais por ano para 80 reais por ano. Considerando que os mercados obeconômicos são eficientes, que a PATO3 se comprometeu em distribuir todo o seu lucro como dividendos, e que a taxa de desconto é r = 5\% por quanto aproximadamente o preço da ação da Patologia Inc. irá mudar com essa notícia?

Alternativas

a) -R$892.14
b) -R$392.82
c) R$1102.64
d) R$1964.11
e) R$2092.62

Dica: lembre-se de que a fórmula de uma soma de progressão geométrica:
 \delta + \delta^2 + \delta^3 + \ldots = \frac{\delta}{1 - \delta} E que  \frac{1}{(1 + 5\%)^{20}} \approx 0.377

Assunto abordado

Valuation

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Solução

Primeiramente, para descobrir quanto que a ação irá subir, é necessário descobrir qual era o preço antes e após a patente.

Antes da patente:

Observe que a ação iria pagar um valor fixo de 100 reais a cada ano. Para descobrirmos qual é o seu valor, basta calcular a somatória do valor presente de todos os dividendos que serão recebidos.

Observe que o valor presente é representado pela seguinte equação, em que V é o valor presente, a é a quantia recebida e r é a taxa de desconto.

 V = \frac{a}{(1 + r)^1} + \frac{a}{(1 + r)^2} + \frac{a}{(1 + r)^3} + \cdots

A razão entre os valores é \frac{1}{1+ r}. Calculando a soma da progressão geométrica:

 S = \frac{a}{1-q}
 S = \frac{a}{1 - \frac{1}{1+r}}
 S = \frac{a}{r}

Substituindo os valores:

 S = \frac{100}{0.05} = 2000

Dessa forma, o valor inicial da ação é de 2000 reais.

Após a patente:

Primeiramente, é preciso descobrir qual será o lucro total da firma após a implementação da patente. Para isso, é necessário descobrir quanto será produzido e qual o preço de venda.
Observa que o lucro é dado pela sequinte equação:

 \pi = P \cdot Q - C \cdot Q

Em que P é o preço, Q é a quantidade e C é o custo de cada unidade.
Dessa forma, substituindo em função de Q:

 \pi = Q(50 - 2\cdot Q) - C \cdot Q
 \pi = 50Q - 2Q^2 - 10Q
 \pi = 40Q - 2Q^2

Por fim, basta descobrir qual é o máximo de \pi (considerando que a finam quer maximizar o lucro). Para isso, basta achar a derivada da equação e igualá-la a 0, encontrando o ponto de maximização do lucro.

 \frac{d\pi}{dQ} = 40 - 4Q
40 - 4Q = 0
Q = 10

Substituindo na equação do lucro:

 \pi = 40\cdot 10 - 2 \cdot 10^2
\pi = 200

Dessa forma, a criação da patente garantirá um lucro de 200 reais, em adição aos 80 do produto já existente da empresa. Com essas informações, basta achar qual será o valor presente dos lucros da firma. Diferentemente da situação antes da patente, o lucro do novo produto será de 200 pelos próximos 20 anos, enquanto o produto original terá um lucro perene de 80.
Como o lucro será por um período limitado, podemos calcular o valor presente como uma diferença entre perpetuidades. Como demonstrado anteriormente, o valor de uma ação pode ser entendido como  V = \frac{a}{r} , em que a são é o valor pago a cada período e r é a taxa de juros.
Para calcular a diferença de perpetuidades, basta calcular o valor da perpetuidade hoje (como se ação fosse pagar dividendos para sempre) e substituir o valor da perpetuidade daqui a 20 anos (que será o quanto a ação valeria daqui a 20 anos).
Dessa forma:

 V_p = \frac{a}{r} - \frac{\frac{a}{r}}{(1+r)^{20}}

Substituindo os valores:

 V_p = \frac{200}{5\%}- \frac{\frac{200}{5\%}}{(1.05)^{20}}
 V_p = 4000 - \frac{4000}{1.05^{20}}

Como dito pelo enunciado, \frac{1}{1.05^{20}} \approx 0.377 . Logo:

V_p = 4000 - 4000 \cdot 0.377
V_p = 2492

Por fim, basta somar esse valor com os 80 reais do outro produto que serão recebidos anualmente.

 V = 2492 + \frac{80}{5\%}
 V = 4092 .

Logo, a ação irá subir 4092 - 2000 = 2092.

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Gabarito

item e) R$2092.62

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Objetiva 2 – Promovido a Banqueiro Central

Considere que o desemprego na Obeconomia é dado por:

u = NAIRU - \alpha \left( \pi - \mathbb{E}(\pi) \right)

Onde u é a taxa efetiva de desemprego, \text{NAIRU} é a taxa natural de desemprego, \pi é a inflação efetiva, \mathbb{E}(\pi)é a inflação esperada pelo setor privado, e \alpha é uma constante positiva.

A função utilidade v do Banco Central é dada por:

v(u, \pi) = \beta (NAIRU - u) - (\pi - \bar{\pi})^2

Onde \bar\pi é a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional e \beta é uma constante positiva. Sobre as funções do Banco Central, responda:

Alternativas

a) Se o Banco Central tiver um duplo mandato como tem no Brasil, então  \beta \neq 0 .

b) Se é conhecimento comum que o Banco Central escolhe uma regra fixa para política monetária, então a taxa de desemprego sempre ficará abaixo da taxa de desemprego natural.

c) O Banco Central tem incentivos no curto e no longo prazo para criar inflação acima da esperada.

d) Se o Banco Central escolhe uma política discricionária no curto prazo, então  \pi = \bar{\pi}.

e) Se o Banco Central perder credibilidade monetária, podemos ter uma desancoragem das expectativas do setor privado, levando a \mathbb{E}(\pi) \neq \bar{\pi}

Assunto abordado

Política Monetária

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Solução

a) A alternativa não faz sentido. O fato do banco central ter um duplo mandato não influencia de nenhuma forma o valor de \beta. Dessa forma, a alternativa está incorreta

b) Ao tomar decisões as suas decisões monetárias e manter uma taxa fixa, o banco central tem como objetivo final maximizar a sua utilidade, como dado pela equação: v(u, \pi) = \beta (NAIRU - u) - (\pi - \bar{\pi})^2. Observe que a maximização implica diretamente na minimização do desemprego e da diferença entre a inflação esperada e a meta de inflação. Dessa forma, o ideal seria que o banco central alcançasse nenhum desemprego, com uma inflação igual a meta estabelecida. Contudo, como demonstrado pelo enunciado, o desemprego está diretamente relacionado com a expectativa de inflação mantida pelo mercado (quanto maior a expectativa de inflação, maior o desemprego).
Por isso, para que a alternativa esteja correta, seria necessário que ao conhecer a regra de formulação da política monetária do banco central, os agentes econômicos mantivessem uma expectativa de inflação abaixo da inflação atual, mesmo sabendo que isso resultaria em um desemprego menor que a \text{NAIRU} e em uma consequente pressão inflacionária. Dessa forma, é logicamente impossível que expectativas de inflação abaixo da \text{NAIRU} sejam mantidas mesmo com o conhecimento de que tais expectativas resultariam em uma inflação acima da atual. Logo, é possível concluir que a alternativa está errada (o esperado seria que a taxa de desemprego se igualasse a taxa de desemprego natural).

c) O Banco Central pode ter um incentivo no curto prazo para criar inflação acima da esperada para reduzir o desemprego temporariamente (segundo a curva de Phillips de curto prazo). No entanto, no longo prazo, essa estratégia é contraproducente, pois os agentes econômicos ajustam suas expectativas de inflação para cima, o que leva ao aumento da inflação sem uma redução sustentável do desemprego.

d) Se o banco central adota uma política discricionária, ele não se compromete a uma regra fixa para o estabelecimento de suas políticas monetárias. Apesar de poder ser eficiente para o curto prazo, tal política não garante que  \pi = \bar{\pi}.
e) Observe que a expectativa dos agente sobre a inflação futura depende da confiança deles que o Banco Central será capaz de garantir uma política monetária efetiva e que será capaz de alcançar uma inflação equivalente a meta. Dessa forma, ao perderem a confiança na capacidade do Banco Central de alcançar seus objetivos monetários, a expectativa dos agentes econômicos pode se distanciar da meta de inflação, tornando essa alternativa correta.

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Gabarito

Item e) Se o Banco Central perder credibilidade monetária, podemos ter uma desancoragem das expectativas do setor privado, levando a \mathbb{E}(\pi) \neq \bar{\pi}

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Objetiva 3 – Curvas de Phillips Cartográficas

Observe a imagem a seguir, extraída do artigo “Japan’s Phillips Curve Looks Like Japan” (Smith 2008).

A curva de Phillips estabelece uma relação inversa entre a inflação e a taxa de desemprego. Quando a taxa de desemprego é menor, mais gente está trabalhando, o que faz os salários subirem e as empresas aumentarem os preços para pagar a mão de obra. Como consequência, os preços sobem.

Suponha que a curva Phillips da Rússia fosse parecida com o mapa da Rússia, ilustrado a seguir (sem espelhamento):

Uma vantagem que a Rússia teria em relação ao Japão como resultado direto de suas curvas de Phillips é que:

Alternativas

a) A Rússia ficaria imune a cenários de alta inflação.

b) Num cenário de alta inflação, a Rússia pode aumentar sua taxa de desemprego para reduzir os preços.

c) Para um dado nível de desemprego, os trabalhadores russos terão um nível salarial mais alto do que os japoneses.

d) A Rússia poderia ter proporcionalmente mais gente trabalhando sem gerar mais inflação do que o Japão.

e) A taxa de câmbio entre o Yen (Japonês) e o Rublo (Russo) favoreceria exportações russas.

Assunto abordado

Curva de Philips

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Solução

Primeiramente é necessário entender e analisar a Curva de Philips em ambos os casos. No caso do Japão, é perceptível o quanto o aumento no emprego gera um aumento cada vez maior na inflação, quase que de forma exponencial. Por outro lado, ao se analisar a Curva de Philips russa, é possível perceber que a inflação é, em sua maioria, estável para grande parte das taxas de desemprego, apresentando uma pequena elevação quando a taxa de desemprego é muito baixa.
Com essas informações, é possível analisar cada uma das alternativas.

a) Não é possível afirmar com certeza que a Rússia está imune a cenários de alta inflação. Primeiramente, porque apesar do gráfico mostrar a relação entre o desemprego e a taxa de inflação, uma série de outros fatores poderiam resultar em uma alta inflação. Além disso, cenários de desemprego extremamente baixos também poderiam resultar em uma alta inflação.

b) Novamente, o argumento da alternativa anterior se aplica. No caso de uma inflação causada por outros fatores, o aumento da taxa de desemprego não seria tão eficaz para a redução da inflação (algo reforçado pelo aspecto horizontal da curva).

c) Essa alternativa não faz sentido. Em nenhum momento aspectos salariais são apresentados pela questão.

d) A alternativa está correta. Devido ao aspecto horizontal da Curva de Philips russa e ao aspecto exponencial da japonesa, a Rússia seria capaz de suportar taxas de desemprego mais baixas com uma inflação inferior a japonesa.

e) Novamente, nenhuma informação apresentada pela questão garante uma correta análise do grau de exportação e câmbio entre as duas moedas. As únicas informações apresentadas servem para a análise e comparação das taxas de inflação e desemprego.

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Gabarito

Item d) A Rússia poderia ter proporcionalmente mais gente trabalhando sem gerar mais inflação do que o Japão.

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Objetiva 4 – Cuidar do Bem Público! Nossa Responsabilidade!

Dentre as afirmativas abaixo sobre diferentes tipos de bens, assinale a correta:

Alternativas

a) Sistemas de defesa nacional (e.g. sistemas antimíssil) são bens comuns.

b) O pacote de arroz em um mercado é não-excludente pois seu consumo impede outras pessoas de consumir a mesma unidade do bem.

c) Um show pirotécnico (e.g. fogos de artifício de ano novo) é um exemplo de bem público rival e excludente.

d) Estradas com pedágio e sem congestionamento são um exemplo de bem de clube.

e) Aulas em universidades públicas são bens públicos.

Assunto abordado

Tipos de bens

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Solução

Para responder essa questão, é necessário lembrar da classificação dos diferentes tipos de bens:
Bens Privados - Rivais e excludentes.
Bens Comuns - Rivais e não excludentes.
Bens de Clube - Não rivais e excludentes.
Bens Públicos - Não rivais e não excludentes.
Lembre-se que bens rivais são bens em que o consumo do bem por um agente impede o consumo do bem por outro, e bens excludentes são aqueles bens em que é possível impedir um agente de consumir.

Dessa forma, a única alternativa que apresenta um exemplo que está correto é a alternativa d. Estradas são bens não rivais (a utilização por um agente não impede a utilização por outro) e excludentes (o pedágio impede que certas pessoas utilizem do bem).

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Gabarito

Item d) Estradas com pedágio e sem congestionamento são um exemplo de bem de clube.

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Objetiva 5 – 2/3 de 999

O serviço secreto do Economistão recentemente capturou espiões de dezenas de países, e o presidente decidiu fazer um jogo. Cada espião teria que escrever em um papel um número entre 0 e 999. O presidente então calcularia a média de todos os números escritos. O espião cujo número chegasse mais perto de 2/3 dessa média seria liberado. Caso houvesse empate, todos os que empatassem seriam liberados. É conhecimento comum que os espiões são racionais e sabem as regras do jogo, mas não podem se comunicar uns com os outros. Qual dos números abaixo os espiões devem escolher para maximizar suas chances de serem liberados?

Alternativas

a) 0

b) 333

c) 444

d) 666

e) 999

Assunto abordado

Teoria dos Jogos

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Solução

Vamos supor que cada espião escolhe um número aleatório de 0 a 999. Nesse caso, a média seria de 499,5, ⅔ da média seria 333. Logo, se os números fossem escolhidos de maneira aleatória, a decisão óptima seria escolher 333. Contudo, dado que todos os agentes são racionais (e sabem que os outros agentes são racionais), eles pensariam nisso e escolheriam 333. Nesse caso, a média seria 333 e ⅔ seria 222. Novamente, sendo racionais e sabendo que todos os outros agentes são racionais, o processo se repetiria novamente.
No final, a decisão óptima para todos os agentes, na qual não existe incentivo para mudar, é escolher 0 (observe que se um agente sabe que todos os agentes vão escolher 0, ainda faz sentido para ele escolher 0 também).

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Gabarito

item a) 0.

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Objetiva 6 – Produto Interno Bruto

O Produto Interno Bruto (PIB) é um dos indicadores mais utilizados para medir a atividade econômica de um país. Ele representa o valor total de todos os bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras de um país em um determinado período de tempo, geralmente um ano.

A identidade contábil do PIB é uma equação fundamental que mostra como o PIB é calculado. Ela é expressa da seguinte forma:  Y = C + I + G + (X - M)

Onde  Y representa o PIB,  C representa o consumo das famílias,  I representa os investimentos,  G representa os gastos do governo e  (X - M) representa as exportações menos as importações.

Sobre o Produto Interno Bruto, responda:

Alternativas

a) O PIB é a somatória do produto entre quantidade de todos os bens finais produzidos na economia em determinado período de tempo pelos seus respectivos preços, logo se todos os preços da Economia dobrarem, o PIB real dobrará.

b) Se o capital de uma casa se depreciar por 100 mil reais a mais do que o esperado, então o PIB irá reduzir em 100 mil reais.

c) Na identidade contábil do PIB apresentada, a compra de uma casa já construída não entra no PIB, mas a construção de novas casas entra no  I , visto que sua produção e compra é parte do acúmulo de capital e investimentos das famílias.

d) Quando um estrangeiro compra uma casa construída no Brasil de um brasileiro, a casa entra para o PIB do país estrangeiro.

e) Tanto o trabalho doméstico, como trabalhar para uma firma ou ser um empreendedor, quanto o trabalho não-remunerado, como criar os filhos e cuidar da casa, entram no PIB da mesma forma.

Assunto abordado

PIB - Produto Interno Bruto

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Solução

a) Neste caso, o “PIB nominal” que irá dobrar, não o PIB real. O PIB real leva em conta somente a quantidade do output, sem levar em conta o preço.

b) Por mais que a depreciação aumente o PIB ao usar a abordagem por meio da renda, ela não está incluida ao analisar o PIB seguindo o modelo demonstrado na questão.

c) Observe que enquanto a compra de uma casa já construída é uma transação secundária, ou seja, não está diretamente relacionada com uma nova produção e/ou investimento, a construção de uma nova casa é um investimento feito diretamente relacionado com o acúmulo de capital. Dessa forma, por causa do PIB contar apenas com o que foi produzido e investido em determinado período, a construção da nova casa entraria no PIB, diferentemente da compra de uma casa já constrúida.

d) Como a compra se dá em território brasileiro, a casa entra para o PIB do Brasil e não do país estrangeiro. Observe que o PIB está relacionado com o que acontece no território nacional, e não com a nacionalidade de quem faz a atividade.

e) Trabalhos que não são remunerados financeiramente não entram no PIB. Dessa forma, enquanto um trabalho de uma firma ou empreender seria levado em consideração no PIB, cuidados com a casa não são levados em conta.

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Gabarito

Item c) Na identidade contábil do PIB apresentada, a compra de uma casa já construída não entra no PIB, mas a construção de novas casas entra no  I , visto que sua produção e compra é parte do acúmulo de capital e investimentos das famílias.

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Objetiva 7 – Stackelberg ou Cournot?

Três oligopolistas operam em um mercado cuja demanda inversa é dada por  P(Q) = a - Q , em que  Q = q_1 + q_2 + q_3 e  q_i é a quantidade produzida pela firma  i \in \{1,2,3\} . As firmas possuem custo marginal constante  c > 0 e não possuem custos fixos. As firmas escolhem a quantidade que produzem da seguinte maneira: a firma 1, a líder, escolhe  q_1 \geq 0 ; depois, as firmas 2 e 3 observam  q_1 e, simultaneamente, escolhem  q_2 \geq 0 e  q_3 \geq 0 , respectivamente. Qual é a produção de cada firma no equilíbrio desse jogo?

Alternativas

a)  q_1^* = \frac{a - c}{2}, q_2^* = 0, q_3^* = 0

b)  q_1^* = \frac{a - c}{2}, q_2^* = \frac{a - c}{4}, q_3^* = \frac{a - c}{4}

c)  q_1^* = \frac{a - c}{4}, q_2^* = \frac{a - c}{4}, q_3^* = \frac{a - c}{4}

d)  q_1^* = \frac{a - c}{2}, q_2^* = \frac{a - c}{6}, q_3^* = \frac{a - c}{6}

e)  q_1^* = \frac{a - c}{4}, q_2^* = \frac{a - c}{6}, q_3^* = \frac{a - c}{6}

Assunto abordado

Modelos de Duopólio

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Solução

O lucro de cada firma é dado pela diferença entre a receita e o custo de produção. Sabemos que o preço do bem é dado por:

P(Q) = a - Q = a - (q_1 + q_2 + q_3)

Então, o lucro de cada firma pode ser escrito como:

Firma 1:  \pi_1 = (P - c) \cdot q_1 = (a - q_1 - q_2 - q_3 - c) \cdot q_1
Firma 2:  \pi_2 = (P - c) \cdot q_2 = (a - q_1 - q_2 - q_3 - c) \cdot q_2
Firma 3:  \pi_3 = (P - c) \cdot q_3 = (a - q_1 - q_2 - q_3 - c) \cdot q_3

Firmas 2 e 3 escolhem simultaneamente, então vamos começar derivando suas funções de lucro para encontrar as condições de primeiro-ordem (F.O.C.). Derivando o lucro de  \pi_2 e  \pi_3 em relação a  q_2 e  q_3 , respectivamente, e igualando a zero:

 \frac{d\pi_2}{dq_2} = a - q_1 - 2q_2 - q_3 - c = 0

 \frac{d\pi_3}{dq_3} = a - q_1 - q_2 - 2q_3 - c = 0

Agora, isolamos q_2 e q_3 nas duas equações:

 q_2 = \frac{a - q_1 - q_3 - c}{2}

 q_3 = \frac{a - q_1 - q_2 - c}{2}

Substituímos uma equação na outra para resolver o sistema. Substituindo q_2 na equação de q_3:

 q_3 = \frac{a - q_1 - \frac{a - q_1 - q_3 - c}{2} - c}{2}

Simplificamos essa equação para obter q_3:

 q_3 = \frac{a - q_1 - c}{3}

Agora que temos q_3, substituímos na equação original de q_2:

 q_2 = \frac{a - q_1 - \frac{a - q_1 - c}{3} - c}{2}

Simplificando, obtemos:

 q_2 = \frac{a - q_1 - c}{3}

Agora, substituímos q_2 e q_3 na função de lucro da firma 1 para encontrar a quantidade ótima de q_1. A função de lucro da firma 1 é:

 \pi_1 = (a - q_1 - q_2 - q_3 - c) \cdot q_1

Substituindo as expressões de q_2 e q_3:

 \pi_1 = \left(a - q_1 - \frac{a - q_1 - c}{3} - \frac{a - q_1 - c}{3} - c\right) \cdot q_1

Simplificamos a equação:

 \pi_1 = \left(a - q_1 - \frac{2(a - q_1 - c)}{3} - c\right) \cdot q_1

Continuando a simplificação:

 \pi_1 = \left(\frac{a - c}{3} - \frac{q_1}{3}\right) \cdot q_1

Agora derivamos essa equação com relação a q_1 e igualamos a zero para encontrar o ponto de maximização do lucro de q_1:

 \frac{d\pi_1}{dq_1} = \frac{a - c}{3} - \frac{2q_1}{3} = 0

Isolando q_1:

 q_1 = \frac{a - c}{2}

Sabemos que:

 q_2 = \frac{a - q_1 - c}{3}

Substituímos o valor de q_1:

 q_2 = \frac{a - \frac{a - c}{2} - c}{3} = \frac{a - c}{6}

Da mesma forma, para q_3:

 q_3 = \frac{a - q_1 - c}{3} = \frac{a - c}{6}

As quantidades de equilíbrio para cada firma são:

 q_1 = \frac{a - c}{2}
 q_2 = \frac{a - c}{6}
 q_3 = \frac{a - c}{6}

Logo, a resposta correta é a letra b.

 

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Gabarito

Item b)  q_1 = \frac{a - c}{2} ,  q_2 = \frac{a - c}{6} ,  q_3 = \frac{a - c}{6} .

 

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Objetiva 8 – Mercados Imperfeitos?

O weighted average cost of capital (WACC) é um indicador financeiro que representa o custo médio ponderado de todos os tipos de capital que uma empresa utiliza para financiar seus projetos. Esse custo inclui a remuneração exigida pelos acionistas, fornecedores de capital próprio ( equity ), e credores, fornecedores de dívida ( debt ), para investir em uma empresa.

O cálculo do WACC leva em consideração a proporção de cada tipo de capital utilizado pela empresa. Assim:

 WACC = \frac{D}{D + E} \cdot r_D + \frac{E}{D + E} \cdot r_E

Onde  D é a quantidade de  debt utilizado para financiar um projeto,  E é a quantidade de  equity ,  r_D é o custo líquido de capital de terceiros e  r_E é o custo de capital próprio. No entanto, o custo da dívida pode variar de acordo com o risco da dívida que se utiliza, afinal quanto mais dívida uma empresa tiver maior o seu custo de capital. O mesmo pode ser observado para o custo de  r_E .

Considere o seguinte modelo para o custo de dívida:

 r_E = r_f + \beta \cdot r_{ERP}

Onde  r_f é a taxa de juros livre de risco,  r_{ERP} é o prêmio de risco de  equity (Equity Risk Premium) e  \beta é a sensibilidade do retorno da empresa ao risco do mercado, e é dado pela equação:

 \beta = b \cdot \left(1 + \frac{D}{E} \cdot (1 - t)\right)

Onde  b é uma métrica de risco intrínseca à operação de uma empresa e  t é a alíquota marginal de imposto enfrentada pela empresa. Assim, quanto mais dívida uma empresa tiver, maior será o custo de capital próprio.

Além disso, considere que o custo líquido de  debt é dado por:

 r_D = (r_f + \Delta)(1 - t)

Onde  \Delta é um default spread, isto é, uma métrica de risco de calote da empresa.

Considere agora que a Greenjoy, uma empresa de e-commerce sustentável, atua na Obeconomia, um país no qual  r_f = 10\% ,  r_{ERP} = 6\% e  t = 20\% . Sabemos que as operações da Greenjoy são tão arriscadas como a média do mercado, isto é,  b = 1 . Sabendo, que o default spread enfrentado pela Greenjoy é dado por:

 \Delta(p) = 4\% - \frac{12.5\%}{p}

Onde  p é a proporção de dívida que compõe seu capital, isto é,  p = \frac{D}{D + E} . Se a Greenjoy quer minimizar o seu custo de capital médio, qual das seguintes proporções de debt-to-capital ela deverá escolher para se financiar?

Alternativas

a)  \frac{D}{D + E} = 20\%

b)  \frac{D}{D + E} = 40\%

c)  \frac{D}{D + E} = 60\%

d)  \frac{D}{D + E} = 80\%

e) Não importa qual a proporção de  \frac{D}{D + E} , todas as escolhas oferecem o mesmo WACC.

Assunto abordado

Custo de Capital

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Solução

Apesar de ser uma questão de finanças, a única habilidade necessária para resolve-la é manipulação algébrica.
Observe que p = \frac{D}{D+E} , logo \frac{E}{D+E} = 1-p e \frac{D}{E} = \frac{p}{1-p} .
Além disso, é preciso utilizar as seguintes equações:

WACC = \frac{D}{D+E} \cdot r_D + \frac{E}{D+E} \cdot r_E

E = D + B, \quad B = b(1 + \frac{D}{E}(1-t))

r_D = (r_f + \Delta)(1 - t)\Delta = 4\% - \frac{12.5\%}{p}

r_E = r_f + B \cdot r_{ERP}

r_E = 10\% + \left(1 + \frac{D}{E}0.8\right) \cdot 6\%

Resolvendo:

WACC = p(r_f+\Delta)(1-t) + (1-p)(r_f + B \cdot r_{ERP})

WACC = p(10\% + \Delta)(1-0.2) + (1-p)(10\% + 6\%B)

WACC = 0.8p(10\% + 4\% - \frac{12.5\%}{p}) + (1-p)(10\% + 6\%B)

WACC = 0.8p(14\% - \frac{12.5\%}{p}) + (1-p)(10\% + 6\%B)

WACC = 0.8p(14\% - \frac{12.5\%}{p}) + (1-p)(10\% + 6\% (1 + \frac{p}{1-p}0.8))

WACC = 0.8p(14\% - \frac{12.5\%}{p}) + (1-p)(10\% + 6\% +0.048\frac{p}{1-p}))

WACC = 0.112p - 0.1 + 0.16 + 0.048\frac{p}{1-p} - 0.16p - 0.048\frac{p^2}{1-p}

WACC = 0.112p + 0.06 + 0.048\frac{p}{1-p} - 0.16p - 0.048\frac{p^2}{1-p}

WACC = -0.048p + 0.06 + 0.048\frac{p}{1-p} - 0.048\frac{p^2}{1-p}

\frac{WACC}{1-p} = \frac{-0.048p + 0.048p^2 + 0.06 -0.06p + 0.048p - 0.048p^2}{1-p}

\frac{WACC}{1-p} = \frac{0.06}{1-p}

 WACC = 0.06

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Gabarito

Item e) Não importa qual a proporção de  \frac{D}{D + E} , todas as escolhas oferecem o mesmo WACC.

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Objetiva 9 – Externalidades Qualificadas

Maximus é o prefeito de Juiz de Dentro, uma cidade universitária movimentada que possui muitas fábricas perto dos  campi das dezenas de universidades que milhares de estudantes se encontram todos os dias.

Os estudantes e professores de Juiz de Dentro frequentemente se queixavam do barulho que as fábricas faziam, que interferia negativamente nas aulas e atividades acadêmicas. O som alto e as vibrações causadas pela música têm perturbado os estudantes que vivem em dormitórios próximos às fábricas. Alguns estudantes têm dificuldades para dormir e se concentrar em seus estudos, o que afeta seu desempenho acadêmico, custando o precioso e caro tempo dos estudantes e dos professores.

Assim, o barulho constitui uma externalidade negativa da produção dessa fábrica. No entanto, a legislação da cidade, previa que todas as fábricas possuem o direito irrestrito de fazer barulho para maximizar sua produção, impedindo que os estudantes usufruíssem do silêncio para estudar.

Maximus gostaria de maximizar o bem-estar da cidade, e para isso teria que criar uma medida que reduzisse a quantidade de barulho produzida pelas fábricas. Qual das seguintes medidas não é válida para mitigar os efeitos dessa externalidade?

Alternativas

a) O Prefeito poderia forçar essas universidades e fábricas a se fundirem em um único agente econômico. Assim, o conglomerado iria considerar os interesses da universidade e seus membros no momento de escolher o nível de poluição sonora, internalizando sua externalidade negativa.

b) O Prefeito pode estabelecer um sistema de cotas negociáveis para a emissão de ruído na área do campus. As fábricas e as universidades, recebem uma cota de emissão de ruído, que pode ser negociada no mercado de cotas. As fábricas que emitem mais ruído do que sua cota precisariam comprar cotas adicionais para compensar a diferença, comprando das universidades e transferindo o bem-estar para os estudantes e professores que não precisam fazer tanto barulho. O contrário seria observado se os estudantes e professores realmente valorizam mais o silêncio do que as fábricas.

c) Pelo Teorema de Coase, o Prefeito não precisa fazer nada e pode deixar os mercados se ajustarem naturalmente porque os direitos de propriedade estão muito bem definidos, visto que a fábrica tem o direito de fazer barulho. Assim, se cada um dos milhares de estudantes valorizam mais o silêncio do que a fábrica valoriza, eles podem individualmente realizar reuniões, negociar, e se beneficiar de um contrato que reduza os barulhos mediante um pagamento por parte dos estudantes.

d) O Prefeito pode impor um imposto pigouviano sobre a emissão de ruído da fábrica de modo a levar a quantidade de barulho para o socialmente ótimo. O imposto aumenta o custo de operação das fábricas, incentivando-as a reduzir suas produções até o ponto em que o barulho produzido considerando o pagamento do imposto é ótimo. O dinheiro arrecadado pelo imposto pode ser usado para compensar os estudantes afetados pelo barulho da fábrica.

e) O Prefeito poderia impor regulamentações que exigem que todas as fábricas na área do campus instalem equipamentos de isolamento acústico para reduzir a emissão de ruído. Essa exigência pode ser incorporada às leis de zoneamento e licenciamento de atividades econômicas na área do campus, garantindo que todas as fábricas sigam as mesmas regras para reduzir o impacto do barulho na área.

Assunto abordado

Externalidades

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Solução

a) Ao forçar as universidades e fábricas se fundirem, um novo conglomerado será criado. Nesse conglomerado, as decisões terão como objetivo a maximização da utilidade de todas as partes, o que inclui as fábricas e universidades. Nesse caso, uma decisão socialmente óptima seria alcançada, visto que a maximização da utilidade do conjunto se tornaria o objetivo.

b) Ao estabelecer cotas que podem ser negociadas, um mercado seria criado entre os agentes envolvidos. Nesse caso, as cotas de emissão de barulho seriam negociadas até o ponto em que o benefício marginal de ambas as partes por ter uma cota se igualasse. Nesse caso, teríamos alcançado uma situação socialmente óptima.

c) Segundo o Teorema de Coase, em um mercado com custos de transações baixos, uma decisão óptima será alcançada por meio da negociação e da barganha entre diferentes agentes. Dessa forma, por se tratar de uma situação com milhares de estudantes e professores envolvidos, seria necessário grandes esforços para criar uma organização efetiva com o correto alinhamento de interesses, resultando em custos de transação demasiadamente altos.

d) Ao impor um imposto pigouviano, o prefeito taxará cada unidade de produção das fábricas com o objetivo de diminuir a quantidade produzida e alcançar a quantidade óptima. Dessa forma, por mitigar a externalidade negativa gerada pela produção da fábrica, essa é uma medida que pode alcançar o output socialmente óptimo.

e) De forma similar a alternativa anterior, ao obrigar que as fábricas implementem regulações que exigem a instalação de equipamentos de isolamento acústico para reduzir a emissão de ruído, o governo estará usando da regulação para diminuir as externalidades e alcançar o output socialmente óptimo. Logo, trata-se de uma solução que poderia mitigar os efeitos da externalidade.

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Gabarito

Item c) Pelo Teorema de Coase, o Prefeito não precisa fazer nada e pode deixar os mercados se ajustarem naturalmente porque os direitos de propriedade estão muito bem definidos, visto que a fábrica tem o direito de fazer barulho. Assim, se cada um dos milhares de estudantes valorizam mais o silêncio do que a fábrica valoriza, eles podem individualmente realizar reuniões, negociar, e se beneficiar de um contrato que reduza os barulhos mediante um pagamento por parte dos estudantes.

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Objetiva 10 – Grand Pix do Reino Cogumelo

Chegou o dia do Grand Pix do Reino Cogumelo e Luigi, após semanas de treinamento, está finalmente pronto para poder competir contra os outros cidadãos do Reino Cogumelo, como Mario, Yoshi e Donkey Kong, e conquistar as 1000 moedas de ouro de prêmio.

3... 2... 1... Go! É dada a largada! Luigi se mantém durante toda a partida na liderança, contudo, nos momentos finais da última volta, escorrega em uma casca de banana, sendo ultrapassado por Mario. Na curva final, ainda atrás de Mario, Luigi se encontra em um dilema no qual ele pode:

Realizar a curva de forma agressiva, tendo uma chance de 30% de ultrapassar Mario e vencer a corrida, uma chance de 50% de bater e sofrer um acidente que, além de impedi-lo de ganhar o Grand Pix, custará-lhe 512 moedas de ouro - contando o conserto do carro e as contas do hospital -, e uma chance de 20% de apenas perder o torneio.

Realizar a curva de forma cautelosa, tendo uma chance de 20% de ultrapassar Mario e vencer a corrida, uma chance de 40% de bater e sofrer um acidente que, além de impedi-lo de ganhar o Grand Pix, custará-lhe 512 moedas de ouro - contando o conserto do carro e as contas do hospital -, e uma chance de 40% de apenas perder o torneio.

Sabendo que a função de utilidade de Luigi é dada por  u(x) = x^{1/3} onde  x é a quantidade de moedas recebida ou paga. Qual é a decisão de Luigi em relação ao tipo de curva a ser feito? E se antes da corrida ele tivesse feito um seguro de carro e de vida no banco digital NuBowser, que cobriria todos os custos no caso de acidente?

Alternativas

a) Luigi realizará a curva de maneira agressiva sem o seguro, e agressiva com o seguro.

b) Luigi realizará a curva de maneira agressiva sem o seguro, e cautelosa com o seguro.

c) Luigi realizará a curva de maneira cautelosa sem o seguro, e agressiva com o seguro.

d) Luigi realizará a curva de maneira cautelosa sem o seguro, mas com o seguro depende do preço pago por ele.

e) Luigi realizará a curva de maneira agressiva sem o seguro, mas com o seguro depende do preço pago por ele.

Assunto abordado

Valor esperado da utilidade

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Solução

Para responder essa questão, é preciso analisar o valor esperado da utilidade de cada opção. Para tal, basta calcular a utilidade em cada situação e multiplicar pela chance dessa opção ocorrer.

Realizar a curva de forma agressiva:

 EU = 0.3\cdot 1000^{\frac{1}{3}} - 0.5\cdot 512^{\frac{1}{3}} + 0
EU = 0.3 \cdot 10 - 0.5 \cdot 8
EU = 3 - 4
EU = -1

Dessa forma a Utilidade esperada (EU) de realizar a curva de forma agressiva é de -1.

Realizar a curva de forma cautelosa:

 EU = 0.2\cdot 1000^{\frac{1}{3}} - 0.4\cdot 512^{\frac{1}{3}} + 0
EU = 0.2 \cdot 10 - 0.4 \cdot 8
EU = 2 - 3.2
EU = -1.2

Dessa forma, como a utilidade de realizar a curva de maneira agressiva é maior do que ser cauteloso, Luigi irá realizar a curva de maneira agressiva sem o seguro.
No cenário que ele possui o seguro, a única diferença seria que o pagamento caso ocorra um acidente seria 0. Logo:

Realizar a curva de forma agressiva:

 EU = 0.3\cdot 1000^{\frac{1}{3}} + 0
EU = 0.3 \cdot 10
EU = 3

Realizar a curva de forma cautelosa:

 EU = 0.2\cdot 1000^{\frac{1}{3}} + 0
 EU = 0.2 \cdot 10
EU = 2

Logo, com o seguro, Luigi também realizaria a curva de forma agressiva.

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Gabarito

Item a) Luigi realizará a curva de maneira agressiva sem o seguro, e agressiva com o seguro.

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