OBF 2009 - Terceira Fase - Nível 2

Escrita por Levy Bruno Batista

Você pode acessar a prova aqui

Questão 01:

Técnicos de um laboratório de testes desejam determinar se um novo dispositivo é capaz de resistir a grandes acelerações e desacelerações. Para descobrir isso, eles colam tal dispositivo de 5,0 kg a uma plataforma de testes que depois é deslocada verticalmente para cima e para baixo. O gráfico da figura 1 mostra a aceleração durante um segundo do movimento.

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a) Identifique as forças exercidas sobre o dispositivo e desenhe um diagrama de forças para ele.

b) Em que instante o peso do dispositivo é máximo? Quanto vale a aceleração neste instante?

c) O peso do dispositivo é nulo em algum momento? Em caso afirmativo, em que instante isso ocorre? Qual é a aceleração neste instante?

d) Suponha que os técnicos se esqueçam de colar o dispositivo à plataforma de testes. O dispositivo permanecerá sobre a plataforma de testes durante o primeiro segundo de movimento ou ele sairá voando da plataforma em algum instante de tempo? Em caso afirmativo, em que instante isso ocorreria?

Assunto abordado

Dinâmica

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Solução

a) As forças que agem no dispositivo é o peso deste e a normal de contato exercida pela plataforma. Observe que ambas as forças são verticais, porém possuem sentidos opostos, pois o peso é direcionado para baixo, enquanto a normal é para cima.

b) Entende-se que o "peso" citado pela questão é, na verdade, o que é mais conhecido por "peso aparente", isto é, o valor da força normal de reação, já que esta varia de acordo com a aceleração do dispositivo da seguinte forma:

N-P=ma_{y}

N=m(g+a_{y})

Portanto, N é máxima quando a_{y} também o for, ou seja, quando tivermos a_{y}=19,6 \frac{m}{s^{2}}, que corresponde a t=0,0 s.

c) Novamente, de N=m(g+a_{y}), temos que N=0 ocorre quando a_{y}=-g=-10,0 \frac{m}{s^{2}}. Por outro lado, pelo gráfico, depreende-se que a função a_{y}(t) é dada por:

a_{y}(t)=19,6- \frac{39,2}{1,0}t

Daí:

-10,0=19,6-39t

t \approx 0,76 s

d) O dispositivo perderá o contato com a plataforma no instante t \approx 0,76 s, ou seja, quando a_{y}=-10,0 \frac{m}{s^{2}}, pois a partir desse instante o módulo de a_{y} passa a ser maior que o de g, e ambas estarão no mesmo sentido.

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Gabarito

a) Peso do dispositivo e a normal de contato com a plataforma.

b) t=0,0 s; a_{y}=19,6 \frac{m}{s^{2}}

c) Sim; t\approx 0,76 s; a_{y}=-10,0 \frac{m}{s^{2}}

d) Sairá voando da plataforma; t\approx 0,76 s

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Questão 02:

O planeta Saturno possui uma grande lua chamada Titã. Titã possui uma massa de 1,85 vezes a massa da nossa lua. Saturno em si possui uma massa 95 vezes maior que a massa da Terra. Nossa lua possui uma massa 0,0123 vezes aquela da Terra. A distância entre os centros da Terra e a Lua é de 240.000 milhas, e a distância entre os centros de Saturno e Titã é 760.000 milhas. Referindo-se à lei da gravitação e explicando seu raciocínio em termos da razão entre escalas apenas (sem substituição na fórmula), calcule a razão da força centrípeta F_{TS} exercida sobre Titã por Saturno com a força centrípeta F_{LT}, exercida sobre a Lua pela Terra (forneça seus argumentos em termos de se F_{TS} será maior ou menor que F_{LT}, e em que razão, como prescrito pela lei da gravitação).

Assunto abordado

Gravitação

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Solução

A força de interação gravitacional entre Titã e Saturno é:

F_{TS}=\frac{GM_{Ti}M_{S}}{d_{Ti,S}^{2}}

Por outro lado, a questão nos dá a relação entre a massa de Titã e a da Lua, entre a massa de Saturno e da Terra, além da relação entre a distância Titã-Saturno e a distância Lua-Terra. Logo, escrevendo matematicamente essas três relações:

M_{Ti}=1,85M_{L}

M_{S}=95M_{Te}

d_{Ti,S}=\frac{76}{24}d_{Te,L}

Portanto, podemos reescrever a força entre Titã e Saturno como:

F_{TS}=\frac{G*1,85M_{L}*95M_{Te}}{(\frac{76}{24})^{2}d_{Te,L}^{2}}

F_{TS}=\frac{24^{2}*95*1,85}{76^{2}}\frac{GM_{L}M_{Te}}{d_{Te,L}^{2}}

\frac{F_{TS}}{F_{LT}}\approx 17,5

F_{TS}  data-recalc-dims= F_{LT}" />

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Gabarito

\frac{F_{TS}}{F_{LT}}\approx 17,5

F_{TS}  data-recalc-dims= F_{LT}" />

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Questão 03:

A figura 2 representa a força que uma partícula sofre durante um pequeno intervalo de tempo. Calcule o impulso que a partícula sofreu.

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Assunto abordado

Impulso e quantidade de movimento

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Solução

O impulso será numericamente igual à área compreendida entre a curva de F_{x} e o eixo t=0. Logo:

I=-\frac{500*2*10^{-3}}{2}+\frac{2000*6*10^{-3}}{2}-\frac{500*2*10^{-3}}{2}

I=6-1=5 N*s

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Gabarito

I=6-1=5 N*s

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Questão 04:

A Figura 3 representa a energia potencial associada a uma partícula de 500 g que se move ao longo do eixo x. Supondo que a energia mecânica da partícula é igual a 12 J, responda:

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a) Quais os pontos de retorno da partícula?

b) Qual é a máxima velocidade da partícula? Em que ou quais pontos ocorre?

c) Faça uma descrição do movimento da partícula quando esta se move da esquerda para a direita.

Assunto abordado

Trabalho e energia

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Solução

a) Pelo gráfico, podemos obter os pontos de retorno, isto é, os pontos em que a energia da partícula é exclusivamente potencial. Esses pontos correspondem às posições x=0,75 m e x=7 m.

b) A maior velocidade será alcançada justamente quando a energia potencial for mínima, isto é, nas posições x=1 m e x=4 m. Tal velocidade será igual a:

V=\sqrt{\frac{2E}{m}}

V=\sqrt{\frac{24}{0,5}}

V=4\sqrt 3 \approx 6,8 \frac{m}{s}

c) De x=0,75 m até x=1 m: velocidade cresce.

De x=1 m até x=2 m: velocidade diminui.

De x=2 m até x=4 m: velocidade cresce.

De x=4 m até x=7 m: velocidade diminui.

Tal análise é obtida a partir da curva de energia potencial dada na questão, e tendo em vista que a energia mecânica do sistema é conservada, a diminuição da energia potencial corresponde ao aumento de energia cinética e vice-versa.

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Gabarito

a) x=0,75 m e x=7 m.

b) V=4\sqrt 3 \approx 6,8 \frac{m}{s}

c) De x=0,75 m até x=1 m: velocidade cresce.

De x=1 m até x=2 m: velocidade diminui.

De x=2 m até x=4 m: velocidade cresce.

De x=4 m até x=7 m: velocidade diminui.

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Questão 05:

Uma caixa de madeira de peso P encontra-se em repouso sobre uma superfície plana. O coeficiente de atrito estático entre a caixa e a superfície plana é \mu_{e}. Posteriormente, um garoto começa a empurrar a caixa com uma força F crescente, que faz um ângulo \theta com a horizontal, até que a caixa começa a se mover, como mostra a figura 4. Calcule:

obf 29

a) O menor valor de F para que a caixa se mova.

b) A força de reação normal à superfície, associada ao valor de F do item a), sobre o bloco.

Assunto abordado

Dinâmica

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Solução

a) Nessa situação, temos, na horizontal:

Fcos\theta = F_{FAT_{max}}

Fcos\theta = \mu_{e} N

Daí, na vertical, temos:

N = Fsen\theta + P

Logo:

Fcos\theta = \mu_{e}(Fsen\theta + P)

F = \frac{\mu_{e} P}{cos\theta - \mu_{e} sen\theta}

b) A força normal de reação será:

N = Fsen\theta + P

N = \frac{\mu_{e} Psen\theta}{cos\theta - \mu_{e} sen\theta} + P

N = \frac{Pcos\theta}{cos\theta - \mu_{e} sen\theta}

[collapse]
Gabarito

a) F = \frac{\mu_{e} P}{cos\theta - \mu_{e} sen\theta}

b) N = \frac{Pcos\theta}{cos\theta - \mu_{e} sen\theta}

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Questão 06:

Uma partícula é lançada verticalmente para cima com velocidade inicial V_{0} formando um ângulo \alpha com a horizontal. Se o ângulo \alpha é escolhido tal que o alcance é máximo, calcule a distância d entre dois pontos P e Q da trajetória que ficam a uma mesma altura h.

Assunto abordado

Cinemática

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Solução

Na situação de alcance máximo, temos:

\alpha=45^{\circ}

Daí, escrevendo a equação da trajetória:

y=xtg45^{\circ}-\frac{gx^{2}}{2V_{0}^{2}(cos45^{\circ})^{2}}

h=x-\frac{gx^{2}}{V_{0}^{2}}

\frac{g}{V_{0}^{2}}x^{2}-x+h=0

x=\frac{1\pm \sqrt{1-\frac{4gh}{V_{0}^{2}}}}{\frac{2g}{V_{0}^{2}}}

Portanto:

\Delta x=d=\frac{V_{0}^{2}}{g}\sqrt{1-\frac{4gh}{V_{0}^{2}}}

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Gabarito

d=\frac{V_{0}^{2}}{g}\sqrt{1-\frac{4gh}{V_{0}^{2}}}

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Questão 07:

A figura 5 representa duas partículas de massas m_{1} = 4 kg e m_{2} = 6 kg movendo-se em direções opostas, sobre uma superfície plana sem atrito. Elas têm velocidades constantes, cujos módulos são V_{1i} = 20 \frac{m}{s} e V_{2i} = 10 \frac{m}{s} e colidem. A colisão é frontal e perfeitamente elástica. Calcule as velocidades finais das partículas.

Assunto abordado

Colisões

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Solução

Pela conservação da quantidade de movimento, temos:

m_{1}V_{1i}-m_{2}V_{2i}=m_{1}V_{1f}+m_{2}V_{2f}

Por outro lado, a relação do coeficiente de restituição nos dá:

e=\frac{V_{2f}-V_{1f}}{V_{2i}+V_{1i}}=1

V_{2f}-V_{1f}=V_{2i}+V_{1i}

V_{1f}=V_{2f}-V_{2i}-V_{1i}

Substituindo V_{1f} na expressão da conservação da quantidade de movimento, temos:

(m_{1}+m_{2})V_{2f}=2m_{1}V_{1i}+(m_{1}-m_{2})V_{2i}

V_{2f}=\frac{2m_{1}V_{1i}+(m_{1}-m_{2})V_{2i}}{m_{1}+m_{2}}

V_{2f}=\frac{160+(-2)*10}{10}

V_{2f} = 14 \frac{m}{s}

Logo:

14-V_{1f} = 30

V_{1f} = -16 \frac{m}{s}

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Gabarito

V_{2f} = 14 \frac{m}{s}

V_{1f} = -16 \frac{m}{s}

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Questão 08:

Dois satélites de massa m se movem em uma mesma órbita circular de raio r em torno de um planeta de massa M, como ilustra a figura 6. Os dois satélites estão sempre em extremidades opostas de um mesmo diâmetro enquanto realizam seu movimento. Calcule o período do movimento orbital.

obf 31

Assunto abordado

Gravitação

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Solução

Sabendo que a resultante centrípeta sobre uma das massas m é igual a soma da força de interação gravitacional com a massa M e a outra massa m. Portanto:

\frac{mV^{2}}{r}=\frac{GMm}{r^{2}}+\frac{Gm^{2}}{(2r)^{2}}

\omega^{2}r=\frac{G}{r^{2}}(M+\frac{m}{4})

\frac{4\pi^{2}}{T^{2}}=\frac{G}{r^{3}}(M+\frac{m}{4})

T=2\pi\sqrt{\frac{r^{3}}{G(M+\frac{m}{4})}}

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Gabarito

T=2\pi\sqrt{\frac{r^{3}}{G(M+\frac{m}{4})}}

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Questão 09:

Uma cunha de massa M submetida a uma força horizontal F (ver figura 7) encontra-se sobre uma superfície horizontal sem atrito. Coloca-se um bloco de massa m sobre a superfície inclinada da cunha. Se o coeficiente de atrito estático entre as superfícies da cunha e do bloco é \mu_{e}, encontre os valores máximos e mínimos da força F para que o bloco permaneça em repouso sobre a cunha.

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Assunto abordado

Dinâmica

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Solução

No caso em que a força F é mínima, a força de atrito que age no bloco m possui a mesma direção do plano, como sentido para cima. Logo, a Segunda Lei de Newton para a cunha pode ser escrita como:

F + F_{at}cos\theta - Nsen\theta = Ma

Por outro lado, podemos escrever para o bloco:

F_{at}sen\theta + Ncos\theta = mg

Nsen\theta - F_{at}cos\theta = ma

Daí, dividindo uma pela outra:

\frac{a}{g} = \frac{sen\theta - \mu_{e}cos\theta}{\mu_{e}sen\theta + cos\theta}

a = g\frac{tg\theta - \mu_{e}}{\mu_{e}tg\theta + 1}

Além disso, da primeira equação, depreende-se que:

N = \frac{mg}{\mu_{e}sen\theta + cos\theta}

Logo:

F + F_{at}cos\theta - Nsen\theta = Ma

F = Ma + N(sen\theta - \mu_{e}cos\theta)

F = Mg\frac{tg\theta - \mu_{e}}{\mu_{e}tg\theta + 1} + mg\frac{sen\theta - \mu_{e}cos\theta}{\mu_{e}sen\theta + cos\theta}

F = Mg\frac{tg\theta - \mu_{e}}{\mu_{e}tg\theta + 1} + mg\frac{tg\theta - \mu_{e}}{\mu_{e}tg\theta + 1}

F = (M + m)g\frac{tg\theta - \mu_{e}}{\mu_{e}tg\theta + 1}

Agora, no caso em F é máxima, temos que a força de atrito sobre o bloco terá sentido oposto ao do caso anterior, ou seja, o bloco estará na iminência de subir o plano; logo, reescrevendo a Segunda Lei de Newton para a cunha:

F - F_{at}cos\theta - Nsen\theta = Ma

Por outro lado, temos, para o bloco:

-F_{at}sen\theta + Ncos\theta = mg

Nsen\theta + F_{at}cos\theta = ma

Da primeira equação, temos:

N = \frac{mg}{cos\theta - \mu_{e}sen\theta}

Da segunda equação, temos:

ma = mg\frac{sen\theta + \mu_{e}cos\theta}{cos\theta - \mu_{e}sen\theta}

a = g\frac{tg\theta + \mu_{e}}{1 - \mu_{e}tg\theta}

Portanto:

F = Ma + N(sen\theta + \mu_{e}cos\theta)

F = Mg\frac{tg\theta +\mu_{e}}{1 - \mu_{e}tg\theta} + mg\frac{tg\theta + \mu_{e}}{1 - \mu_{e}tg\theta}

F = (M + m)g\frac{tg\theta + \mu_{e}}{1 - \mu_{e}tg\theta}

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Gabarito

F_{min} = (M + m)g\frac{tg\theta - \mu_{e}}{\mu_{e}tg\theta + 1}

F_{max} = (M + m)g\frac{tg\theta + \mu_{e}}{1 - \mu_{e}tg\theta}

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Questão 10:

Um gato de 5,0 kg e uma tigela de 2,0 kg de atum estão em posições opostas de uma gangorra de 4,0 m de comprimento e massa negligenciável. Um segundo gato de 4,0 kg é posicionado a uma distância d à esquerda do ponto de apoio como ilustrado na figura 8. Calcule a distância d de modo a que o sistema atinja o equilíbrio estático.

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Assunto abordado

Torque

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Solução

Para que a gangorra esteja em equilíbrio, o somatório dos torques deve ser nulo. Logo:

m_{gato1}g\frac{L}{2} = m_{gato2}gd + m_{tigela}g\frac{L}{2}

m_{gato2}d = (m_{gato1} - m_{tigela})\frac{L}{2}

d = \frac{(m_{gato1} - m_{tigela})}{2m_{gato2}}L

d = \frac{2*3}{4} = 1,5 m

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Gabarito

d = 1,5 m

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Questão 11:

A força necessária para comprimir ou distender uma mola com constante de rigidez elástica k é dada por F = -kx. Esta é a lei de Hooke. O trabalho realizado pela força aplicada a mola para promover uma deformação x na mesma é dada por W = \frac{1}{2}kx^{2}. A mola da figura 9 é comprimida em \Delta x . Ela lança o bloco com velocidade V_{0} ao longo de uma superfície livre de atrito. As duas molas da figura 9b são idênticas à mola da figura 9a. Elas são comprimidas no mesmo valor \Delta x e são usadas para lançar o mesmo bloco.

obf 2

a) Determine a constante de elasticidade k^{'} da mola equivalente ao conjunto de molas

b) Qual será, agora, o módulo da velocidade do bloco, para a configuração b)?

Assunto abordado

Dinâmica e Energia

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Solução

a) Como as molas estão associadas em paralelo, podemos substituí-la por uma mola equivalente, de tal forma que sua constante k^{'} seria:

k^{'}\Delta x = 2k\Delta x

k^{'} = 2k

b) Conservando a energia do sistema:

\frac{1}{2}mV^{2} = \frac{1}{2}k^{'}(\Delta x)^{2}

\frac{1}{2}mV^{2} = \frac{1}{2}2k(\Delta x)^{2}

Por outro lado:

\frac{1}{2}mV_{0}^{2} = \frac{1}{2}k(\Delta x)^{2}

Daí:

V^{2} = 2V_{0}^{2}

V = \sqrt{2} V_{0}

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Gabarito

a) k^{'} = 2k

b) V = \sqrt{2} V_{0}

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Questão 12:

Durante uma transformação termodinâmica um gás ideal monoatômico segue o seguinte processo 1→2→3, conforme mostra a Figura 10.

a) Quanto calor é necessário durante o processo 1→2?

b) E durante o processo 2→3?

obf 33

Assunto abordado

Termodinâmica

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Solução

a) Pela Primeira Lei da Termodinâmica, temos:

\Delta U_{1-2} = Q_{1-2} - W_{1-2}

Q_{1-2} = \Delta U_{1-2} + W_{1-2}

Porém, temos que \Delta U_{1-2} é:

\Delta U_{1-2} = \frac{3}{2}(p_{2}V_{2} - p_{1}V_{1})

\Delta U_{1-2} = \frac{3}{2}(900 - 300)*10^{-1}

\Delta U_{1-2} = 90 J

E pelo gráfico, temos que o trabalho W_{1-2} será:

W_{1-2} = [AREA] = 3*10^{5}*200*10^{-6} = 60 J

Portanto:

Q_{1-2} = 90 + 60 = 150 J

b) Da mesma forma:

Q_{2-3} = \Delta U_{2-3} + W_{2-3}

Como a transformação é isocórica (W_{2-3} = 0), temos:

Q_{2-3} = \Delta U_{2-3} = \frac{3}{2}(p_{2}V_{2} - p_{1}V_{1})

Q_{2-3} = \frac{3}{2}(300 - 900)*10^{-1}

Q_{2-3} = -90 J

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Gabarito

a) Q_{1-2} = 150 J

b) Q_{2-3} = -90 J

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Questão 13:

Uma máquina fotográfica possui uma lente com distância focal igual a 35,0 mm e o filme possui largura igual a 36,0 mm. Ao fotografar um veleiro com 12,0 m de comprimento verifica-se que a imagem do veleiro abrange somente um quarto da largura do filme. Calcule:

a) a distância entre o fotógrafo e o veleiro.

b) a distância que o fotógrafo deve mover-se a partir da posição do item a) para que a imagem do veleiro preencha totalmente a largura do filme.

Assunto abordado

Óptica

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Solução

a) Pela equação de Gauss:

\frac{1}{p} + \frac{1}{p^{'}} = \frac{1}{f}

Já a relação do aumento linear transversal nos dá:

\frac{i}{o} = -\frac{p^{'}}{p}

Logo:

\frac{1}{p} - \frac{\frac{o}{i}}{p} = \frac{1}{f}

\frac{1}{p}(1 - \frac{o}{i}) = \frac{1}{f}

p = f(1 - \frac{o}{i})

Por outro lado, a questão nos dá que:

\frac{o}{i} = -\frac{12}{\frac{36*10^{-3}}{4}}

\frac{o}{i}= -\frac{4000}{3}

Daí:

p = 35,0*(1 + \frac{4000}{3})

p \approx 46,7 m

b) Com isso, a razão \frac{o}{i} é modificada, de tal forma que, agora:

\frac{o}{i} = -\frac{12}{36*10^{-3}}

\frac{o}{i} = -\frac{1000}{3}

Logo:

p = 35,0*(1 + \frac{1000}{3})

p \approx 11,7 m

Portanto, o deslocamento do fotógrafo será de:

\Delta p = 46,7 - 11,7 = 35,0 m

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Gabarito

a) p \approx 46,7 m

b) \Delta p = 35,0 m

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Questão 14:

Um cone de base circular de densidade \rho_{c} e altura H flutua em um líquido de densidade \rho_{l}. A parte do cone acima do líquido tem altura h, como mostra a figura 11. Determine a altura h.

obf 1

Assunto abordado

Hidrostática

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Solução

Pelo equilíbrio das forças:

E = mg

\rho_{l}(\frac{1}{3}AH - \frac{1}{3}ah)g = \rho_{c}(\frac{1}{3}AH)g

\rho_{l}(AH - ah) = \rho_{c}AH

Por outro lado, a semelhança entre o cone original e aquele originado a partir da retirada do tronco imerso na água nos dá:

\frac{a}{A} = (\frac{h}{H})^{2}

a = A(\frac{h}{H})^{2}

Logo:

\rho_{l}(AH - A\frac{h^{3}}{H^{2}}) = \rho_{c}AH

\rho_{l}AH(1 - (\frac{h}{H})^{3}) = \rho_{c}AH

(\frac{h}{H})^{3} = 1 - \frac{\rho_{c}}{\rho_{l}}

h = H(1 - \frac{\rho_{c}}{\rho_{l}})^{\frac{1}{3}}

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Gabarito

h = H(1 - \frac{\rho_{c}}{\rho_{l}})^{\frac{1}{3}}

[collapse]

Questão 15:

Uma caixa isolante é dividida em duas partes A e B com volumes constantes por uma parede que não deixa passar calor de um lado para o outro da caixa. Na parte A existe um gás monoatômico de uma determinada substância com n_{1} moles a uma temperatura T_{1i}. No lado B, o número de moles da mesma substância é n_{2} a uma temperatura T_{2i}, como mostra a figura 12. Em um dado momento, por algum mecanismo, é permitido fluir calor de um lado da caixa para o outro sem que o volume de cada lado mude. Em uma situação final de equilíbrio termodinâmico, calcule:

obf 2

a) A temperatura de equilíbrio entre os dois sistemas A e B

b) A energia final no lado A em função da energia total

c) A energia final do lado B em função da energia total.

Assunto abordado

Termodinâmica

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Solução

a) Conservando a energia do sistema:

\Delta U_{1} + \Delta U_{2} = 0

n_{1}C{V}(T_{eq} - T_{1i}) + n_{2}C_{V}(T_{eq} - T_{2i}) = 0

(n_{1} + n_{2})T_{eq} = n_{1}T_{1i} + n_{2}T_{2i}

T_{eq} = \frac{n_{1}T_{1i} + n_{2}T_{2i}}{n_{1} + n_{2}}

b) A energia final do lado A será então:

U_{A} = n_{1}C_{V}T_{eq} = \frac{n_{1}C_{V}(n_{1}T_{1i} + n_{2}T_{2i})}{n_{1} + n_{2}}

Por outro lado, a energia total será:

U_{total} = U_{A} + U_{B}

U_{total} = C_{V}(n_{1}T_{1i} + n_{2}T_{2i})

Portanto:

\frac{U_{A}}{U_{total}} = \frac{n_{1}}{n_{1} + n_{2}}

U_{A} = \frac{n_{1}}{n_{1} + n_{2}}U_{total}

c) Novamente, como:

U_{total} = U_{A} + U_{B}

Daí:

\frac{n_{1}}{n_{1} + n_{2}}U_{total} + U_{B} = U_{total}

U_{B} = \frac{n_{2}}{n_{1} + n_{2}}U_{total}

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Gabarito

a) T_{eq} = \frac{n_{1}T_{1i} + n_{2}T_{2i}}{n_{1} + n_{2}}

b) U_{A} = \frac{n_{1}}{n_{1} + n_{2}}U_{total}

c) U_{B} = \frac{n_{2}}{n_{1} + n_{2}}U_{total}

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Questão 16:

Dois caçadores estão em um labirinto formado por três espelhos e cada um vê o outro através da geometria de espelhos planos mostrados na figura 13. Calcule o ângulo \theta especificado na figura.

obf 3

Assunto abordado

Óptica

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Solução

Prolongando a reta normal no ponto de incidência da luz no espelho inclinado em relação a vertical até o espelho vertical, temos que o menor ângulo formado por essa reta e o espelho vertical será 75^{\circ}, já que o espelho inclinado tem um desvio de 15^{\circ} da vertical. Por outro lado, pela Lei da Reflexão, o ângulo entre a normal e o raio refletido também será \theta. Agora, por fim, traçando as retas normais no segundo e no terceiro ponto de reflexão, será formado um triângulo retângulo que nos dará que o ângulo de incidência na segunda reflexão será 35^{\circ}, já que na terceira esse ângulo é 55^{\circ}. Com isso, achamos que o ângulo formado pelo raio incidente na segunda reflexão faz 55^{\circ} com o espelho vertical, e, de posse de todas as informações dadas até aqui, podemos pegar o triângulo formado pelo espelho vertical, raio incidente da segunda reflexão e reta normal da primeira reflexão, escrevendo a relação para o ângulo externo:

75^{\circ} = 55^{\circ} + \theta

\theta = 20^{\circ}

[collapse]
Gabarito

\theta = 20^{\circ}

[collapse]