Terceira Fase (Nível 1)

Escrito por Ícaro Bacelar (Revisão por Ualype Uchôa e Rafael Ribeiro)

Você pode acessar a prova aqui.

Questão 1

Pai e filho estão caminhando com velocidade constante por uma via que forma um arco de circunferência e desejam ir do ponto A ao ponto B. Ambos argumentam qual seria o trajeto com o menor tempo: AB ou ADCB. O filho acredita que indo diretamente de A a B pode ir no menor tempo, já o pai pensa que atravessando a via e indo a D, em seguida a C e atravessando novamente a via chegando em B pode chegar primeiro que o filho. A figura ao lado mostra esquematicamente as trajetórias para um ângulo \theta < 90^{\circ}. Qual o ângulo \theta (em radianos) em que os tempos das duas trajetórias serão os mesmos?

Obf 2014 11

Figura 1: Trajetos descritos pelo pai e pelo garoto.

Assunto abordado

Cinemática

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Resolução

Para que haja equivalência nos tempos de percurso, sabendo que a velocidade de ambos é igual e constante, temos que seus trajetos devem ter comprimentos iguais, visto que o tempo é dado pela razão entre a distância percorrida e a velocidade. Lembrando que o tamanho de um arco equivale ao seu raio multiplicado por seu ângulo, temos que:

(R+L)\theta=2L+R\theta

Chegamos por fim a:

\theta=\dfrac{2L}{L}=2

Ou seja:

\boxed{\theta=2\;rad}

OBS: É interessante vermos que o resultado independe de L e R!

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Gabarito

\boxed{\theta=2\;rad}.

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Questão 2

Um carro viaja a 100 km/h durante 40 minutos quando o motorista decide fazer uma parada de 20 minutos. Em seguida viaja por mais 2 horas a uma velocidade de 95 km/h. Qual foi a velocidade média da viagem em km/h? Despreze os intervalos de tempo em que houve aceleração e desaceleração nas paradas e partidas.

Assunto abordado

Cinemática

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Resolução

A velocidade média é dada pela razão entre o deslocamento do móvel e o tempo total de trajeto, onde contabilizamos inclusive o tempo durante o qual este esteve parado. Primeiramente calcularemos o tempo, em horas:

T=\dfrac{40}{60}+\dfrac{20}{60}+2=3h.

E então, obtemos o seu deslocamento (considerando que o carro viaja sempre no mesmo sentido):

D=100 \cdot \dfrac{40}{60}+95 \cdot2=\dfrac{200}{3}+190=\dfrac{770}{3} km.

E assim, obtemos para a velocidade média:

V_m=\dfrac{D}{T}=\dfrac{770}{9}=85,55 km/h.

Com os devidos algarismos significativos, a resposta fica:

\boxed{V_m=85,6 \approx 9 \cdot 10 \ km/h}.

Atente-se: No geral a OBF pede respostas com unidades no S.I, contudo nesta questão (e em algumas outras desta prova) foi especificado que a resposta era para ser dada em km/h. Além disso, as respostas devem estar nos algarismos significativos.

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Gabarito

\boxed{V_m=85,6 \approx 9 \cdot 10 \ km/h}.

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Questão 3

A figura mostra um pêndulo simples ideal em várias posições diferentes oscilando entre A e B. Em cada uma das posições mostradas esquematize o vetor aceleração. Na posição central o pêndulo está na vertical.

Figura 2: Pêndulo simples oscilando entre as posições A e B.

Assunto abordado

Cinemática (vetorial)

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Resolução

É importante nós entendermos a dinâmica dessa situação. Em qualquer posição, temos sempre duas forças atuando na massa: a tração \vec{T} do fio e seu peso m\vec{g}. Introduzimos o ângulo \theta que o fio forma com a vertical. Veja a figura a seguir para a representação esquemática desse cenário em uma posição arbitrária entre a mais baixa e A:

Figura 3: Diagrama de corpo livre para a massa pendular.

Dividimos a gravidade em suas componentes tangencial, g\sin{\theta}, e radial g\cos{\theta}. Veja que, para manter o movimento circular, a soma vetorial da tração e da componente do peso na direção radial atua como força resultante centrípeta. Sendo assim, podemos dividir a aceleração total da massa em duas componentes; a aceleração centrípeta, na direção radial, e a aceleração g\sin{\theta} na direção tangente, devido à componente tangencial do peso (a tração não possui componente tangencial):

Figura 4: Esquematização das componentes radial e tangencial da aceleração.

Feita essa análise, voltemos nossas atenções para o pedido do problema; a análise da aceleração nos pontos A, B e na posição vertical.

\rightarrow Nas posições de retorno A e B o pêndulo encontra-se momentaneamente em repouso; logo, a sua aceleração na direção radial (centrípeta) é nula, e há somente aceleração na direção tangente, orientada de forma a fazer a partícula "voltar" para a posição de equilíbrio na vertical.

\rightarrow Na posição vertical (também chamada de posição de equilíbrio, pois é o que verificamos se abandonamos o pêndulo em repouso nessa posição), o pêndulo possui velocidade tangencial não-nula, o que implica que há aceleração centrípeta. Como a velocidade é horizontal  (ora para a esquerda, ora para a direita), a aceleração centrípeta aponta para cima, em direção ao centro de curvatura. Não há aceleração tangencial, pois a componente do peso nessa direção, na posição em questão, é nula.

Os vetores estão esquematizados a seguir:

Figura 5: Esquema dos vetores aceleração em cada uma das posições.

OBS.: A aceleração na direção radial é centrípeta, e tem como funcionalidade puramente variar o vetor velocidade da partícula de forma a mantê-la no seu movimento circular. Seria impossível que a aceleração radial tivesse o efeito de acelerar a partícula nessa direção (fazendo-a ganhar velocidade radial), pois o fio é inextensível, o que restringe o movimento da massa. Por isso, podemos seguramente afirmar que não há aceleração radial nas posições extremas.

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Gabarito

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Questão 4

Há mais de 20 anos voos parabólicos têm sido usados para treinamento de astronautas e por cientistas das mais diversas áreas interessados nos efeitos da micro gravidade. A novidade agora é que algumas empresas têm oferecido esse tipo de voo a turistas. Esses voos são feitos em aviões adaptados onde os ocupantes podem experimentar a “ausência” de gravidade. A uma altitude de 6000 m o piloto inicia uma subida até alcançar 7600 m com o avião a uma inclinação de 45^o, produzindo uma aceleração de aproximadamente 2g. Nesse momento, o piloto reduz a potência do avião a praticamente zero – potência suficiente apenas para vencer o arraste do ar. Durante aproximadamente 20 s, o avião e os seus ocupantes são lançados numa trajetória parabólica subindo por mais 2000 m. Quando o avião atinge 45^o novamente o piloto retoma a potência do motor e retorna ao voo horizontal, podendo eventualmente repetir o procedimento. Baseado no texto e fazendo a hipótese de que o avião pode ser considerado como uma partícula, responda:

a) Qual é, em quilômetros por hora, a velocidade do avião no momento em que o piloto reduz a potência?

b) Qual a distância horizontal percorrida pelo avião durante a trajetória parabólica?

c) Supondo que ao retomar a potência o avião descreva uma trajetória circular de raio 4500 m, qual é a aceleração dos ocupantes no ponto mais baixo da trajetória?

Assunto abordado

 Cinemática - Lançamento Oblíquo

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Resolução

a) Ao ser lançado em uma trajetória parabólica sob a ação da gravidade - um lançamento oblíquo -, o avião sobe mais 2000m, como podemos identificar no texto. Entenda que "atingir 45^{\circ} novamente", para esclarecimento, significa retornar ao mesmo nível vertical de lançamento. Então, sendo V_y a velocidade vertical inicial do avião, e y a altura máxima (medida a partir do nível vertical de lançamento), utilizemos a equação de Torricelli:

V_y^2=2gy.

Substituindo os valores, g=10 m/s^2 e y=2000  m:

V_y^2=2 \cdot 10 \cdot 2000 \ m^2/s^2 \rightarrow V_y=200 \ m/s.

E, para obtermos a velocidade inicial, fazemos

V=\dfrac{V_y}{\sin{(45^0)}}=286 \ m/s,

onde usamos \sin{45^{\circ}}=0,7. Convertendo para km/h:

V=\dfrac{286}{3,6} \ km/h \approx 79,4 \ km/h

\boxed{V=8 \cdot 10 \ km/h}.

OBS.: É importante salientar que o enunciado não deixa claro se a inclinação é medida com relação à horizontal ou vertical. Felizmente, isso não é um problema para nós, pois o ângulo é de 45^{\circ}.

b) Sabemos que a velocidade horizontal é constante e idêntica à velocidade vertical, basta obtermos o tempo de vôo. Para tal, olhamos para o tempo que o avião demora para chegar ao topo de sua trajetória, e o dobramos, devido à simetria do movimento:

V_y=gt\rightarrow t = 20 \ s.

D=V_x \cdot 2t = 200 \cdot 2 \cdot 20 \ m

\boxed{D=8 \cdot 10^3 \ m}

Usamos, acima, que a velocidade horizontal possui o mesmo valor da velocidade vertical inicial, pois \tan{(45^{\circ})}=1.

c) Há duas possíveis interpretações para resolver esse item. A primeira considera que a aceleração requisitada é a aceleração total (resultante) do avião naquela posição. Estando em movimento circular, a aceleração resultante do avião corresponde à resultante centrípeta:

a=\dfrac{v^2}{R}

No ponto mais baixo sua velocidade é puramente horizontal. Como o enunciado especifica que o piloto pode voltar a repetir o mesmo procedimento de voo, a velocidade horizontal do avião deve ser a mesma que antes do salto, de módulo v_{x} = 200 m/s. Logo, a aceleração centrípeta é dada por:

a=\dfrac{200^2}{4500} \ m/s^2 = 8,9 \ m/s^2

Logo:

\boxed{a = 9 \ m/s^2}

A segunda interpretação, no entanto, considera que a questão desejava encontrar, na realidade, o peso (no caso, a gravidade) aparente sentido por cada passageiro, também conhecida por força normal (simbolizada aqui por N). No caso do ponto mais baixo da trajetória, devemos considerar que:

F_{cp} = N - mg = ma

N = mg' = ma + mg

\boxed{g' = a + g = 19 \ m/s^2 \approx 2 \cdot 10^2\;m/s^2},

onde g' é a gravidade aparente sentida pelos passageiros.

OBS: Um argumento em favor dessa interpretação é o fato de que a questão especificou que a aceleração requisitada é a do ponto mais baixo. Seguindo a primeira interpretação, a resposta seria a mesma que calculamos (9 \m/s^2) para qualquer ponto da trajetória, já que o movimento do avião é circular e uniforme, e portanto o módulo da aceleração é igual para qualquer ponto.

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Gabarito

a) \boxed{V=8 \cdot 10 \km/h}

b) \boxed{D=8 \cdot 10^3 \ m}

c) \boxed{a = 9 \ m/s^2\approx 1 \cdot 10\ m/s^2} ou \boxed{g' = 19 \ m/s^2 \approx 2 \cdot 10 \ m/s^2}, a depender da interpretação (ver solução)

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Questão 5

Um certo planeta tem massa M que é o dobro da massa da Terra. Neste planeta, o peso de um corpo é metade do peso na Terra. Qual é o raio deste planeta em termos do raio da Terra?

Assunto abordado

Gravitação

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Resolução

Primeiro, vamos analisar a variação do peso do objeto; se o peso de algo em um planeta é metade em relação ao do mesmo na Terra, temos que a aceleração gravitacional neste planeta é a metade da Terra, pois:

P'=mg'=2P=2mg,

g'=2g.

Sendo m a massa do corpo, g' a gravidade na superfície do planeta e g a gravidade superficial terrestre. Temos que a aceleração gravitacional na superfície de um planeta dada por:

g_{sup}=\dfrac{GM_p}{r^2}.

Onde G é a constante da gravitação universal, M_p a massa do planeta e r seu raio. Utilizando o dado de que a massa M' do planeta é o dobro da massa M Terra, obtemos (chame de R e R' os raios da Terra e do planeta, respectivamente):

2g'=g\rightarrow 2\dfrac{2M}{R'^2}=\dfrac{M}{R^2}.

Por fim:

R'^2=4R^2\rightarrow \boxed{R'=2R}

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Gabarito

\boxed{R'=2R}.

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Questão 6

Uma bola de futebol de 450 g está se movendo a 2,0 m/s quando um jogador a chuta com uma força constante de 45,0 N na mesma direção de seu movimento. Por quanto tempo o pé do jogador ficará em contato com a bola para aumentar sua velocidade para 4,0 \ m/s?

Assunto abordado

Mecânica - Segunda lei de Newton

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Resolução

Pela Segunda Lei de Newton, temos que a força resultante na bola é dada por:

F=ma

Onde m é a massa do corpo e a sua aceleração. Para uma força (e, consequentemente, aceleração) constante, a mudança de velocidade de um corpo corresponde a:

\Delta V=at=\dfrac{F}{m}t

A diferença entre as velocidades nos é fornecida, bem como o valor da força e da massa. Portanto, substituindo os valores numéricos:

t = \dfrac{m \Delta V}{F} = \dfrac{450 \cdot 10^{-3} (4,0-2,0)}{45,0} \ s

\boxed{t=2 \cdot 10^{-2} \ s}.

Um aluno mais experiente pode vir a perceber que este procedimento equivale a usar o teorema do impulso, F\Delta t=m\Delta V.

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Gabarito

\boxed{t=2 \cdot 10^{-2} \ s}.

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Questão 7

Engenheiros britânicos estão trabalhando na construção do carro mais veloz do mundo. A expectativa é que o Bloodhound SSC ultrapasse 1600 km/h batendo o recorde mundial de velocidade em terra que é, atualmente, de 1228 km/h. O carro terá dois estágios de aceleração, onde um motor a jato atuará na primeira fase e um foguete na segunda fase além de um motor a combustão auxiliar. O carro deve estar pronto para os primeiros testes em julho de 2015 e a previsão dos engenheiros é que o teste definitivo ocorra em 2016. O gráfico ao lado mostra a velocidade do veículo em função da distância (dados extraídos de http://www.bloodhoundssc.com) e o ponto destacado marca o início do acionamento do foguete. Usando os dados fornecidos pelo gráfico, determine:

a) O instante de tempo em que o foguete será acionado;

b) O tempo que levará o carro para atingir a velocidade máxima.

OBF 2014 1 7

Figura 6: Gráfico da velocidade pela distância percorrida pelo carro.

Assunto abordado

Cinemática - Movimento Acelerado

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Resolução

a) Nessa questão, precisaremos fazer uma consideração (provavelmente esperada pela OBF), que explicaremos por que será bastante razoável: podemos admitir uma aceleração constante para o carro, pois o texto descreve que, até um certo ponto o carro é impulsionado por uma mesma turbina (assim como no estágio que o segue, até alcançar a velocidade máxima, porém com uma turbina mais potente). Além disso, o comportamento do gráfico da questão evidencia isso, de certa forma. Para convencê-lo disso, observe o formato do gráfico de velocidade versus distância (cuja dependência é V=\sqrt{2ad}, pela equação de Torricelli, partindo do repouso):

 Figura 7: Gráfico da velocidade versus posição para o MRUV.

Realmente, o comportamento é, de certa forma, semelhante ao observado! Não era necessário que o aluno tivesse essa visualização no momento da prova, mas é importante que a ressaltemos. Prosseguindo com a resolução:

Denote por V_1 a velocidade no instante de acionamento t_1, e a_1 a aceleração nessa primeira etapa. Sabendo que o carro parte do repouso, temos

V_1=a_1t_1

e

D_1=\dfrac{a_1t_1^2}{2}.

Do gráfico, podemos estimar V_1 \approx 600 \ km/h e D \approx 3 \ km. Com isso, substituindo valores:

a_1 t_1=600 \ km/h,

e

a_1 t_1^2 = t_1 \cdot (a_1 t_1) = 6 \ km

t_1 = \dfrac{6}{600} \ h = 3600 \cdot 10^{-2} \ s.

Logo:

\boxed{t_1=36\ s \approx 4 \cdot 10 \ s}.

Também podemos aproximar a curva aparente descrita pela velocidade nas distâncias iniciais para uma reta, obter o valor médio da velocidade e dividir a distância percorrida pelo mesmo, obtendo o mesmo valor.

b) Partindo já do ponto de ativação da turbina até o ponto de velocidade máxima podemos considerar como um movimento uniformemente variado novamente (conforme já discutimos), sendo a ideia passada pelo enunciado. É conveniente analisarmos a equação do movimento a partir do momento em que o segundo estágio é acionado, tendo em vista que a aceleração mudará. Seja V_2 a velocidade máxima, t_2 o instante em que isso ocorre, D_2 a distância percorrida desde a partida até o momento em questão e a_2 a aceleração desse estágio. Chamando também t_2-t_1 \equiv \Delta t, teremos:

D_2-D_1=V_1 \Delta t+\dfrac{a_2\Delta^2}{2},

e

V_2=V_1+a_2 \Delta t

Nosso maior empecilho é determinar os valores para D_2 e V_2. Uma estimativa razoável é V_2 \approx 1700 km/h e D_2 \approx 10 km. Manipulando as equações e substituindo os valores numéricos, de um modo análogo ao que fora feito no item passado, obtemos

\Delta t = \dfrac{7}{1150} \approx 0,006 \ h.

Em segundos:

\Delta t=21,6 \ s.

Logo:

t_2=t_1 + \Delta t=36+21,6 \ s = 57,6 \ s

\boxed{t_2 = 57,6 \ s \approx 6 \cdot 10 \ s}.

Perceba que pequenas alterações nos valores de distância e e velocidade escolhidas não iriam alterar a resposta em seus algarismos significativos.

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Gabarito

a) \boxed{t_1=36 \approx 4 \cdot 10 \ s}.

b) \boxed{t_2 = 57,6 \approx 6 \cdot 10 \ s}.

 

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Questão 8

Uma bola é lançada horizontalmente do topo (patamar) de uma escada. Se as dimensões dos degraus são 2L de largura e L de altura, qual é o intervalo de valores para a velocidade de lançamento de forma que o primeiro degrau atingido pela bola seja o N-ésimo degrau?

OBF 2014 1 8

Figura 8: Projétil e escada

Assunto abordado

Cinemática - Lançamento Oblíquo

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Resolução

Neste caso, temos um lançamento oblíquo e sabemos a região, tanto na horizontal quanto na vertical, na qual a massa deve cair. Tal intervalo de locais de queda rege o intervalo de velocidades possíveis. Devemos então encontrar o ponto mínimo e o máximo desta região. É visível que o máximo equivale a ponta do N-ésimo degrau, porém o mínimo não ocorre no início deste, pois temos a condição de que a bolinha não pode bater no degrau anterior. Ou seja, nosso ponto mínimo se dá pelo extremo do (N-1)-ésimo degrau. Por convenção, vamos orientar o eixo X para a direita e o eixo Y para baixo. Então:

\rightarrow Para o ponto máximo:

Y=NL=g\dfrac{t^2}{2},

X_max=2NL=V_{max}t.

Assim obtemos:

t=\sqrt{\dfrac{2NL}{g}}\rightarrow V_{max}=\sqrt{2NLg}

\rightarrow E para o ponto mínimo:

Y'=(N-1)L=g\dfrac{t'^2}{2},

X_{min}=2(N-1)L=V_{min}t'.

Que nos leva a:

t'=\sqrt{\dfrac{2(N-1)L}{g}}\rightarrow V_{min}=\sqrt{2(N-1)Lg}.

Como o projétil não pode colidir com o (N-1)-ésimo degrau, sua velocidade deve ser maior que a mínima calculada. Por fim, temos:

\boxed{\sqrt{2(N-1)Lg}<V\leq\sqrt{2NLg}}.

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Gabarito

\boxed{\sqrt{2(N-1)Lg}<V\leq\sqrt{2NLg}}

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