Terceira Fase (Nível 2)

Escrito por Ícaro Bacelar (Revisão por Ualype Uchôa e Rafael Ribeiro)

Você pode acessar a prova aqui.

Questão 1 (exclusiva para alunos da 1ª série)

Supondo que a órbita da Terra em torno do Sol seja circular, faça uma estimativa da massa do Sol. Sabe-se que a distância do Sol à Terra é de 1,5 \cdot 10^{11} \ m.

Assunto abordado

 Mecânica - Gravitação

[collapse]
Solução

A força de atração gravitacional entre dois corpos é descrita pela Lei da Gravitação Universal de Newton:

F_g=\dfrac{GMm}{R^2}.

Sendo M e m as massas dos dois corpos, G a constante universal da gravitação, cujo valor é fornecido na prova da OBF, e R a distância entre os corpos, que, neste caso (no qual um corpo tem massa muito menor que o outro), equivale ao raio da órbita do corpo mais leve. Sabemos que a Terra gira em torno do Sol numa órbita circular; para que isso seja possível, a força gravitacional deve atuar como resultante centrípeta F_c:

F_c=\dfrac{mv^2}{R},

F_g=F_c,

M=\dfrac{v^2 R}{G}.

O dado que não possuímos é a velocidade orbital v da Terra; no entanto, o aluno deveria encontrá-la relacionando o período orbital de nosso planeta T - que é de 365 dias - com a distância percorrida em um ano, que equivale à 2\pi R:

v=\dfrac{2 \pi R}{T}.

Substituindo na expressão para a massa, encontramos uma expressão literal:

M=\dfrac{4 \pi^2 R^3}{GT^2}.

Agora, é hora de inserir os valores numéricos, o que pode se tornar um algebrismo um pouco tedioso, tendo em vista que na prova o acesso a uma calculadora é proibido. O mais óbvio a ser realizado na hora da prova é fazer todas as contas, com atenção para não errar nenhum valor. Entretanto, como a questão é de estimativa, podemos utilizar aproximações que nos convenham, desde que não muito absurdas. Existe uma muito usada, a qual adotaremos aqui, que consiste em considerar o período da órbita terrestre como aproximadamente \pi \cdot 10^7 \ s (com 0,5 \% de precisão!). Sendo assim, em unidades do S.I.:

M=\dfrac{4\pi^2 \cdot \left(1,5 \cdot 10^{11}\right)^3}{7 \cdot 10^{-11} \cdot \pi^2 \cdot 10^{14}} \ kg =\dfrac{13,5}{7} \cdot 10^{30} \ kg

\boxed{M \approx 2 \cdot 10^{30} \ kg}.

Perceba que, com essa aproximação, nem precisamos usar o valor de \pi dado. É claro que o aluno, normalmente, deveria optar por fazer os cálculos caso não soubesse disso; preferimos usar essa aproximação pois é uma ideia interessante e que pode ser eventualmente útil para o aluno. Fazendo-se as contas usando T = 365 \cdot 86400 \ s \approx 3,15 \cdot 10^7 \ s e \pi=3, chegamos no mesmo resultado aproximado.

Atente-se: O enunciado da questão foi para se estimar a massa do Sol, e não para encontrá-la com exatidão. Realizando as contas acima com valores fornecidos na prova, encontramos:

M \approx 2 \cdot 10^{30} \ kg.

Sendo o valor estabelecido pela comunidade científica:

M=1,989 \cdot 10^{30} \ kg.

O qual se reduz a nosso resultado quando consideramos apenas um algarismo significativo.

[collapse]
Gabarito

\boxed{M=2 \cdot 10^{30} \ kg}

[collapse]

Questão 2 (exclusiva para alunos da 1ª série)

Existe um ponto sobre a reta que une os centros da Terra e da Lua em que o campo gravitacional total é nulo. Sabendo-se que a massa da Terra é cerca de 81 vezes a massa da Lua, encontre a razão entre a distância do centro da Terra ao centro da Lua e a distância do centro da Terra a este ponto.

Assunto abordado

 Mecânica - Gravitação

[collapse]
Solução

Consideremos uma massa pontual m de prova colocada nesse local. A força gravitacional feita pela Terra é tida como:

F_T=\dfrac{GM_Tm}{D^2},

sendo D a distância do ponto ao centro da Terra. E a exercida pela Lua é, analogamente:

F_L=\dfrac{GM_Lm}{d^2},

chamando de d a distância do ponto à Lua. Igualando ambas e usando M_T=81M_L:

\dfrac{G81M_Lm}{D^2}=\dfrac{GM_Lm}{d^2},

\dfrac{D}{d}=\sqrt{81}=9.

Mas a questão pede:

\dfrac{D+d}{d}=1+\dfrac{D}{d}=10.

Por fim, escrevemos nossa resposta como

\boxed{r=\dfrac{D+d}{d}=10}.

[collapse]
Gabarito

\boxed{r=10}

[collapse]

Questão 3

Uma partícula de massa m presa a uma corda leve se move numa circunferência vertical de raio R. Sua velocidade no ponto mais baixo da trajetória é v. Encontre a tensão da corda como função do ângulo mostrado na figura.

OBF 2014 2 3

Figura 1: Partícula em movimento circular.

Assunto abordado

 Mecânica - Conservação de Energia

[collapse]
Solução

Para resolver esta questão basta nos lembrarmos que a energia mecânica em um sistema como este (não há dissipações) se conserva e que há atuação da resultante centrípeta na direção radial. Buscamos então a velocidade no ponto dado. Estabelecendo o ponto mais baixo - onde a velocidade é v -, como potencial zero, temos:

\dfrac{mv^2}{2}=\dfrac{mv'^2}{2}+mgR\left(1-\cos{(\theta)}\right).

v'^2 = v^2 - 2mgR\left(1-\cos{(\theta)}\right)

A componente radial do peso e a tração compõem a resultante centrípeta, ou seja:

F_c = T(\theta) - mg\cos{(\theta)},

sendo a resultante centrípeta:

F_c=\dfrac{mv'^2}{R}.

Substituindo, encontramos:

T = mg\cos{(\theta)} + \dfrac{m(v^2 - 2Rg(1-\cos{(\theta)}))}{R}

Por fim:

\boxed{T(\theta)=\dfrac{mv^2}{R} - mg\left(2 - 3\cos{(\theta)}\right)}.

[collapse]
Gabarito

\boxed{T(\theta)=\dfrac{mv^2}{R} - mg\left(2 - 3\cos{(\theta)}\right)}

[collapse]

Questão 4

Uma bola é lançada horizontalmente do topo (patamar) de uma escada. Se as dimensões dos degraus são 2L de largura e L de altura, qual é o intervalo de valores para a velocidade de lançamento de forma que o primeiro degrau atingido pela bola seja o n-ésimo degrau?

OBF 2014 1 8

Figura 2: Escada

Assunto abordado

Cinemática - Lançamento Oblíquo

[collapse]
Solução

Neste caso, temos um lançamento oblíquo e sabemos a região, tanto na horizontal quanto na vertical, na qual a massa deve cair. Tal intervalo de locais de queda rege o intervalo de velocidades possíveis. Devemos então encontrar o ponto mínimo e o máximo desta região. É visível que o máximo equivale a ponta do N-ésimo degrau, porém o mínimo não ocorre no início deste, pois temos a condição de que a bolinha não pode bater no degrau anterior. Ou seja, nosso ponto mínimo se dá pelo extremo do (N-1)-ésimo degrau. Por convenção, vamos orientar o eixo X para a direita e o eixo Y para baixo. Então:

\rightarrow Para o ponto máximo:

Y=NL=g\dfrac{t^2}{2},

X_max=2NL=V_{max}t.

Assim obtemos:

t=\sqrt{\dfrac{2NL}{g}}\rightarrow V_{max}=\sqrt{2NLg}

\rightarrow E para o ponto mínimo:

Y'=(N-1)L=g\dfrac{t'^2}{2},

X_{min}=2(N-1)L=V_{min}t'.

Que nos leva a:

t'=\sqrt{\dfrac{2(N-1)L}{g}}\rightarrow V_{min}=\sqrt{2(N-1)Lg}.

Como o projétil não pode colidir com o (N-1)-ésimo degrau, sua velocidade deve ser maior que a mínima calculada. Por fim, temos:

\boxed{\sqrt{2(N-1)Lg}<V\leq\sqrt{2NLg}}.

[collapse]
Gabarito

\boxed{\sqrt{2(N-1)Lg}<V\leq\sqrt{2NLg}}

[collapse]

Questão 5

Um motorista esquece um pequeno pacote de 250 \ g no teto do seu carro de 2500 \ kg e, então, parte com o carro acelerando até o veículo atingir 20 \ m/s em 5 \ s. Sabe-se que os coeficientes de atrito cinético e estático entre o carro e o pacote são, respectivamente, 0,2 e 0,3. Quanto tempo leva, aproximadamente, para o pacote cair do carro?

Assunto abordado

Mecânica - Força de Atrito

[collapse]
Solução

Antes de mais nada, analisemos a situação física do problema:

A partir do momento em que o carro começa a acelerar, a intensidade da força de atrito estática que o carro aplica sobre ele (que possui sentido para a direita, contrário à tendência de deslizamento) passa a aumentar até alcançar a intensidade máxima, dada por

f_{max}=\mu_e mg.

A partir desse momento, a força de atrito passa a ser do tipo cinético, com intensidade constante

f_c=\mu_c mg,

e ocorre deslizamento relativo entre as superfícies; ou seja, o bloco vai para a esquerda até cair.

Primeiramente, devemos analisar se o bloco realmente chega a deslizar sobre a superfície. A única força que contribui para o  movimento do pacote no referencial da Terra é o atrito que o carro aplica sobre ele (que possui sentido para a direita, contrário à tendência de deslizamento). Para que não houvesse movimento relativo entre o carro e o pacote, a força de atrito atuando nele teria de ser estática, com intensidade menor ou igual a

f_{max}=\mu_e mg=0,3 \cdot 0,25 \cdot 10=0,75 \ N.

Além disso, ela atua como força resultante no bloco ao longo do eixo horizontal. Nesse caso, a aceleração do bloco seria igual à do carro; usando a 2a Lei de Newton, achamos o valor da força resultante que atuaria no bloco:

F=ma_{C}=m\dfrac{\Delta V}{\Delta t}=0,25 \cdot \dfrac{20}{5} \ N=1 \ N.

Ora, mas como f_{max}<F, o atrito estático não é suficiente para "segurar" o bloco no mesmo local do teto, e portanto a a força de atrito atuando no pacote na presente situação é cinética, e o bloco adquire uma aceleração diferente daquela do carro, o que faz com que ele eventualmente fique "para trás" e caia. Então, achemos a aceleração do bloco a_B no referencial da Terra, com a 2a Lei de Newton:

\mu_c mg=ma_B

a_B=\mu_c g =0,2 \cdot 10 \ m/s^2=2 \ m/s^2.

A do carro já fora calculada como sendo a_C=4 \ m/s^2.

Para encontrarmos o tempo que leva para o pacote cair, usamos a função horária da posição no MRUV para o pacote e para a traseira do teto do carro, impondo a igualdade das duas no momento desejado.

\dfrac{4t^2}{2}=2+\dfrac{2t^2}{2},

t=\sqrt{2} \ s.

Usando \sqrt{2}=1,4 e ajustando os algarismos significativos:

\boxed{t=1,4 \ s \approx 1 \ s}.

[collapse]
Gabarito

\boxed{t=\sqrt{2}s \approx 1s}.

[collapse]

Questão 6

Engenheiros britânicos estão trabalhando na construção do carro mais veloz do mundo. A expectativa é que o Bloodhound SSC ultrapasse 1600 km/h batendo o recorde mundial de velocidade em terra que é, atualmente, de 1228 km/h. O carro terá dois estágios de aceleração, onde um motor a jato atuará na primeira fase e um foguete na segunda fase além de um motor a combustão auxiliar. O carro deve estar pronto para os primeiros testes em julho de 2015 e a previsão dos engenheiros é que o teste definitivo ocorra em 2016. O gráfico ao lado mostra a velocidade do veículo em função da distância (dados extraídos de http://www.bloodhoundssc.com) e o ponto destacado marca o início do acionamento do foguete. Usando os dados fornecidos pelo gráfico, determine:

a) O instante de tempo em que o foguete será acionado;

b) O tempo que levará o carro para atingir a velocidade máxima.

OBF 2014 1 7

Figura 3: Gráfico da velocidade pela distância

Assunto abordado

Cinemática - Movimento Acelerado

[collapse]
Solução

a) Nessa questão, precisaremos fazer uma consideração (provavelmente esperada pela OBF), que explicaremos por que será bastante razoável: podemos admitir uma aceleração constante para o carro, pois o texto descreve que, até um certo ponto o carro é impulsionado por uma mesma turbina (assim como no estágio que o segue, até alcançar a velocidade máxima, porém com uma turbina mais potente). Além disso, o comportamento do gráfico da questão evidencia isso, de certa forma. Para convencê-lo disso, observe o formato do gráfico de velocidade versus distância (cuja dependência é V=\sqrt{2ad}, pela equação de Torricelli, partindo do repouso):

 Figura 4: Gráfico da velocidade versus posição para o MRUV.

Realmente, o comportamento é, de certa forma, semelhante ao observado! Não era necessário que o aluno tivesse essa visualização no momento da prova, mas é importante que a ressaltemos. Prosseguindo com a resolução:

Denote por V_1 a velocidade no instante de acionamento t_1, e a_1 a aceleração nessa primeira etapa. Sabendo que o carro parte do repouso, temos

V_1=a_1t_1

e

D_1=\dfrac{a_1t_1^2}{2}.

Do gráfico, podemos estimar V_1 \approx 600 \ km/h e D \approx 3 \ km. Com isso, substituindo valores:

a_1 t_1=600 \ km/h,

e

a_1 t_1^2 = t_1 \cdot (a_1 t_1) = 6 \ km

t_1 = \dfrac{6}{600} \ h = 3600 \cdot 10^{-2} \ s.

Logo:

\boxed{t_1=36\ s \approx 4 \cdot 10 \ s}.

Também podemos aproximar a curva aparente descrita pela velocidade nas distâncias iniciais para uma reta, obter o valor médio da velocidade e dividir a distância percorrida pelo mesmo, obtendo o mesmo valor.

b) Partindo já do ponto de ativação da turbina até o ponto de velocidade máxima podemos considerar como um movimento uniformemente variado novamente (conforme já discutimos), sendo a ideia passada pelo enunciado. É conveniente analisarmos a equação do movimento a partir do momento em que o segundo estágio é acionado, tendo em vista que a aceleração mudará. Seja V_2 a velocidade máxima, t_2 o instante em que isso ocorre, D_2 a distância percorrida desde a partida até o momento em questão e a_2 a aceleração desse estágio. Chamando também t_2-t_1 \equiv \Delta t, teremos:

D_2-D_1=V_1 \Delta t+\dfrac{a_2\Delta^2}{2},

e

V_2=V_1+a_2 \Delta t

Nosso maior empecilho é determinar os valores para D_2 e V_2. Uma estimativa razoável é V_2 \approx 1700 km/h e D_2 \approx 10 km. Manipulando as equações e substituindo os valores numéricos, de um modo análogo ao que fora feito no item passado, obtemos

\Delta t = \dfrac{7}{1150} \approx 0,006 \ h.

Em segundos:

\Delta t=21,6 \ s.

Logo:

t_2=t_1 + \Delta t=36+21,6 \ s = 57,6 \ s

\boxed{t_2 = 57,6 \ s \approx 6 \cdot 10 \ s}.

Perceba que pequenas alterações nos valores de distância e e velocidade escolhidas não iriam alterar a resposta em seus algarismos significativos.

[collapse]
Gabarito

a) \boxed{t_1=36\approx 4 \cdot 10s}.

b) \boxed{t_2 = 57,6 \approx 6 \cdot 10s}.

 

[collapse]

Questão 7

Muitas pessoas acreditam nos poderes místicos da Lua, satélite natural da Terra. Um levantamento realizado nos Estados Unidos revelou que 45 \% dos estudantes universitários acreditam que as pessoas são, de alguma forma, afetadas pela Lua. Outras pesquisas sugerem que profissionais que trabalham com saúde mental têm mais facilidade em aceitar essa ideia. Em 2007, a polícia do Reino Unido aumentou o número de policiais em noites de lua cheia, num esforço para lidar com índices de criminalidade presumidamente mais altos. (Texto adaptado de Sob o Encanto da Lua, Scientific American Mente e Cérebro, setembro 2009.) Embora seja muito difícil medir tais efeitos psicológicos, é fato que o peso de um corpo na Terra é alterado pela atração gravitacional da Lua e do Sol. No eclipse solar total a Lua, a Terra e o Sol ficam alinhados com a Lua entre o Sol e a Terra. Qual é, aproximadamente, a razão \dfrac{(P_0-P)}{P_0}, onde P_0 é o peso de uma pessoa de massa m devido à Terra e P seu peso levando-se em conta também os efeitos dos campos gravitacionais da Lua e do Sol. Dados: \dfrac{m_{Lua}}{m_{Terra}}=0,012; \dfrac{m_{Sol}}{m_{Terra}}=3,3 \cdot 10^5 ; \dfrac{D_{Lua}}{R_{Terra}}=60; \dfrac{D_{Sol}}{R_{Terra}}=2,3 \cdot 10^4 ; onde m diz respeito à massa, D à distância e R_{Terra} ao raio da Terra.

Assunto abordado

 Mecânica - Gravitação

[collapse]
Solução

Para o peso devido a Terra, temos:

P_0=\dfrac{GmM_T}{R_T^2}.

E, para a força da Lua:

F_L=\dfrac{GmM_L}{D_L^2} = \dfrac{GmM_T}{R_T^2} \cdot \dfrac{M_L}{M_T} \cdot \left( \dfrac{R_T}{D_L} \right) ^2.

F_L = P_0 \cdot \dfrac{M_L}{M_T} \cdot \left( \dfrac{R_T}{D_L} \right) ^2

Substituindo as razões:

F_L = P_0 \cdot 0,012 \cdot \dfrac{1}{60^2} = \dfrac{P_0}{3} \cdot 10^{-5} \approx 3,33 \cdot 10^{-6} P_0

Já a força exercida pelo Sol é

F_S=\dfrac{GM_Sm}{D_S^2} = \dfrac{GmM_T}{R_T^2} \cdot \dfrac{M_S}{M_T} \cdot \left( \dfrac{R_T}{D_S} \right) ^2

F_S = P_0 \cdot \dfrac{M_S}{M_T} \cdot \left( \dfrac{R_T}{D_S} \right) ^2

Novamente, substituímos as razões:

F_S = P_0 \cdot 3,3 \cdot 10^5 \cdot \dfrac{1}{(2,3 \cdot 10^4)^2} \approx 6,24 \cdot 10^{-4} P_0

No eclipse total Solar, a Lua, o Sol e a Terra estão alinhados, com a Lua entre a Terra e o Sol. Portanto as forças gravitacionais do Sol e da Lua se somarão para decrescer o peso aparente do indivíduo. Logo:

P=P_0-F_L-F_S=P_0\left(1 - 3,33 \cdot 10^{-6} - 6,24 \cdot 10^{-4}\right)

Logo, a razão pedida é dada por:

\dfrac{P_0-P}{P_0}= 3,33 \cdot 10^{-6} + 6,24 \cdot 10^{-4} =6,27 \cdot 10^{-4}

\boxed{\dfrac{P_0-P}{P_0} \approx 6,3 \cdot 10^{-4}}

[collapse]
Gabarito

\boxed{\dfrac{P_0-P}{P_0} \approx 6,3 \cdot 10^{-4}}

[collapse]

Questão 8

Para aumentar a intensidade sonora, os fabricantes de pianos instalam duas ou mais cordas para uma mesma tecla do piano. Quando a tecla é acionada um pequeno martelo as toca produzindo exatamente a mesma frequência de vibração. Sendo assim, as cordas devem estar sujeitas à mesma tensão. Suponha que a nota de 440 Hz possua três cordas idênticas. Se a tensão de uma dessas cordas diminui em 0,45% e de outra corda aumenta em 0,45%, qual é a frequência de batimento quando a tecla correspondente é acionada? Desprezar a interação entre as cordas. Use a aproximação (1+x)n\approx1+nx para x \ll 1.

Assunto abordado

Ondulatória - Ondas em cordas e Batimento

[collapse]
Solução

Existem duas possíveis interpretações para essa questão, uma que considera a interferência apenas das duas cordas defeituosas e outra que considera as três cordas. Comecemos pela primeira, que acreditamos ser a solução esperada pela OBF, por se restringir apenas ao batimento comum que geralmente é trabalhado a nível de ensino médio.

Primeira interpretação: Interferência entre dois sons

Sabemos que a velocidade de um pulso em uma corda se dá por:

V=\sqrt{\dfrac{T}{\mu}}

Em que T é a tensão da corda e \mu sua densidade linear de massa, utilizamos a equação V=\lambda f para obter a frequência:

f=\sqrt{\dfrac{\mu}{T}}\lambda

Suponha agora que a tensão passe de T à T+\Delta T. Assumindo que o comprimento de onda \lambda permanece igual devido à corda não ser estendida, a nova frequência f' será então

f'=\sqrt{\dfrac{\mu}{T+\Delta T)}}\lambda = \sqrt{\dfrac{\mu}{T}}\lambda \left(1+\dfrac{\Delta T}{T}\right)^{-1/2}

Sendo \Delta T \ll T, podemos empregar a aproximação (1+x)^n \approx 1+nx para x \ll 1:

f' \approx f \left(1-\dfrac{\Delta T}{2T}\right)

Para um aumento de 0,45\% na tensão, i.e., \Delta T = 4,5 \cdot 10^{-3} T,  temos que a frequência correspondente f_{-} é:

f_{-}=f \left(1-\dfrac{4,5 \cdot 10^{-3}}{2}\right)=f(1-2,25 \cdot 10^{-3})

Já quando há perda de tensão:

f_+ = f(1+2,25 \cdot 10^{-3})

Logo, utilizando a fórmula da frequência de batimento, esta será dada por:

f_{bat} = f_+-f_- = f[1+2,25 \cdot 10^{-3} - (1-2,25 \cdot 10^{-3})] = 4,50 \cdot 10^{-3}f

\boxed{f_{bat} = 1,98 \ Hz}

Abaixo trazemos o gráfico da função Y(t), que evidencia o fenômeno de batimento. Note a envoltória cossenóide que representa a variação da amplitude da função.

Figura 5: Batimento

Anexo: Demonstração da frequência de batimento

A seguir, incluímos uma pequena demonstração da expressão para a frequência de batimento, que pode não ser tão conhecida para alguns estudantes.

Conhecendo a identidade trigonométrica da soma de senos, dada por

\sin u + \sin v = 2 \sin{(\dfrac{u+v}{2})} \cos{(\dfrac{u-v}{2})},

podemos encontrar uma expressão simplificada para a onda resultante de y_- e y_+, as funções de ondas associadas às frequências f_- e f_+, respectivamente, as quais são dadas por:

y_-= A\sin{(2\pi f_-t)}

y_+= A\sin{(2\pi f_+t)}

y_- + y_+= Y(t) = A (\sin{(2\pi f_-t)} + \sin{(2\pi f_+t)}) = A \cdot 2 \sin{(2\pi \cdot \dfrac{f_++f_-}{2}t)} \cos{(2\pi \cdot \dfrac{ f_+-f_-}{2}t)}

Podemos interpretar essa função como uma onda senoidal \sin{(2\pi \cdot \dfrac{f_++f_-}{2}t)}, cuja amplitude varia com o tempo e é dada por A(t) = 2A \cos{(2\pi \cdot \dfrac{ f_+-f_-}{2}t)}. Assim, a frequência da envoltória é dada por f_{env} = \dfrac{ f_+-f_-}{2}. Porém, a audição humana não é sensível à variações de fase do som (isto é, ao sinal positivo ou negativo da função), apenas ao seu módulo. Desse modo, o período percebido corresponde ao tempo decorrido entre dois vales consecutivos, que é a metade do real, e a frequência percebida será o dobro da real. Logo:

f_{bat} = f_+-f_-

Você pode conferir uma discussão mais detalhada acerca desse assunto na Aula 3.2 do curso NOIC de Física.

Segunda interpretação: Interferência entre três sons

Na segunda interpretação, consideramos a interferência do som que provém das três cordas. Então, devemos somar ainda a função de onda associada ao som da corda de f=440\;Hz, dada por:

y=A\sin{(2\pi ft)}

Somando as contribuições de y, y_- e y+, obtemos:

y + y_- + y_+ = Y(t) = A\sin{(2\pi ft)}(1+2\cos{(2,25 \cdot 10^{-3} \cdot 2\pi ft)})

Devemos encontrar os instantes em que a envoltória se anula para podemos encontrar a frequência de batimento. Com isso:

1+2\cos{(2,25 \cdot 10^{-3} \cdot 2\pi ft)} = 0

\cos{(2,25 \cdot 10^{-3} \cdot 2\pi ft} = -\dfrac{1}{2}

2,25 \cdot 10^{-3} \cdot 2\pi ft = \dfrac{2\pi}{3} ou \dfrac{4\pi}{3}

2,25 \cdot 10^{-3} \cdot ft = \dfrac{1}{3} ou \dfrac{2}{3}

Logo, sendo t_{1} e t_{2} os instantes de primeira e segunda anulação:

t_{1} = \dfrac{10^{3}}{6,75} f^{-1}

t_{2} = \dfrac{2 \cdot 10^{3}}{6,75} f^{-1}

Abaixo trazemos o gráfico da função Y(t):

Figura 6: Gráfico de deslocamento por tempo

O gráfico evidencia a existência de duas diferentes frequências de batimento. O primeiro instante t_{1} em que a envoltória se anula corresponde a metade do período do batimento maior, enquanto a diferença entre o segundo instante de anulação t_{2} e o instante t_{1} corresponde ao período completo do batimento menor, segundo a definição de batimento vista no anexo acima. Logo:

t_{1} = \dfrac{T_{bat_{1}}}{2} = \dfrac{10^{3}}{6,75} f^{-1}

T_{bat_{1}} = \dfrac{2\cdot 10^{3}}{6,75} f^{-1}

t_{2} - t_{1} = T_{bat_{2}} = \dfrac{2 \cdot 10^{3}}{6,75} f^{-1} - \dfrac{10^{3}}{6,75} f^{-1}

T_{bat_{2}} = \dfrac{10^{3}}{6,75} f^{-1}

Utilizando a relação fT = 1, obtemos:

f_{bat_{1}} = \dfrac{6,75}{2} \cdot 10^{-3} f = \dfrac{6,75}{2} \cdot 10^{-3} \cdot 440 \ Hz \approx 1,49 \ Hz

\boxed{f_{bat_{1}} = 1,49 \ Hz}

f_{bat_{2}} = 6,75 \cdot 10^{-3} f = 6,75 \cdot 10^{-3} \cdot 440 \ Hz = 2,97 \ Hz

\boxed{f_{bat_{2}} = 2,97 \ Hz}

Ressaltamos, todavia, que a segunda interpretação provavelmente não era a resposta esperada pela OBF, já que o nível dessa abordagem foge totalmente do que fora visto na prova de 2014 e na olimpíada em geral, sendo mais adequado, por exemplo, para a SOIF ou olimpíadas internacionais.

[collapse]
Gabarito

\boxed{f_{bat}= 1,98 \ Hz}

[collapse]

Questão 9

Um termômetro pode ser feito de um tubo fino de vidro, o capilar, conectado a um pequeno recipiente, o bulbo. O bulbo contém material líquido que se dilata com a temperatura. Em alguns termômetros usa-se o mercúrio líquido como fluido. Quando há troca de calor entre um corpo e o bulbo do termômetro a temperatura do mercúrio, alterando seu volume. Assim, o nível do mercúrio muda ao longo do capilar até que se atinja o equilíbrio térmico. O termômetro clínico, por exemplo, é usado na medição da temperatura do corpo humano e são construídos para medir temperaturas entre 34^{\circ} C e 43^{\circ} C. Em 2003 o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) através de uma portaria proibiu o uso dos termômetros de mercúrio. Em substituição ao mercúrio, alguns termômetros têm sido produzidos usando álcool. O coeficiente de expansão térmica volumétrico do álcool é cerca de 5 vezes maior que o do mercúrio. Considerando que os volumes dos bulbos sejam iguais, qual deve ser a razão entre os diâmetros dos capilares de termômetros clínicos de mercúrio e álcool para que ambos apresentem a mesma escala? Despreze os efeitos da variação de temperatura do vidro.

Assunto abordado

 Termodinâmica - Dilatação

[collapse]
Solução

Desconsiderando a dilatação do recipiente de vidro - o que é justificado pois o coeficiente de dilatação do vidro é muito menor do que o dos líquidos que são usualmente usados - , a variação do volume do líquido relaciona-se com a variação da altura da coluna como

\Delta V=A\Delta h,

onde A é a secção reta do tubo. Sendo o coeficiente de dilatação do álcool 5 vezes maior do que o do mercúrio, sua variação de volume também será 5 vezes maior. Haja vista que a medição da temperatura é feita com base na variação da altura, é necessário que tenhamos variações de altura equivalentes para mesmas variações de temperatura. Assim, vemos a seguinte relação entre as áreas:

\Delta h_a=\Delta h_m\rightarrow \dfrac{5\Delta V}{A_a}=\dfrac{\Delta V}{A_m}\rightarrow 5A_m=A_a

Relacionando a área com o diâmetro:

A_m=\dfrac{\pi D_m^2}{4},

e

A_a=\dfrac{\pi D_a^2}{4}.

Por fim, obtemos:

5D_m^2=D_a\rightarrow \boxed{\dfrac{D_a}{D_m}=\sqrt{5}}.

Deixamos a resposta nessa forma pois a prova não forneceu o valor de \sqrt{5}.

[collapse]
Gabarito

\boxed{\dfrac{D_a}{D_m}=\sqrt{5}}

[collapse]

Questão 10

Eduard Rüchardt propôs um método simples para se medir a razão \gamma=\dfrac{C_P}{C_V} de um gás ideal, onde C_P é a capacidade calorífica a pressão constante e C_V a capacidade calorífica a volume constante. A figura ao lado mostra esquematicamente o arranjo usado. O recipiente contém um gás, considerado ideal, inicialmente com volume V_0, pressão P_0 e está em equilíbrio térmico. O êmbolo cilíndrico tem massa m, área da base A, altura L e é livre para se mover ao longo do recipiente. Na posição de equilíbrio o peso do êmbolo equivale à força exercida pelo gás. O êmbolo é tirado da posição de equilíbrio por uma pequeno deslocamento y alterando o estado do gás. O gás exercerá sobre o êmbolo uma força restauradora fazendo-o oscilar com uma frequência característica que depende de \gamma. Supondo que a transformação seja adiabática e desprezando-se o atrito entre o êmbolo e o recipiente:

OBF 2014 2 10

Figura 7: Pistão e cilindros.

a) Encontre a variação de pressão \Delta P. Para isso use a aproximação (1+\dfrac{\Delta V}{V})^{\gamma}\approx1+\dfrac{\gamma\Delta V}{V}, já que a variação relativa do volume é pequena;

b) Encontre a força restauradora atuando no êmbolo mantendo apenas termos de ordem linear em \gamma;

c) Determine \gamma em função período de movimento do êmbolo e dos dados fornecidos no problema.

Assunto abordado

Termodinâmica  e Oscilações

[collapse]
Solução

a) Em uma transformação adiabática, temos:

PV^{\gamma}=cte.

A variação de volume ocupado pelo gás é dada por \Delta V=Ay, de modo que o volume do recipiente como uma função de y é dado por:

V = V_{0} + \Delta V = V_{0} (1+\dfrac{Ay}{V_{0}})

Sem perdas de generalidade, tomemos y data-recalc-dims=0" />. Sendo P' a pressão do gás após o deslocamento do êmbolo, podemos escrever que:

P_0V_0^\gamma=P'V_0^\gamma(1+\dfrac{Ay}{V_0})^\gamma

P'=P_0 (1+\dfrac{Ay}{V_0})^{-\gamma}=P_0(1-\gamma\dfrac{Ay}{V_0}),

onde foi usado a aproximação binomial fornecida pelo enunciado. Portanto:

\boxed{\Delta P = -\gamma \dfrac{Ay}{V_0}P_0}.

b) Por questões de simplicidade, consideremos y data-recalc-dims=0" />. A força restauradora será dada por:

\boxed{F=P'A=P_0 A(1-\gamma\dfrac{Ay}{V_0})}

c) Usando o resultado anterior, a força resultante é dada por:

F_{r} = P_0 A(1 - \gamma\dfrac{Ay}{V_0}) - mg

O equilíbrio na posição inicial nos diz que:

P_0 A=mg

Logo:

F_{r} = ma = - \gamma \dfrac{P_{0}A^{2}}{V_{0}}y

a = - \gamma \dfrac{P_{0}A^{2}}{mV_{0}}y

Em um MHS qualquer, é válido que a = - \omega^{2} y, onde \omega = \dfrac{2\pi}{T} é a frequência angular do movimento e T é seu período. Logo, para esse MHS, obtemos que:

\omega^2 = \dfrac{4\pi ^2}{T^2} = \gamma \dfrac{P_{0}A^{2}}{mV_{0}}

\boxed{\gamma = 4 \pi^2 \dfrac{mV_{0}T^{2}}{P_{0}A^{2}}}

[collapse]
Gabarito

a)\boxed{\Delta P=- \gamma\dfrac{Ay}{V_0} P_{0}}

b)\boxed{F=P'A=P_0 A(1-\gamma\dfrac{Ay}{V_0})}

c) \boxed{\gamma = 4 \pi^2 \dfrac{mV_{0}T^{2}}{P_{0}A^{2}}}

[collapse]

Questão 11

A primeira medida da velocidade da luz a partir de dados não astronômicos foi realizada pelo físico francês Armand H. L. Fizeau em 1849. A figura mostra um diagrama simplificado do aparato montado por Fizeau. Uma fonte luminosa emite um raio de luz que passa por um divisor de feixe – espelho semitransparente. Parte da luz é perdida e a outra parte passa entre os dentes de um disco dentado sendo refletida num espelho plano posicionado a uma distância L da engrenagem. O feixe refletido no espelho plano retorna pelo mesmo caminho e é observado em O. O disco, que tem N dentes é, então, posto a girar e o observador vê a imagem intermitente. A medida que a velocidade angular aumenta as interrupções diminuem. Para uma certa velocidade angular \omega a luz refletida é completamente obstruída, ou seja, nenhuma luz chega ao observador.

OBF 2014 2 11

Figura 8: Experimento

a) Determine a expressão para a velocidade da luz em termos das varáveis fornecidas no texto.

b) No experimento realizado por Fizeau a engrenagem tinha 720 dentes, a distância L foi de 8600 m e a velocidade angular em que o efeito foi observado era de 12,5 rotações por segundo. Neste caso, determine a velocidade da luz encontrada por Fizeau.

Assunto abordado

 Cinemática 

[collapse]
Solução

a) Observação inicial: A notação da questão pode ser um tanto confusa para o aluno. A velocidade angular mencionada é, na verdade, usualmente chamada de frequência por estar em rps (rotações por segundo). Por motivos de consistência com o enunciado, chamaremos então de \omegafrequência da roda, referida pela questão como "velocidade angular". Prossigamos com a solução.

O tempo que a luz leva para ir da roda ao anteparo e então retornar a roda é de:

t_{luz}=\dfrac{2L}{c}

No cenário em que nenhuma luz volta a passar pela roda no retorno, temos que este tempo é equivalente a metade do tempo que leva para um dente assumir o local do outro no espaço. Você pode imaginar que é como se a luz passasse bem entre os dentes 1 e 2, enquanto a roda gira no sentido 2\rightarrow1, e quando a luz retorna à roda, o dente 2 está em seu caminho. Algebricamente, temos que o ângulo entre dois dentes consecutivos é 2\pi/N, já que há N dentes. Como a roda gira metade deste ângulo - (\pi/N) desde o momento em que a luz passa entre dois dentes e retorna ao mesmo ponto encontrando com um dente em seu caminho, o intervalo  de tempo necessário para isso vale:

t_{roda}=\dfrac{\dfrac{\pi}{N}}{2 \pi\omega}

Igualando os tempos, obtemos a velocidade da luz:

t_{roda}=t_{luz}

\dfrac{1}{2N\omega}=\dfrac{2L}{c}

\boxed{c=4LN\omega}

b) Substituindo os valores:

c=4\cdot 8600 \cdot 720 \cdot 12,5 \ m/s

\boxed{c = 3,096\cdot 10^8 \ m/s \approx3,10\cdot 10^8 \ m/s}

[collapse]
Gabarito

a)\boxed{c=4LN\omega}

b)\boxed{c = 3,096\cdot 10^8 \ m/s \approx3,10\cdot 10^8 \ m/s}

[collapse]

Questão 12

Diferentemente de materiais não refletivos que espalham a luz em todas as direções, materiais refletivos como fitas e películas refletivas são construídas para retornar a luz diretamente de volta à sua fonte original. Esse tipo de material ajuda a aumentar a visibilidade em condições de pouca luminosidade. No início da produção deste tipo de material, microesferas de vidro eram aplicadas sobre um fundo prateado. Hoje em dia usa-se uma película refletiva prismática. A figura mostra um raio de luz se propagando no ar e incidindo sobre uma esfera semi-espelhada com índice de refração \sqrt{3} . Qual deve ser a razão entre a distância h sendo h diferente de 0 e o raio da esfera para que esse raio de luz foque no ponto P e retorne paralelamente ao raio incidente?OBF 2014 2 12

Figura 9: Sistema descrito

Assunto abordado

Óptica Geométrica

[collapse]
Solução

Observe a geometria do problema:

Figura 10: Geometria do problema

Podemos ver pelo desenho que \alpha = 2 \theta. Além disso:

\sin \alpha = \dfrac{h}{R}

Já a Lei de Snell nos diz que:

1 \cdot \sin \alpha = \sqrt{3} \cdot \sin \theta

Isso nos leva a:

\sin{2\theta} = 2 \sin{\theta} \cos{\theta} = \sqrt{3} \sin{\theta}

\cos{\theta} = \dfrac{\sqrt{3}}{2}

Pela relação fundamental da trigonometria:

\sin{\theta} = \dfrac{1}{2}

Logo, obtemos que:

\sin{\alpha} = 2 \sin{\theta} \cos{\theta} = \dfrac{\sqrt{3}}{2}

Comparando as duas expressões para \sin \alpha, obtemos que:

\boxed{\dfrac{h}{R} = \dfrac{\sqrt{3}}{2}}

[collapse]
Gabarito

\boxed{\dfrac{h}{R}=\dfrac{\sqrt{3}}{2}}

[collapse]