Escrita por Thomas Bergamaschi
Você pode acessar a prova aqui
Questão 01:
Após certo tempo de uso as tesouras devem ser afiadas para manter sua performance. Considere um esmeril (roda de pedra para amolar) de raio de que gira com uma frequência de . A tesoura é mantida contra o esmeril com uma força de intensidade como esboçado na figura abaixo, onde o ângulo é igual a . Qual a potência desenvolvida pelo esmeril? Considere que o coeficiente de atrito entre o esmeril e a tesoura é .
Potência e atrito
Para resolver este problema vamos primeiro encontrar a força de atrito que faz com que a velocidade angular da roda diminuir. Para calcular tal força de atrito, , usaremos que essa força em função da força normal aplicada nele é:
Neste caso é a componente radial da força , dada por . Assim a força de atrito é .
De modo que a Potência pedida no enunciado é simplesmente , onde , onde é a velocidade da roda no ponto de contato do esmeril, dado por . Onde é a velocidade angular, dada por , onde é a frequencia da roda.
Assim, , de modo que . Note que foi usado que .
Dessa forma, com , temos que
A potencia é
Questão 02:
Uma locomotiva e um automóvel movem-se perpendicularmente, aproximando-se de um cruzamento. No instante inicial, apresentado na figura abaixo, a locomotiva esta a ao sul da passagem, viajando na direção norte-sul, sentido norte, com velocidade constante de . e o automóvel está a oeste da passagem, viajando na direção leste-oeste, sentido leste com velocidade de e aceleração de . No instante , determine a:
a) distância entre a locomotiva e o automóvel
b) velocidade da locomotiva em relação ao automóvel
Despreze as dimensões do automóvel e da locomotiva.
Cinemática
a) Para resolver este problema, precisamos encontrar a posição do automóvel e da locomotiva em função do tempo . Como a locomotiva está em movimento uniforme, com posição inicial e velocidade , a posição da locomotiva em função do tempo é:
Já o automóvel está em movimento uniformemente acelerado, com posição inicial , velocidade inicial e aceleração de , a posição do automóvel em função do tempo é:
Dessa forma, após , temos que a posição da locomotiva é e a do automóvel é , assim, podemos encontrar a distância pedida com o teorema de pitágoras:
b) Para calcular a velocidade da locomotiva em relação ao automóvel em , usamos que como a locomotiva está em um movimento uniforme, sua velocidade é sempre . Já o automóvel está em movimento uniformemente acelerado, e assim sua velocidade em função do tempo é:
E em , . Assim, a velocidade da locomotiva em relação ao automóvel pode ser encontrada pelo teorema de pitágoras:
a) A distância pedida é
b) A velocidade pedida é
Questão 03:
Imagine uma bola de massa presa a uma mola de constante elástica . Considere que o movimento da bola é unidimensional e que foi solta do repouso quando a mola estava elongada de . O gráfico da energia potencial elástica em função da elongação está apresentado na figura abaixo.
a) Construa o gráfico da força elástica que atua sobre a bola em função da elongação da mola no intervalo de a .
b) Determine a velocidade máxima da bola
Energia potencial elástica
a) Para resolver este problema, primeiro precisamos encontrar a constante elástica da mola, para depois construir o gráfico da força elástica.
Para isso, usamos que para uma mola sua energia potencial pode ser descrita como uma função quadrática da forma onde representa a energia potencial em função do deslocamento da massa . Observando o gráfico fornecido, vemos que em . Assim, usando que temos que , substituindo o valor para obtemos que .
Agora, para o gráfico da força elástica, usamos que a força elástica , pode ser escrita como . Assim, o gráfico pedido é linear, com coeficiente linear e angular .
b) Como a bola foi solta em , a energia potencial nesse ponto calculada com é . E como a bola foi solta a partir do repouso a energia total é .
Como a energia se conserva, sabemos que a soma da energia cinética com a potencial se conserva em . Matematicamente isto é:
Podemos ver claramente que velocidade máxima é atingida quando , de modo que . Assim
a) Reta com coeficiente linear nulo e angular .
b) A velocidade máxima é
Questão 04:
Um fio elástico fino de massa desprezível é fixado perpendicularmente a duas paredes verticais paralelas que estão separadas por uma distância de . Em dado instante, pendura-se através de um gancho um corpo de massa de no ponto médio do fio. Quando o sistema atinge o equilíbrio, observa-se que o fio aumentou de . Qual o valor da constante elástica do fio?
Força elástica
Sabemos que como a massa sera pendurado no ponto médio do fio, teremos que será formado um triangulo como abaixo:
Seja a distancia entre os pontos e e a distancia entre os pontos e . Por simetria, , e como a corda depois de ser esticada mede , sabemos que .
Assim, podemos ver que pelo teorema de pitagoras no triangulo , o lado mede . De modo que o seno do angulo é .
Agora, podemos fazer o equilibrio de forças, usando que a foi utilizado uma massa , de modo que seu peso,, é . Agora, suponha que a constante elástica do fio é . Assim, equilibrando as forças, temos que:
Onde é o aumento do tamanho do fio, , o fator vem devido que duas partes do fio saem do ponto, e o termo aparece pois estamos pegando a componente vertical da força elástica.
Dessa forma obtemos que , assim
A constante é
Questão 05:
Duas partículas A e B partem da origem O e viajam em direções opostas ao longo do caminho circular de raio com velocidades de módulos constantes e .
a) Determine a distância percorrida pelas partículas no instante .
b) Calcule o instante do encontro das partículas.
Cinemática
a) Para resolver este problema, usaremos que ambas as partículas percorrem um movimento circular com velocidade constante, ou seja, um movimento circular uniforme.
Para a partícula A, temos que a distância percorrida por ela em função do tempo é:
Enquanto para a partícula B, a distância percorrida por ela em função do tempo é:
Assim, em e .
b) Para que haja encontro das duas partículas, precisamos que a soma das distâncias percorridas por elas seja igual ao comprimento da circunferência. Matematicamente, isso significa que:
Onde , o raio da circunferência. Usando que e , temos que . Assim, o tempo para encontro é:
Onde foi feita a aproximação dada no topo da prova.
a) Para a partícula A e para B
b) O tempo para encontro
Questão 06:
Um satélite de massa usado para comunicação, encontra-se estacionário a uma altura h de um ponto da superfície do planeta Terra, de massa e raio é . Suponha que o mesmo satélite orbite um planeta hipotético , com massa e raio . O satélite está a uma altura de de um ponto da superfície do planeta com período de . Encontre a relação entre as velocidades lineares do satélite.
Gravitação
Para resolver este problema primeiro precisamos achar a velocidade linear do satélite em função das constantes fornecidas. Note que o raio da orbita do satélite na Terra é e em é .
Para o caso que o satélite está orbitando a Terra, temos que a força gravitacional tem de ser numericamente igual à resultante centrípeta do satélite, assim, se a velocidade do satélite ao redor da Terra for , temos:
Dessa forma, . Para o planeta fazemos o mesmo procedimento e encontramos para a velocidade em , . E assim, denominando a razão das velocidades como , temos que:
Além disso, sabemos que o periodo em é o dobro que na Terra, usamos que a razão entre o comprimento da circunferência e a velocidade do satélite representa o periodo orbital, como em . E assim, comparando o periodo da Terra e de , e cortando os termos constantes obtemos:
Assim, obtemos que a razão . Agora, perceba que podemos escrever como , de modo que usando a expressão que relaciona com as massas e raios, obtemos:
Assim
e a razão pedida é
A razão pedida é
Questão 07:
Um estudante de Física, observou que seu peso era ao utilizar uma balança em uma farmácia (no referencial do solo). Curioso, ele procurou verificar o que ocorreria repetindo o procedimento em um elevador em movimento. Especificamente, ele observou o valor registrado quando o elevador subia aumentando sua velocidade com uma aceleração cinco vezes menor que a aceleração gravitacional. Qual a variação da leitura da balança na farmácia em relação ao elevador subindo acelerado
Dinâmica
Como no referencial do solo a balança marcava , podemos afirmar que . Onde é a massa do estudante e a aceleração gravitacional.
Agora, suponha que a força normal entre o piso do elevador e o estudante seja . Como o estudante está acelerando para cima com aceleração , sabemos que a resultante das forças sob o estudante aponta para cima, matematicamente isso significa:
Assim . E como a balança vai marcar a força normal temos que ela irá medir . E a variação da leitura pedida é .
A variação da leitura pedida é
Questão 08:
Um aluno, mistura de água a com uma certa massa de gelo a dentro de um recipiente com paredes adiabáticas. Diante do experimento verifica que o sistema alcançou o equilíbrio térmico a temperatura de . Qual a massa inicial de gelo?
Calorimetria
Por conservação de energia, sabemos a soma de todos os calores trocados será . Dessa forma, como uma massa de água,, onde varia de temperatura, o calor correspondente a essa troca é, , onde , onde foi usado que o calor específico da água é .
Supondo que a massa de gelo seja , sabemos que para essa massa ir de a será preciso uma quantia de calor , onde . Onde representa o calor utilizado para o gelo aquecer até , que é , onde foi usado que o calor específico do gelo é . E representa o calor para fundir o gelo, que é , já que o calor latente do gelo é . E finalmente , para aquecer a água de até , que será ,onde foi usado que o calor específico da água é .
Assim, . E como , temos que , logo .
Logo, a massa inicial de gelo é .
A massa inicial de gelo é .