OBF 2015 - Terceira Fase (Nível 1)

Escrita por Thomas Bergamaschi

Você pode acessar a prova aqui

Questão 01:

Após certo tempo de uso as tesouras devem ser afiadas para manter sua performance. Considere um esmeril (roda de pedra para amolar) de raio r de 15 cm que gira com uma frequência de 10 Hz. A tesoura é mantida contra o esmeril com uma força Fde intensidade 160 N como esboçado na figura abaixo, onde o ângulo \theta é igual a 60^o. Qual a potência desenvolvida pelo esmeril? Considere que o coeficiente de atrito entre o esmeril e a tesoura é 0,30.

no title (8)

Assunto abordado

 Potência e atrito

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Solução

Para resolver este problema vamos primeiro encontrar a força de atrito que faz com que a velocidade angular da roda diminuir. Para calcular tal força de atrito, K, usaremos que essa força em função da força normal N aplicada nele é:

K=N\mu

Neste caso N é a componente radial da força F, dada por N=F*cos(60^o)=\frac{F}{2}. Assim a  força de atrito é K=N\mu=0,15*F=24 N.

De modo que a Potência pedida no enunciado é simplesmente P, onde P=K*v, onde v é a velocidade da roda no ponto de contato do esmeril, dado por v=\omega r. Onde \omega é a velocidade angular, dada por \omega=2\pi f, onde f é a frequencia da roda.

Assim, \omega=60 rad/s, de modo que v=9 m/s. Note que foi usado que \pi=3.

Dessa forma, com P=K*v, temos que

P=K*v=216 W \approx 2,0*10^{2} W

 

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Gabarito

A potencia é 216 W \approx 2,0*10^{2} W

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Questão 02:

Uma locomotiva e um automóvel movem-se perpendicularmente, aproximando-se de um cruzamento. No instante inicial, apresentado na figura abaixo, a locomotiva esta a 120 m ao sul da passagem, viajando na direção norte-sul, sentido norte, com velocidade constante de 72 km/h. e o automóvel está 60 m a oeste da passagem, viajando na direção leste-oeste, sentido leste com velocidade de 36 km/h e aceleração de 4,0 m/s^{2} . No instante t =2  s, determine a:

a) distância entre a locomotiva e o automóvel

b) velocidade da locomotiva em relação ao automóvel

Despreze as dimensões do automóvel e da locomotiva.

no title (1)

Assunto abordado

Cinemática

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Solução

a) Para resolver este problema, precisamos encontrar a posição do automóvel e da locomotiva em função do tempo t. Como a locomotiva  está em movimento uniforme, com posição inicial y_{0} = -120 m e velocidade v_{0} = 72 km/h = 20 m/s, a posição da locomotiva em  função do tempo é:

y(t)=-(120-20t)

Já o automóvel está em movimento uniformemente acelerado, com  posição inicial x_{0} = -60m, velocidade inicial u_{0} = 36 km/h= 10 m/s e aceleração de 4,0 m/s^{2}, a posição do automóvel em  função do tempo é:

x(t)=-(60-10t-2t^{2})

Dessa forma, após t=2s, temos que a posição da locomotiva é y(2)=-80  m e a do automóvel é x(2)=-32 m, assim, podemos encontrar a distância pedida com o teorema de pitágoras:

d=\sqrt{x^{2}+y^{2}}=\sqrt{32^{2}+80^{2}}m=\sqrt{7424}m=16\sqrt{29} m

b) Para calcular a  velocidade da locomotiva em relação ao automóvel em t=2 s, usamos que como a locomotiva está em um movimento uniforme, sua velocidade é sempre v_{0} = 72 km/h = 20 m/s.  Já o automóvel está em movimento uniformemente acelerado, e assim sua velocidade em função do tempo é:

u(t)=10+4t

E em t=2 s, u(2)=18m/s. Assim, a velocidade da locomotiva em relação ao automóvel pode ser encontrada pelo teorema de pitágoras:

V=\sqrt{u^{2}+v^{2}}=\sqrt{20^{2}+18^{2}}m/s=2\sqrt{181} m/s

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Gabarito

a) A distância pedida é 16\sqrt{29} m

b) A velocidade pedida é 2\sqrt{181} m/s

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Questão 03:

Imagine uma bola de massa 450  g presa a uma mola de constante elástica k. Considere que o movimento da bola é unidimensional e que foi solta do repouso quando a mola estava elongada de 3,0 cm. O gráfico da energia potencial elástica em função da elongação x está apresentado na figura abaixo.

no title (4)

a) Construa o gráfico da força elástica que atua sobre a bola em função da elongação da mola no intervalo de -2 a 2 cm.

b) Determine a velocidade máxima da bola

Assunto abordado

Energia potencial elástica

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Solução

a) Para resolver este problema, primeiro precisamos encontrar a constante elástica da mola, para depois construir o gráfico da força elástica.

Para isso, usamos que para uma mola sua energia potencial pode ser descrita como uma função quadrática da forma  U(x) = \frac{kx^{2}}{2} onde U(x) representa a energia potencial em função do deslocamento da massa x. Observando o gráfico fornecido, vemos que em x=2 cm U(2)=4 mJ. Assim, usando que U(x) = \frac{kx^{2}}{2} temos que  k=\frac{2U(x}{x^{2}}, substituindo o valor para x=2,0 cm obtemos que k=20,0  N/m.

Agora, para o gráfico da força elástica, usamos que a força elástica F, pode ser escrita como F=-kx. Assim, o gráfico pedido é linear, com coeficiente linear 0,0 N e angular  -k=-20,0 N/m .

b) Como a bola foi solta em x=3,0 cm, a energia potencial nesse ponto calculada com U(x) = \frac{kx^{2}}{2} é U(3,0)=9,0 mJ. E como a bola foi solta a partir do repouso a energia total é  9 mJ.

Como a energia se conserva, sabemos que a soma da energia cinética com a potencial se conserva em  E_{0}=9 mJ. Matematicamente isto é:

E_{0}=\frac{kx^{2}}{2} +\frac{mv^{2}}{2}

Podemos ver claramente que velocidade máxima é atingida quando x=0,0 cm, de modo que E_{0}=\frac{mv^{2}}{2}. Assim

 v= \sqrt{\frac{2 E_{0}}{m}}=0,2  m/s

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Gabarito

a) Reta com coeficiente linear nulo e angular -20,0 N/m.

b) A velocidade máxima é 0,2 m/s

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Questão 04:

Um fio elástico fino de massa desprezível é fixado perpendicularmente a duas paredes verticais paralelas que estão separadas por uma distância de 120 cm. Em dado instante, pendura-se através de um gancho um corpo de massa de 2,00 kg no ponto médio do fio. Quando o sistema atinge o equilíbrio, observa-se que o fio aumentou de 80,0 cm. Qual o valor da constante elástica do fio?

Assunto abordado

 Força elástica

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Solução

Sabemos que como a massa sera pendurado no ponto médio do fio, teremos que será formado um triangulo como abaixo:

Picture1

Seja d_{AB} a distancia entre os pontos A e Bd_{BC} a distancia entre os pontos B e C. Por simetria, d_{BC}=d_{AB}, e como a corda depois de ser esticada mede 200 cm, sabemos que d_{BC}=d_{AB}=100 cm.

Assim, podemos ver que pelo teorema de pitagoras no triangulo ADB, o lado DB mede 80 cm. De modo que o seno do angulo A é sinA=80/100=0,8.

Agora, podemos fazer o equilibrio de forças, usando que a foi utilizado uma massa m=2,00 kg, de modo que seu peso,P, é P=mg=20,0N. Agora, suponha que a constante elástica do fio é K. Assim, equilibrando as forças, temos que:

P=2*K\delta_{L}*sinA

Onde \delta_{L} é o aumento do tamanho do fio, \delta_{L}=0,8 m, o fator 2 vem devido que duas partes do fio saem do pontoB, e o termo sinA aparece pois estamos pegando a componente vertical da força elástica.

Dessa forma obtemos que 1,28K=P=20, assim

K=15,625 N/m\approx 16N/m

 

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Gabarito

A constante  é K=15,625 N/m\approx 16 N/m

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Questão 05:

Duas partículas A e B partem da origem O e viajam em direções opostas ao longo do caminho circular de raio 5 m com velocidades de módulos constantes v_{A} = 0,7  m/s e v_{B} = 1,5 m/s.

a)  Determine a distância percorrida pelas partículas no instante t=2,0s.

b) Calcule o instante do encontro das partículas.

no title (2)

Assunto abordado

Cinemática

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Solução

a) Para resolver este problema, usaremos que ambas as  partículas percorrem um movimento circular com velocidade constante, ou seja, um movimento circular uniforme.

Para a  partícula A, temos que a distância percorrida por ela em  função do tempo é:

d_{A}=0,7t

Enquanto para a partícula B, a distância percorrida por ela em  função do tempo é:

d_{B}=1,5t

Assim, em t=2 s d_{A}=1,4 md_{B}=3,0 m.

b) Para que haja encontro das duas partículas, precisamos que a soma das distâncias percorridas por elas seja igual ao comprimento da circunferência. Matematicamente, isso significa que:

2\pi R=d_{A}+d_{B}

Onde R=5 m, o raio da circunferência. Usando que d_{A}=0,7td_{B}=1,5t, temos que d_{A}+d_{B}=2,2t. Assim, o tempo para encontro t é:

t=\frac {2*5 \pi} {2,2}s= \frac {5 \pi} {1,1}s=\frac {15} {1,1} s\approx 13,64 s \approx 14 s

Onde foi feita a aproximação \pi = 3 dada no topo da prova.

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Gabarito

a) Para a partícula A d_{A}=1,4 m e para B d_{B}=3,0 m

b) O tempo para encontro t\approx 13,64 s\approx 14 s

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Questão 06:

Um satélite de massa m usado para comunicação, encontra-se estacionário a uma altura h de um ponto da superfície do planeta Terra, de massa M_{T} e raio é R_{T} . Suponha que o mesmo satélite orbite um planeta hipotético X, com massa M_{X} e raio R_{x}. O satélite está a uma altura de 3h de um ponto da superfície do planeta X com período de 2T_{Terra}. Encontre a relação entre as velocidades lineares do satélite.

Assunto abordado

Gravitação

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Solução

Para resolver este problema primeiro precisamos achar a velocidade linear do satélite em função das constantes fornecidas. Note que o raio da orbita do satélite na Terra é R_{T}+h e em X é R_{X}+3h.

Para o caso que o satélite está orbitando a Terra, temos que a força gravitacional F_{Grav} tem de ser numericamente igual à resultante centrípeta do  satélite, assim, se a velocidade do  satélite ao redor da Terra for v_{T}, temos:

F_{Grav}=\frac {GM_{T} m}{(R_{T}+h)^{2}} =\frac{mv_{T}^{2}}{R_{T}+h}

Dessa forma, v_{T}^{2}=\frac {GM_{T}}{R_{T}+h}. Para o planeta X fazemos o mesmo procedimento e encontramos para a velocidade em Xv_{X}^{2}=\frac {GM_{X}}{R_{X}+3h}. E assim, denominando a razão das velocidades como r=\frac {v_{T}}{v_{X}}, temos que:

 r^{2}=\frac{M_{T}(R_{X}+3h)}{M_{X}(R_{T}+h)}

Além disso, sabemos que o periodo em X é o dobro que na Terra, usamos que a razão entre o comprimento da circunferência e a velocidade do satélite representa o periodo orbital, como em  T_{Terra}=\frac {2 \pi (R_{T}+h)}{v_{T}}. E assim, comparando o periodo da Terra e de X, e cortando os termos constantes obtemos:

 2\frac{R_{T}+h}{v_{T}} =\frac{R_{X}+3h}{v_{X}}

Assim, obtemos que a razão r=\frac {v_{T}}{v_{X}}=2 \frac{R_{T}+h}{R_{X}+3h}. Agora, perceba que podemos escrever \frac{R_{T}+h}{R_{X}+3h} como \frac{r}{2}, de modo que usando a expressão que relaciona  r^{2} com as massas e raios, obtemos:

r^{2}=2\frac{M_{T}}{M_{X} r}

Assim

r^{3}=2\frac{M_{T}}{M_{X} }

e a razão pedida  é (2\frac{M_{T}}{M_{X}})^{1/3}

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Gabarito

A razão pedida  é (2\frac{M_{T}}{M_{X}})^{1/3}

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Questão 07:

Um estudante de Física, observou que seu peso era P ao utilizar uma balança em uma farmácia (no referencial do solo). Curioso, ele procurou verificar o que ocorreria repetindo o procedimento em um elevador em movimento. Especificamente, ele observou o valor registrado quando o elevador subia aumentando sua velocidade com uma aceleração cinco vezes menor que a aceleração gravitacional. Qual a variação da leitura da balança na farmácia em relação ao elevador subindo acelerado

Assunto abordado

Dinâmica

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Solução

Como no referencial do solo a balança marcava P, podemos afirmar que P=mg. Onde m é a massa do estudante e g a aceleração gravitacional.

Agora, suponha que a força normal entre o piso do elevador e o estudante seja N. Como o estudante está acelerando para cima com  aceleração \frac{g}{5}, sabemos que a resultante das forças sob o estudante aponta para cima, matematicamente isso significa:

N-mg=\frac {mg}{5}

Assim N=\frac{6mg}{5}. E como a balança vai marcar a força normal temos que ela irá medir \frac{6mg}{5} = \frac{6P}{5}. E a variação da leitura pedida é \frac{6P}{5} - P=\frac{P}{5}.

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Gabarito

A  variação da leitura pedida  é \frac{P}{5}

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Questão 08:

Um aluno, mistura 800 g de água a 20^{\circ}C com uma certa massa de gelo a -20^{\circ} C dentro de um recipiente com paredes adiabáticas. Diante do experimento verifica que o sistema alcançou o equilíbrio térmico a temperatura de 10^{\circ}C. Qual a massa inicial de gelo?

Assunto abordado

Calorimetria

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Solução

Por conservação de energia, sabemos a soma de todos os calores trocados será 0. Dessa forma, como uma massa de água,m, onde m=800 g  varia \delta_{T}=10^{\circ}C de temperatura, o calor correspondente a essa troca é, Q, onde Q=m c \delta_{T}=8000cal, onde foi usado que  o calor específico da água é c=1cal/(g^{\circ}C).

Supondo que a massa de gelo seja  \mu , sabemos que para essa massa ir de -20^{\circ}C a 10^{\circ}C será preciso uma quantia de calor U, onde U=U_{1}+U_{2}+U_{3}. Onde U_{1} representa o calor utilizado para o gelo aquecer até 0^{\circ}C, que  é U_{1}=0,5*20*\mu=10\mu, onde foi usado que o calor específico do gelo é 0,5cal/(g^oC). E U_{2} representa o calor para fundir o gelo, que é U_{2}=80 \mu, já que o calor latente do gelo é  80 cal/g. E finalmente U_{3}, para aquecer a água de 0^{\circ}C até 10^{\circ}C, que será U_{3}=1*10*\mu=10\mu,onde foi usado que  o calor específico da água é c=1cal/(g^oC).

Assim,  U=U_{1}+U_{2}+U_{3}=100\mu. E como U=Q, temos que 8000=100\mu, logo \mu=80 g.

Logo, a massa inicial de gelo é 80 g.

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Gabarito

A massa inicial de gelo é 80 g.

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