Escrita por Thomas Bergamaschi
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Questão 01:
Uma locomotiva e um automóvel movem-se perpendicularmente, aproximando-se de um cruzamento. No instante inicial, apresentado na figura abaixo, a locomotiva esta a
ao sul da passagem, viajando na direção norte-sul, sentido norte, com velocidade constante de
. e o automóvel está
a oeste da passagem, viajando na direção leste-oeste, sentido leste com velocidade de
e aceleração de
. No instante
, determine a:
a) distância entre a locomotiva e o automóvel
b) velocidade da locomotiva em relação ao automóvel
Despreze as dimensões do automóvel e da locomotiva.
Cinemática
a) Para resolver este problema, precisamos encontrar a posição do automóvel e da locomotiva em função do tempo . Como a locomotiva  está em movimento uniforme, com posição inicial
e velocidadeÂ
, a posição da locomotiva em  função do tempo é:
Já o automóvel está em movimento uniformemente acelerado, com  posição inicial , velocidade inicial
e aceleração de
, a posição do automóvel em  função do tempo é:
Dessa forma, após , temos que a posição da locomotiva éÂ
e a do automóvel éÂ
, assim, podemos encontrar a distância pedida com o teorema de pitágoras:
b) Para calcular a velocidade da locomotiva em relação ao automóvel em , usamos que como a locomotiva está em um movimento uniforme, sua velocidade é sempreÂ
. Já o automóvel está em movimento uniformemente acelerado, e assim sua velocidade em função do tempo é:
E em ,
. Assim, a velocidade da locomotiva em relação ao automóvel pode ser encontrada pelo teorema de pitágoras:
a) A distância pedida é
b) A velocidade pedida é
Questão 02 (exclusiva para alunos da
série):
Duas partÃculas A e B partem da origem O e viajam em direções opostas ao longo do caminho circular de raio
com velocidades de módulos constantes
e
.
a)  Determine a distância percorrida pelas partÃculas no instante
.
b) Calcule o instante do encontro das partÃculas.
Cinemática
a) Para resolver este problema, usaremos que ambas as  partÃculas percorrem um movimento circular com velocidade constante, ou seja, um movimento circular uniforme.
Para a  partÃcula A, temos que a distância percorrida por ela em  função do tempo é:
Enquanto para a partÃcula B, a distância percorrida por ela em  função do tempo é:
Assim, em Â
eÂ
.
b) Para que haja encontro das duas partÃculas, precisamos que a soma das distâncias percorridas por elas seja igual ao comprimento da circunferência. Matematicamente, isso significa que:
Onde , o raio da circunferência. Usando queÂ
eÂ
, temos que
. Assim, o tempo para encontro
 é:
Onde foi feita a aproximação dada no topo da prova.
a) Para a partÃcula A e para BÂ
b) OÂ tempo para encontro
Questão 03 (exclusiva para alunos da
série):
Um satélite de massa usado para comunicação, encontra-se estacionário a uma altura
de um ponto da superfÃcie do planeta Terra, de massa
e raio é
. Suponha que o mesmo satélite orbite um planeta hipotético
, com massa
e raio
. O satélite está a uma altura de
de um ponto da superfÃcie do planeta
com perÃodo de
. Encontre a relação entre as velocidades lineares do satélite.
Gravitação
Para resolver este problema primeiro precisamos achar a velocidade linear do satélite em função das constantes fornecidas. Note que o raio da orbita do satélite na Terra é e em
 é
.
Para o caso que o satélite está orbitando a Terra, temos que a força gravitacional tem de ser numericamente igual à resultante centrÃpeta do  satélite, assim, se a velocidade do  satélite ao redor da Terra for
, temos:
Dessa forma, . Para o planeta
fazemos o mesmo procedimento e encontramos para a velocidade em
,Â
. E assim, denominando a razão das velocidades como
, temos que:
Além disso, sabemos que o periodo em  é o dobro que na Terra, usamos que a razão entre o comprimento da circunferência e a velocidade do satélite representa o periodo orbital, como em
. E assim, comparando o periodo da Terra e de
, e cortando os termos constantes obtemos:
Assim, obtemos que a razão . Agora, perceba que podemos escrever
como
, de modo que usando a expressão que relacionaÂ
com as massas e raios, obtemos:
Assim, , e a razão pedida  é
A razão pedida  é
Questão 04:
Duas esferas puntiformes de massa estão presas por hastes leves e rÃgidas de comprimento
a um eixo de rotação vertical no interior de um cilindro fixo de raio
. As hastes são articuladas de modo que as esferas se distanciam do eixo enquanto giram. A partir de certa velocidade angular as esferas podem tocar as paredes do cilindro. Considerando que o atrito cinético entre as esferas e a parede é
, qual a potência dissipada por atrito, entre as esferas e a parede quando as hastes giram com frequência angular
?
Dinâmica e energia
Seja a tração da haste na figura acima.
Como as massas estão equilibridas verticalmente, sabemos que a componente vertical da tração tem de ser igual ao peso da massa. Logo:
Onde  é o angulo formado entre a vertical e a haste.
Supondo que a força normal entre as paredes do cilindro e a massa seja , pelo equilibrio radial sabemos que a resultante das forças radiais tem de ser a resultante centrÃpeta da massa. Note que radialmente temos uma componente da tração de valor
Dessa forma temos que:
Assim encontramos que a normal tem valor , e a força de atrito,
, éÂ
.
Para calcular a potência dissipada por atrito, usamos que a cada pequena distancia percorrida por uma massa, é dissipada uma energia
, assim por unidade de tempo a energia dissipada é
onde
 é a velocidade da massa, dada por
. Assim a potência dissipada por uma massa éÂ
. E como existem duas massas, a potência pedida é
.
E como podemos escrever como
temos que potência pedida é
A potência pedida é
Questão 05:
Imagine uma bola de massa
presa a uma mola de constante elástica
. Considere que o movimento da bola é unidimensional e que foi solta do repouso quando a mola estava elongada de
. O gráfico da energia potencial elástica em função da elongação
está apresentado na figura abaixo.
a) Construa o gráfico da força elástica que atua sobre a bola em função da elongação da mola no intervalo de a
.
b) Determine a velocidade máxima da bola
Energia potencial elástica
a) Para resolver este problema, primeiro precisamos encontrar a constante elástica da mola, para depois construir o gráfico da força elástica.
Para isso, usamos que para uma mola sua energia potencial pode ser descrita como uma função quadrática da forma onde
representa a energia potencial em função do deslocamento da massa
. Observando o gráfico fornecido, vemos que em
. Assim, usando queÂ
temos que
, substituindo o valor paraÂ
obtemos que
.
Agora, para o gráfico da força elástica, usamos que a força elástica , pode ser escrita comoÂ
. Assim, o gráfico pedido é linear, com coeficiente linear
e angular
.
b)Â Como a bola foi solta em , a energia potencial nesse ponto calculada com
 é
. E como a bola foi solta a partir do repouso a energia total é
.
Como a energia se conserva, sabemos que a soma da energia cinética com a potencial se conserva em . Matematicamente isto é:
Podemos ver claramente que velocidade máxima é atingida quando , de modo que
. Assim,
a)Â Reta com coeficiente linear nulo e angular .
b) A velocidade máxima é
Questão 06:
Em 1973 o grupo inglês Pink Floyd lançava o album "The dark side of the Moon". A capa desse album mostrava o fenômeno da dispersão da luz branca ao incidir em um prisma.
a) Explique esse fenômeno em termos das velocidades de propagação da luz branca.
b) Considerando que a luz branca incide formando um ângulo de e tendo o prisma um ângulo de abertura de
, determine o ângulo de saÃda da cor vermelha sabendo que o Ãndice de refração do prisma para essa cor é de
e que o mesmo está imerso no ar.
Refração da luz
a) Para explicar o fenômeno mostrado acima, precisamos lembrar que a luz branca se trata da combinação de sete cores de luz, onde todas essas cores tem Ãndices de refração ligeiramente diferentes uma da outra. Assim, quando a luz entra no prisma, devido a pequenas diferenças nos Ãndices de refração as diferentes cores se espalham, formando o fenômeno mostrado acima.
b)Â Para o caso representado no problema temos o esquema abaixo:
Onde e
sao todos ângulos, e
.
Pela lei de Snell, sabemos que . Com o triângulo ABC, temos que
, logo
.
Assim, , e pela lei de Snell, podemos relacionar o  ângulo pedido
com
, da forma:
Dessa maneira, .
Usando que temos que:
Assim, . Usando agora que
.
Logo o  ângulo é ,
a) Para explicar o fenômeno mostrado acima, precisamos lembrar que a luz branca se trata da combinação de sete cores de luz, onde todas essas cores tem Ãndices de refração ligeiramente diferentes uma da outra. Assim, quando a luz entra no prisma, devido a pequenas diferenças nos Ãndices de refração as diferentes cores se espalham, formando o fenômeno mostrado acima.
b) Logo o  ângulo é ,
Questão 07 (exclusiva para alunos da 1ª série):
Um estudante de FÃsica, observou que seu peso era ao utilizar uma balança em uma farmácia (no referencial do solo). Curioso, ele procurou verificar o que ocorreria repetindo o procedimento em um elevador em movimento. Especificamente, ele observou o valor registrado quando o elevador subia aumentando sua velocidade com uma aceleração cinco vezes menor que a aceleração gravitacional. Qual a variação da leitura da balança na farmácia em relação ao elevador subindo acelerado
Dinâmica
Como no referencial do solo a balança marcava , podemos afirmar que
. Onde
 é a massa do estudante e
a aceleração gravitacional.
Agora, suponha que a força normal entre o piso do elevador e o estudante seja . Como o estudante está acelerando para cima com  aceleração
, sabemos que a resultante das forças sob o estudante aponta para cima, matematicamente isso significa:
Assim . E como a balança vai marcar a força normal temos que ela irá medir
. E a variação da leitura pedida é
.
A  variação da leitura pedida  é
Questão 08:
O Método de Ruchardt pode ser empregado para determinar o coeficiente de Poisson , isto é, a relação entre os coeficientes de calor especÃfico com pressão e com volume constante, envolvendo transformações adiabáticas. Utilizando um balão de vidro com ar em seu interior, ajusta-se uma bolinha metálica de raio
e massa
, que veda a boca do balão. Na posição
a bolinha encontra-se em equilÃbrio e o balão de vidro tem um volume
. Ao ser deslocada na vertical de sua posição de equilÃbrio a bolinha move-se, executando oscilações em um movimento harmônico simples.
Considerando o atrito desprezÃvel, mostre que o perÃodo de oscilação em função das variáveis do problema é dado por:
Processos adiabáticos e forçasÂ
Para resolver este problema precisamos relembrar certas propriedades de processos adiabáticos, principalmente a propriedade que em um processo adiabático a quantia  é conservada.
Sabendo disso, vamos relacionar as caracterÃsticas originais do sistema eÂ
, com as  caracterÃsticas após uma pequena perturbação, onde
eÂ
. Onde as variações relativas de volume e  pressão são extremamente pequenas.
Usando que  é conservado, temos que
, e usando a aproximação que
, obtemos que:
Note que podemos escrever uma pequena variação de volume em  função da area de secção do tubo
e do deslocamento da bola
, como
.
Assim, temos que .
Agora, podemos analisar as forças que atuam na bola. Para as forças, temos o peso da bola , a força exercida pela pressão atmosférica
e a força exercida pela pressão interna, dada por
. Assim a equação de movimento é:
Onde representa a aceleração da bola.
Sabemos que inicialmente a bola está em repouso, em . De modo que
. Onde
representa a pressão no interior do tubo quando a bola está em
.
Porém, apos uma pequena perturbação, a pressão no seu interior varia levemente para , de modo que a equação de movimento é simplificada para:
De modo que podemos escrever a aceleração da bola, , como
. Cuja equação é caracterÃstica de um movimento harmônico simples de frequencia angular
.
E como o periodo é dado por , temos que
, como queriamos demonstrar.
Demonstração acima
Questão 09(exclusiva para alunos da 1ª série):
Um aluno, mistura
de água a
com uma certa massa de gelo a
dentro de um recipiente com paredes adiabáticas. Diante do experimento verifica que o sistema alcançou o equilÃbrio térmico a temperatura de
. Qual a massa inicial de gelo?
Calorimetria
Por conservação de energia, sabemos a soma de todos os calores trocados será . Dessa forma, como uma massa de água,
, onde
 varia
de temperatura, o calor correspondente a essa troca é,
, onde
, onde foi usado que  o calor especÃfico da água é
.
Supondo que a massa de gelo seja , sabemos que para essa massa ir de
a
será preciso uma quantia de calor
, onde
. Onde
representa o calor utilizado para o gelo aquecer até
, que  éÂ
, onde foi usado que o calor especÃfico do gelo éÂ
. E
representa o calor para fundir o gelo, que é
, já que o calor latente do gelo é
. E finalmente
, para aquecer a água de
atéÂ
, que seráÂ
,onde foi usado que  o calor especÃfico da água é
.
Assim,  . E como
, temos que
, logo
.
Logo, a massa inicial de gelo é
.
A massa inicial de gelo é
.
Questão 10:
Termistores são dispositivos cuja resistência varia com a temperatura. Suas aplicações envolvem circutos de segurança em motores; proteção contra a dissipação ineficiente de calor ou curtos-circuitos entre outras. Esses dispositivos precisam ser calibrados para determinar valores de temperatura e resistência. Empregando a expressão:
onde é expresso em ohms (
),
em kelvin (
),
e
são constantes.
a) Qual o menor número de medidas necessárias para calibrar o termistor?
b) Supondo que essas medidas tenham sido realizadas, como seriam expressos os valores de e
em termos das medidas assumidas?
Analise de Dados
a) Usando que , vamos aplicar o logaritmo natural nos dois lados desta expressão, obtendo que:
De modo que podemos isolar a quantia como:
Â
Que se trata de uma função linear entre e
, de modo que com apenas dois pares de medidas conseguiremos obter as constantes, ja que dois pontos definem uma reta.
b) Supondo que foram obtidas as medidas que a temperatura a resistência é
e que a temperatura
a resistência é
. Podemos usar a expressão encontrada acima, que éÂ
, assim obtendo o seguinte sistema de equações:
Cujas soluções são que e que
, que depois de certa manipulação obtemos:
a)Â Duas medidas apenas
b)Â Â e
Questão 11:
O canal da Mancha é um braço de mar pertencente ao oceano Atlântico que separa a ilha da Grã-Bretanha do norte da França. Atualmente é uma das localidades de maior circulação de navios do mundo. Quatro rebocadores são usados para trazer um transatlântico ao cais. Para isso é feita uma manobra como ilustra a figura abaixo. Cada rebocador exerce uma força de 22500 N na direção mostrada. Determine o momento resultante em relação ao ponto O. Considere a força exercida pelo segundo rebocador na forma vetorial como sendo: .
Torque
Iremos assumir que os rebocadores fazem uma força que puxa o barco numa determinada direção. Assim, vamos calcular o torque que cada rebocador faz no barco e em seguida, acharemos a resultante.
Também iremos assumir que um torque que faz o barco girar no sentido horario é positivo.
Dessa forma, o torque causado pelo barco um é dado por:
Onde foi usado que o braço da força horizontal é e da vertical é
.
Agora para o rebocador , iremos supor que
aponta para a direita e queÂ
para cima, de modo que seu torque é dado por:
Onde foi usado que o braço da força horizontal é e da vertical é
.
Para o rebocador , usamos que ele apenas puxa o barco para cima com  força
e braço
, de modo que o torque  é dado por:
E Finalmente o rebocador , que puxa o barco para baixo com força
e braço
e para a esquerda com força
e braço
, assim seu torque é dado por:
Assim, o torque resultante é que é:
Questão 12:
Em um experimento de hidrostática foi colocado um bloco é um recipiente contendo água, e observou-se que % do seu volume ficou submerso. Quando este mesmo bloco é colocado em um outro recipiente contendo um lÃquido de densidade desconhecida, observa-se que o percentual de volume submerso é reduzido para
%. Com esses dados determine a densidade do outro liquido.
 Hidrostática
Sabemos que para equilibrio na água, o empuxo tem de se igualar ao peso do bloco. Assim, se   é o peso do bloco, temos que
, onde
  é a densidade da  água,
seu volume e
a gravidade no local. Assim, obtemos que a quantia
.
Quando o bloco está no lÃquido de densidade desconhecida, a condição de equilibrio é a mesma, . Onde neste caso
 é a densidade do  lÃquido desconhecido.
Assim, como , encontramos que
.
Como a densidade da água é , a densidade do lÃquido é
 A densidade do lÃquido é .