OBF 2015 - Terceira Fase (Nível 2)

Escrita por Thomas Bergamaschi

Você pode acessar a prova aqui

Questão 01:

Uma locomotiva e um automóvel movem-se perpendicularmente, aproximando-se de um cruzamento. No instante inicial, apresentado na figura abaixo, a locomotiva esta a 120 m ao sul da passagem, viajando na direção norte-sul, sentido norte, com velocidade constante de 72 km/h. e o automóvel está 60 m a oeste da passagem, viajando na direção leste-oeste, sentido leste com velocidade de 36 km/h e aceleração de 4,0 m/s^{2} . No instante t = 2 s, determine a:

a) distância entre a locomotiva e o automóvel

b) velocidade da locomotiva em relação ao automóvel

Despreze as dimensões do automóvel e da locomotiva.

no title (1)

Assunto abordado

Cinemática

[collapse]
Solução

a) Para resolver este problema, precisamos encontrar a posição do automóvel e da locomotiva em função do tempo t. Como a locomotiva  está em movimento uniforme, com posição inicial y_{0} = -120 m e velocidade v_{0} = 72km/h = 20m/s, a posição da locomotiva em  função do tempo é:

y(t)=-(120-20t)

Já o automóvel está em movimento uniformemente acelerado, com  posição inicial x_{0} = -60m, velocidade inicial u_{0} = 36km/h = 10m/s e aceleração de 4,0 m/s^{2}, a posição do automóvel em  função do tempo é:

x(t)=-(60-10t-2t^{2})

Dessa forma, após t=2s, temos que a posição da locomotiva é y(2)=-80 m e a do automóvel é x(2)=-32 m, assim, podemos encontrar a distância pedida com o teorema de pitágoras:

d=\sqrt{x^{2}+y^{2}}=\sqrt{32^{2}+80^{2}}m=\sqrt{7424}m=16\sqrt{29}m

b) Para calcular a  velocidade da locomotiva em relação ao automóvel em t=2s, usamos que como a locomotiva está em um movimento uniforme, sua velocidade é sempre v_{0} = 72km/h = 20m/s.  Já o automóvel está em movimento uniformemente acelerado, e assim sua velocidade em função do tempo é:

u(t)=10+4t

E em t=2s, u(2)=18m/s. Assim, a velocidade da locomotiva em relação ao automóvel pode ser encontrada pelo teorema de pitágoras:

V=\sqrt{u^{2}+v^{2}}=\sqrt{20^{2}+18^{2}}m/s=2\sqrt{181} m/s

[collapse]
Gabarito

a) A distância pedida é 16\sqrt{29} m

b) A velocidade pedida é 2\sqrt{181} m/s

[collapse]

Questão 02 (exclusiva para alunos da 1^{\circ} série):

Duas partículas A e B partem da origem O e viajam em direções opostas ao longo do caminho circular de raio 5 m com velocidades de módulos constantes v_{A} = 0,7 m/s e v_{B} = 1,5 m/s.

a)  Determine a distância percorrida pelas partículas no instante t=2,0 s.

b) Calcule o instante do encontro das partículas.

no title (2)

Assunto abordado

Cinemática

[collapse]
Solução

a) Para resolver este problema, usaremos que ambas as  partículas percorrem um movimento circular com velocidade constante, ou seja, um movimento circular uniforme.

Para a  partícula A, temos que a distância percorrida por ela em  função do tempo é:

d_{A}=0,7t

Enquanto para a partícula B, a distância percorrida por ela em  função do tempo é:

d_{B}=1,5t

Assim, em t=2s d_{A}=1,4m e d_{B}=3,0m.

b) Para que haja encontro das duas partículas, precisamos que a soma das distâncias percorridas por elas seja igual ao comprimento da circunferência. Matematicamente, isso significa que:

2\pi R=d_{A}+d_{B}

Onde R=5m, o raio da circunferência. Usando que d_{A}=0,7t e d_{B}=1,5t, temos que d_{A}+d_{B}=2,2t. Assim, o tempo para encontro t é:

t=\frac {10 \pi} {2,2}s= \frac {5 \pi} {1,1}s=\frac {15} {1,1} s\approx 13,64 s \approx 14 s

Onde foi feita a aproximação \pi = 3 dada no topo da prova.

[collapse]

Gabarito

a) Para a partícula A d_{A}=1,4m e para B d_{B}=3,0 m

b) O tempo para encontro t\approx 13,64s\approx 14 s

[collapse]

Questão 03 (exclusiva para alunos da 1^{\circ} série):

Um satélite de massa m usado para comunicação, encontra-se estacionário a uma altura h de um ponto da superfície do planeta Terra, de massa M_{T} e raio é R_{T} . Suponha que o mesmo satélite orbite um planeta hipotético X, com massa M_{X} e raio R_{x}. O satélite está a uma altura de 3h de um ponto da superfície do planeta X com período de 2T_{Terra}. Encontre a relação entre as velocidades lineares do satélite.

Assunto abordado

Gravitação

[collapse]
Solução

Para resolver este problema primeiro precisamos achar a velocidade linear do satélite em função das constantes fornecidas. Note que o raio da orbita do satélite na Terra é R_{T}+h e em X é R_{X}+3h.

Para o caso que o satélite está orbitando a Terra, temos que a força gravitacional F_{Grav} tem de ser numericamente igual à resultante centrípeta do  satélite, assim, se a velocidade do  satélite ao redor da Terra for v_{T}, temos:

F_{Grav}=\frac {GM_{T} m}{(R_{T}+h)^{2}} =\frac{mv_{T}^{2}}{R_{T}+h}

Dessa forma, v_{T}^{2}=\frac {GM_{T}}{R_{T}+h}. Para o planeta X fazemos o mesmo procedimento e encontramos para a velocidade em X, v_{X}^{2}=\frac {GM_{X}}{R_{X}+3h}. E assim, denominando a razão das velocidades como r=\frac {v_{T}}{v_{X}}, temos que:

 r^{2}=\frac{M_{T}(R_{X}+3h)}{M_{X}(R_{T}+h)}

Além disso, sabemos que o periodo em X é o dobro que na Terra, usamos que a razão entre o comprimento da circunferência e a velocidade do satélite representa o periodo orbital, como em  T_{Terra}=\frac {2 \pi (R_{T}+h)}{v_{T}}. E assim, comparando o periodo da Terra e de X, e cortando os termos constantes obtemos:

 2\frac{R_{T}+h}{v_{T}} =\frac{R_{X}+3h}{v_{X}}

Assim, obtemos que a razão r=\frac {v_{T}}{v_{X}}=2 \frac{R_{T}+h}{R_{X}+3h}. Agora, perceba que podemos escrever \frac{R_{T}+h}{R_{X}+3h} como \frac{r}{2}, de modo que usando a expressão que relaciona  r^{2} com as massas e raios, obtemos:

r^{2}=2\frac{M_{T}}{M_{X} r}

Assim, r^{3}=2\frac{M_{T}}{M_{X} }, e a razão pedida  é (2\frac{M_{T}}{M_{X}})^{1/3}

[collapse]

Gabarito

A razão pedida  é (2\frac{M_{T}}{M_{X}})^{1/3}

[collapse]

Questão 04:

Duas esferas puntiformes de massa m estão presas por hastes leves e rígidas de comprimento  l a um eixo de rotação vertical no interior de um cilindro fixo de raio R. As hastes são articuladas de modo que as esferas se distanciam do eixo enquanto giram. A partir de certa velocidade angular as esferas podem tocar as paredes do cilindro. Considerando que o atrito cinético entre as esferas e a parede é \mu, qual a potência dissipada por atrito, entre as esferas e a parede quando as hastes giram com frequência angular \omega?

no title (3)

Assunto abordado

Dinâmica e energia

[collapse]
Solução

Seja T a tração da haste na figura acima.

Como as massas estão equilibridas verticalmente, sabemos que a componente vertical da tração tem de ser igual ao peso da massa. Logo:

T\cos{(\theta)} = mg

Onde \theta é o angulo formado entre a vertical e a haste.

Supondo que a força normal entre as paredes do cilindro e a massa seja N, pelo equilibrio radial sabemos que a resultante das forças radiais tem de ser a resultante centrípeta da massa. Note que radialmente temos uma componente da tração de valor T sin \theta Dessa forma temos que:

 N+T\sin{(\theta)}=m (\omega)^{2}R

Assim encontramos que a normal tem valor N=m (\omega)^{2}R - T\sin{(\theta)}, e a força de atrito, F, é F=N\mu=m \mu ((\omega)^{2}R-g tg \theta).

Para calcular a potência dissipada por atrito, usamos que a cada pequena distancia  \delta percorrida por uma massa, é dissipada uma energia F \delta , assim por unidade de tempo a energia dissipada é  F v onde v é a velocidade da massa, dada por v=\omega R. Assim a potência dissipada por uma massa é  F \omega R =m \mu\omega R( (\omega)^{2}R-g tg \theta). E como existem duas massas, a potência pedida é  2m \mu \omega R( (\omega)^{2}R-g tg \theta).

E como podemos escrever tg \theta como tg \theta = \frac{R}{\sqrt{l^{2}-R^{2}}} temos que potência pedida é  2m \mu \omega R( (\omega)^{2}R-g\frac{R}{\sqrt{l^{2}-R^{2}}})

[collapse]

Gabarito

A potência pedida é  2m\mu\omega R((\omega)^{2}R-g\frac{R}{\sqrt{l^{2}-R^{2}}})

[collapse]

Questão 05:

Imagine uma bola de massa 450 g presa a uma mola de constante elástica k. Considere que o movimento da bola é unidimensional e que foi solta do repouso quando a mola estava elongada de 3,0 cm. O gráfico da energia potencial elástica em função da elongação x está apresentado na figura abaixo.

no title (4)

a) Construa o gráfico da força elástica que atua sobre a bola em função da elongação da mola no intervalo de -2 a 2 cm.

b) Determine a velocidade máxima da bola

Assunto abordado

Energia potencial elástica

[collapse]
Solução

a) Para resolver este problema, primeiro precisamos encontrar a constante elástica da mola, para depois construir o gráfico da força elástica.

Para isso, usamos que para uma mola sua energia potencial pode ser descrita como uma função quadrática da forma  U(x) = \frac{kx^{2}}{2} onde U(x) representa a energia potencial em função do deslocamento da massa x. Observando o gráfico fornecido, vemos que em x=2cm U(2)=4mJ. Assim, usando que U(x) = \frac{kx^{2}}{2} temos que  k=\frac{2U(x}{x^{2}}, substituindo o valor para x=2,0 cm obtemos que k=20,0 N/m.

Agora, para o gráfico da força elástica, usamos que a força elástica F, pode ser escrita como F=-kx. Assim, o gráfico pedido é linear, com coeficiente linear 0,0N e angular  -k=-20,0N/m .

b) Como a bola foi solta em x=3,0 cm, a energia potencial nesse ponto calculada com U(x) = \frac{kx^{2}}{2} é U(3,0)=9,0 mJ. E como a bola foi solta a partir do repouso a energia total é  9mJ.

Como a energia se conserva, sabemos que a soma da energia cinética com a potencial se conserva em  E_{0}=9 mJ. Matematicamente isto é:

E_{0}=\frac{kx^{2}}{2} +\frac{mv^{2}}{2}

Podemos ver claramente que velocidade máxima é atingida quando x=0,0 cm, de modo que E_{0}=\frac{mv^{2}}{2}. Assim,  v= \sqrt{\frac{2 E_{0}}{m}}=0,2 m/s

[collapse]

Gabarito

a) Reta com coeficiente linear nulo e angular -20,0N/m.

b) A velocidade máxima é 0,2 m/s

[collapse]

Questão 06:

Em 1973 o grupo inglês Pink Floyd lançava o album "The dark side of the Moon". A capa desse album mostrava o fenômeno da dispersão da luz branca ao incidir em um prisma.

no title (5)

a) Explique esse fenômeno em termos das velocidades de propagação da luz branca.

b) Considerando que a luz branca incide formando um ângulo de 30^o e tendo o prisma um ângulo de abertura de 60^o , determine o ângulo de saída da cor vermelha sabendo que o índice de refração do prisma para essa cor é de 1,4 e que o mesmo está imerso no ar.

Assunto abordado

Refração da luz

[collapse]
Solução

a) Para explicar o fenômeno mostrado acima, precisamos lembrar que a luz branca se trata da combinação de sete cores de luz, onde todas essas cores tem índices de refração ligeiramente diferentes uma da outra. Assim, quando a luz entra no prisma, devido a pequenas diferenças nos índices de refração as diferentes cores se espalham, formando o fenômeno mostrado acima.

b) Para o caso representado no problema temos o esquema abaixo:

noic

 

Onde i, r, j e k sao todos ângulos, e i=30^o.

Pela lei de Snell, sabemos que \sin{(r)} = \frac{sin i}{1,4}= \frac{1}{2,8}. Com o triângulo ABC, temos que (90^o-r)+(90^0-j)+60^0=180, logo r+j=60^0.

Assim, j=60^o-r, e pela lei de Snell, podemos relacionar o  ângulo pedido k com j, da forma:

n \sin{(j)}= 1,4 \sin{(j)}= \sin{(k)}

Dessa maneira,  sin k =1,4 \sin{(60^o - r)}=1,4 \sin{(60^o - arcsin(\frac{1}{2,8}))}.

Usando que  \sin{(a-b)}= \sin{(a)} \cos{(b)} - \sin{(b)} \cos{(a)} temos que:

\sin{(60^o - arcsin(\frac{1}{2,8}))}=sin (60^o) \cos{(arcsin(\frac{1}{2,8}))} -\cos{(60^o)} \sin{(arcsin(\frac{1}{2,8}))}

Assim, \sin{(60^o - arcsin(\frac{1}{2,8}))} \approx 0,62. Usando agora que  \sin{(k)} =1,4 \sin{(60^o - r)} \approx 0,87 .

Logo o  ângulo é ,  k=arcsin(0,87) \approx 60^o

[collapse]

Gabarito

a) Para explicar o fenômeno mostrado acima, precisamos lembrar que a luz branca se trata da combinação de sete cores de luz, onde todas essas cores tem índices de refração ligeiramente diferentes uma da outra. Assim, quando a luz entra no prisma, devido a pequenas diferenças nos índices de refração as diferentes cores se espalham, formando o fenômeno mostrado acima.

b) Logo o  ângulo é ,  k=arcsin(0,87) \approx 60^o

[collapse]

Questão 07 (exclusiva para alunos da 1ª série):

Um estudante de Física, observou que seu peso era P ao utilizar uma balança em uma farmácia (no referencial do solo). Curioso, ele procurou verificar o que ocorreria repetindo o procedimento em um elevador em movimento. Especificamente, ele observou o valor registrado quando o elevador subia aumentando sua velocidade com uma aceleração cinco vezes menor que a aceleração gravitacional. Qual a variação da leitura da balança na farmácia em relação ao elevador subindo acelerado

Assunto abordado

Dinâmica

[collapse]
Solução

Como no referencial do solo a balança marcava P, podemos afirmar que P=mg. Onde m é a massa do estudante e g a aceleração gravitacional.

Agora, suponha que a força normal entre o piso do elevador e o estudante seja N. Como o estudante está acelerando para cima com  aceleração \frac{g}{5}, sabemos que a resultante das forças sob o estudante aponta para cima, matematicamente isso significa:

N-mg=\frac {mg}{5}

Assim N=\frac{6mg}{5}. E como a balança vai marcar a força normal temos que ela irá medir \frac{6mg}{5} = \frac{6P}{5}. E a variação da leitura pedida é \frac{6P}{5} - P=\frac{P}{5}.

[collapse]

Gabarito

A  variação da leitura pedida  é \frac{P}{5}

[collapse]

Questão 08:

O Método de Ruchardt pode ser empregado para determinar o coeficiente de Poisson  \gamma = (c_{P}/c_{V}), isto é, a relação entre os coeficientes de calor específico com pressão e com volume constante, envolvendo transformações adiabáticas. Utilizando um balão de vidro com ar em seu interior, ajusta-se uma bolinha metálica de raio a e massa m, que veda a boca do balão. Na posição x = 0 a bolinha encontra-se em equilíbrio e o balão de vidro tem um volume V_{0} . Ao ser deslocada na vertical de sua posição de equilíbrio a bolinha move-se, executando oscilações em um movimento harmônico simples.

no title (6)

Considerando o atrito desprezível, mostre que o período de oscilação em função das variáveis do problema é dado por:

T=\frac{2}{a^{2}} \sqrt{\frac{mV_{0}}{\gamma P}}

Assunto abordado

Processos adiabáticos e forças 

[collapse]
Solução

Para resolver este problema precisamos relembrar certas propriedades de processos adiabáticos, principalmente a propriedade que em um processo adiabático a quantia  PV^{\gamma} é conservada.

Sabendo disso, vamos relacionar as características originais do sistema P e V_{0}, com as  características após uma pequena perturbação, onde V=V_{0} +\delta_{V} e P'=P+\delta_{P}. Onde as variações relativas de volume e  pressão são extremamente pequenas.

Usando que  PV^{\gamma} é conservado, temos que PV^{\gamma}=(P+\delta_{P})(V_{0} +\delta_{V})^{\gamma}, e usando a aproximação que (1+x)^{n}\approx 1+nx, obtemos que:

\frac{\delta_{P}}{P}=-\gamma\frac{\delta_{V}}{V_{0}}

Note que podemos escrever uma pequena variação de volume \delta_{V} em  função da area de secção do tubo S=\pi a^{2} e do deslocamento da bola x, como \delta_{V}=Sx=-\pi x a^{2}.

Assim, temos que \delta_{P}=\gamma\frac{\pi x a^{2}}{V_{0}}.

Agora, podemos analisar as forças que atuam na bola. Para as forças, temos o peso da bola mg, a força exercida pela pressão atmosférica P_{0}S=\pi a^{2}P_{0} e a força exercida pela pressão interna, dada por P_{Dentro}S=\pi a^{2} P'. Assim a equação de movimento é:

ma=mg+\pi a^{2}P_{0}-\pi a^{2} P_{Dentro}

Onde a representa a aceleração da bola.

Sabemos que inicialmente a bola está em repouso, em x=0. De modo que mg+\pi a^{2}P_{0}=\pi a^{2} P. Onde P representa a pressão no interior do tubo quando a bola está em x=0.

Porém, apos uma pequena perturbação, a pressão no seu interior varia levemente para P_{Dentro}=P'=P+\delta_{P}, de modo que a equação de movimento é simplificada para:

ma=-\pi a^{2}\delta_{P}=-\gamma(\pi a^{2})^{2}P\frac{x}{V_{0}}

De modo que podemos escrever a aceleração da bola, a, como a=-\gamma(\pi a^{2})^{2}P\frac{x}{m V_{0}}. Cuja equação é característica de um movimento harmônico simples de frequencia angular \omega =\pi a^{2}\sqrt{\frac{\gamma P}{mV_{0}}}.

E como o periodo é dado por T=2 \pi/\omega, temos que T=\frac{2}{a^{2}} \sqrt{\frac{mV_{0}}{\gamma P}}, como queriamos demonstrar.

[collapse]

Gabarito

Demonstração acima

[collapse]

Questão 09(exclusiva para alunos da 1ª série):

Um aluno, mistura 800 g de água a 20^{\circ}C com uma certa massa de gelo a -20^{\circ} C dentro de um recipiente com paredes adiabáticas. Diante do experimento verifica que o sistema alcançou o equilíbrio térmico a temperatura de 10^{\circ}C. Qual a massa inicial de gelo?

Assunto abordado

Calorimetria

[collapse]
Solução

Por conservação de energia, sabemos a soma de todos os calores trocados será 0. Dessa forma, como uma massa de água,m, onde m=800 g  varia \delta_{T}=10^{\circ}C de temperatura, o calor correspondente a essa troca é, Q, onde Q=m c \delta_{T}=8000cal, onde foi usado que  o calor específico da água é c=1cal/(g^{\circ}C).

Supondo que a massa de gelo seja  \mu , sabemos que para essa massa ir de -20^{\circ}C a 10^{\circ}C será preciso uma quantia de calor U, onde U=U_{1}+U_{2}+U_{3}. Onde U_{1} representa o calor utilizado para o gelo aquecer até 0^{\circ}C, que  é U_{1}=0,5*20*\mu=10\mu, onde foi usado que o calor específico do gelo é 0,5cal/(g^oC). E U_{2} representa o calor para fundir o gelo, que é U_{2}=80 \mu, já que o calor latente do gelo é  80 cal/g. E finalmente U_{3}, para aquecer a água de 0^{\circ}C até 10^{\circ}C, que será U_{3}=1*10*\mu=10\mu,onde foi usado que  o calor específico da água é c=1cal/(g^oC).

Assim,  U=U_{1}+U_{2}+U_{3}=100\mu. E como U=Q, temos que 8000=100\mu, logo \mu=80 g.

Logo, a massa inicial de gelo é 80 g.

[collapse]

Gabarito

A massa inicial de gelo é 80 g.

[collapse]

Questão 10:

Termistores são dispositivos cuja resistência varia com a temperatura. Suas aplicações envolvem circutos de segurança em motores; proteção contra a dissipação ineficiente de calor ou curtos-circuitos entre outras. Esses dispositivos precisam ser calibrados para determinar valores de temperatura e resistência. Empregando a expressão:

R=R_{0}e^{B/T}

onde R é expresso em ohms (\Omega), T em kelvin (K), R_{0} e B são constantes.

a) Qual o menor número de medidas necessárias para calibrar o termistor?

b) Supondo que essas medidas tenham sido realizadas, como seriam expressos os valores de R_{0} e B em termos das medidas assumidas?

Assunto abordado

Analise de Dados

[collapse]
Solução

a) Usando que R=R_{0}e^{B/T}, vamos aplicar o logaritmo natural nos dois lados desta expressão, obtendo que:

lnR=ln(R_{0}e^{B/T})=lnR_{0}+\frac{B}{T}

De modo que podemos isolar a quantia \frac{1}{T} como:

 \frac{1}{T}=\frac{1}{B}(lnR-lnR_{0})

Que se trata de uma função linear entre \frac{1}{T} e lnR, de modo que com apenas dois pares de medidas conseguiremos obter as constantes, ja que dois pontos definem uma reta.

b) Supondo que foram obtidas as medidas que a temperatura T_{1} a resistência é R_{1} e que a temperatura T_{2} a resistência é R_{2}. Podemos usar a expressão encontrada acima, que é lnR=ln(R_{0}e^{B/T})=lnR_{0}+\frac{B}{T}, assim obtendo o seguinte sistema de equações:

\frac{1}{T_{1}}=\frac{1}{B}(lnR_{1}-lnR_{0})

\frac{1}{T_{2}}=\frac{1}{B}(lnR_{2}-lnR_{0})

Cujas soluções são que B= \frac{ln(R_{1}/R_{2})}{1/T_{1} -1/T_{1}} e que lnR_{0}=\frac{T_{2}}{T_{2}-T_{1}}lnR_{2} -\frac{T_{1}}{T_{2}-T_{1}}lnR_{1}, que depois de certa manipulação obtemos:

R_{0}=R_{1}^{\frac{T_{1}}{T_{1}-T_{2}}}R_{2}^{\frac{T_{2}}{T_{2}-T_{1}}}

 

[collapse]

Gabarito

a) Duas medidas apenas

b) B= \frac{ln(R_{1}/R_{2})}{1/T_{1} -1/T_{1}} e R_{0}=R_{1}^{\frac{T_{1}}{T_{1}-T_{2}}}R_{2}^{\frac{T_{2}}{T_{2}-T_{1}}}

[collapse]

Questão 11:

O canal da Mancha é um braço de mar pertencente ao oceano Atlântico que separa a ilha da Grã-Bretanha do norte da França. Atualmente é uma das localidades de maior circulação de navios do mundo. Quatro rebocadores são usados para trazer um transatlântico ao cais. Para isso é feita uma manobra como ilustra a figura abaixo. Cada rebocador exerce uma força de 22500 N na direção mostrada. Determine o momento resultante em relação ao ponto O. Considere a força exercida pelo segundo rebocador na forma vetorial como sendo: F_{2} = (13,5\vec{i}-18\vec{j})kN.

no title (7)

Assunto abordado

Torque

[collapse]
Solução

Iremos assumir que os rebocadores fazem uma força que puxa o barco numa determinada direção. Assim, vamos calcular o torque que cada rebocador faz no barco e em seguida, acharemos a resultante.

Também iremos assumir que um torque que faz o barco girar no sentido horario é positivo.

Dessa forma, o torque causado pelo barco um é dado por:

\tau_{1}=22500(sin(60^0) *27-cos(60^o)*15=33750(9\sqrt{3} -5)N m

Onde foi usado que o braço da força horizontal é 15m e da vertical é 27 m.

Agora para o rebocador 2, iremos supor que \vec{i} aponta para a direita e que \vec{j} para cima, de modo que seu torque é dado por:

\tau_{2}=-(18000*30+13500*21)=-823500 N.m

Onde foi usado que o braço da força horizontal é 21m e da vertical é 30m.

Para o rebocador 3, usamos que ele apenas puxa o barco para cima com  força 22500N e braço 120m, de modo que o torque  é dado por:

\tau_{3}=-22500*120=-2700000 Nm

E Finalmente o rebocador 4, que puxa o barco para baixo com força 22500*sin(45^o) N e braço 90 m e para a esquerda com força 22500*cos(45^o) N e braço 21 m, assim seu torque é dado por:

\tau_{4}=22500*cos(45^o)*21+22500*sin(45^o)*90=1248750\sqrt{2} N.m

Assim, o torque resultante é \tau=\tau_{1}+\tau_{2}+\tau_{3}+\tau_{4} que é:

\tau\approx -1,4.10^{6} N.m

 

[collapse]

Gabarito

\tau\approx -1,4.10^{6} N.m

[collapse]

Questão 12:

Em um experimento de hidrostática foi colocado um bloco é um recipiente contendo água, e observou-se que 70% do seu volume ficou submerso. Quando este mesmo bloco é colocado em um outro recipiente contendo um líquido de densidade desconhecida, observa-se que o percentual de volume submerso é reduzido para 40%. Com esses dados determine a densidade do outro liquido.

Assunto abordado

 Hidrostática

[collapse]
Solução

Sabemos que para equilibrio na água, o empuxo tem de se igualar ao peso do bloco. Assim, se P  é o peso do bloco, temos que P=\mu V_{Submerso}g=0,7\mu Vg, onde \mu  é a densidade da  água, V seu volume e g a gravidade no local. Assim, obtemos que a quantia Vg=\frac{P}{0,7\mu}.

Quando o bloco está no líquido de densidade desconhecida, a condição de equilibrio é a mesma, P=\rho V_{Submerso}g=0,4\rho Vg. Onde neste caso \rho é a densidade do  líquido desconhecido.

Assim, como Vg=\frac{P}{0,7\mu}, encontramos que \rho=\mu \frac{0,7}{0,4}=1,75\mu.

Como a densidade da água é 1g/cm^{3}, a densidade do líquido é 1,75g/cm^{3}

[collapse]

Gabarito

 A densidade do líquido é 1,75g/cm^{3}.

[collapse]