OBF 2018 - Segunda Fase (Nível 3)

Escrita por Paulo Kitayama e Victor Almeida Ivo

Você pode acessar a prova aqui

Parte I - Questões de Resposta Direta

Questão 01:

Um banhista mergulha em uma clara manhã e, de dentro da água vislumbra o Sol numa inclinação com a vertical que estima estar em torno de 30^{\circ}. Sabendo que neste local, o Sol surge na linha do horizonte às seis horas da manhã e atinge o zênite ao meio dia, calcule que horas serão aproximadamente no local naquele momento. Considere o índice de refração da água é \frac{4}{3} e o do ar igual a 1.

Assunto abordado

Óptica Geométrica (Refração)

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Solução

Os raios solares chegam fazendo um ângulo \theta com a normal d'água, e esse ângulo muda para um \alpha ao raio transicionar para a água. Desta maneira, aplicando a lei de Snell podemos encontrar o ângulo que os raios solares de fato fazem com a vertical:

n_{1} sen(\theta)=n_{2} sen(\alpha)

sen(\theta)=\frac{4}{3} sen(\alpha)

Como \alpha=30^{\circ}, podemos usar:

sen(\theta)=\frac{4}{3}*\frac{1}{2}=\frac{2}{3}

De tal maneira que:

\theta=arcsen(\frac{2}{3})

Onde a função arcsen(x) é a inversa da função seno, i.e, arcsen(x) é o ângulo tal que o seno é x. Contudo, arcsen(\frac{2}{3}) não se encontra facilmente, e para conseguir fazer as contas sem calculadora você deve fazer aproximações. Usaremos que, vale:

sen(\alpha+\epsilon)=sen(\alpha) cos(\epsilon)+sen(\epsilon) cos(\alpha)

E escolheremos \epsilon tal que \theta=\alpha+\epsilon. Vamos assumir que \epsilon é muito pequeno, tal que cos \epsilon \approx 1 e sen \epsilon \approx \epsilon. Daí:

sen(\theta) \approx sen(\alpha)+cos(\alpha) \epsilon \approx\frac{4}{3} sen(\alpha)

Desta maneira:

\epsilon \approx \frac{1}{3} tg(\alpha)

Contudo, \epsilon desta forma está em radianos, e para transformar em graus:

\epsilon=\frac{180}{\pi} \frac{1}{3} tg(\alpha) ^{\circ}

\epsilon \approx\frac{20}{\sqrt{3}}^{\circ}

\epsilon \approx \frac{20}{1.7}^{\circ} \approx 12^{\circ}

Portanto:

\theta \approx 42^{\circ}

Também, podemos expressar o horário do dia em função do ângulo \theta:

H=12-\frac{\theta}{90}*6

Pois para \theta=0^{\circ} deve ser meio dia, e para \theta=90^{\circ} deve ser 6 h. Portanto, substituindo \theta:

H \approx 12-2,8 \approx 9,2 h \approx 9h

Onde foi usado no final a aproximação para que o resultado ficasse na casa das unidades, que é mais adequado tanto pelas aproximações tanto pelo formato do índice de refração dado que tem dois valores com um algarismo significativo sendo dividido um pelo outro. Contudo, a resposta mais adequada é a dada acima e no Gabarito, que contém tanto o valor mais preciso como o aproximado.

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Gabarito

H \approx 9,2 h \approx 9 h

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Questão 02:

Uma esfera de massa m é abandonada de uma altura h em relação ao ponto A no declive da cunha triangular de massa M=2m montada sobre rodas, conforme mostra figura abaixo. A esfera choca-se elasticamente, com a cunha no ponto A, que se encontra a uma altura \frac{h}{2} do solo (ver figura) e após a colisão é lançada horizontalmente até atingir o solo no ponto B. Desprezando os efeitos de possíveis forças de resistência existentes no sistema, determine a velocidade da esfera ao atingir o ponto B.

CunhaOBF

Assunto abordado

Energia e Colisões

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Solução

A bola colidir elasticamente com a cunha no ponto A implica que a energia do sistema é conservada durante a colisão, sendo a mesma antes e depois dela. Contudo, deve-se ter cuidado, pois a conservação da energia deve-se fazer imediatamente depois da colisão, antes da cunha colidir com a terra e passar a se mover só na horizontal, já que essa colisão pode não conservar energia. A conservação de energia e todos os passos serão feitos considerando a colisão da bola com a cunha apenas, considerando portanto o movimento da partícula e da cunha antes da colisão da cunha com o chão.  A energia cinética da bola ao chegar em A pode ser encontrada facilmente, pois está é igual ao trabalho da força gravitacional na bola até chegar em A, visto que esta parte do repouso:

W=m g \Delta H=\frac{mgh}{2}=\frac{mv_{o}^{2}}{2}

v_{o}^{2}=2 g h

Ademais, o sistema não tem quantidade de movimento na direção x, e como não há nenhuma força horizontal agindo no sistema durante esse meio tempo, visto que o chão é liso, no final essa quantidade de movimento continuará zero.Portanto, sendo v_{x} a velocidade da bola imediatamente após a colisão e V_{x} a velocidade da cunha em x imediatamente após a colisão, e sendo ambas horizontais, a conservação de quantidade de movimento do sistema na direção x implica que:

P_{x}=0=mv_{x}-MV=0

V=\frac{m v_{x}}{M}

Antes da cunha de massa M colidir com o chão, sendo o momento que estamos analisando, a quantidade de movimento na direção y que a massa m tinha inicialmente vai toda para a cunha. Portanto, para a cunha:

P_{y}=M V_{y}=m v_{o}

V_{y}=\frac{m v_{o}}{M}

Ademais, como a energia cinética do sistema se conserva, a energia cinética da bola no começo é igual à soma da energia cinética da cunha e da bola no final.

K_{sis}=\frac{m v_{o}^{2}}{2}=\frac{mv_{x}^{2}}{2}+\frac{M(V_{x}^{2}+V_{y}^{2})}{2}

v_{o}^{2}=v_{x}^{2}+\frac{M}{m} (\frac{m}{M} v_{x})^{2}+\frac{M}{m} (\frac{m v_{o}}{M})^{2}

v_{x}^{2}(1+\frac{m}{M})=v_{o}^{2}(1-\frac{m}{M})

v_{x}=v_{o} \sqrt{\frac{M-m}{M+m}}

E até atingir o ponto B, a bola estará sob efeito apenas da interação gravitacional e portanto terá sua energia mecânica conservada. Como não há força horizontal nela, ela continuará com velocidade horizontal constante e igual a v_{x}, e a velocidade que ela chega em B pode ser encontrada uma vez que se encontra a velocidade vertical da bola em B. Essa velocidade vertical encontra-se trivialmente com o teorema de Torriceli, pois a bola cairá com aceleração vertical constante g e ela parte em repouso em y, implicando que, sendo sua velocidade vertical v_{y}:

\Delta v_{y}^{2}=v_{y}^{2}-0=v_{y}^{2}=2 g \frac{h}{2}=g h

Usando pitágoras para encontrar a velocidade final total v:

v^{2}=v_{x}^{2}+v_{y}^{2}=g h+\frac{(M-m) 2 g h}{m+M}=\frac{3M-m}{M+m} gh

Usando as relações do problema:

v^{2}=\frac{5}{3} gh

v=\sqrt{\frac{5 g h}{3}}

 

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Gabarito

v=\sqrt{\frac{5 g h}{3}}

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Questão 03:

A figura mostra uma pessoa de altura h em frente a espelho plano inclinado de um ângulo \theta em relação a parede vertical. O topo da cabeça do homem está a uma distância  mínima d do plano do espelho. Qual deve ser o mínimo tamanho de espelho em que a pessoa possa ver seu corpo inteiro através do mesmo?

EspelhoOBF

Assunto abordado

Óptica Geométrica

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Solução

Para melhor visualizar o problema, gire a figura toda tal que o espelho fique vertical e o rapaz fique inclinado fazendo um ângulo \theta com a vertical. O raio de luz que sai do pé do rapaz, representado por F, deve chegar em seu olho para que ele veja a imagem de seu pé, e portanto o raio deve refletir no espelho, mudando sua trajetória, e chegar no rosto, representado por E, do rapaz. Contudo, você pode facilitar o problema, pois é equivalente a o raio refletir no espelho e chegar em E e o raio, sem deflexão, chegar na imagem de E no espelho, ou um raio saindo de E chegar na imagem A do pé no espelho. Isso é demonstrado na figura abaixo. Veja que t é o tamanho mínimo do espelho, porque apenas isso é usado pelos raios para chegar do pé à cabeça. Utilizando semelhança do triângulo ABC com o triângulo ADE, temos a equação:

Sol obf 1

\frac{h \cos{\theta}}{2d+h sen{\theta}}=\frac{h cos{\theta} - t}{d+h sen{\theta}}

hd cos{\theta}+ h^2 cos{\theta} sen{\theta}=-(2d+h sen{\theta})t+2dh cos{\theta} + h^2 cos{\theta} sen{\theta}

Que leva, portanto, ao tamanho mínimo t do espelho sendo:

t=\frac{hd \cos{\theta}}{2d+h sen{\theta}}

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Gabarito

t=\frac{hd \cos{\theta}}{2d+h \sin{\theta}}

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Questão 04:

Considere o esquema da Situação 1 onde a mola de comprimento L, constante elástica K e massa desprezível, fica sem deformação entre dois suportes de apoio. Um corpo de massa m é colocado pendente no ponto médio da mola, causando deformação na mesma de tal modo que o equilíbrio é estabelecido conforme indica a Situação 2. Determine o valor da massa m para que o sistema fique em equilíbrio na situação apresentada.

MolaOBF

Assunto abordado

Dinâmica - Força Elástica

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Solução

A constante elástica resultante de duas molas em série de constantes elásticas K_1 e K_2, sendo a força nestas igual, pode ser calculada por:

F=K_{eq}(x_{1}+x_{2})=K_{1} x_{1}=K_{2} x_{2}

K_{eq}=\frac{1}{\frac{x_{1}}{F}+\frac{x_2}{{F}}}

K_{eq}=\frac{K_{1} K_{2}}{K_{1}+K_{2}}

Na situação 1 temos uma mola somente de constante elástica K e comprimento L. Na situação 2, há equilíbrio entre o peso do bloco e a força elástica de duas molas de constante 2K, visto que a situação 1 representa estas mesmas molas em série.

Por trigonometria se encontra o novo comprimento de cada mola. Agora, por exemplo, o comprimento de uma das molas é hipotenusa de uma triângulo cujo componente de tamanho \frac{L}{2} faz ângulo de 45^{\circ} com ela. O equilíbrio de forças é representado, portanto, por:

2F_{el} \cos{45^o}=mg

2 (2K) (L \frac{\sqrt{2}}{2} - \frac{L}{2}) \frac{\sqrt{2}}{2}=mg

m= 2(1-\frac{\sqrt{2}}{2}) \frac{KL}{g}

m \approx 2(1-0,7) \frac{KL}{g}= 0,6 \frac{KL}{g}

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Gabarito

m=(2-\sqrt{2}) \frac{KL}{g} \approx 0,6 \frac{KL}{g}

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Parte II - Questões de Resposta Aberta

Questão 05:

No arranjo experimental da figura abaixo, os circuitos I e II foram montados com malhas simples, contendo os resistores R_{1} e R_{2}, uma bateria de 12 V e outra bateria B de força eletromotriz desconhecida. Na montagem do circuito I, o amperímetro, A, indicou uma corrente, I_{1} = 2 A, e, na montagem do circuito II, indicou uma corrente, I_{2} = 6 A. As resistências internas das duas baterias e do amperímetro são de valor desprezível. Qual o valor da força eletromotriz da bateria B?

CircuitosOBF

Assunto abordado

Circuitos Elétricos

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Solução

Utilizando a equação de Kirchhoff nos dois circuitos, temos a situação em que V_B data-recalc-dims=12V" /> e V_B<12V.

No primeiro caso, as equações mostram que:

12-V_{B}=(R_{1}+R_{2})*2A e 12+V_{B}=(R_{1}+R_{2})*6A

12-V_{B}=\frac{1}{3} (12+V_{B})

8=\frac{4}{3} V_{B}

V_B=6 V

No segundo caso,

V_{B}-12=(R_{1}+R_{2})*2A e V_{B}+12=(R_{1}+R_{2})*6A

V_{B}-12=\frac{1}{3} (V_{B}+12)

\frac{2}{3} V_{B}=16

V_{B}=24 V \approx 2*10^{1} V

Onde a aproximação final foi feita pelo fato das operações serem limitadas devido às correntes terem apenas um algarismo significativo, implicando que o resultado de produtos ou divisões que a envolvam também devem o ter. Contudo, provavelmente o autor da questão não percebeu as implicações da falta de dígitos, e aceitariam respostas de dois dígitos como 24 V. Ainda assim, é bom colocar a resposta no formato acima, mesmo do Gabarito, pois esta engloba a resposta exata e a aproximação dos algarismos significativos.

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Gabarito

V_{B}=6V ou V_{B}=24V \approx 2*10^{1} V

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Questão 06:

Um motorista desliga o motor do seu carro, mas por esquecimento, deixa as luzes das lanternas dianteiras e traseiras acesas durante 2 minutos. A potência da lâmpada de cada lanterna é de 10 W e a tensão na bateria permanece constante e igual a 12 V. Ao ligar o motor, a bateria é recarregada pela corrente gerada pelo alternador. Considere que esta corrente permanece constante e igual a 30 A e a tensão na bateria não se altera. Nestas condições:

a) Quanto tempo é necessário para repor a carga perdida pela bateria, considerando que as lanternas estão desligadas?

b) Quanto tempo é necessário para repor a carga perdida pela bateria considerando que as lanternas permanecem acesas e que todos os elementos do circuito estão associados em paralelo ao alternador

Assunto abordado

Circuitos Elétricos

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Solução

a) O tempo necessário pode ser calculado igualando a energia dissipada por todas as 4 lanternas à energia ganha de novo pela bateria. A potência dada à bateria é, dada uma tensão U sobre ela e uma corrente I passando sobre ela P=U I. Logo:

U I \Delta t=4 (10W)(2*60 s)

12V*30A*\Delta t=4 (10W)(2*60 s)

\Delta t \approx 13 s \approx 1*10^{1} s

Onde a aproximação para 1*10^{1} s seria feita porque foi dado o tempo de trabalho das luzes como sendo 2 min, que é um número com apenas um algarismo significativo e que faz, portanto, qualquer multiplicação com ele ter como resultado um número de apenas um algarismo significativo. Contudo, provavelmente isso não foi o que o autor da questão pensou, e o mais adequado é colocar a resposta no formato acima, que é o mesmo da dada pelo Gabarito. A primeira parte da igualdade tem um número de dois algarismos significativos, porque essa seria a quantidade de algarismos da resposta caso o tempo não fosse dado com apenas um significativo.

b) A mesma igualdade anterior pode ser obtida, porém a potência das lanternas deve ser subtraída, pois elas estão drenando parte da energia que seria fornecida pela bateria:

[(12V)(30A) ? 4(10W)] \Delta t=4 (10W)(2*60*s)

(360-40) \Delta t=4800

\Delta t= 15s \approx 1*10^{1} s

Como no item a, a aproximação para 1*10^{1} s foi feita porque foi dado o tempo de trabalho das luzes como sendo 2 min, que é um número com apenas um algarismo significativo e que faz, portanto, qualquer multiplicação com ele ter como resultado um número de apenas um algarismo significativo. Contudo, provavelmente isso não foi o que o autor da questão pensou, e o mais adequado é colocar a resposta no formato acima, que é o mesmo da dada pelo Gabarito. A primeira parte da igualdade tem um número de dois algarismos, porque essa seria a quantidade de algarismos da resposta caso o tempo não fosse dado com apenas um significativo.

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Gabarito

a) \Delta t \approx 13 s \approx 1*10^{1} s

b) \Delta t= 15s \approx 1*10^{1} s

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Questão 07:

A variação de campo magnético pode gerar uma corrente elétrica. A comprovação dessa proposição foi feita pelo físico e químico inglês Michael Faraday. Com um pedaço do fio é construída uma espira circular plana, ligada a um amperímetro e submetida a uma variação de fluxo magnético através do movimento de um imã, como mostrado na figura.

InduçãoOBF

O imã, inicialmente mantido a certa distância da espira, ao ser aproximado com o seu polo norte incidindo perpendicularmente ao centro da espira, estabelece uma variação de fluxo magnético igual a 6,0 \times 10^{-2} Wb num curto intervalo de tempo de 2,0 \times 10^{-1} s.

a) Determine o valor da força eletromotriz induzida na espira.

b) Calcule o valor da corrente induzida, indicada pelo amperímetro, sabendo que a resistência da espira é igual a 0,5 \Omega .

Assunto abordado

 Indução Eletromagnética

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Solução

a) Essa é uma clássica questão de Lei de Faraday. Essa Lei diz que a tensão induzinda em um loop, i.e, a força eletromotriz gerada por uma volta nesse loop, é igual, em módulo, à taxa de variação temporal do fluxo magnético dentro desse loop. Dessa maneira:

|\varepsilon_{ind}|=|\frac{\Delta \Phi}{\Delta t}|

|\varepsilon_{ind}|=|\frac{6,0*10^{-2}}{2,0*10^{-1}}|

|\varepsilon_{ind}|=0,30 V

Onde a resposta tem dois algarismos significativos porque todos termos no produto que a gerou tem esse número de significativos

b) Para que o loop esteja em equilíbrio, então deve valer que a tensão induzida entre dois pontos fornece energia a uma carga acelerada de tal que maneira que a dissipação de energia que ocorre nesse movimento é igual, em módulo, à energia ganha pela partícula devido à tensão induzida. Isto é equivalente a dizer que a tensão induzida fornecida é compensada por uma queda de tensão r i entre esses pontos, sendo r a resistência entre eles e i a corrente. Desta maneira, em uma volta no loop, a queda de tensão devido à resistência percorrida por corrente deve compensar a tensão induzida no loop:

\varepsilon_{ind}=R*I \Leftrightarrow I=\frac{\varepsilon_{ind}}{R}

I=\frac{0,30 V}{0,5 \Omega}=0,6 A

Onde a resposta tem um digito significativo porque o termo com menos significativos na divisão, 0,5 \Omega, tem um significativo.

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Gabarito

a) \varepsilon_{ind}=0,30 V

b) I=0,6 A

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Questão 08:

De acordo com a teoria da relatividade, a energia relativística pode se relacionar com a massa m da partícula em repouso e com o quadrado da velocidade da luz no vácuo c. Estime, em toneladas, a massa de gelo a 0^{\circ} que poderíamos fundir com a energia relativística de 1 g de areia.

Assunto abordado

Relatividade e Calorimetria

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Solução

A energia de repouso, i.e, energia que uma massa tem só por existir é igual a mc^{2}. Portanto, a massa de gelo é obtida igualando a energia de repouso da areia à energia usada para derreter uma massa m_{gelo} de gelo.

m_{areia} c^{2}=m_{gelo} L

(1 \times 10^{-3} kg)(9 \times 10^{16} \frac{m^2}{s^2})=m_{gelo} (80 \times 10^{3} \frac{cal}{kg}) (4 \frac{J}{cal})

m_{gelo}=2.81 \times 10^8 kg

m_{gelo}=2.81 \times 10^{5} ton \approx 3*10^{5}

Onde a aproximação foi feita porque o número com menor algarismo significativo na multiplicação tinha um significativo, o 1 g de areia.

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Gabarito

m_{gelo}=2.81 \times 10^{5} ton \approx 3 \times 10^{5}

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