Escrito por Wesley Andrade, Wanderson Patricio, Matheus Felipe R. Borges e Rafael Ribeiro
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Questão 01
Conceitos de potência
Primeiro, devemos calcular a quantidade total de energia produzida:
Etot=0,7⋅400⋅106Js⋅8⋅3600s=8,064⋅1012J
No entanto, 60% dessa energia não é consumida e deve, portanto, ser armazenada pelo UHR, isto é, EUHR=4,8384⋅1012J. Assim, como o desnível é h=500m, temos que
EUHR=mgh⇒m=9,6768⋅108kg⇒V=967680m3
V=967680m3
Questão 02
Leis de Kepler e Gravitação
a) Pela Terceira Lei de Kepler, temos:
T2R3=constante
T2AR3A=T2BR3B
R3BR3A=T2BT2A
R3BR3A=(8TA)2T2A=82=26
Tirando a raiz cúbica dos dois lados, obtemos que:
RBRA=4
b)
Primeiramente calculemos a força exercida pelo planeta na lua B. A Lei da Gravitação Universal de Newton diz que:
FBP=mBmPGR2B=mBmPG16R2A
Pelo esquema acima, vemos que a distância de máxima aproximação entre os dois planetas vale rmin=RB−RA=3RA. Logo, a força máxima entre esses dois corpos é:
fBA,max=mAmBGr2=mAmBG9R2A
Desse modo, a razão requerida é dada por:
fBA,maxFBP=mAmBG9R2A⋅16R2AmBmPG
fBA,maxFBP=16mA9mP=16⋅6mB9⋅1000mB
fBA,maxFBP=969000
fBA,maxFBP=4375≈1,067⋅10−2
a) RBRA=4
b) fBA,maxFBP=4375≈1,067⋅10−2
Questão 03
Cinemática
Primeiramente vamos destacar alguns trechos do enunciado.
"O skatista, termina a sua manobra “aterrissando” no mesmo ponto da prancha do skate de onde pulou."
"[..] o skate se move com velocidade →V0 constante de módulo 2 m/s"
Essas passagens sugerem que a velocidade horizontal do skatista não muda quando ele pula e tem módulo 2m/s.
"Em determinado instante, ele dá um pulo vertical e passa por cima da haste, quase tocando-a [...]"
"[...]a altura da haste horizontal em relação à prancha de skate é de 30 cm[...]"
Modelando o salto do skatista como um lançamento de uma partícula, a altura máxima desse lançamento mede 30cm
Figura 1: Lançamento do skatista
Conseguimos encontrar a velocidade vertical do skatista na hora do salto utilizando a equação de Torricelli para o movimento vertical
0=V2y−2ghmax
Vy=√2ghmax
Vy=√6m/s=√2×√3m/s=1,4×1,7m/s
Vy=2,38m/s
O tempo que o skatista demora para percorrer a distância do ponto de laçamento à haste, chamado de x na figura, é
t=Vyg
t=0,238s
Portanto
x=V0×t
x=47,6cm
Essa é a resposta do item a). A velocidade resultante quando a partícula é ejetada é
V=√V20+V2y
V=√(4+6)m/s=√10m/s=√2×√5m/s=1,4×2,2m/s
V=3,08m/s
Essa é a resposta do item b).
a)
x=47,6cm
b)
V=3,08m/s
Questão 04
Noções de geometria espacial / Cálculo de volume
a) O volume inicial é o volume de um paralelepípedo de água:
Vo=c⋅l⋅h
Vo=32⋅100⋅4,25
Vo=13600m3
b) Considerando como t=0 o momento em que a ponta do barco entra na ponte, e como momento final o instante em que a traseira do barco sai da ponte, temos:
v=ΔSΔt
2=100+40Δt
Δt=70s
c) Considere que em um certo instante t, um volume Vbarco da carcaça do barco está imerso na água da ponte, e há um volume V(t) de água na ponte.
Pela conservação do volume:
Vbarco+V(t)=Vo
V(t)−Vo=−Vbarco
ΔV(t)=−Vbarco
Vamos calcular como o volume do barco imerso na água varia com o tempo.
I) A traseira da barcaça ainda não entrou na ponte:
Como a traseira ainda não entrou, o tempo deve ser menor que o tempo de entrada do barco.
t<40m2m/s
t<20s
Seja x o comprimento do barco que está dentro da ponte.
x=v⋅t→x=2t
O volume do barco será portanto:
Vbarco=3⋅8⋅x
Vbarco=48t
Logo:
ΔV(t)=−48t;0≤t<20s
II) Todo o barco está dentro da ponte:
Para calcular o volume do barco após entrar totalmente, basta aplicarmos x=40m na equação do item I).
Vbarco=3⋅8⋅40
Vbarco=960m3
Quanto tempo o barco passará dentro da ponte?
Como o barco tem 40m de comprimento e a ponte 100m, temos:
Δt=100−402
Δt=30s
Dessa forma ele estará do instante t=20s até o instante t=50s completamente dentro da ponte.
ΔV(t)=−960m3;20s≤t≤50s
III) A ponta da barcaça já saiu da ponte:
Essa situação se manterá até o momento t=70s (já calculado anteriormente).
Como o barco se move com velocidade constante, o comprimento do barco na ponte é descrito por uma função linear.
x=A+Bt
Em t=50s o comprimento é 40m, e em t=70s o barco saiu completamente.
{40=A+50B0=A+70B
Chegamos portanto a:
x=140−2t
Logo o volume do barco nesses momentos será:
Vbarco=3⋅8⋅(140−2t)
Vbarco=3360−48t
Portanto, a nossa variação será:
ΔV(t)=−3360+48t;50s<t≤70s
Organizando essas três regiões da nossa função chegamos a:
ΔV(t)={−48tse0≤t<20−960se20≤t≤50−3360+48tse50<t≤70
Plotando em um gráfico:
A área no gráfico é o mesmo que o de um trapézio, porém seu sinal será negativo, visto que todos os valores estão abaixo do eixo das abscissas.
A=−960(30+70)2
A=−48000m3⋅s
Portanto, o valor médio será:
ΔVmed=A70
ΔVmed=−48007m3≈−685,7m3
a)
Vo=13600m3
b)
Δt=70s
c)
ΔVmed=−48007m3≈−685,7m3
Questão 05
Trocas de calor
Para calcular a temperatura final do sistema podemos usar a conservação da energia, ou seja, a soma do calor recebido pela lata QL e do calor recebido pelo vapor de água que condensou QV é 0.
∑Q=0
QL+QV=0
O calor da lata pode ser calculado da seguinte forma:
QL=maguacaguaΔT+malumcalumΔT
QL=maguacagua(Tf−2)+malumcalum(Tf−2)
QL=350(Tf−2)+15×0,22(Tf−2)=353,3(Tf−2)
O calor específico da água e do alumínio são encontrados no início da prova. O vapor de água variará sua temperatura de 20∘ até Tf e cederá calor para condensar, no início da prova é dado o calor latente de condensação da água a 0∘C, porém como Tf não é muito distante de 0∘C podemos usar esse valor de calor latente para resolver a questão. (O calor específico do vapor de água é dado no início da prova cV=0,5Cal/g∘C)
QV=mVcVΔT−mVL
QV=mVcV(Tf−20)−mVL
QV=4×0,5(Tf−20)−4×600=2(Tf−20)−2400
Portanto
QL+QV=0
353,3(Tf−2)+2(Tf−20)−2400=0
355,3Tf=3014,6
Tf=8,86∘C
Tf=8,86∘C
Questão 06
Equilíbrio dos corpos pontuais
Inicialmente, antes de começarmos nossa solução propriamente dita, podemos perceber que pela simetria do nosso sistema, como em todos os itens mA=mB, em todos os itens:
θA=θB=θ e θCA=θCB=α
Consideremos portanto:
mA=mB=M e mc=m
Também devido a simetria:
TA=TB=T2 e TCA=TCB=T1
Representando mais simplificadamente nosso sistema:
I) Como as argolas superiores estão fixas, o tamanho D é constante.
D=Lsinα+Lsinθ+Lsinθ+Lsinα
D=2L(sinα+sinθ)=cte
Portanto:
sinα+sinθ=cte
No item a) vemos que: θ=30∘ e α=60∘
Logo:
sinα+sinθ=√3+12 (EQ 01)
Vamos deixar esse resultado guardado por enquanto.
Agora podemos começar a nossa solução:
a) Equilibrando a força em x na argola B:
T2sinθ=T1sinα
T1T2=sinθsinα (EQ 02)
Aplicando os valores do enunciado:
T1T2=12√32
T1T2=√33≈0,57
b) Equlibrando a força em y em C:
2T1cosα=mg
T1cosα=mg2 (EQ 03)
Equilibrando a força em y em B:
T2cosθ=T1cosα+Mg
T2cosθ=(m+2M)g2 (EQ 04)
Podemos organizar as equações de 01 a 04 no sistema:
{sinα+sinθ=√3+12T1T2=sinθsinαT1cosα=mg2T2cosθ=(m+2M)g2
Dividindo a EQ 03 pela EQ 04:
T1T2⋅cosαcosθ=mm+2M
tanθtanα=mm+2M
para simplificação de cálculos, tomemos as notações:
mm+2M=a e √3+12=b
reescrevendo o sistema:
{tanθ=a⋅tanαsinθ+sinα=b
Como estamos trablhando no intervalo (0,90∘):
tanθ,tanα>0
Logo:
sinθ=a⋅tanα√1+a2tan2α
Portanto:
sinα+a⋅tanα√1+a2tan2α=b
sinα+a⋅sinα√1−(1−a2)sin2α=b (EQ 05)
Através da equação encontrada logo acima, é possível encontrar o valor de sinα para qualquer valor de m e M.
Como neste item é dito que M>>m:
a=mm+2M
→a→0
Se aplicarmos a=0 na equação 05, encontramos:
sinα=√3+12>1
Esse resultado é incoerente para a realidade. Logo, a única solução deve ser α→90∘, visto que:
limα→π2−tanα=+∞
E ao multiplicarmos por a, que tende a 0, é possível achar um valor possível para a nossa equação.
α=90∘
Aplicando esse valor na equação 01:
sinθ=√3−12
cosθ=√√32
Aplicando na equação 04:
T2≈Mg⋅√2√3
Aplicando esse valor na equação 02:
T1=√3−1√2√3⋅Mg
Como o valor de M não é dado pelo enunciado, não é possível encontrar uma solução.
c) Como M<<m:
a=mm+2M≈1
Aplicando esse valor na equação 05:
sinα+1⋅sinα√1−(1−12)sin2α=√3+12
sinα=√3+14
→cosα=√12−2√34
Aplicando na equação 03:
T1=mg⋅2√12−2√3
Aplicando valores encontramos:
T1≈6,85N
a)
T1T2=√33≈0,57
b)
Não é possível encontrar o valor de T1 (ver solução)
c)
T1≈6,85N
Questão 07
Equilíbrio do corpo extenso
a) Inicialmente, vejamos a relação entre as forças nas pernas da mesa. Sendo FA, FB e FC as forças de contato das pernas A, e C com o chão, respectivamente.
I) Torque em relação a diagonal AC:
τac=0
(FB−mpernag)⋅L√22=0
FB=mpernag
II) Torque em relação a diagonal BD:
τbd=0
(FA−mpernag)⋅L√22−(FC−mpernag)⋅L√22=0
FA=FC
Equilibrando as forças na vertical:
FA+FB+FC=3mpernag+mmesag+mgarrafag
Substituindo o valor de força da perna B, temos:
2FA=(3+2+1)⋅10
FA=30N
b) Perceba que pela simetria se o peso for posto em qualquer ponto da diagonal AC o tampo não rotacionará.
Logo, basta apoiar em cima do canto A ou do canto C.
x=diagonal2=12l√2
x=84cm
a)
FA=30N
b)
xmax=84cm
Questão 08
Cinemática
a)A distância percorrida pelo avião B pode ser determinada multiplicando o tempo de voo, 6 minutos como dito no enunciado, pela velocidade, 900km/h.
d=(900km/h)×(660h)
d=90km
b)A figura a baixo mostra o caminho percorrido pelos aviões, os pontos F e E mostram, respectivamente, as posições finais de A e B e o caminho em vermelho mostra a trajetória de B.
Figura 2: Trajetória dos aviões
Vamos definir as posições dos aviões em um plano cartesiano, para facilitar os cálculos. A posição inicial de A será considerara a origem (0,0), como B está inicialmente na direção no nordeste a reta AB faz 45∘ com a horizontal, então a posição inicial de B é (30√2,30√2). A posição final de A pode ser facilmente determinada, dado que o movimento de A é para o norte. A distância percorrida por A em 6 minutos é
AF=(450km/h)×(660h)
AF=45km
Então posição final de A é dado por (0,45) (posição do ponto F). Em cada um dos trechos, BC, CD, DE, o avião B passa o mesmo tempo, 2 minutos, ou seja, cada um mede 30km,
d=(900km/h)×(260h)
d=30km
Sendo BC na direção vertical, DE na direção horizontal e CD faz 45∘ com a horizontal (pois ele anda na direção sudoeste), conseguimos assim determinar a posição final de B
Figura 3: Distancias percorridas por B
Como mostra a figura a cima, B percorre a mesma distância horizontal e vertical, (30+15√2)km, então sua posição final é
xB−xE=(30+15√2)
xE−30√2=−(30+15√2)
xE=15√2−30
Analogamente
yE=15√2−30
Conclui-se que a posição do ponto E é (15√2−30,15√2−30), Portanto podemos calcular a distância final entre A e B da seguente forma:
d=√(xF−xE)2+(yF−yE)2
d=√(30−15√2)2+(75−15√2)2km
d=√7425−3150√2km≃√7425−3150×1,4km=√3015km
Podemos fazer o calculo aproximado de √3015 da seguinte forma
√3025−10=√552−10=55√1−10552
Perceba que 10552<<1, então vale a aproximação: (1+x)n≃(1+nx) se |x|<<1
d=55(1−10552)12km≃55(1−5552)km
d=55−555km=(55−111)km
d=54,9km
a)
d=90km
b)
d=54,9km