Terceira Fase (Nível 1)

Escrito por Akira Ito, Gabriel Hemétrio, Lucas Tavares, Nathalia Seino, Vitória Bezerra Nunes, Matheus Felipe R. Borges e Ualype Uchôa

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Questão 1.

João e Pedro se exercitam em uma trilha circular de 1000\;\rm{m} de comprimento que tem marcos laterais a cada 200\;\rm{m}. Ambos partem do marco inicial (0\;\rm{m}; 1000\;\rm{m}) e correm no mesmo sentido, mas João começa a correr 2,00\;\rm{minutos} após Pedro. João e Pedro correm com velocidades escalares médias (rapidez média) de, respectivamente, 4,00\;\rm{m/s} e 3,00\;\rm{m/s}. Quando eles se cruzam pela primeira vez, que distância eles ainda tem que percorrer, em metros, para completar a volta?

Assunto Abordado

Cinemática: Movimento Circular e Uniforme

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Solução

Para estudar o problema com calma e garantir que tudo fique claro, vamos usar o diagrama abaixo. A bolinha vermelha representa Pedro, e a azul, João. Inicialmente, temos a situação ilustrada abaixo:

Podemos dividir a análise do problema em 3 partes. A primera é quando Pedro corre por 2 minutos, isto é, até t_1=120\,\rm{s} enquanto João está parado.

Nesse tempo, podemos calcular o deslocamento de Pedro usando a fórmula de distância percorrida:

 v=\dfrac{\Delta S}{\Delta t}

 \Delta S = 3\cdot 120

\Delta S =360\,\rm{m}

Agora, na próxima etapa, João começa a correr atrás de Pedro. Note que, a cada segundo que passa, Pedro anda 3\,\rm{m} e João anda 4\,\rm{m}, ou seja, eles se aproximam a uma taxa de 1\,\rm{m/s} (velocidade relativa). Assim, para compensar a distância inicial de 360\,\rm{m}, serão necessários 360\,\rm{s}:

Note que, nesse tempo, João percorre uma distância:

\Delta S_J = 4\cdot360=1440\,\rm{m}

Ou seja, dá uma volta completa e ainda percorre 440\,\rm{m} adicionais. Na figura, não foi ilustrada essa volta completa para não sobrecarregar o desenho.

Por fim, para terminar a volta, basta fazer a diferença:

 \Delta S_{volta} = 1000-440\,\rm{m}

 \boxed{ \Delta S_{volta} = 560\,\rm{m}}

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Gabarito

 \boxed{ \Delta S_{volta} = 560\,\rm{m}}

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Questão 2.

Uma pessoa puxa um caixote inicialmente em repouso que pesa 500\;\rm{N} em um plano de inclinação \theta = 30^\circ. Ele aplica uma força F no caixote que faz um ângulo de \alpha com a vertical, veja a figura. (a) Caso \alpha = 30^\circ e |\vec{F} | = 300\;\rm{N}, determine a aceleração a do caixote (adote a convenção a > 0 \longleftrightarrow aceleração para cima ao longo do plano rampa). (b) Determine o ângulo \alpha para o qual a pessoa consegue manter o caixote em equilíbrio estático com uma força \vec{F} de intensidade mínima F_{min}. (c) Determine a intensidade mínima F_{min}.

Assunto abordado

Dinâmica/Estática

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Solução

(a) Acompanhe o diagrama de corpo livre para o bloco:

Pela Segunda Lei de Newton na direção do plano, temos:

F(\cos{{90^{\circ}} - (\alpha + \theta)}) - mg\sin{\theta} = ma

300\cos{30^{\circ}} - 500\sin{30^{\circ}} = 50a

\boxed{ a=0,1\; m/{s}{^2}}

(b) Para este item, iremos propor duas soluções: uma algébrica, e outra envolvendo a visualização geométrica do problema.

  • Solução 1 (Algébrica):

Na situação de equilíbrio, tem-se que:

F\cos{(90^{\circ} - (\alpha + \theta))}= mg\sin{\theta}

F\cos{(90^{\circ} - (\alpha + \theta))} = mg\sin{30^{\circ}}

F = \dfrac{mg}{2 \sin{(\alpha +\theta)}}

Para que F seja minimizado, o denominador - e portanto \sin{(\alpha + \theta)} - precisa ser maximizado. Isso ocorre quando o seno vale  1, situação em que:

\alpha_{min} + \theta=90^{\circ}

Assim:

\boxed{\alpha_{min} = 60^\circ}

  • Solução 2 (Geométrica):

Outra forma de resolver o item é trabalhar com a visualização geométrica das forças na forma vetorial. Como o corpo está em equilíbrio, \vec{F}+m\vec{g}+\vec{N}=\vec{0}, e portanto os vetores formam um triângulo. Como as direções e sentidos dos vetores de \vec{mg} e \vec{N} já são determinados, desenhamos as possíveis direções da força aplicada.

Perceba que o módulo de \vec{F} será minimizado quando a extensão do vetor coincidir com o tamanho mínimo entre as extremidades dos vetores \vec{N} e m\vec{g}. Parafraseando, teremos \vec{F_{min}} quando \vec{F} for perpendicular à \vec{N}, conforme mostra a figura acima.

Dessa forma, no triângulo de forças mostrado, vale que:

\alpha_{min}+\theta=90^{\circ}

\alpha_{min}=60^{\circ}

(c) De qualquer um dos dois métodos acima, obtemos que:

F_{min} = \dfrac{mg}{2 \sin{(\alpha_{min} +\theta)}}=mg\sin{\theta}=\dfrac{mg}{2}

Portanto:

\boxed{F_{min} = 250\;\rm{N}}

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Gabarito

(a) \boxed{a = 0,1\; \rm{m/s^2}}

(b) \boxed{\alpha_{min} = 60^\circ}

(c) \boxed{F_{min} = 250\;\rm{N}}

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Questão 3.

A figura compara os espelhos primários dos telescópios espaciais JWST (sigla em inglês para James Webb Space Telescope) e do Hubble. O espelho primário do JWST é formado por 18 espelhos hexagonais de lado L = 66 \; \rm{cm} e o Hubble é formado por, aproximadamente, uma coroa circular de raio externo R = 120 \; \rm{cm} e raio interno r = 40 \; \rm{cm}. Considere que o JWST e o Hubble apontam para o mesmo corpo celeste. Sejam, respectivamente, P_W e P_H, as taxas de energia luminosas por segundo incidente sobre os telescópios JWST e Hubble. Determine a razão P_W/P_H.

Assunto abordado

Conceitos de Óptica e Geometria

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Solução

Como ambos os telescópios apontam para o mesmo corpo celeste, a taxa de energia luminosa por segundo por área (a intensidade I) será a mesma detectada por ambos os telescópios. O JWST, no entanto, captará mais energia por segundo do que o Hubble devido ao seu espelho primário, que possui área maior. Sendo P a energia luminosa por segundo (potência) captada, temos P=IA.  Logo, chamando de P_H e P_W as potências incidentes no Hubble e no JWST respectivamente, vale:

\dfrac{P_W}{P_H} = \dfrac{IA_W}{IA_H} = \dfrac{A_W}{A_H}

Agora, basta calcular a área dos espelhos primários de ambos os telescópios. O JWST é formado por 18 espelhos hexagonais, então:

A_W = 18 \dfrac{6L^2 \sin{60^{\circ}}}{2} = 27L^2\sqrt{3} \approx 200000 \;\rm{cm^2}

Para o Hubble, a área do espelho primário será a de uma coroa circular:

A_H = \pi (R^2-r^2) \approx 38400 \; \rm{cm^2}

Logo, teremos que:

\dfrac{P_W}{P_H} =\dfrac{ 200000}{38400}

\boxed{\dfrac{P_W}{P_H} = \dfrac{ 27L^2\sqrt{3}}{ \pi (R^2-r^2) } \approx 5,2}

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Resposta

\boxed{\dfrac{P_W}{P_H} =\dfrac{ 27L^2\sqrt{3}}{ \pi (R^2-r^2) } \approx 5,2}

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Questão 4.

Uma criança lança obliquamente uma bola em um trecho de uma pista de skate que é aproximadamente um plano inclinado de altura H = 1,60 \; \rm{m} e a largura L = 4,00 \; \rm{m}. Inicialmente a bola está no ponto A situado na base do plano inclinado a uma distância horizontal d = 4,00 \; \rm{m} do ponto C da lateral da pista (veja figura). Qual o menor valor da rapidez inicial v_0 e do ângulo de lançamento \theta para que a bola atinja o ponto B localizado no topo da pista? Desconsidere a ação de forças dissipativas.

 

Assunto abordado

Cinemática: Lançamento Oblíquo

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Solução

Vamos dividir o nosso sistema de coordenadas ao longo do plano. Passando pelos pontos A e C, temos o eixo x, e passando por C e B temos o eixo y. Vamos também definir como \alpha o ângulo que o plano inclinado faz com a horizontal. Pelos dados do enunciado, \sin{\alpha} = H/L.

Primeiramente, pela equação de Torricelli em y, temos:

v_y^2=v_{0_y}^2+2a_y y

Note que a aceleração neste eixo é a componente tangencial da gravidade (a_y=-g\sin{\alpha}). Para que a velocidade de lançamento seja mínima, a bola deverá chegar ao ponto B com velocidade nula em y, i.e.  v_y(L)=0. Logo:

v_y^2 = v_0^2 \sin^2{\theta} - 2g\sin{\alpha} L = 0

Para encontrar a velocidade de lançamento, usamos a equação horária da velocidade em y:

v_y = v_0\sin{\theta} - g\sin{\alpha} t

v_0sen\theta = g\sin{\alpha} t_s

 t_s = \dfrac{v_0\sin{\theta}}{g\sin{\alpha}}

Em que t_s é o tempo de subida da bola até B. Durante esse mesmo intervalo de tempo, ela irá percorrer a distância d no eixo x. Portanto, para o movimento uniforme da bola em x:

d = v_0\cos{\theta} t_s

d = \dfrac{v_0^2\sin{\theta} \cos{\theta}}{g\sin{\alpha}}

v_0 = \sqrt{\dfrac{gd \sin{\alpha}}{\sin{\theta} \cos{\theta}}}

Substituindo na equação de Torricelli:

gd \sin{\alpha} \tan{\theta} = 2gL \sin{\alpha}

Daí, extraímos a função trigonométrica que caracteriza o ângulo de lançamento:

\boxed{\tan{\theta} = \dfrac{2L}{d}=2}

Agora, resta-nos substituir os valores numéricos. Para calcular o seno e cosseno de \theta, usamos o triângulo abaixo:

De onde obtemos \sin{\theta}=2/\sqrt{5} e \cos{\theta}=1/\sqrt{5}. Então:

v_0 = \sqrt{\dfrac{gd \sin{\alpha}}{\sin{\theta} \cos{\theta}}}=\sqrt{\dfrac{5gdH}{2L}}

v_0 = \sqrt{40}\;m/s = 2\sqrt{10}\;\rm{m/s}

Usando \sqrt{10}=\sqrt{5} \cdot \sqrt{2} e \sqrt{2}=1,4, \sqrt{5}=2,2 da capa da prova, temos por fim:

\boxed{v_0 \approx 6,16 \; \rm{m/s}}

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Resposta

\boxed{\tan{\theta} =\dfrac{2L}{d} =2}

\boxed{v_0 =\sqrt{\dfrac{5gdH}{2L}}=2\sqrt{10}\;\rm{m/s} \approx 6,16 \; \rm{m/s}}

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Questão 5.

A figura, na qual h=20,0\;\rm{cm}, mostra esquematicamente um relógio de água (clepsidra) cujo funcionamento é análogo ao de uma ampulheta (relógio de areia). A massa total da clepsidra é de M = 800\;\rm{g} dos quais 600\;\rm{g} correspondem à massa de água em seu interior. A clepsidra tem uma pequena válvula que, quando aberta, libera uma gota de água de massa m_0 = 1,00\;\rm{g} a cada 0,03\;\rm{s}. A clepsidra está sobre uma balança de precisão apoiada em uma mesa horizontal. Inicialmente a água está toda na parte de cima. No instante t = 0 a válvula da clepsidra é aberta. Considere que as gotas entram imediatamente em repouso ao atingir a base e não respingam. Considere ainda que a área da base da clepsidra é muito maior que a do topo. Determine (a) o instante t = t_1 em que a primeira gota atinge a base da clepsidra e (b) o instante t_f no qual a última gota atingiu a parte de baixo da clepsidra. Seja M(t) o valor da leitura na balança no instante t. (c) Faça um gráfico de \Delta M(t) = M(t)- M(0), em função de t desde o instante em que a válvula é aberta até o instante t_f.

Assunto abordado

Dinâmica: Sistemas de Massa Variável

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Solução

(a) Ao sair da parte de cima, a água cai em queda livre. Sendo assim, o instante t_1 será o tempo de queda de uma altura h:

\boxed{t_1=\sqrt{\dfrac{2h}{g}} = 0,2 \;\rm{s}}

(b) Seja t_2 o momento em que a última gota abandona a parte de cima da clepsidra. Esse instante corresponde ao intervalo de tempo necessário para que o compartimento superior do equipamento torne-se vazio. Conforme o enunciado, uma gota de massa m_0 abandona a parte de cima a cada intervalo de tempo t_0; daí, definimos a vazão de massa da água como:

\mu \equiv \dfrac{\Delta m}{\Delta t}=\dfrac{m_0}{t_0}=\dfrac{100}{3}\;\rm{g/s}

Chamando de m=600\;\rm{g} a massa total de água, t_2 será então dado por:

t_2=\dfrac{m}{\mu}=18\;\rm{s}

Daí, para encontrar t_f, somamos ao tempo necessário para a gota cair até a parte de baixo (encontrado no item anterior):

t_f=t_2+t_1

\boxed{t_f=18,2\;\rm{s}}

(c) Primeiramente, note que, como t_2>t_1, no momento em que a água atinge a parte de baixo pela primeira vez, o compartimento superior ainda não esvaziou. Sendo assim, podemos visualizar a evolução temporal do nosso sistema em quatro etapas distintas. Acompanhe o esquema a seguir:

Lembre que definimos \boxed{t_2 \equiv t_f-t_1}, do item passado. Em cada etapa, encontraremos a função \Delta M (t)=M(t)-M(0), e então a usaremos para traçar o gráfico requerido.

Etapa 1: 0<t<t_1

Nessa etapa, a primeira gota de água ainda não atingiu a parte de baixo da clepsidra. Pelo fato de a coluna de água em queda estar aumentando de tamanho, a leitura da balança será decrescente, uma vez que o peso da coluna de água não será contabilizado, já que ela não exerce força em outras partes do equipamento por estar suspensa no ar. A etapa dura até t_1 já que esse é o momento em que a água toca a base pela primeira vez.

Chamando de N a força normal que a clepsidra exerce na balança, temos, pelo equilíbrio estático:

N=M(t)g=Mg-\mu t g

Em que \mu t é a massa de água liberada até o instante t. A leitura M(t) relaciona se com N por meio de  N=M(t)g. Como M(0)=M, temos:

M(t)=M-\mu t

Logo:

\boxed{\Delta M(t)=-\mu t} para \boxed{0<t<t_1}

Etapa 2: t_1<t<t_2

Aqui, a análise se torna um pouco mais complexa. Nessa etapa, o compartimento superior está esvaziando enquanto o de baixo está enchendo, sendo assim possível encontrar água em ambos. Simultaneamente, há a coluna de água em queda, que agora possui tamanho constante durante essa etapa. A etapa dura até t_2, momento em que o compartimento de cima se esvazia completamente.

Veja que o enunciado nos informa que a água, ao atingir a parte de baixo da clepsidra, entra quase que instantaneamente em repouso. Para que as gotas de água caindo na base sejam desaceleradas e trazidas ao repouso, o chão da clepsidra aplica sobre elas uma força vertical para cima; pela terceira Lei de Newton (ação e reação), uma força de igual intensidade e sentido oposto é então aplicada à clepsidra, que contribuirá para um incremento na medição da balança. Primeiramente, vamos determinar essa força.

(i) Considere que uma pequena quantidade de água de massa \Delta m e com velocidade v, ao chocar-se com a base do recipiente, é trazida ao repouso durante um pequeno intervalo de tempo \Delta t. Pela segunda Lei de Newton, o módulo da força F exercida sobre ela é:

F=\Delta m \cdot a= \Delta m \dfrac{\Delta v}{\Delta t}=\Delta m \dfrac{v-0}{\Delta t}

F=\dfrac{\Delta m}{\Delta t}v=\mu v

Como v é a velocidade ao fim da queda, i.e. v=\sqrt{2gh}:

F=\mu \sqrt{2gh}=\mu t_1 g

(ii) Agora, já podemos equacionar a leitura da balança. Conforme fora visto na etapa 1, o peso da água em queda não é contabilizado, e agora devemos também considerar a força exercida sobre a balança. Sendo assim, devemos contabilizar apenas o peso da água que está em cima e embaixo, assim como a força F exercida sobre a balança; em outras palavras, todo o peso da água, exceto o da coluna vertical em queda, mais a força F. Logo:

M(t)g=Mg-\mu t_1 g +F

M(t)=M-\mu t_1+\mu t_1

Note que os termos no membro direito se cancelam. Logo:

M(t)=M

\boxed{\Delta M (t) =0} para \boxed{t_1<t<t_2}

Efetivamente, a força adicional exercida pela queda d'água na base é exatamente suficiente para compensar o peso da coluna de água em queda que não é levado em conta na medição da balança.

OBS.: A consideração de que a área da base da clepsidra é muito maior que a do topo serve apenas para indicar que o nível da água na parte de baixo é muito pequeno, de forma que a distância entre a superfície livre da água da parte de baixo e a válvula é praticamente igual a h o tempo todo.

Etapa 3: t_2<t<t_f

Essa etapa dura até o momento em que a última gota de água atinge a parte de baixo. Nela, o compartimento de cima encontra-se completamente vazio, e quase toda a água encontra-se na parte inferior do recipiente, exceto pela coluna de água em queda que diminui de tamanho até que a última gota atinja a parte de baixo no instante t_f.

Assim como na etapa 3, devemos considerar a força F exercida pela água em queda na clepsidra e descontar o peso da água em queda. Note que, em um instante t, a massa de água restante na coluna é dada por \mu (t_f-t_1). Então, equacionando a leitura, temos:

M(t)g=Mg-\mu (t_f-t)+F

M(t)=M-\mu t_f +\mu t+\mu t_1

M(t)=M+\mu (t-t_2) para t_2<t<t_f

Portanto:

\boxed{\Delta M(t)=\mu (t-t_2)} para \boxed{t_2<t<t_f}

Etapa 4: t>t_f

Agora que toda a água está em repouso no compartimento inferior, a leitura da balança é proveniente de todo o peso do sistema. Então:

M(t)g=Mg

\boxed{\Delta M(t)=0} para \boxed{t>t_f}

O que significa que a leitura da balança M(t) permanece constante e igual à leitura inicial.

Fazendo o gráfico

Com todas essas resultados em mãos, vejamos que:

1. Etapa 1 (0<t<t_1): O gráfico é um segmento de reta decrescente entre os pontos (0,0) e (t_1, \mu t_1).

2. Etapa 2 (t_1<t<t_2): O gráfico é um segmento de reta sobre o eixo horizontal entre os pontos (t_1,0) e (t_2,0).

3. Etapa 3 (t_2<t<t_f): O gráfico é uma segmento de reta crescente entre os pontos (t_2, 0) e (t_f, \mu t_1).

4. Etapa 4 (t>t_f): O gráfico é uma semirreta sobre o eixo horizontal entre o ponto (t_f,0) até (\infty, 0) (i.e., a reta se estende até o infinito).

Note, no entanto, que a questão nos pede para fazer o gráfico de t=0 até o instante t_f, e sendo assim não é necessário levar em conta, no desenho, a etapa 4. Assim, podemos esboçar o gráfico da seguinte forma:

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Gabarito

(a) \boxed{t_1=0,2\;\rm{s}}

(b) \boxed{t_f=18,2\;\rm{s}}

(c) 

Em que t_2 \equiv t_f-t_1=18\;\rm{s} e \mu \equiv \dfrac{m_0}{t_0} = \dfrac{100}{3}\;\rm{g/s}.

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Questão 6.

A construção de edifícios altos junto à orla pode causar um indesejado sombreamento da praia. Na cidade de Balneário Camboriú, por exemplo, a prefeitura aumentou substancialmente a largura da faixa de areia para minorar esse problema. Suponha uma cidade com uma orla no sentido norte-sul, uma faixa de areia com largura L_a = 75,0 \; \rm{m} situada a uma distância L_r = 25,0 \; \rm{m} da linha de edificação, veja a figura. Suponha que a sombra projetada pelo edifício mais alto atinge os primeiros 25,0 \; \rm{m} da faixa de areia às 15 \; \rm{horas} em ponto. Em que horário (horas, minutos e segundos) a sombra desse edifício atinge o mar à sua frente? Considere um dia nesta cidade no qual o Sol nasce às 6 \; \rm{horas}, está no zênite as 12 \; \rm{ horas} e se põe às 18 \; \rm{horas} e desconsidere as marés.

Assunto abordado

Trigonometria e Noções de Astronomia

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Solução

Pelas informações do enunciado, podemos montar a seguinte figura:

Note que, pelas informações do enunciado, a trajetória do Sol se dará no sentido anti-horário (Leste-Oeste), e no plano da imagem. Como ele nasce 6 \; \rm{h} e se põe 18 \; \rm{h} , sua velocidade angular média pode ser calculada por:

\omega = \dfrac{180^{\circ}}{12 \; \rm{h}} = 15^{\circ}/\rm{h}

Definindo \alpha como a altura angular do Sol, podemos calcular a altura \alpha_1 às 15 \; \rm{h} :

\alpha_1 = 90^{\circ} - 3 \times 15^{\circ} = 45^{\circ}

Com isso, obtemos que:

h = L_0 = L_r + 25 \; \rm{m} = 50 \; \rm{m}

Quando a sombra do edifício atinge o mar, a altura angular do Sol será \alpha_2, tal que, por trigonometria:

 (L_r + L_a) \tan \alpha_2 = h

\tan \alpha_2 = \dfrac{50}{100}

\tan \alpha_2 = \dfrac{1}{2}

\alpha_2 = \arctan\left( \dfrac{1}{2}\right)

Logo:

\omega (T - 12 \; \rm{h} ) = 90^{\circ} - \alpha_2

T = 12 \; \rm{h} + \dfrac{90^{\circ}- \arctan\left( \dfrac{1}{2}\right)}{15^{\circ}} \; \rm{h}

Perceba que, com isso, só se consegue obter o valor exato de \alpha_2 a partir de uma calculadora. Entretanto, visando obter um valor aproximado de  \alpha_2 , podemos utilizar a conhecida aproximação trigonométrica de que \tan x \approx x se  x \ll 1\. Apesar, entretanto, de 0,50 não ser muito menor que 1, perceberemos que os resultados dessa aproximação serão satisfatórios, então:

\tan \alpha_2 \approx \alpha_2 \approx 0,5 \; \rm{rad}

Transformando o resultado para graus:

\alpha_2 \approx \dfrac{180^{\circ}}{\pi} \times 0,5 \approx 30^{\circ}

Perceba que o valor exato de \alpha_2 é de 26,57^{\circ}, de modo que nossa aproximação foi realmente muito boa.
Logo, por fim:

T \approx 12 \; \rm{h} + 4 \; \rm{h}

\boxed{T \approx 16 \; \rm{h}}

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Gabarito

\boxed{T \approx 16 \; \rm{h}}

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Questão 7.

Uma pessoa planeja instalar aquecedores solares para aquecer a água de sua residência. Considere que a taxa média de energia solar que incide perpendicularmente em placas adequadamente instaladas na região é de 600\;\rm{J} por segundo por \rm{m}^2 e que a eficiência global do sistema é de 25\%, ou seja, de cada um joule de luz solar incidente 0,25 são transferidos como calor para a água que circula nos tubos do aquecedor. Determine a área mínima de coleta do aquecedor capaz de aquecer de 20\;^{\circ}C a água de um reservatório de 300 litros em 2 horas.

Assunto Abordado

Termologia: Calorimetria

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Solução

Agora, sobre os painéis solares. O enunciado nos informa que apenas 25\% da energia é aproveitada, ou seja, devemos multiplicar os ganhos em energia por 0,25. Sendo assim, a energia em Joules por segundo por metro quadrado (I) incidente no painel é dada por:

I=600 \cdot 0,25= 150\;\rm{W/m^2}

Para encontrar a energia por segundo (potência P) incidente no painel, basta multiplicar pela sua área A:

P=IA

Agora, foquemos no final do enunciado:

"capaz de aquecer de 20 ºC a água de um reservatório de 300 litros em 2 horas"

Utilizamos a fórmula do calor sensível para calcular quantas calorias são necessárias para aquecer essa quantidade de água. Vale ressaltar que, para a água, 1\;\rm{kg}=1\;\rm{L} e o seu calor específico vale 1\;\rm{cal/g^{\circ}C}. Temos:

Q=m \cdot c \cdot \Delta T= 300 \times10^3\cdot1\cdot 20=6 \times10^6\;\rm{cal}

Convertendo para Joules:

Q=6\times10^6 \cdot 4,2\;\rm{J}= 25,2 \times10^6 \;\rm{J}

O calor fornecido à água equivale a P\Delta t, sendo \Delta t=2\;\rm{horas} o tempo requerido para aquecê-la. Logo:

Q =IA\Delta t

Substituindo os valores numéricos (lembre-se que 1 hora possui 3600 segundos, então 2 horas possuem 7200 segundos):

A=\dfrac{Q}{I\Delta t}=\dfrac{25,2 \times10^6 \;\rm{J}}{150 \cdot 7200}\;\rm{m^2}

\boxed{A \approx 23,3 \;\rm{m^2}}

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Gabarito

\boxed{A \approx 23,3 \;\rm{m^2}}

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Questão 8.

Um estudante de física está construindo um dispositivo regulador da velocidade angular mínima \omega com a qual um eixo fixo vertical deve girar. Seu esquema de funcionamento é dado pela Figura. Ao eixo está fixado um disco que gira solidariamente ao eixo e um anel A ao qual se articula uma haste de comprimento L = 25\;\rm{cm} e massa desprezível. Na outra extremidade da haste está presa uma uma pequena esfera de massa m. A haste pode girar livremente em torno do anel A e a distância h  (h < L) entre ela e o disco, que é ajustável, é usada para regular \omega. Um dispositivo não representado na Figura é capaz de detectar se a esfera está ou não em contato com o disco. Se o contato ocorre, um motor (também não mostrado na Figura) acelera a rotação do eixo até que o esfera suba e deixe de encostar no disco. Obtenha uma expressão para \omega em função de h, g e, se necessário, outros parâmetros do sistema.

Assunto Abordado

Dinâmica: Força Centrípeta

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Solução

Acompanhe o diagrama a seguir, o qual contém uma esquematização do sistema na iminência da esfera tocar o disco.

As forças atuantes na esfera são o peso (m\vec{g}) e a tração exercida pela haste (\vec{T}). Para o equilíbrio vertical da esfera, temos que:

T\cos{\theta}=mg

Já na horizontal, a componente da tração atuará como resultante centrípeta. Pela segunda Lei de Newton:

T\sin{\theta}=F_{cp}

T\sin{\theta}=m\omega^2r

Dividindo as equações, temos que:

\tan{\theta}=\dfrac{\omega^2 r}{g}

\dfrac{h}{r}=\dfrac{\omega^2 r}{g}

Por fim:

\boxed{\omega=\sqrt{\dfrac{g}{h}}}

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Gabarito

\boxed{\omega=\sqrt{\dfrac{g}{h}}}

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