Terceira Fase (Nível 2)

Escrito por Akira Ito, Gabriel Hemétrio, Lucas Tavares, Nathalia Seino, Vitória Bezerra Nunes, Matheus Felipe R. Borges e Ualype Uchôa

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Questão 1 (exclusiva para alunos da 1ª série).

João e Pedro se exercitam em uma trilha circular de 1000\;\rm{m} de comprimento que tem marcos laterais a cada 200\;\rm{m}. Ambos partem do marco inicial (0\;\rm{m}; 1000\;\rm{m}) e correm no mesmo sentido, mas João começa a correr 2,00\;\rm{minutos} após Pedro. João e Pedro correm com velocidades escalares médias (rapidez média) de, respectivamente, 4,00\;\rm{m/s} e 3,00\;\rm{m/s}. Quando eles se cruzam pela primeira vez, que distância eles ainda tem que percorrer, em metros, para completar a volta?

Assunto Abordado

Cinemática: Movimento Circular e Uniforme

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Solução

Para estudar o problema com calma e garantir que tudo fique claro, vamos usar o diagrama abaixo. A bolinha vermelha representa Pedro, e a azul, João. Inicialmente, temos a situação ilustrada abaixo:

Podemos dividir a análise do problema em 3 partes. A primera é quando Pedro corre por 2 minutos, isto é, até t_1=120\,\rm{s} enquanto João está parado.

Nesse tempo, podemos calcular o deslocamento de Pedro usando a fórmula de distância percorrida:

 v=\dfrac{\Delta S}{\Delta t}

 \Delta S = 3\cdot 120

\Delta S =360\,\rm{m}

Agora, na próxima etapa, João começa a correr atrás de Pedro. Note que, a cada segundo que passa, Pedro anda 3\,\rm{m} e João anda 4\,\rm{m}, ou seja, eles se aproximam a uma taxa de 1\,\rm{m/s} (velocidade relativa). Assim, para compensar a distância inicial de 360\,\rm{m}, serão necessários 360\,\rm{s}:

Note que, nesse tempo, João percorre uma distância:

\Delta S_J = 4\cdot360=1440\,\rm{m}

Ou seja, dá uma volta completa e ainda percorre 440\,\rm{m} adicionais. Na figura, não foi ilustrada essa volta completa para não sobrecarregar o desenho.

Por fim, para terminar a volta, basta fazer a diferença:

 \Delta S_{volta} = 1000-440\,\rm{m}

 \boxed{ \Delta S_{volta} = 560\,\rm{m}}

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Gabarito

 \boxed{ \Delta S_{volta} = 560\,\rm{m}}

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Questão 2 (exclusiva para alunos da 1ª série).

Uma criança lança obliquamente uma bola em um trecho de uma pista de skate que é aproximadamente um plano inclinado de altura H = 1,60 \; \rm{m} e a largura L = 4,00 \; \rm{m}. Inicialmente a bola está no ponto A situado na base do plano inclinado a uma distância horizontal d = 4,00 \; \rm{m} do ponto C da lateral da pista (veja figura). Qual o menor valor da rapidez inicial v_0 e do ângulo de lançamento \theta para que a bola atinja o ponto B localizado no topo da pista? Desconsidere a ação de forças dissipativas.

 

Assunto abordado

Cinemática: Lançamento Oblíquo

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Solução

Vamos dividir o nosso sistema de coordenadas ao longo do plano. Passando pelos pontos A e C, temos o eixo x, e passando por C e B temos o eixo y. Vamos também definir como \alpha o ângulo que o plano inclinado faz com a horizontal. Pelos dados do enunciado, \sin{\alpha} = H/L.

Primeiramente, pela equação de Torricelli em y, temos:

v_y^2=v_{0_y}^2+2a_y y

Note que a aceleração neste eixo é a componente tangencial da gravidade (a_y=-g\sin{\alpha}). Para que a velocidade de lançamento seja mínima, a bola deverá chegar ao ponto B com velocidade nula em y, i.e.  v_y(L)=0. Logo:

v_y^2 = v_0^2 \sin^2{\theta} - 2g\sin{\alpha} L = 0

Para encontrar a velocidade de lançamento, usamos a equação horária da velocidade em y:

v_y = v_0\sin{\theta} - g\sin{\alpha} t

v_0sen\theta = g\sin{\alpha} t_s

 t_s = \dfrac{v_0\sin{\theta}}{g\sin{\alpha}}

Em que t_s é o tempo de subida da bola até B. Durante esse mesmo intervalo de tempo, ela irá percorrer a distância d no eixo x. Portanto, para o movimento uniforme da bola em x:

d = v_0\cos{\theta} t_s

d = \dfrac{v_0^2\sin{\theta} \cos{\theta}}{g\sin{\alpha}}

v_0 = \sqrt{\dfrac{gd \sin{\alpha}}{\sin{\theta} \cos{\theta}}}

Substituindo na equação de Torricelli:

gd \sin{\alpha} \tan{\theta} = 2gL \sin{\alpha}

Daí, extraímos a função trigonométrica que caracteriza o ângulo de lançamento:

\boxed{\tan{\theta} = \dfrac{2L}{d}=2}

Agora, resta-nos substituir os valores numéricos. Para calcular o seno e cosseno de \theta, usamos o triângulo abaixo:

De onde obtemos \sin{\theta}=2/\sqrt{5} e \cos{\theta}=1/\sqrt{5}. Então:

v_0 = \sqrt{\dfrac{gd \sin{\alpha}}{\sin{\theta} \cos{\theta}}}=\sqrt{\dfrac{5gdH}{2L}}

v_0 = \sqrt{40}\;m/s = 2\sqrt{10}\;\rm{m/s}

Usando \sqrt{10}=\sqrt{5} \cdot \sqrt{2} e \sqrt{2}=1,4, \sqrt{5}=2,2 da capa da prova, temos por fim:

\boxed{v_0 \approx 6,16 \; \rm{m/s}}

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Resposta

\boxed{\tan{\theta} =\dfrac{2L}{d} =2}

\boxed{v_0 =\sqrt{\dfrac{5gdH}{2L}}=2\sqrt{10}\;\rm{m/s} \approx 6,16 \; \rm{m/s}}

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Questão 3 (exclusiva para alunos da 1ª série).

Um estudante de física está construindo um dispositivo regulador da velocidade angular mínima \omega com a qual um eixo fixo vertical deve girar. Seu esquema de funcionamento é dado pela Figura. Ao eixo está fixado um disco que gira solidariamente ao eixo e um anel A ao qual se articula uma haste de comprimento L = 25\;\rm{cm} e massa desprezível. Na outra extremidade da haste está presa uma uma pequena esfera de massa m. A haste pode girar livremente em torno do anel A e a distância h  (h < L) entre ela e o disco, que é ajustável, é usada para regular \omega. Um dispositivo não representado na Figura é capaz de detectar se a esfera está ou não em contato com o disco. Se o contato ocorre, um motor (também não mostrado na Figura) acelera a rotação do eixo até que o esfera suba e deixe de encostar no disco. Obtenha uma expressão para \omega em função de h, g e, se necessário, outros parâmetros do sistema.

Assunto Abordado

Dinâmica: Força Centrípeta

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Solução

Acompanhe o diagrama a seguir, o qual contém uma esquematização do sistema na iminência da esfera tocar o disco.

As forças atuantes na esfera são o peso (m\vec{g}) e a tração exercida pela haste (\vec{T}). Para o equilíbrio vertical da esfera, temos que:

T\cos{\theta}=mg

Já na horizontal, a componente da tração atuará como resultante centrípeta. Pela segunda Lei de Newton:

T\sin{\theta}=F_{cp}

T\sin{\theta}=m\omega^2r

Dividindo as equações, temos que:

\tan{\theta}=\dfrac{\omega^2 r}{g}

\dfrac{r}{h}=\dfrac{\omega^2 r}{g}

Por fim:

\boxed{\omega=\sqrt{\dfrac{g}{h}}}

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Gabarito

\boxed{\omega=\sqrt{\dfrac{g}{h}}}

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Questão 4 (exclusiva para alunos da 1ª série).

Uma pessoa puxa um caixote inicialmente em repouso que pesa 500\;\rm{N} em um plano de inclinação \theta = 30^\circ. Ele aplica uma força F no caixote que faz um ângulo de \alpha com a vertical, veja a figura. (a) Caso \alpha = 30^\circ e |\vec{F} | = 300\;\rm{N}, determine a aceleração a do caixote (adote a convenção a  data-recalc-dims= 0" /> \longleftrightarrow aceleração para cima ao longo do plano rampa). (b) Determine o ângulo \alpha para o qual a pessoa consegue manter o caixote em equilíbrio estático com uma força \vec{F} de intensidade mínima F_{min}. (c) Determine a intensidade mínima F_{min}.

Assunto abordado

Dinâmica/Estática

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Solução

(a) Acompanhe o diagrama de corpo livre para o bloco:

Pela Segunda Lei de Newton na direção do plano, temos:

F(\cos{{90^{\circ}} - (\alpha + \theta)}) - mg\sin{\theta} = ma

300\cos{30^{\circ}} - 500\sin{30^{\circ}} = 50a

\boxed{ a=0,1\; m/{s}{^2}}

(b) Para este item, iremos propor duas soluções: uma algébrica, e outra envolvendo a visualização geométrica do problema.

  • Solução 1 (Algébrica):

Na situação de equilíbrio, tem-se que:

F\cos{(90^{\circ} - (\alpha + \theta))}= mg\sin{\theta}

F\cos{(90^{\circ} - (\alpha + \theta))} = mg\sin{30^{\circ}}

F = \dfrac{mg}{2 \sin{(\alpha +\theta)}}

Para que F seja minimizado, o denominador - e portanto \sin{(\alpha + \theta)} - precisa ser maximizado. Isso ocorre quando o seno vale  1, situação em que:

\alpha_{min} + \theta=90^{\circ}

Assim:

\boxed{\alpha_{min} = 60^\circ}

  • Solução 2 (Geométrica):

Outra forma de resolver o item é trabalhar com a visualização geométrica das forças na forma vetorial. Como o corpo está em equilíbrio, \vec{F}+m\vec{g}+\vec{N}=\vec{0}, e portanto os vetores formam um triângulo. Como as direções e sentidos dos vetores de \vec{mg} e \vec{N} já são determinados, desenhamos as possíveis direções da força aplicada.

Perceba que o módulo de \vec{F} será minimizado quando a extensão do vetor coincidir com o tamanho mínimo entre as extremidades dos vetores \vec{N} e m\vec{g}. Parafraseando, teremos \vec{F_{min}} quando \vec{F} for perpendicular à \vec{N}, conforme mostra a figura acima.

Dessa forma, no triângulo de forças mostrado, vale que:

\alpha_{min}+\theta=90^{\circ}

\alpha_{min}=60^{\circ}

(c) De qualquer um dos dois métodos acima, obtemos que:

F_{min} = \dfrac{mg}{2 \sin{(\alpha_{min} +\theta)}}=mg\sin{\theta}=\dfrac{mg}{2}

Portanto:

\boxed{F_{min} = 250\;\rm{N}}

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Gabarito

(a) \boxed{a = 0,1\; \rm{m/s^2}}

(b) \boxed{\alpha_{min} = 60^\circ}

(c) \boxed{F_{min} = 250\;\rm{N}}

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Questão 5.

Recipientes porosos de cerâmica, chamados moringas em algumas regiões do Brasil, são tradicionalmente usados para manter a água fresca em regiões de clima quente. Graças à água que atravessa o meio poroso e forma uma fina película de água na parte exterior e à sua posterior evaporação, a água na moringa pode atingir uma temperatura até 5\;\rm{^\circ C} menor que a temperatura externa. Seja uma moringa aproximadamente esférica de raio r = 8,00 \; \rm{ cm} e emissividade e = 1 em um ambiente de temperatura T_{a} = 36,0\;\rm{^ \circ C}. Considere que o resfriamento por evaporação é compensado pelo calor absorvido do ambiente por irradiação e desconsidere outras possíveis trocas de energia. Determine a taxa \eta, em \rm{g/s}, com a qual varia a massa de água contida na moringa.

Assunto abordado

Termologia: Calorimetria e Radiação do Corpo Negro

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Solução

A troca de calor entre o ambiente e a moringa é mediada pela irradiação. Desconsiderando outras trocas de energias, o calor absorvido do ambiente é utilizado para fazer a fina camada de água na superfície externa da moringa evaporar. Sendo \Delta m a massa de água que evapora durante um intervalo de tempo \Delta t e P a potência líquida entrando no sistema, temos:

P\Delta t = \Delta m L_v

P=\dfrac{\Delta m}{\Delta t} L_v= \eta L_v

Em que L_v=540\;\rm{cal/g} é o calor latente de vaporização da água.

Para determinar P, o aluno deveria utilizar a lei de Stefan-Boltzmann, que rege o processo de irradiação. Sendo P_{out} a parcela irradiada para fora e P_{in} a parcela advinda do ambiente, a potência líquida absorvida P será dada por:

P=P_{in}-P_{out}=eA \sigma (T_{ext}^4-T_{int}^4)

Em que \sigma é a constante de Stefan-Boltzmann, A é a área superficial da moringa, T_{ext}=T_a é a temperatura externa e T_{int} a temperatura interna. Logo:

eA \sigma (T_{a}^4-T_{int}^4)=\eta L_v

Como e=1 e A=4 \pi r^2:

\eta =\dfrac{ 4 \pi r^2\sigma (T_{a}^4-T_{int}^4)}{L_v}

Segundo o enunciado, T_{int}=T_a-\Delta T, sendo \Delta T=5\;\rm{^{\circ}C}. Substituindo os valores numéricos (lembre-se que devemos usar as temperaturas absolutas, isto é, em \rm{K}):

\eta = \dfrac{4 \cdot 3 \cdot 8,00^2 \times 10^{-4} \cdot 5,7 \times 10^{-8} \cdot (309^4-304^4)}{540 \times 4,2}\;\rm{g/s}

\boxed{\eta \approx 1, 11 \times 10^{-3}\;\rm{g/s}}

OBS.: É possível empregar uma interessante aproximação para se diminuir o trabalho algébrico (que seria feito à mão na prova). Percebendo que, em termos absolutos, \Delta T \ll T_a, podemos expandir o termo T_{int}^4 da seguinte forma:

T_{int}^4=(T_a-\Delta T)^4=T_a^4\left(1-\dfrac{\Delta T}{T_a}\right)^4

Empregando a aproximação binomial (1\pm x)^n \approx 1\pm nx para |x| \ll 1, temos:

T_{int}^4 \approx T_a^4 \left(1-\dfrac{4\Delta T}{T_a}\right)

Logo, substituindo em \eta:

\eta \approx \dfrac{ 16 \pi r^2\sigma T_a^3 \Delta T}{L_v } \approx 1,14 \times 10^{-3}\;\rm{g/s}

Note que o resultado fora bem próximo daquele obtido anteriormente, configurando uma ótima aproximação.

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Gabarito

\boxed{\eta \approx 1,11 \times 10^{-3}\;\rm{g/s}}

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Questão 6.

A figura mostra esquematicamente um relógio de água (clepsidra) cujo funcionamento é análogo ao de uma ampulheta (relógio de areia). A massa total da clepsidra é de M = 800\;\rm{g} dos quais 600\;\rm{g} correspondem à massa de água em seu interior. A clepsidra tem uma pequena válvula que, quando aberta, faz com que a água caia com uma vazão de 30\;\rm{cm^3/s}. A clepsidra está sobre uma balança de precisão apoiada em uma mesa horizontal. No instante t = 0 a válvula da clepsidra está fechada e toda água está na parte de cima. Determine o instante t = t_1 em que a água em queda atinge a base da clepsidra (a) pela primeira vez e (b) pela última t_f vez. (c) Determine a função M(t) que corresponde ao valor da leitura na balança em função de t. (d) Esboce o gráfico \Delta M(t) = M(t)-M(0) em função de t. Considere que a água ao atingir a parte de baixo não respinga e perde imediatamente seu movimento vertical. Considere ainda que a área da base da clepsidra é muito maior que a do topo.

Assunto abordado

Dinâmica: Sistemas de Massa Variável

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Solução

(a) Ao sair da parte de cima, a água cai em queda livre. Sendo assim, o instante t_1 será o tempo de queda de uma altura h:

\boxed{t_1=\sqrt{\dfrac{2h}{g}}}

Note que, na prova, não foi informado o valor numérico de h. Isso nos impede de encontrar uma resposta numérica -- não só neste item, mas também nos próximos--, portanto, deixaremos a resposta final em sua forma literal.

(b) Seja t_2 o momento em que a última gota abandona a parte de cima da clepsidra. Esse instante corresponde ao intervalo de tempo necessário para que o compartimento superior do equipamento torne-se vazio. Conforme o enunciado, a vazão da água é de \Delta V / \Delta t=30\;\rm{cm^3/s}. Logo, a vazão de massa \mu será:

\mu \equiv \dfrac{\Delta m}{\Delta t} =\rho\dfrac{\Delta V}{\Delta t}= 30 \;\rm{g/s}

Chamando de m=600\;\rm{g} a massa total de água, t_2 será então dado por:

t_2=\dfrac{m}{\mu}=20\;\rm{s}

Daí, para encontrar t_f, somamos ao tempo necessário para a gota cair até a parte de baixo (encontrado no item anterior):

t_f=t_2+t_1

\boxed{t_f=\dfrac{m}{\mu}+\sqrt{\dfrac{2h}{g}}}

(c) Primeiramente, é necessário ressaltar que a falta de dados numéricos origina dois possíveis casos para o problema, de modo que a leitura da balança evoluiria de forma diferente para cada um destes. Lidaremos com cada um deles separadamente e depois apontaremos o porquê de o caso 1 provavelmente ser o mais plausível (apesar disso, ambos são fisicamente corretos e deveriam ser aceitos na correção).

  •  Caso I: Se t_2 data-recalc-dims=t_1" />:

No momento em que a água atinge a parte de baixo pela primeira vez, o compartimento superior ainda não esvaziou. Sendo assim, podemos visualizar a evolução temporal do nosso sistema em quatro etapas distintas. Acompanhe o esquema a seguir:

Etapa 1: 0<t<t_1

Nessa etapa, a primeira gota de água ainda não atingiu a parte de baixo da clepsidra. Pelo fato de a coluna de água em queda estar aumentando de tamanho, a leitura da balança será decrescente, uma vez que o peso da coluna de água não será contabilizado, já que ela não exerce força em outras partes do equipamento por estar suspensa no ar. A etapa dura até t_1 já que esse é o momento em que a água toca a base pela primeira vez.

Chamando de N a força normal que a clepsidra exerce na balança, temos, pelo equilíbrio estático:

N=M(t)g=Mg-\mu t g

Em que \mu t é a massa de água liberada até o instante t. A leitura M(t) relaciona se com N por meio de  N=M(t)g. Como M(0)=M, temos:

\boxed{M(t)=M-\mu t } para \boxed{0<t<t_1}

Logo:

\Delta M(t)=-\mu t para 0<t<t_1

Etapa 2: t_1<t<t_2

Aqui, a análise se torna um pouco mais complexa. Nessa etapa, o compartimento superior está esvaziando enquanto o de baixo está enchendo, sendo assim possível encontrar água em ambos. Simultaneamente, há a coluna de água em queda, que agora possui tamanho constante durante essa etapa. A etapa dura até t_2, momento em que o compartimento de cima se esvazia completamente.

Veja que o enunciado nos informa que a água, ao atingir a parte de baixo da clepsidra, entra quase que instantaneamente em repouso. Para que as gotas de água caindo na base sejam desaceleradas e trazidas ao repouso, o chão da clepsidra aplica sobre elas uma força vertical para cima; pela terceira Lei de Newton (ação e reação), uma força de igual intensidade e sentido oposto é então aplicada à clepsidra, que contribuirá para um incremento na medição da balança. Primeiramente, vamos determinar essa força.

(i) Considere que uma pequena quantidade de água de massa \Delta m e com velocidade v, ao chocar-se com a base do recipiente, é trazida ao repouso durante um pequeno intervalo de tempo \Delta t. Pela segunda Lei de Newton, o módulo da força F exercida sobre ela é:

F=\Delta m \cdot a= \Delta m \dfrac{\Delta v}{\Delta t}=\Delta m \dfrac{v-0}{\Delta t}

F=\dfrac{\Delta m}{\Delta t}v=\mu v

Como v é a velocidade ao fim da queda, i.e. v=\sqrt{2gh}:

F=\mu \sqrt{2gh}=\mu t_1 g

(ii) Agora, já podemos equacionar a leitura da balança. Conforme fora visto na etapa 1, o peso da água em queda não é contabilizado, e agora devemos também considerar a força exercida sobre a balança. Sendo assim, devemos contabilizar apenas o peso da água que está em cima e embaixo, assim como a força F exercida sobre a balança; em outras palavras, todo o peso da água, exceto o da coluna vertical em queda, mais a força F. Logo:

M(t)g=Mg-\mu t_1 g +F

M(t)=M-\mu t_1+\mu t_1

Note que os termos no membro direito se cancelam. Logo:

\boxed{M(t)=M} para \boxed{t_1<t<t_2}

\Delta M (t) =0 para t_1<t<t_2

Efetivamente, a força adicional exercida pela queda d'água na base é exatamente suficiente para compensar o peso da coluna de água em queda que não é levado em conta na medição da balança.

OBS.: A consideração de que a área da base da clepsidra é muito maior que a do topo serve apenas para indicar que o nível da água na parte de baixo é muito pequeno, de forma que a distância entre a superfície livre da água da parte de baixo e a válvula é praticamente igual a h o tempo todo.

Etapa 3: t_2<t<t_f

Essa etapa dura até o momento em que a última gota de água atinge a parte de baixo. Nela, o compartimento de cima encontra-se completamente vazio, e quase toda a água encontra-se na parte inferior do recipiente, exceto pela coluna de água em queda que diminui de tamanho até que a última gota atinja a parte de baixo no instante t_f.

Assim como na etapa 3, devemos considerar a força F exercida pela água em queda na clepsidra e descontar o peso da água em queda. Note que, em um instante t, a massa de água restante na coluna é dada por \mu (t_f-t_1). Então, equacionando a leitura, temos:

M(t)g=Mg-\mu (t_f-t)+F

M(t)=M-\mu t_f +\mu t+\mu t_1

\boxed{M(t)=M+\mu (t-t_2)} para \boxed{t_2<t<t_f}

Portanto:

\Delta M(t)=\mu (t-t_2) para t_2<t<t_f

Etapa 4: t data-recalc-dims=t_f" />

Agora que toda a água está em repouso no compartimento inferior, a leitura da balança é proveniente de todo o peso do sistema. Então:

\boxed{M(t)=M} para \boxed{t data-recalc-dims=t_f}" />

\Delta M(t)=0 para t data-recalc-dims=t_f" />

O que significa que a leitura da balança M(t) permanece constante e igual à leitura inicial.

Fazendo o gráfico

Com todas essas resultados em mãos, vejamos que:

1. Etapa 1 (0<t<t_1): O gráfico é um segmento de reta decrescente entre os pontos (0,0) e (t_1, \mu t_1).

2. Etapa 2 (t_1<t<t_2): O gráfico é um segmento de reta sobre o eixo horizontal entre os pontos (t_1,0) e (t_2,0).

3. Etapa 3 (t_2<t<t_f): O gráfico é uma segmento de reta crescente entre os pontos (t_2, 0) e (t_f, \mu t_1).

4. Etapa 4 (t data-recalc-dims=t_f" />): O gráfico é uma semirreta sobre o eixo horizontal entre o ponto (t_f,0) até (\infty, 0) (i.e., a reta se estende até o infinito).

Assim, podemos esboçar o gráfico da seguinte forma:

Agora, estudemos o Caso II.

  • Caso II: t_2<t_1:

No momento em que a água atinge a parte de baixo pela primeira vez, o compartimento superior já terá esvaziado. Em outras palavras, toda a água já terá sido liberada antes da primeira gota atingir a parte de baixo. Sendo assim, podemos esquematizar a evolução temporal do sistema da seguinte forma:

Agora, prosseguimos de maneira inteiramente análoga à solução do caso I.

Etapa 1: 0<t<t_2

Análogo á etapa 1 do caso I:

\boxed{M(t)=M-\mu t} para \boxed{0<t<t_2}

\Delta M (t)= \mu t

Etapa 2: t_2<t<t_1

O peso total do sistema, na leitura da balança, será decrescido do peso total da água, que está em queda livre:

\boxed{M(t)=M-\mu t_2 = 200\;\rm{g}} para  \boxed{t_2<t<t_1}

\Delta M (t)= -\mu t_2 = -600\;\rm{g}

Etapa 3: t_1<t<t_f

Análogo e à etapa 3 do caso I:

\boxed{M(t)=M+\mu(t-t_1)} para \boxed{t_1<t<t_f}

\Delta M (t)=\mu (t-t_1)

Etapa 4: t data-recalc-dims=t_f" />

Análogo ao caso I:

\boxed{M(t)=M} para \boxed{t data-recalc-dims=t_f}" />

\Delta M (t)=0

Fazendo o gráfico

Com todas essas resultados em mãos, vejamos que:

1. Etapa 1 (0<t<t_1): O gráfico é um segmento de reta decrescente entre os pontos (0,0) e (t_2, -\mu t_2).

2. Etapa 2 (t_1<t<t_2): O gráfico é um segmento de reta horizontal entre os pontos (t_2, -\mu t_2) e (t_1 , -\mu t_2).

3. Etapa 3 (t_2<t<t_f): O gráfico é uma segmento de reta crescente entre os pontos (t_1, 0) e (t_f, \mu t_2).

4. Etapa 4 (t data-recalc-dims=t_f" />): O gráfico é uma semirreta sobre o eixo horizontal entre o ponto (t_f,0) até (\infty, 0) (i.e., a reta se estende até o infinito).

Assim, podemos esboçar o gráfico da seguinte forma:

OBS.: Perceba que é possível encontrarmos uma condição sobreh tal que t_1 data-recalc-dims=t_2" />. Temos:

t_1=\sqrt{\dfrac{2h}{g}} data-recalc-dims=20\;\rm{s}" />

h data-recalc-dims=2000\;\rm{m}" />

É um tanto absurdo imaginar, realisticamente falando, que a altura h da clepsidra chegue na casa dos milhares de metros. Na prova do Nível 1, onde praticamente a mesma questão foi cobrada, foi fornecido o valor de h=20,0\;\rm{cm}. Por essa razão, é muito mais razoável acreditar que o caso pensado pelo autor da questão como solução seria o caso 1; no entanto, como já fora mencionado no início da solução do item, isso não anula a possível validade física do caso 2, devido à escassez de valores numéricos para sustentar que o caso 1 é definitvamente o correto. Por isso deixamos, em nossa resposta final, ambos os casos inclusos.

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Gabarito

(a) \boxed{t_1=\sqrt{\dfrac{2h}{g}}}

(b) \boxed{t_f=t_2+\sqrt{\dfrac{2h}{g}}} em que t_2 \equiv t_f -t_1 = 20\;\rm{s}

(c) Caso I: t_1<t_2

\boxed{M(t)=M-\mu t g} para \boxed{0<t<t_1}

\boxed{M(t)=M} para \boxed{t_1<t<t_2}

\boxed{M(t)=M+\mu (t-t_2)} para \boxed{t_2<t<t_f}

\boxed{M(t)=M} para \boxed{t data-recalc-dims=t_f}" />

Caso II: t_1 data-recalc-dims=t_2" />:

\boxed{M(t)=M-\mu t} para \boxed{0<t<t_2}

\boxed{M(t)=M-\mu t_2 = 200\;\rm{g}} para  \boxed{t_2<t<t_1}

\boxed{M(t)=M+\mu(t-t_1)} para \boxed{t_1<t<t_f}

\boxed{M(t)=M} para \boxed{t data-recalc-dims=t_f}" />

Em que \mu=30\;\rm{g/s}.

(c) Caso I  (à esquerda) e Caso II (à direita):

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Questão 7.

Um lápis sextavado não apontado (um prisma reto de base hexagonal) está apoiado em uma mesa inclinada de um ângulo \theta variável conforme o esquema ilustrado na figura. A inclinação da mesa é lentamente aumentada e observa-se que o lápis permanece em repouso em relação à mesa até o ângulo \theta = \theta_C e, a partir desse ângulo, ele rola. Determine: (a) o ângulo \theta_C e; (b) o valor mínimo do coeficiente de atrito estático necessário para que o lápis não deslize sobre a mesa quando  0 < \theta < \theta_C . (c) Suponha que o ângulo é ajustado para um ângulo ligeiramente maior que \theta_C e que toda a massa do lápis esteja em seu eixo, determine a aceleração angular do lápis no início do rolamento.

Assunto abordado

Estática e Dinâmica do Corpo Rígido

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Solução

(a) Na iminência de rolar, toda a força de contato atua em um único ponto na extremidade do hexágono. Com isso, podemos montar a figura:
Logo, balanceando as forças nas direções tangente e normal ao plano:

f_{AT} = mg \sin \theta_C  e

N = mg \cos \theta_C

Balanceando o torque:

f_{AT} \cos 30^{\circ}L = N \sin 30^{\circ}L

Substituindo os valores de f_{AT} e N:

mg \sin \theta_C\cos 30^{\circ} = mg \cos \theta_C \sin 30^{\circ}

\tan \theta_C = \tan 30^{\circ}

\boxed{\theta_C = 30^{\circ}}

(b) Como vimos, no equilíbrio:

f_{AT} = mg\sin \theta

e

N = mg \cos \theta

Mas note que deve ser satisfeita a seguinte desigualdade para a intensidade da força de atrito estático:

f_{AT} \leq \mu N

Então:

mg\sin \theta \leq \mu mg \cos \theta

Tal que, por fim:

\boxed{\mu \geq \tan \theta}

(c) Perceba que foi dito que pode-se considerar que toda a massa do lápis está concentrada em seu eixo (centro de massa CM, na figura). Acompanhe o seguinte esquema:

Chame de L a distância entre o centro do hexágono e o ponto de contato P com o plano. Note que o CM rotaciona instantaneamente em torno do ponto P. Logo, utilizando a segunda Lei de Newton em sua forma rotacional:

\tau_P=I_P \alpha

Em que \alpha é a aceleração angular, \tau é o torque em relação ao ponto P e I_P o momento de inércia do corpo em relação ao mesmo ponto. Como a questão nos pede para considerar toda a massa do lápis localizada no eixo, o momento de inércia é aquele de uma massa pontual, i.e. I_p=mL^2. O torque resultante é aquele da força peso, sendo assim:

mg\sin(\theta - 30^{\circ})L = mL^2 \alpha

Tal que:

\alpha = \dfrac{g\sin(\theta - 30^{\circ})}{L}

Nas proximidades de \theta = \theta_C = 30^{\circ} , temos então:

\boxed{\alpha \approx 0}

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Gabarito

(a) \boxed{\theta_C = 30^{\circ}}

(b) \boxed{\mu \geq \tan \theta}

(c) \boxed{\alpha \approx 0}

[collapse]

Questão 8.

Dois alto-falantes estão instalados à mesma altura em um ambiente plano, horizontal e aberto. Suas localizações são dadas pelos pontos A_1 e A_2 conforme a figura. Os alto-falantes emitem ondas sonoras de mesma intensidade, com mesmo comprimento de \lambda = 2,00\;\rm{m} e em fase. Uma pessoa caminha em direção à A_1 pela linha tracejada paralela ao eixo x e com um aplicativo de celular, que é mantido à mesma altura dos alto-falantes, mede a intensidade da onda sonora que chega dos alto-falantes. (a) Se a distância entre os alto-falantes é d = 3\lambda, determine a localização dos pontos de interferência destrutiva que a pessoa detecta com x  data-recalc-dims= 0" />. (b) Seja I_d a intensidade do som medido no ponto mais próximo do eixo y determinado no item anterior e I_u a intensidade do som que seria medida no mesmo local com o alto-falante localizado em A_2 desligado, determine a razão I_d/I_u. Considere que o som se propaga isotropicamente e o piso está coberto com um material perfeitamente absorvedor de som.

Assunto Abordado

Ondulatória: Interferência

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Solução

(a) Vamos considerar que a pessoa está no ponto P a uma distância x de A_1

Dessa forma, a diferença de caminho entre as ondas emitidas por cada fonte dá-se por

\Delta x=x_2-x_1

\Delta x=\sqrt{x^2+(3\lambda)^2}-x

Além disso, para a interferência destrutiva:

\Delta x=\sqrt{x^2+(3\lambda)^2}-x=\left(m+\dfrac{1}{2}\right)\lambda

Em que m é um número natural. Desenvolvendo:

\sqrt{x^2+(3\lambda)^2}=\left(m+\dfrac{1}{2}\right)\lambda+x

{x^2+(3\lambda)^2}=\left(m+\dfrac{1}{2}\right)^2\lambda^2+2x\left(m+\dfrac{1}{2}\right)\lambda+x^2

{9\lambda}=\left(m+\dfrac{1}{2}\right)^2\lambda+2x\left(m+\dfrac{1}{2}\right)

x=\dfrac{\lambda}{2}\left( \dfrac{9}{\left(m+\frac{1}{2}\right)}-\left(m+\dfrac{1}{2}\right)\right)

Assim, x data-recalc-dims=0" /> então

9 data-recalc-dims=\left(m+\dfrac{1}{2}\right)^2" />

m<2,5

Então os valores que x assume são para m=0, m=1 e m=2.

x=8,75\lambda  para  m=0

x=2,25\lambda  para  m=1

x=0,55\lambda  para  m=2

Como \lambda=2,00\;\rm{m}, os valores de x são

\boxed{x=17,5\;\rm{m}}  para  \boxed{m=0}

\boxed{x=4,5\;\rm{m}}  para  \boxed{m=1}

\boxed{x=1,1\;\rm{m}}  para  \boxed{m=2}

(b) Nessa questão é importante utilizar a dependência da intensidade com a distância. Como o enunciado informa que o som se propaga isotropicamente,  consideramos a propagação das ondas esfericamente simétricas. Sendo assim, a intensidade varia com o inverso da distância ao quadrado:

I\propto \dfrac{1}{r^2}

Chame de a a constante de proporcionalidade. Assim:

I=\dfrac{a}{r^2}

Dessa forma, as amplitudes das ondas emitidas por A_1 e A_2, ao chegarem no ponto de interferência, são diferentes. Se a amplitude da onda de A_1 for B_1 e a amplitude da onda de A_2 for B_2, a amplitude resultante será:

A_r=B_1-B_2

Pois a interferência é destrutiva. Como a intensidade é proporcional ao quadrado da amplitude, a intensidade da onda resultante vale:

I_d=kA_r^2

I_d=k(B_1-B_2)^2

OBS.: Aqui, k é um fator de proporcionalidade entre a intensidade e a amplitude ao quadrado. Uma vez que ele só depende do meio de propagação, vale o mesmo para todas as ondas.

Prosseguindo, como sabemos que:

I_1=kB_1^2            I_2=kB_2^2

Então:

I_d=(\sqrt{I_1}-\sqrt{I_2})^2

Em função das distâncias, I vale:

I_d=a\left(\dfrac{1}{x_1}-\dfrac{1}{x_2}\right)^2

Caso a fonte A_2 fosse desligada, a intensidade resultante seria apenas da onda A_1, ou seja:

I_u=\dfrac{a}{x_1^2}

Então, a razão I_d/I_d mede:

\dfrac{I_d}{I_u}=\left(1-\dfrac{x_1}{x_2}\right)^2

Para a posição mais próxima do eixo y, ou seja, x_1=0,55\lambda, temos por fim:

\dfrac{I_d}{I_u}=\left(1-\dfrac{0,55\lambda}{\sqrt{(0,55\lambda)^2+(3\lambda)^2}}\right)^2

\dfrac{I_d}{I_u}=\left(1-\dfrac{0,55}{3,05}\right)^2

\dfrac{I_d}{I_u}=\left(\dfrac{2,5}{3,05}\right)^2

\boxed{\dfrac{I_d}{I_u}=\left(\dfrac{50}{61}\right)^2\approx 0,67}

OBS.: É importante esclarecer uma possível dúvida que pode surgir. No item (a), encontramos a condição que descreve uma interferência destrutiva. É comum que o aluno comumente associe interferência destrutiva a uma intensidade resultante nula, o que poderia levá-lo a pensar que a resposta do item (b) seria simplesmente zero, já que I_d=0. Note, no entanto, que isso não é compatível com as condições do problema, uma vez que é mencionado que o som se propaga isotropicamente. Isso implica que a intensidade - e, portanto, a amplitude do som - varia com a distância à fonte devido à emissão esfericamente simétrica, impossibilitando que uma interferência das duas ondas gere uma intensidade/amplitude nula. Os pontos de interferência destrutiva estão, como vimos, associados à mínima amplitude possível do som resultante.

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Gabarito

(a) \boxed{x=17,5\;\rm{m}}  para  \boxed{m=0}

       \boxed{x=4,5\;\rm{m}}  para  \boxed{m=1}

    \boxed{x=1,1\;\rm{m}}  para  \boxed{m=2}

(b)\boxed{\dfrac{I_d}{I_u} \approx 0,67}

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Questão 9.

Uma pessoa está dimensionando um sistema de drenagem de uma garagem semienterrada. A figura mostra em corte o esquema planejado. A chuva que cai na laje plana é coletada pela calha lateral e é levada por um tubo vertical de comprimento H e diâmetro D = 100 \;\rm{mm} a um tubo de drenagem subterrâneo horizontal de mesmo diâmetro. No piso da garagem há um ralo R que se conecta ao tubo de drenagem por um cano vertical de comprimento h = 1,00\;\rm{m} e diâmetro d = 50 \;\rm{mm}. Considere que a água da chuva da calha entre com velocidade nula no ponto de coleta C do tubo vertical. Qual o menor índice de precipitação, ou pluviosidade, de uma chuva (quantidade de água de chuva, por \rm{m^2}, por unidade de tempo), em \rm{mm/hora}, capaz de fazer a água transbordar pelo ralo da garagem?

Assunto abordado

Hidrodinâmica, hidrostática

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Solução

Quando a água estiver na iminência de transbordar pelo ralo R, haverá uma coluna de água de altura h acumulada abaixo do ralo. Isso significa que a pressão hidrostática na base dessa coluna será dada por:

 p_S = p_0 + \rho g h

Em que p_0 é a pressão atmosférica e \rho é a densidade da água. Simultaneamente em que temos essa coluna de água estática, há um fluxo de água entre os pontos C e S. Podemos comparar esses dois pontos utilizando a relação de Bernoulli:

 p_C + \rho g h_C+ \dfrac{1}{2}\rho v_C^2= p_S + \rho g h_S+ \dfrac{1}{2}\rho v_S^2

 p_0+\rho g H = p_S +\dfrac{1}{2} \rho v_S^2

Note que a velocidade da água em C é muito pequena pelo enunciado, por isso não há termo cinético na parte esquerda da equação. Substituindo o valor de p_S encontrado anteriormente:

 v_S = \sqrt{2g(H-h)}

Já que não há fluxo de água (vazão) no ralo, então toda a água que entra pelo ponto C deve sair pelo ponto S. Assim:

 Z_C=Z_S

A vazão de água do ponto C é o volume de água que cai sobre o telhado, ou seja, é a área do telhado da garagem  A_{telhado} multiplicada pela precipitação  \eta . A vazão do ponto S é simplesmente a área do corte do cano multiplicada pela velocidade do líquido  Z_S=A_{cano} v_S. Logo:

 A_{telhado}\eta = A_{cano} v_S

 \boxed{\eta=\dfrac{\pi D^2}{4A_{telhado}}\sqrt{2g(H-h)}}

Embora seja possível encontrar uma explicação física para o problema, a prova não forneceu alguns dos dados necessários e forneceu alguns dados irrelevantes. No fim, listamos abaixo as seguintes inconsistências no enunciado que a equipe de física do NOIC encontrou:

1. O enunciado não informou a área do telhado da garagem A_{telhado}, que é necessário para calcular o fluxo de água que entra no cano pelo ponto C.

2. O enunciado não informou a altura da garagem H, que é necessária para calcular a velocidade da água no ponto S.

3. O enunciado informou o valor do diâmetro d do cano vertical que leva ao ralo R, o qual é irrelevante no cálculo da precipitação mínima.

Por fim, concluímos que é impossível determinar uma resposta final apenas com os dados fornecidos pela prova.

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Gabarito

É impossível, a partir dos dados fornecidos no enunciado da prova, determinar uma resposta final. Veja a solução para entender o problema.

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Questão 10.

Um estudante de física deve construir um equipamento ótico para diminuir a intensidade de um feixe cilíndrico de radiação laser de I_o = 8,00\;\rm{ kW/m^2} para I_1 = 2,00 \; \rm{kW/m^2} usando apenas duas lentes que estão separadas por uma distância de L=30\; \rm{cm}, veja a figura. Determine as distâncias focais das duas lentes em \rm{mm} e apresente o correspondente diagrama de raios de luz nos casos (a) as duas lentes são convergentes e (b) uma lente é convergente e a outra é divergente.

Assunto abordado

Óptica geométrica, ondas

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Solução

(a) Ao longo da solução deste problema, vamos chamar a lente da esquerda de lente 0, que tem distância focal f_0 e a lente da direita de lente 1, que tem distância focal f_1. A primeira coisa que o estudante deve notar é que os raios entram e saem paralelos do sistema. Logo, podemos imaginar a situação ilustrada abaixo:

Note que, a imagem da lente 0 cai justamente no foco, já que os raios chegam paralelos. Perceba também que a imagem da lente 0 se comporta como objeto para a lente 1. Para que a imagem da lente 1 seja imprópria (raios paralelos), o objeto deve estar posicionado no foco. Portanto, vale a relação:

f_0+f_1=L

Isso garante que a imagem da lente 0 caia exatamente sobre o foco da lente 1. Além disso, é preciso garantir que os valores das intensidades sejam adequados. Seja A_0 a área da seção transversal dos raios incidentes na lente 0, e A_1 a dos raios emergentes da lente 1. Assim, da conservação de energia, a potência do feixe interceptada pela lente 0 deve ser igual à potência emergente pela lente 1:

 P_0=P_1

Lembrando que a potência é diretamente proporcional ao produto da secção transversal pela área, temos

 I_0A_0=I_1A_1

Sejam r_0 e r_1 os raios (metade do diâmetro) dos feixes cilíndricos. Fazendo uma semelhança de triângulos:

 \dfrac{f_0}{r_0} = \dfrac{f_1}{r_1}

 I_0f_0^2=I_1f_1^2

Resolvendo o sistema de equações, encontramos por fim:

\boxed{f_0 = 100\;\rm{mm}}

\boxed{f_1 = 200\;\rm{mm}}

b) Agora a situação é um pouco mais complicada, já que existem duas possibilidades para o problema. Vamos analisar ambas e verificar que apenas uma delas é possível:

Caso 1: Lente 0 = Convergente & Lente 1 = Divergente.

Vamos olhar um diagrama representando os raios para entender melhor a situação:

Note como os raios que emergem da lente 1 possuem uma área transversal menor. Usando a equação do item anterior que relaciona a energia, isso implica que I_1  data-recalc-dims=I_0 " />. Numericamente, pelo enunciado, sabemos que I_0  data-recalc-dims= I_1" />, mas está claro pela figura que isso não é possível.

Caso 2: Lente 0 = Divergente & Lente 1 = Convergente.

Vamos olhar um diagrama representando os raios para entender melhor a situação:

Note que os raios que emergem da lente 1 possuem uma área transversal maior. Usando a equação do item anterior que relaciona a energia, isso implica que I_0  data-recalc-dims=I_1 " />. Pelas mesmas razões do item anterior, podemos perceber que esse caso é o correto.

Pela figura, vemos que:

 f_1=f_0+L

A relação entre as intensidades não muda, então temos:

 I_0f_0^2=I_1f_1^2

Resolvendo o sistema, obtemos:

 \boxed{f_0=300\;\rm{mm}}

\boxed{f_1=600\;\rm{mm}}

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Gabarito

(a) \boxed{f_0 = 100\;\rm{mm}}

      \boxed{f_1 = 200\;\rm{mm}}

(b)  \boxed{f_0=300\;\rm{mm}}

      \boxed{f_1=600\;\rm{mm}}

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Questão 11.

Em saltos de bungee jump o tamanho da tira elástica deve ser ajustado de acordo com a massa e a distância de queda. Uma estudante de física resolveu estudar esse fenômeno através de um modelo em escala reduzida. No laboratório uma pequena esfera de chumbo de massa m = 0,4 \; \rm{kg} e suspensa por uma tira elástica de massa desprezível. Ao lado, a figura superior corresponde à situação em que a esfera é abandonada do repouso da altura H = 2,00 \; \rm{m} para início do "salto", cujo objetivo é chegar o mais próximo possível da base sem no entanto tocá-la. A figura inferior ao lado mostra a situação na qual a esfera está em equilíbrio estático. Imagine que em um salto real a parte mais baixa é a superfície de um rio ou lago. Considere que a tira elástica é equivalente a um conjunto de N molas ideais conectadas em série e que cada mola tem constante elástica k = 200 \; \rm{N/m} e comprimento l = 5,00 \; \rm{cm} quando relaxada. Determine: (a) o número N de molas necessárias para esse tipo de "salto", (b) a velocidade e (c) a aceleração máximas atingidas durante o "salto". Desconsidere a ação de forças resistivas.

Assunto abordado

Dinâmica: Conservação de Energia e Segunda Lei de Newton

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Solução

(a) Fazendo uma associação de molas, podemos descobrir a constante elástica equivalente do sistema. Como as molas do sistema estão em série, teremos que

\dfrac{1}{k_{eq}} = \dfrac{1}{k_1} + \dfrac{1}{k_2} + \dfrac{1}{k_3} + \cdots + \dfrac{1}{k_n}.

Para N molas de mesma constante elástica:

k_{eq} = \dfrac{k}{N}

Além disso, devido às N molas, o comprimento relaxado da tira será Nl. Para o número N necessário, a tira deverá estar totalmente esticada quando a esfera chegar ao solo. Logo, conservando a energia mecânica do sistema:

mgH = \dfrac{1}{2} k_{eq}\Delta y^2 = \dfrac{k}{2N} (H-Nl)^2

2NmgH = kH^2 - 2KNlH + kN^2l^2

Substituindo os valores:

0,5N^2 -56N +800 = 0

Usando a fórmula de Bháskara, resolvemos a equação quadrática:

N = \dfrac{112 \pm \sqrt{112^2- 4\times 1600}}{2}

N = 56 \pm \sqrt{1536}=56 \pm 16 \sqrt{6}

Usando \sqrt{6}=\sqrt{3} \cdot \sqrt{2} e \sqrt{2}=1,4, \sqrt{3}=1,7 da capa da prova, obtemos as seguintes soluções:

N_+ = 94,1
N_- = 17,9

Como N tem de ser um número inteiro (não há molas fracionadas), ele poderá assumir os valores de 17 ou 94. Perceba que N não pode ser 94, pois Nl = 94\times 0,05 = 4,7  data-recalc-dims= H" />. Portanto;

\boxed{N = 17}

Perceba que a aproximação escolhida foi para N = 17, pois, para N = 18, ao realizar a conservação de energia, é possível perceber que a corda estica mais que a altura H; ou seja, a esfera iria colidir com o chão. Veja:

mgH = \dfrac{k}{2N}\Delta y^2

\Delta y = \sqrt{\dfrac{2NmgH}{k}} = y - Nl

y = Nl + \sqrt{\dfrac{2NmgH}{k}}

Para N = 18:

y = 0,9 + \sqrt{1,44} \;\rm{m}= 0,9 + 1,2 \;\rm{m}= 2,1 \;\rm{m} data-recalc-dims= H" />

Logo, a esfera colidiria com o chão.

(b) A velocidade máxima ocorre no momento em que a esfera passa a desacelerar, i.e., quando sua aceleração inverte o sentido. Esse é o momento em que a força resultante é nula, quando mg = k_{eq}\Delta y_0. Conservando a energia mecânica do sistema:

mgH = \dfrac{1}{2} m V_{max}^2 + \dfrac{1}{2} k_{eq} \Delta y_0^2 + mgh

Em que h = Nl + \Delta y_0 é a altura em que haverá a velocidade máxima.

mgH = \dfrac{1}{2} mV_{max}^2 + \dfrac{1}{2} \dfrac{m^2g^2}{k_{eq}} + mg\left( Nl + \dfrac{mg}{k_{eq}} \right)

V_{max} = \sqrt{2gH - \dfrac{Nmg^2}{k} - \dfrac{2Nmg^2}{k} - 2Nlg}

V_{max} = \sqrt{2gH - \dfrac{3Nmg^2}{k} - 2Nlg}

Substituindo os valores numéricos:

V_{max} = \sqrt{12,8} \;\rm{m/s} = \sqrt{\dfrac{64}{5}} \; \rm{m/s}

\boxed{V_{max} = 8\dfrac{\sqrt{5}}{5} \;\rm{m/s} \approx 3,52 \; \rm{m/s}}

(c) Agora, temos que a aceleração será máxima quando a força resultante for máxima. Equacionando a Segunda Lei de Newton, tem-se:

ma = k_{eq} \Delta y - mg

a = \dfrac{k_{eq}}{m} \Delta y - g

Vemos então que a aceleração máxima ocorre quando o elástico está esticado o máximo possível, o que ocorre quando a velocidade da esfera é nula. Na situação limite citada no enunciado, isso acontece quando a esfera está muito próxima de tocar o solo, então:

 a_{max} = \dfrac{k}{mN}\cdot (y-Nl)- g

 a_{max} = \dfrac{k}{Nm}\cdot (Nl + \sqrt{\dfrac{2NmgH}{k}} - Nl) - g

a_{max} = \sqrt{\dfrac{2kgH}{Nm}} - g

Substituindo os valores numéricos:

a_{max} \approx (\sqrt{1176,5} - 10) \;\rm{m/s^2}

Para calcular essa raiz, vamos realizar uma aproximação binominal, ou seja, (1+ x)^n \approx 1 + nx para x \ll 1. Perceba que o quadrado perfeito mais próximo de 1176,5 é 1156 = 34^2. Sendo assim, podemos escrever a aceleração da seguinte forma:

a_{max} \approx (\sqrt{1156 + 20,5} - 10) \;\rm{m/s^2} = (\sqrt{34^2 + 20,5} - 10) \;\rm{m/s^2} = 34 (\sqrt{1+ \dfrac{20,5}{34^2}} - 10) \;\rm{m/s^2}

Agora, utilizando a aproximação binominal para x = \dfrac{20,5}{34^2}:

a_{max} \approx (34 + \dfrac{20,5}{2\times 34} - 10) \;\rm{m/s^2}

a_{max} \approx (34,3 - 10)\;\rm{m/s^2}

\boxed{a_{max} \approx 24,3 \; \rm{m/s^2}}

OBS: Perceba que a aproximação utilizada é válida, visto que  \dfrac{20,5}{34^2} \approx 0,018 \ll 1.

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Gabarito

 

(a) \boxed{N = 17}

(b) \boxed{V_{max} \approx 3,52 \; \rm{m/s}}

(c) \boxed{a_{max} \approx 24,3\; \rm{m/s^2}}

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Questão 12.

Uma barra de gelo, a 0^{\circ} \; \rm{C}, cilíndrica de altura H = 20 \; \rm{cm} e base com área A_g = 15 \; \rm{cm^2} é inserida em um calorímetro também cilíndrico com área de base A_c = 16 \; \rm{cm^2}. A barra é posicionada de forma que seu eixo coincida com o do calorímetro. Inicialmente a barra está apoiada em uma tela plástica horizontal vazada (água pode passar livremente por ela) que está situada à uma distância d = 1,00 \; \rm{cm} da base do calorímetro. Na parte superior do calorímetro há uma resistência de potência P = 60 \; \rm{W}. No instante inicial a resistência é ligada. (a) Determine o instante t_1 no qual o nível da água atinge a tela e; (b) estime o menor intervalo de tempo, contado a partir de t_1, necessário para que a barra de gelo flutue. Assuma que todo o calor liberado para a resistência é transferido para o gelo (ou água) e que os eixos da barra e do calorímetro coincidam durante todo o processo.

Assunto abordado

Termologia e Hidrodinâmica

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Solução

(a) O calor fornecido pelo resistor será utilizado para derreter o gelo, tal que:

P = \dfrac{\Delta Q}{\Delta t}

P = \dfrac{\Delta m}{\Delta t} L

Então:

\dfrac{\Delta m}{\Delta t} = \dfrac{P}{L}

Em que \dfrac{\Delta m}{\Delta t} é a taxa com que a massa de gelo derrete. Como essa é a mesma taxa com que a água surge, temos que:

\dfrac{\Delta m}{\Delta t} = \rho_a\dfrac{\Delta V}{\Delta t}

Logo, como o volume de água V=A_S h_a, sendo h_a a altura da coluna de água:

 \dfrac{P}{L} = \rho_a A_S \dfrac{\Delta h_a}{\Delta t}

\dfrac{P}{L} \Delta t = \rho_aA_S\Delta h_a

 \Delta t = \dfrac{L\rho_a A_S\Delta h_a}{P}

Ou seja:

\boxed{t_1= \dfrac{L \rho_aA_Sd}{P} \approx 90 \; \rm{s} }

(b) Em nossa estimativa, consideraremos que, enquanto o gelo derrete, o comprimento do bloco varia, enquanto a sua área transversal A_G permanece constante. Note que, caso contrário, a velocidade da água que se move entre o gelo e o cilindro seria variável e, com isso, teríamos que utilizar métodos que fogem de nossos conhecimentos de Ensino Médio, como integrais, para resolver o problema. Sendo assim, prossigamos.

Seja h a altura da barra de gelo e h' o nível da água em relação à tela de plástico. Acompanhe a figura.

Nesse caso, o gelo só irá flutuar quando o empuxo E for suficientemente grande para levantá-lo, tal que,

E = P

\rho_ah'A_gg = \rho_g A_gh g

\rho_a h' = \rho_g h

Note, entretanto, que, como a massa do gelo varia, sua altura varia também, logo:

\dfrac{\Delta m}{\Delta t} = -\rho_g A_g \dfrac{\Delta h}{\Delta t}

\dfrac{\Delta h}{\Delta t} = -\dfrac{P}{\rho_g A_g L}

Logo:

h = H - \dfrac{P}{\rho_g A_g L}(\Delta t + t_1)

Já para água que se move entre o cilindro e o gelo, a conservação de massa é da forma:

\dfrac{\Delta m}{\Delta t} = \rho_a (A_S - A_g) \dfrac{\Delta h'}{\Delta t}

\dfrac{\Delta h'}{\Delta t} = \dfrac{P}{\rho_a (A_S - A_g) L}

Então:

h' = \dfrac{P}{\rho_a (A_S - A_g) L}\Delta t

Substituindo os valores encontrados na relação para que o gelo flutue:

\dfrac{P}{ (A_S - A_g) L}\Delta t = \rho_gH - \dfrac{P}{A_g L}(\Delta t + t_1)

\dfrac{P\Delta t}{L} \left( \dfrac{1}{A_S - A_g} + \dfrac{1}{A_g}\right) = \rho_gH - \dfrac{P}{A_g L}t_1

\dfrac{P\Delta t}{L} \left( \dfrac{1}{A_S - A_g} + \dfrac{1}{A_g}\right) = \rho_gH - \dfrac{\rho_aA_Sd}{A_g}

Então:

\boxed{\Delta t = \dfrac{L(A_S - A_g)(\rho_gA_gH - \rho_aA_Sd)}{PA_S} \approx 89 \; \rm{s}}

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Gabarito

(a) \boxed{t_1= \dfrac{L \rho_aA_Sd}{P} \approx 90 \; \rm{s} }

(b) \boxed{\Delta t = \dfrac{L(A_S - A_g)(\rho_gA_gH - \rho_aA_Sd)}{PA_S} \approx 89 \; \rm{s}}

[collapse]