Escrito por Lucas Tavares, Pedro Tsuchie, Lucas Praça, Vitor Takashi, João Victor Evers e Athur Gurjão
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Questão 1.
Uma barra de de uma substância à temperatura inicial é aquecida dentro de um recipiente que lhe transfere energia na forma de calor a uma taxa constante. A figura ao lado mostra a variação da temperatura da substância em função do tempo. Sabendo que ao final de minutos foram transferidas , determine:
(a) O calor latente de fusão desta substância em .
(b) A razão onde e são, respectivamente, os calores específicos desta substância nas
fases líquida e sólida.
Calorimetria
(a) Com a energia total (E) e o tempo total (t), podemos achar a potência transferida:
Com isso, podemos pegar o tempo que demora a fusão para achar o calor latente:
Portanto:
(b) Com o a variação de temperatura e o tempo em cada fase, podemos escrever que:
Portanto:
a)
b)
Questão 2
A figura ao lado mostra um fio que passa por duas polias ideais e que é tensionado por dois blocos de massa que estão presos às suas extremidades. O trecho horizontal do fio tem comprimento e o conjunto está em equilíbrio estático. O diâmetro do fio é e a densidade do aço é . Determine:
(a) A densidade linear de massa do fio, em .
(b) A menor frequência, em , da onda estacionária transversal que o trecho horizontal do fio pode apresentar.
Ondulatória
(a) A densidade linear é definida por:
Onde é o comprimento de um pedaço de fio e sua massa. Já a densidade volumétrica é definida por:
Onde é o volume do pedaço de fio de massa . A área é a de seção transversal do fio. Disso, obtemos:
E substituindo numericamente :
(b) A menor frequência corresponde ao harmônico fundamental, isto é, $\lambda=2L$. A velocidade da onda é dada por:
A tração vale . Portanto:
(a)
(b)
Questão 3
Diodos emissores de luz, ou LEDs, da sigla em inglês Light Emiting Diode são dispositivos eletrônicos cada vez mais utilizados. A intensidade da luz emitida por um LED é uma função crescente da corrente que o percorre e que não pode superar determinado valor que poderia queimá-lo. Por isso, em geral, um LED é ligado em série com uma resistência de proteção cuja função é limitar a corrente. Outra característica importante de um LED é o valor mínimo da tensão abaixo do qual ele não brilha (e a corrente que o percorre é nula ou desprezível).
O circuito ao lado apresenta, ligados em série, um LED (entre os terminais e ), uma bateria ideal de tensão e um resistor de resistência R. Suponha que a máxima corrente suportada pelo LED seja , que o circuito opere com uma corrente de de e que a tensão aplicada no LED seja .
(a) Qual a potência dissipada no LED, em ?
(b) Qual o valor de , em (ohms)?
Circuitos
a) Sabendo que a potência dissipada é dada por:
No caso do LED temos que e . Logo,
Substituindo os valores do enunciado, sendo e :
b) Pela Lei de Kirchhoff das Malhas:
Sendo , e :
a)
b)
Questão 4
Uma curva de estrada é compensada quando o plano de rodagem se inclina em direção ao centro de curvatura de um ângulo em relação à horizontal. Na figura (fora de escala) o eixo vertical passa pelo centro da trajetória circular de raio executada pelo carro. Se a curva não é compensada.
Um engenheiro está planejando uma estrada na qual o coeficiente de atrito estático entre os pneus e o pavimento é e está considerando o caso em que carros trafegam com velocidade de módulo constante de . Determine o menor valor de , em , com o qual os carros fazem as curvas sem derrapar, nos casos:
(a)
(b)
Dinâmica
Para resolver esse problema, devemos entender qual a direção que o atrito aponta. Realizando o diagrama de forças no carro:
Obs: no diagrama de forças, a força centrípeta não deve ser representada idealmente, mas por motivos de didatica, ela foi incluida
Do diagrama, é possível perceber que existem 2 direções possíveis para força de atrito: para diagonal-cima ou para diagonal-baixo, como na figura. De modo simples, para que tenhamos o menor raio de curvatura, resultande centrípeta deverá ser máxima, afinal , ou seja, a resultante centrípeta é inversamente proporcional ao raio de curvatura. Portanto, para que a resultante centrípeta seja máxima, e assim o raio de curvatura seja mínimo, o atrito deverá apontar para a direção diagonal-baixo. Então, o diagrama da direita será utilizado.
Pelos diagramas de forças no eixo y (vertical):
No eixo x (horizontal):
Rearranjando e aplicando a definição da e :
Substituindo a força normal:
a) Para :
Substituindo os valores do enunciado, sendo , e :
b) Para :
a)
b)
Questão 5
Uma fita metálica de cobre de largura e espessura é percorrida por uma corrente de , conforme mostra a figura. A fita está na presença de um campo magnético uniforme perpendicular ao plano da fita e, portanto, na direção da espessura da fita. Nos terminais a e b, cada um deles ligado a um dos lados da fita, é conectado um voltímetro (não mostrado na figura) que mede a diferença de potencial . Considere que o cobre apresenta elétrons de condução por e adote a convenção de que se estiver saindo do papel. Determine:
(a) A velocidade de deriva dos elétrons , ou seja, a velocidade associada à corrente , em .
(b) (Responda 1 se estiver saindo do papel e −1 caso contrário.)
(c) em tesla.
Magnetismo
(a) Sabemos que a concentração de elétrons
.
Como cada elétron tem carga , isso significa que a densidade de carga volumétrica é:
Entretanto, sabemos também que a corrente
Como
Temos que:
.
é o volume "varrido" em um pela corrente.
Logo, considerando que , concluímos que:
Portanto, a velocidade é igual a:
Obs: Como o enunciado não especifica se a velocidade do elétron deve ser considerada apenas em módulo ou não, acreditamos que tanto a velocidade positiva quanto a negativa devem ser aceitas. Além disso, o sinal negativo indica que a velocidade é contrária ao sentido da corrente elétrica.
(b)
Sabendo que a força magnética e que a diferença de potencial entre A e B é positiva, isso significa que a força aponta para a esquerda, já que o sentido do campo elétrico é para direita, e a carga do elétron é negativa. Se a força elétrica aponta para esquerda, então deve apontar para a direita, por conta do sinal de menos de "" por se tratar de um elétron. Pela regra da mão esquerda, como aponta no sentido contrário ao da corrente, o campo precisa apontar para dentro da folha. Logo,
.
(c) Sabendo que o elétron deve estar em equilíbrio de forças, temos que:
Sendo, :
Portanto,
a)
b)
.
c)
Questão 6
Fazendo uma trilha com sua bicicleta, um ciclista desce uma rampa com uma velocidade constante de . A figura abaixo à esquerda, na qual e , mostra a rampa e a figura abaixo à direita mostra o sistema de freios a disco instalados nas duas rodas da bicicleta. Ao acionar o freio com a roda em movimento a peça A aplica uma força dissipativa de intensidade F no disco a uma distância média de do eixo de rotação. Nesta bicicleta as rodas têm diâmetro de , os discos são feitos de aço (calor específico de ) e cada um tem uma massa de . Desconsidere a ação das demais forças dissipativas. A massa do conjunto ciclista-bicicleta é .
(a) Considere que da energia mecânica dissipada durante a descida seja convertida em calor transferido aos discos (os restantes são transferidos para o ambiente, pelo vento, radiação, etc). Qual a variação da temperatura dos discos em ?
(b) Considere que o freio á aplicado nas duas rodas de maneira uniforme em toda a descida. Qual a intensidade de em ?
Calor, trabalho e energia
(a) A energia dissipada corresponde apenas à energia potencial perdida, já que a cinética permanece constante. Veja:
Então, para aquecer os dois discos de massa cada temos:
Resultando em:
(b) O responsável por dissipar energia nesse caso é o torque da força de resistência; O trabalho do torque é:
A variação de energia é . O é encontrado número de voltas dado pela roda, veja:
Igualando o trabalho do atrito à variação de energia, temos (o 2 vem devido o fato de existirem dois freios):
Encontramos portanto:
Numericamente:
a)
b)
Questão 7
Um pequeno peixe se lança com velocidade do alto da crista de uma onda em direção à crista da onda à frente, conforme mostra a figura. As ondas têm velocidade de e frequência de . A velocidade forma um ângulo com a horizontal. Considere apenas o movimento do centro de massa do peixe e despreze a resistência do ar.
(a) Qual a distância entre as cristas das ondas, em ;
(b) Qual o módulo velocidade com que o peixe emerge da crista , em ?
Ondulatória
(a) Pela relação fundamental da ondulatória, temos:
(b) Como o peixe pula em direção à outra crista seu alcance horizontal é o próprio (pela definição). Então, temos que:
Então temos que:
Portanto encontramos que:
(a)
(b)
Questão 8
Um proprietário rural cava uma cisterna em sua residência e utiliza uma bomba periférica para elevar a água coletada a uma altura de em relação à superfície da água na cisterna. Para transportar a água ele usa uma mangueira cilíndrica de área de seção transversal . O gráfico abaixo mostra como varia a pressão manométrica em função da vazão da água na saída da tubulação para diferentes modelos de bomba. O proprietário instalou o modelo
de bomba .
(a) Qual a potência mínima da bomba, em ?
(b) Qual a velocidade da água na mangueira, em ?
Energia
(a) Pelo gráfico, é possível achar a vazão da bomba para uma altura de metros:
A potência pode ser achada como a energia adicionada à água por segundo. Como a vazão é o volume por segundo, podemos achar a potencia por:
Em unidades do SI:
(b) A vazão pode ser calculada como o produto da velocidade vezes a área transversal, então:
Portanto:
a)
b)