Terceira Fase (Nível 2)

Escrito por Lucas Tavares, Pedro Tsuchie, Lucas Praça, Vitor Takashi, João Victor Evers e Athur Gurjão

Júlio Verne pode ser considerado o criador do gênero literário de ficção científica. Em 1873, ele publicou o romance de aventura A Volta ao Mundo em 80 Dias no qual a rapidez e a integração dos transportes são destaques da trama.

Considerando uma viagem de volta ao mundo que dura exatamente 80 dias, determine a velocidade escalar média (rapidez média) dos viajantes, em \rm{km/h}, nos casos:

(a) A viagem é feita ao longo do equador.

(b) A viagem é feita ao longo do paralelo de latitude 30^{\circ} norte.

Assunto abordado

Cinemática

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Solução

(a)

Para dar uma volta pela Terra na linha do Equador, os viajantes precisariam andar uma distância d=2\pi R, que é o comprimento de uma circunferência de raio R. Se a viagem dura 80 dias, ela vai durar t=24\cdot 80 horas. Logo, a velocidade em km/h será:

v=\frac{2\pi R}{t} = \frac{2\pi\cdot 6400}{24\cdot 80}

Portanto,

\boxed{V = 20\;\rm{km/h}}

(b)

Para dar uma volta pela Terra na latitude \phi=30, os viajantes precisariam andar uma distância d=2\pi R\cos(\phi), que é o comprimento de uma circunferência de raio R\cos(\phi), que é o raio efetivo da sua latitude. Se a viagem dura 80 dias, ela vai durar t=24\cdot 80 horas. Logo, a velocidade em \rm{km/h} será:

v=\frac{2\pi R\cos(\phi)}{t} = \frac{2\pi\cdot 6400\cdot \cos(30^\circ)}{24\cdot 80}

Portanto,

\boxed{V = 17\;\rm{km/h}}

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Gabarito

(a)

\boxed{V= 20 \;\rm{km/h}}

(b)

\boxed{V = 17 \;\rm{km/h}}

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Questão 2

Dentro de uma geladeira de temperatura interna T_i = 6^\circ \text{C} há uma cuba de base quadrada de lado a = 10\;\rm{cm} . Dentro da cuba há 750 \;\rm{g} de água e 194,4 \;\rm{g} de manteiga na forma de uma barra cúbica. A figura ao lado, fora de escala, mostra a cuba com a água e a manteiga, onde h e H são, respectivamente, as alturas em relação à base da cuba dos níveis mais altos de água e de manteiga.

Considere que a manteiga tem temperatura de fusão T_f = 26^\circ \text{C} e densidade constante de 0,9 \;\rm{g/cm^3} e trata-se de um dia quente de verão de temperatura ambiente T_a = 36^\circ \text{C}. Desconsidere a dilatação da água e do recipiente.

(a) Determine os valores de h e H, em cm, com a cuba ainda na geladeira.

(b) Determine os valores de h e H, em cm, após a cuba ter sido retirada da geladeira, apoiada em uma mesa horizontal e esperado até que toda a manteiga tenha se derretido.

Assunto abordado

Hidroestática

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Solução

a) Equilibrando a força de empuxo com o peso, encontramos que:

\rho_aV_ig=mg\implies V_i=\frac{194,4}{1}\ \text{cm}^3=194,4\ \text{cm}^3

Com isso, sabemos que esse é o volume deslocado de água, então podemos equacionar o volume total como:

V_a=a^2h-V_i\implies 750\ \text{cm}^3=100h\ \text{cm}^2-194,4\ \text{cm}^3

Finalizando as contas encontramos que:

\boxed{h=9,444\ \text{cm}}

O volume total de manteiga é \frac{194,4}{0,9}\ \text{cm}^3=216\ \text{cm}^3, o que leva ao fato de que o lado do bloco cúbico é l=V^{\frac{1}{3}=6\ \text{cm}}. Além disso, o comprimento que está imerso em água deverá ser l_i\frac{V_i}{l^2}=5,4\ \text{cm}.

Observando o diagrama acima, você pode facilmente perceber que H=h+l-l_i, portanto:

\boxed{H=10,044\ \text{cm}}

b) Todo o volume de manteiga irá derreter, gerando uma camada de espessura d=\frac{216\ \text{cm}^3}{a^2}=2,16\ \text{cm}. Como a manteiga é menos densa, ela irá para cima da água gerando uma camada, assim como mostra a figura.

A altura da água será seu volume total, 750\ \text{cm}^3, dividido por a^2, portanto D=7,5\ \text{cm}.

Disso, temos que:

\boxed{h=7,5\ \text{cm}}

\boxed{H=9,66\ \text{cm}}

 

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Gabarito

(a)

\boxed{h=9,444\ \text{cm}}, \boxed{H=10,044\ \text{cm}}

(b)

\boxed{h=7,5\ \text{cm}}, \boxed{H=9,66\ \text{cm}}

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Questão 3

Em laboratório didático, uma estudante de física acrescenta 200 \;\rm{g} de água em calorímetro (recipiente de paredes termicamente isolantes) de capacidade calorífica 100\;\rm{ cal/^{\circ}C}.

O calorímetro e a água estão inicialmente na temperatura ambiente de 22 ^{\circ}C. Depois, retira dois cubos de gelo de 30 \;\rm{g} de dentro de um congelador de temperatura interna ?18 ^{\circ}C e os coloca imediatamente no calorímetro, fechando-o em seguida. Determine a temperatura de equilíbrio no interior do calorímetro.

Assunto abordado

Calorimetria

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Solução

 

Pela conservação de energia do sistema, temos que o somatório dos calores trocados deve ser igual a zero.

 

\sum Q = 0.

 

Q_c+Q_g+Q_a=0.

 

O calor do calorímetro pode ser calculado multiplicando a capacidade calorífico pela variação de temperatura. O calor da água pode ser calculado ao multiplicar a sua massa com seu calor específico e sua variação de temperatura. Para calcular o calor do gelo, entretanto, envolve um cálculo mais complexo. Por ser uma quantidade de energia muito grande vinda do calorímetro e da água, o gelo vai se fundir. Logo, devemos calcular a energia para chegar até a temperatura de fusão, somar com a energia da fusão e somar, por fim, com a energia até chegar na temperatura final.

 

Por fim, podemos calcular a temperatura final

 

 100(T_f-22)+1\cdot 200(T_f-22)+ 0,5\cdot 60 (0-(-18))+60\cdot 80 + 1\cdot 60 (T_f-0)=0

onde as capacidades específicas já estão convertidas para caloria por celsius. Fazendo as contas, temos que

\boxed{T_f=3,5^{\circ} C}

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Gabarito

 

\boxed{T_f=3,5\;\rm{^\circ }C}

 

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Questão 4

Um helicóptero decola no instante t = 0 nas proximidades de um aeroporto. A tabela mostra as coordenadas cartesianas do helicóptero em um sistema de referência com origem no radar do aeroporto durante os 25 minutos em que ele voa em sua zona de segurança. Os eixos x e y, são paralelos às direções cardeais, com o eixo y apontando para o norte e o eixo x para o leste. A tabela mostra os instantes nos quais o helicóptero muda de direção de movimento e o instante final no qual o helicóptero deixa de ser monitorado pelo radar.

Durante o intervalo de tempo em que o helicóptero é monitorado pelo radar:

(a) Faça um gráfico da trajetória do helicóptero.

(b) Determine a distância percorrida e o deslocamento do helicóptero.

(c) Determine a velocidade escalar média e a velocidade média do helicóptero.

Assunto abordado

Cinemática

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Solução

(a) O gráfico pedido fica semelhante à:

(b) A diferença entre distância percorrida e deslocamento é que o deslocamento só leva em conta os pontos inicial e final, enquanto a distância percorrida leva em conta todo o trajeto. Dessa forma, o deslocamento do helicóptero é a distância entre o ponto P(0,3) inicial e o Q(16,3) final, portanto o deslocamento \Delta S é:

\boxed{\Delta S=16\ \text{km}}

Para a distância percorrida vamos separar o percurso em 4 etapas retilíneas:

d=d_1+d_2+d_3+d_4

Que são calculados usando a fórmula para a distância entre dois pontos:

d_{12}=\sqrt{(x_1-x_2)^2+(y_1-y_2)^2}

d_1=\sqrt{(-4-0)^2+(6-3)^2}=5

d_2=\sqrt{(-12+4)^2+(6-0)^2}=10

d_3=\sqrt{(-12-0)^2+(0+9)^2}=15

d_4=\sqrt{(16-0)^2+(3+9)^2}=20

Fazendo as contas, obtemos:

d=5\ \text{km}+10\ \text{km}+15\ \text{km}+20\ \text{km}

Com isso:

\boxed{d=50\ \text{km}}

(c) A diferença entre velocidade escalar média e velocidade média é que na velocidade escalar devemos fazer \frac{d}{\Delta t}, onde d é a distância percorrida, enquanto na velocidade média temos que fazer \frac{\Delta S}{\Delta t}, onde \Delta S é o deslocamento. Portanto:

v_{esc}=\frac{50}{25/60}\ {\frac{\text{km}}{\text{h}}}

\boxed{v_{esc}\approx 120\ {\frac{\text{km}}{\text{h}}}}

Enquanto que para a velocidade média:

v_{med}=\frac{16}{25/60}\ {\frac{\text{km}}{\text{h}}}

\boxed{v_{med}\approx 38,4\ {\frac{\text{km}}{\text{h}}}}

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Gabarito

(a) Gráfico

(b)

\boxed{\Delta S=16\ \text{km}}, \boxed{d=50\ \text{km}}

(c)

\boxed{v_{esc}=120\ {\frac{\text{km}}{\text{h}}}}, \boxed{v_{med}=38,4\ \frac{\text{km}}{\text{h}}}

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Questão 5

Um caminhão, que carrega apenas uma caixa C apoiada na extremidade de trás de seu compartimento de carga, trafega em uma estrada
retilínea, veja a figura. De repente, ao ver um obstáculo, seu motorista pisa no freio impondo ao veículo uma desaceleração constante de intensidade |a|.
Com caminhão ainda em movimento, a caixa desliza pelo piso e colide na parede frontal do compartimento após 2,00 \,\rm{s} do início da frenagem. O coeficiente de atrito estático entre a caixa e o piso é \mu_e = 0,40 e L = 6,00 \,\rm{m}. Considere o menor valor de |a| capaz de fazer a caixa deslizar no piso do compartimento.

 

 

(a) A intensidade da aceleração |a| do caminhão.
(b) O coeficiente de atrito cinético entre a caixa e o piso do compartimento de carga.

Assunto abordado

Dinâmica

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Solução

(a)

Quando o bloco segue o movimento junto com o caminhão, a força de atrito é quem gera a sua aceleração e faz com que ele tenha aceleração igual ao caminhão. Na menor aceleração em que ela desliza, temos que a força de atrito chega no seu valor máximo:

m |a| = \mu_e m g

\boxed{|a| = \mu_e g = 4 \,\rm{m/s^2}}

(b)

a aceleração do bloco será gerada pela força de atrito cinético:

a' = \mu_c g

na mesma direção da aceleração do caminhão. A aceleração relativa entre o caminhão e o bloco é:

a_{rel} = |a| - a'

a' = |a| - a_{rel}

O tempo do movimento é dado pela aceleração relativa entre o bloco e o caminhão:

L = \frac{a_{rel}t^2}{2}

\mu_c = \frac{|a| - a_{rel}}{g} = \frac{|a| - \frac{2L}{t^2}}{g}

\boxed{\mu_c = 0,1}

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Gabarito

(a)

\boxed{|a| = 4 \,\rm{m/s^2}}

(b)

\boxed{\mu_c = 0,1}

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Questão 6

Em um laboratório de física um estudante produz uma peça perfurando a base de um pote cilíndrico de raio R = 4 \,\rm{cm} e altura H = 3 \,\rm{cm}. Depois cola um tubo longo oco e fino na abertura criada e veda as junções de modo que a peça funcione como um funil. Então completa o arranjo experimental inicial apoiando a peça sobre uma superfície horizontal de borracha. Veja figura ao lado (note que o “funil” está de cabeça para baixo). A peça tem uma massa total de 300 \,\rm{g}. Ao derramar água pela abertura superior do tubo fino, o contato da boca do “funil” com a borracha impede que a água vaze. Até que altura z, medida em relação à superfície de borracha, o estudante pode adicionar água sem que a peça levante?

 

 

Assunto abordado

Hidrostática

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Solução

Podemos representar a questão com o seguinte diagrama:

 

A água realiza uma força para cima no funil, causada pela pressão representada na figura, que é:

P = \rho g(z-H)

A peça levanta quando a normal entre ela e o chão zera, ou seja, a força exercida pela água é igual ao peso:

mg = PA = \rho g(z-H) \pi R^2

\boxed{z = H + \frac{m}{\rho \pi R^2} = 9,25 \,\rm{cm}}

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Gabarito

\boxed{z = 9,25 \,\rm{cm}}

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Questão 7

Um disco giratório horizontal de raio R possui um sulco retilíneo que passa por seu centro dentro do qual pode deslizar sem atrito um bloco de massa m. Duas molas idênticas de constantes elásticas k e massas desprezíveis são colocadas no sulco com uma das extremidades presa à borda do disco e a outra ao bloco. Veja a figura. Considere que o conjunto é posto a girar com velocidade angular constante \omega.

(a) Determine o máximo valor da velocidade angular do disco \omega_m abaixo do qual o movimento
do bloco em relação ao disco pode ser oscilatório.
(b) Com \omega < \omega_m, qual a frequência de oscilação do movimento do bloco relativo ao disco?
(c) Descreva os possíveis movimentos do bloco relativo ao disco quando \omega > \omega_m.

Assunto abordado

Movimento Harmônico Simples (MHS)

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Solução

(a)

No referencial que gira com velocidade angular \omega, além da força das molas, o bloco também sofre uma força centrífuga. A equação da segunda lei de Newton no bloco fica:

ma = m\omega^2 x - 2kx

a velocidade angular limite ocorre quando a aceleração é zero pra qualquer deslocamento, logo:

2k-m \omega_m^2 = 0

\boxed{\omega_m = \sqrt{\frac{2k}{m}}}

(b)

Podemos escrever a equação da segunda lei de Newton como:

a = -(\frac{2k}{m}-\omega^2)x

Que é a equação característica de um MHS com frequência:

\boxed{\Omega = \sqrt{\frac{2k}{m}-\omega^2}}

(c)

Quando a velocidade angular é maior que o limite, ele sofre uma aceleração em função do deslocamento igual a:

a = (\omega^2-\frac{2k}{m})x

Em que é possível ver que ele acelera até colidir com a borda do disco e fica nela, apenas girando com o disco

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Gabarito

(a)

\boxed{\omega_m = \sqrt{\frac{2k}{m}}}

(b)

\boxed{\Omega = \sqrt{\frac{2k}{m}-\omega^2}}

(c)

Olhar o comentário

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Questão 8

Sondas espaciais movidas a velas solares utilizam a pressão (força por unidade de área) da luz solar para propulsão. Quando um fóton (partícula de luz) colide com um objeto ele exerce uma pequena força sobre ele. Em uma vela solar, os milhares de bilhões de fótons que formam o feixe de luz colidem com a superfície refletora da vela, empurrando-a.

Quando um feixe de intensidade de I (energia por unidade de tempo por unidade de área) incide perpendicularmente em uma vela perfeitamente refletora de área A a força de radiação
F_r é dada por

F_r = \dfrac{2IA}{c}

onde c é a velocidade da luz no vácuo.
Considere uma sonda impulsionada por uma vela solar de área A = 80 \;\rm{m^2}, de superfície
perfeitamente refletora, orientada perpendicularmente aos raios solares em uma região do espaço
no qual a intensidade deles é I = 1400 \;\rm{J/(s \cdot m^2)}. Determine:

(a) A taxa de variação da energia cinética da sonda quando sua velocidade é v = 1000 \;\rm{km/h}.

(b) Considerando que a propulsão a vela solar é análoga à propulsão a vela de um barco, quais são os análogos na propulsão do barco a vela ao (i) feixe de luz e (ii) aos fótons?

(c) Como a orientação da vela influencia sobre a força de radiação exercida sobre ela. Em qual orientação a força é máxima? Em qual é mínima? Faça diagramas.

Assunto abordado
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Solução

(a) Utilizando o teorema da energia cinética, temos que

\Delta\tau_{resultante} = \Delta E_{cin}

Em que, para uma força constante, como é o caso da questão o trabalho resultante pode ser escrito como \tau _{resultante}= F_{resultante}\Delta d = F_r \Delta d

Logo, dividindo pelo intevalo de tempo nos dois lados

F_r\dfrac{\Delta d}{\Delta t} = \dfrac{\Delta E_{cin}}{\Delta t}

Para um intervalo de tempo muito pequeno, temos que a taxa de variação da energia cinética, P_{cin} será:

P_{cin} = F_r v

Logo, substituindo os valores:

\boxed{P_{cin} \approx 0,2075\;\rm{J/s}}

OBS: Lembre de converter as unidades da velocidade de \rm{km/h} para \rm{m/s}.

(b)

(i) O feixe de luz que atinge a vela solar é análogo ao vento que sopra na vela de um barco. Assim como o vento empurra a vela e faz o barco se mover, o feixe de luz (composto por fótons) exerce uma pressão sobre a vela solar, impulsionando a nave no espaço.

(ii) Os fótons, que compõem o feixe de luz, são análogos às partículas de ar (moléculas de ar) que constituem o vento. Cada fóton, ao colidir com a vela solar, transfere uma pequena quantidade de momento à vela, assim como cada molécula de ar que bate na vela de um barco transfere um pouco de momento, ajudando a mover o barco para frente.

(c) A orientação da vela muda seu ângulo de contato com o feixe de fótons. O diagrama abaixo mostra a visão vertical da colisão do feixe de fótons com a vela solar.

Logo, pela conservação da quantidade de movimento da colisão de cada fóton com a placa solar:

p_{feixe}\cos{\theta} = \Delta p_{vela} - p_{feixe}

Mas, o momento do feixe de fótons pode ser calculado pela densidade de fótons em um certo volume, ou seja:

p_{feixe} = p_{foton}k\Delta x

Assim,

F = \dfrac{\Delta p_{vela}}{\Delta t} = 2 p_{foton}kc \cos{\theta}

Pelo enunciado, para \theta = 0,  2 p_{foton}kc = \dfrac{2IA}{c}

F = \dfrac{2IA}{c}\cos{\theta} = F_r\cos{\theta}

Portanto, como 0\leq\cos{\theta}\leq 1:

\boxed{F_{min} = 0\;\rm{N}}

Diagrama para a situação:

\boxed{F_{max} = F_r}

Diagrama para a situação:

OBS: A análise da densidade de fótons para calcular a intensidade não é necessária para a resolução da questão, apenas a análise do \cos{\theta} e os desenhos mostrados acima

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Gabarito

(a)

\boxed{P_{cin} \approx 0,2075\;\rm{J/s}}

(b)

Ver comentário

(c)

\boxed{F_{min} = 0\;\rm{N}}

Diagrama para a situação:

\boxed{F_{max} = F_r}

Diagrama para a situação:

 

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Questão 9

Um feixe de luz monocromática incide perpendicularmente na superfície de um prisma semicilíndrico de raio R = 4,00 \;\rm{cm} conforme a figura. O prisma está imerso no ar e é feito de um material de índice de refração n = 1,40. No ponto F em frente ao prisma, que é o ponto focal do feixe de luz, é colocado um anteparo opaco. Desprezando as reflexões internas no prisma a partir da 2ª ordem, determine:

(a) A distância entre os pontos F e C.

(b) O maior valor da coordenada y no anteparo que é iluminada pelo feixe.

Assunto abordado

Óptica Geométrica

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Solução

(a) Como o enunciado diz que o ponto F é o ponto focal do feixe de luz, podemos utilizar a equação dos fabricantes de lentes para determinar o foco:

\dfrac{1}{f}=\left( \dfrac{n}{n_{ar}}-1\right)\left( \dfrac{1}{R}+ \dfrac{1}{R'}\right)

Considerando que n_{ar}=1 e como o prisma é composto por uma parte circular e outra reta, podemos concluir que a parte reta tem um raio de curvatura R'\rightarrow \infty. Logo, a equação dos fabricantes de lentes torna-se:

\dfrac{1}{f}=\left( n-1\right)\dfrac{1}{R}

Substituindo os dados do enunciado, temos que:

\dfrac{1}{f}=\left( 1,4-1\right)\dfrac{1}{0,04}

\dfrac{1}{f}=10

\boxed{f=0,1\;\rm{m}}

(b) Para resolver esse exercício, precisamos considerar todos os feixes de luz e encontrar qual resultará em um maior y.

A primeira coisa a se notar é que como os raios de luz estão perpendiculares a superfície reta do prisma, elas refratarão, mas sem mudar de direçaõ, já que pela lei de Snell:

n \sin 0^{\circ} = 1 \cdot \sin \alpha

0=sin \alpha

\alpha=0^{\circ}

A segunda coisa a se notar é que o raio de luz que satisfaz essa condição corresponde ao raio que implica no angulo limite, já que nesse caso,

o angulo sera maximo, e portanto, teremos uma altura y máxima.

Além disso, temos que pela condição de ângulo limite:

n \sin \theta=1

\sin \theta = \dfrac{1}{1,4}

\sin \theta \approx 0,7

\theta \approx 45^{\circ}

Logo, temos o seguinte:

Pela geometria do problema, podemos ver que a distância horizontal entre o ponto no prisma correspondente ao raio e o anteparo é

x=R-R\cos \theta + f

E a componente vertical é

y=(R-R\cos \theta + f) \tan (90- \theta) - R \sin \theta

Substituindo pelos dados no enuciado:

\boxed{y=8,4\cdot 10^{-2}\; \rm{m}}

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Gabarito

(a)

\boxed{f=0,1\;\rm{m}}

(b)

\boxed{y=8,4\cdot 10^{-2}\; \rm{m}}

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Questão 10

Uma porção de volume V_0 de gás monoatômico ideal está confinada em uma câmara de um cilindro ao qual está acoplado a um pistão móvel, conforme a figura. As paredes do cilindro são condutoras de calor e estão em contato com a atmosfera, assim como a superfície externa do êmbolo do pistão. O sistema está apoiado em uma mesa horizontal e está em equilíbrio termodinâmico com a atmosfera de pressão p_0. Em determinado momento, uma força externa \vec{F} é aplicada no ponto A do pistão e faz com que o gás se expanda muito lentamente até atingir o triplo do volume inicial. Determine o trabalho realizado por \vec{F}.

Assunto abordado

Termodinâmica/Gases

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Solução

Em uma primeira análise, devemos encontrar uma relação entre o trabalho exercido pela força externa  \vec{F} e o trabalho realizado pelo gás. Uma formulação possível é considerar que, como a expansão ocorre de forma muito lenta, a velocidade do pistão é praticamente nula, resultando em uma variação de energia cinética igual a zero. Assim, pelo teorema da energia cinética, temos  \tau = \Delta E_c = 0 . Isso implica que o trabalho resultante é nulo, portanto, podemos escrever

W_{\text{forca}} + W_{atm}+ W_{\text{gas}} = 0

Dessa forma, concluímos que o trabalho realizado pela força externa mais a força advinda da pressão atmosférica é igual, em módulo, ao trabalho realizado pelo gás.

Outra formulação possível é considerar que, devido à expansão lenta, as pressões/forças exercidas pelo gás e pelas forças externas (força \vec{F} + atmosfera) são praticamente iguais, em razão do equilíbrio de forças. Assim, como ambas as forças atuam sobre um mesmo deslocamento, o trabalho realizado também será o mesmo.

Agora, vamos calcular o trabalho realizado pelo gás. Para isso, é fundamental compreender o tipo de transformação que ocorre durante essa expansão. Primeiramente, o enunciado indica que as paredes do cilindro são condutoras de calor e estão em contato com a atmosfera. Além disso, a expansão acontece de forma lenta.

Dessa forma, podemos concluir que a transformação é isotérmica. Isso se deve ao fato de que, como as paredes do cilindro conduzem calor, se a temperatura do gás for diferente da temperatura externa, haverá um fluxo de calor que permitirá que o sistema atinja um equilíbrio térmico. Esse equilíbrio é garantido pela natureza lenta da expansão do gás.

Vale ressaltar que a temperatura do sistema sempre se igualará à temperatura externa, pois ela permanece constante durante o processo. Assim, a temperatura do gás se mantém constante, caracterizando uma transformação isotérmica.

Para calcular o trabalho de um gás em uma expansão isotérmica é dado por:

W_{gas}=nRT \ln \left( \frac{V_f}{V_0} \right)

No nosso caso, V_f=3V_0. Logo,

W_{gas}=nRT \ln 3

Como T é a temperatura externa, e que inicialmente o gás se encontrava a uma pressão p_0 e volume V_0. Temos que p_o V_0= nRT. Logo,

W_{gas}=p_0V_0 \ln 3

Além disso, o "trabalho da atmosfera" pode ser escrito da seguinte forma:

W_{atm}=-p_0\Delta V

W_{atm}=-p_0 2V_0

\Delta V = 2V_0, já que o volume é triplicado.

Obs: o sinal negativo vem do fato de a atmosfera realizar um trabalho sobre o gás e não o contrario.

Portanto, o trabalho realizado pela força é dada por:

W_{\text{forca}} + W_{atm}+ W_{\text{gas}} = 0

W_{\text{forca}} = -W_{atm}- W_{\text{gas}}

\boxed{W_{\text{forca}} = p_0V_0(2-\ln 3)}

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Gabarito

\boxed{W_{\text{forca}} = p_0V_0(2-\ln 3)}

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Questão 11

Uma cunha de massa M = 300 \;\rm{g}, H = 30 \;\rm{cm} e L = 40 \;\rm{cm} está em repouso apoiada em uma superfície horizontal fixa. Em determinado instante, um pequeno bloco de massa m = 100 \;\rm{g} é apoiado e abandonado com velocidade nula no ponto mais alto da cunha, veja a figura. Considere que todas as superfícies em contato são perfeitamente lisas, ou seja, tanto o bloco sobre a cunha quanto a cunha sobre a superfície horizontal deslizam sem a ação de forças de atrito.

No instante imediatamente anterior ao bloco atingir a superfície horizontal, determine (em relação ao referencial fixo):

(a) O deslocamento da cunha.

(b) A intensidade da velocidade do bloco.

Assunto abordado
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Solução

(a) Veja que, ao considerar o sistema como cunha + bloco, não há forças atuando na horizontal. Logo, a posição do centro de massa será constante. Portanto,

\Delta x_{CM} = \dfrac{M\Delta x_M + m\Delta x_m}{m+M} = 0

Substituindo os valores:

3\Delta x_M = - \Delta x_m

Pelo diagrama abaixo, você pode entender melhor os parâmetros definidos.

Veja que, no referencial da cunha, o bloquinho deverá mover-se uma distância L na horizontal.

\Delta x_m - \Delta x_M = L

Logo,

4\Delta x_M = -L

\Delta x_M = -\dfrac{1}{4} L

\Delta x_M = - 10\;\rm{cm}

OBS: o sinal "-" apenas indica a direção previamente definida.

(b) Utilizando o mesmo vínculo do centro de massa utilizado no item (a):

v_{CM} = \dfrac{MV+mv_x}{M+m}=0

MV = - mv_x

Substituindo os valores:

3 V = - v_x

Agora, conservando energia:

mgH = \dfrac{1}{2}m(v_x^2+v_y^2) + \dfrac{1}{2}MV^2

Substituindo os valores:

2gH = v_y^2 +12V^2

Veja também que, no referencial da cunha, a cunha "vê" o bloco descendo paralelamente ao plano inclinado, ou seja, no referencial da cunha, a velocidade resultante é paralela ao plano da cunha, como mostra o diagrama abaixo.

Assim, pode-se concluir que

\tan{\theta} = \dfrac{V+v_x}{v_y} = \dfrac{4}{3}

Logo:

v_x = v_y

Dessa forma,

V^2 = \dfrac{2}{21}gH

v_x = 3\sqrt{\dfrac{2}{21}gH}

v = v_x\sqrt{2}

Substuindo os valores

\boxed{v\approx 2,26\;\rm{m/s}}

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Gabarito

(a)

\Delta x_M = 10\;\rm{cm}

(b)

\boxed{v\approx 2,26\;\rm{m/s}}

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Questão 12

Uma estação de rádio que opera na frequência de 75 \, \text{MHz} está localizada no limite da região urbana de uma cidade. A estação possui uma antena de potência P_0 que envia o sinal isotropicamente. Com o objetivo de evitar o desperdício de energia enviando o sinal para a zona rural a oeste, os proprietários da estação de rádio decidem direcionar o sinal para leste onde reside seu público. Sabendo que este efeito pode ser obtido por interferência entre sinais, eles decidem instalar uma segunda antena a uma distância d \geq 10 \, \text{m} a oeste da primeira (a distância mínima é uma exigência técnica de instalação). Após instaladas, cada antena opera com potência P e o sinal da segunda antena em relação à primeira é emitido com uma diferença de fase \phi. Suponha uma região perfeitamente plana. Determine:

(a) A razão de P/P_0 ara que o sinal na nova configuração chegue na região urbana com a mesma intensidade de antes.

(b) A menor distância de instalação d entre as antenas.

(c) O menor valor de |\phi| em graus. O sinal da segunda antena deve estar atrasado, em fase ou adiantado em relação primeira?

Assunto abordado

Ondas

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Solução

(a)

Na região urbana, queremos que haja uma interferência construtiva. Como ambas as antenas emitem a mesma potência,  a amplitude da ondas emitidas será igual. Logo, a amplitude de interferência construtiva que chegará na região será o dobro da amplitude inicial.

Sabemos também que a Intensidade é proporcional à potência, que, por sua vez, é proporcional ao quadrado da amplitude. Portanto, a potência que chega na interferência construtiva é 4 vezes a potência P emitida por cada antena.

Se a intensidade que chega quando só tem uma antena é igual a intensidade na situação das duas antenas, as potências que chegam também são iguais nas duas situações. Enfim, temos que:

P_0=4P

Assim:

\boxed{\frac{P}{P_0}=\frac{1}{4}}

(b)

Queremos que haja interferência construtiva no leste e destrutiva no oeste. Logo:

\phi + kd = m2\pi

\phi - kd = (n + \frac{1}{2})2\pi

Somando e subtraindo as duas equações, chegamos em relações para \phi e para d:

d = \frac{\lambda}{2}(m-n-\frac{1}{2})

Usando o fato que a velocidade de propagação da ondas c = \lambda f, achamos que \lambda = 4m.

Logo:

d=2(m-n)-1

Como m e n são inteiros não negativos, a subtração deles deve ser inteira não negativa, eliminando possíveis distâncias negativas.

Sabemos também que d é maior ou igual a 10. Logo, a menor solução para essa equação é que cumpra essa inequação é

\boxed{d = 11\;\rm{m}}.

(c)

Usando a relação de \phi encontrada no item anterior ao somar as duas equações de interferência, temos que:

\phi = \frac{\pi}{2} + \pi(m+n)

Novamente, usando o fato que m e n são inteiros não negativos, o segundo termo da relação acima terá valor mínimo quando este for nulo. Portanto, o menor valor de

\boxed{\phi=\frac{\pi}{2}=90^{\circ}}.

Sendo assim, ele está adiantado.

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Gabarito

(a)

\boxed{\frac{P}{P_0}=\frac{1}{4}}

(b)

\boxed{d = 11\;\rm{m}}.

(c)

\boxed{\phi=\frac{\pi}{2} = 90^{\circ}}.

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