Problemas Aula 1.13 - Hidrostática

Escrito por Lucas Tavares

Alguns problemas para você praticar a teoria estudada. O grau de dificuldade dos problemas está indicado com asteriscos (*). Problemas com 1 asterisco é o equivalente a um problema de primeira fase de OBF, 2 asteriscos (**) um de segunda fase,  e 3 asteriscos (***) um de terceira fase.

Questão 1 *

(OBF) Um recipiente contém volumes iguais de dois líquidos que não se misturam e um corpo sólido esférico. Quando o sistema entra em equilíbrio hidrostático, observa-se que cada hemisfério do sólido fica em contato com um líquido, conforme ilustrado na figura.

Acrescenta-se ao recipiente uma quantidade do líquido menos denso até que a altura de sua camada dobre. Após o equilíbrio hidrostático ser reestabelecido, a situação que melhor representa o sistema é:

Solução

Como o corpo está equilibrado as forças que atuam nele se cancelam, ou seja, a somatória dos empuxos em cada líquido equilibram o peso do objeto.

Suponhamos que uma fração f_c do volume do corpo está no líquido de cima, e uma fração f_b do volume do corpo está no líquido de baixo.

Consideremos também que a densidade do líquido de cima é d_c, a do líquido de baixo é d_b, a densidade do corpo é d, o volume do corpo é V e a gravidade local é g.

E_c+E_b=P

d_c\cdot V_c\cdot g+d_b\cdot V_b\cdot g=mg

d_c\cdot f_c V+d_b\cdot f_b\cdot V=dV

d_c\cdot f_c+d_b\cdot f_b=d   (EQ 01)

Como todo o corpo está submerso, a soma das frações em cada líquido deve ser igual a 2.

f_c+f_b=1 \rightarrow f_b=1-f_c   (EQ 02)

Substituindo (EQ 02) em (EQ 01) temos:

d_c\cdot f_c+d_b\cdot (1-f_c)=d

d_c\cdot f_c-d_b\cdot f_c+d_b=d

\boxed{f_c=\dfrac{d_b-d}{d_b-d_c}}

Analogamente:

\boxed{f_b=\dfrac{d-d_c}{d_b-d_c}}

Perceba que a porcentagem do corpo que fica em cada líquido não depende da quantidade de cada líquido, mas apenas as densidades dos mesmos. Logo, adicionar mais líquido não alterará o equilíbrio.

Item (b)

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Gabarito

Item (b)

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Questão 2 *

Na figura, representa-se o equilíbrio de 3 líquidos não miscíveis A, B e C, confinado em um sistema de vasos comunicantes:

Os líquidos A, B e C possuem densidades \rho_A, \rho_B e \rho_C que obedecem a seguinte relação:

\rho_ A = \dfrac{\rho_B}{2} = \dfrac{\rho_C}{3}

Supondo o valor de h conhecido, responda: qual é o valor da altura x indicada.

Solução

Para o equilíbrio hidrostático:

P_{esquerda} = P_{direita}

\rho_B g 2h + \rho_A g 4h = \rho_C g x

Pela relação do enunciado:

 4 \rho_A h + 4 \rho_A h = 3 \rho_A x

Portanto:

\boxed{x = \dfrac{8}{3}h}

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Gabarito

\boxed{x = \dfrac{8}{3}h}

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Questão 3 *

Numa região ao nível do mar, a pressão atmosférica vale 1,01 \cdot 10^5 \rm{N/m^2} e g = 9,81\;\rm{m/s^2}. Repete-se o experimento de Torricelli, dispondo-se o tubo do barômetro conforme representa a figura.

A distância L entre os pontos 1 e 2 vale 151 \;\rm{cm} e a massa específica do mercúrio é \rho= 13,6 \;\rm{g/cm^3} . Estando o sistema em equilíbrio, calcule o valor aproximado do ângulo a que o tubo forma com a direção vertical.

Solução

Para que haja o equilíbrio, a pressão no ponto 2 deve ser a mesma que a pressão na superfície do mercúrio em contato com a atmosfera. Sendo assim:

\rho g h = \rho g L \cos{\alpha} = P_{atm}

Substituindo os valores numéricos, encontra-se que:

\cos{\alpha} = 0.5

Portanto

\boxed{\alpha = 60^{\circ}}

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Solução

\boxed{\alpha = 60^{\circ}}

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Questão 4 *

Por meio do dispositivo da figura, pretende-se elevar um carro de massa 1,0 \cdot 10^3 \;\rm{kg} a uma altura de 3,0 \;\rm{m} em relação à sua posição inicial. Para isso, aplica-se sobre o êmbolo 1 a força \vec{F}_1 indicada e o carro sobe muito lentamente, em movimento uniforme.

As áreas dos êmbolos 1 e  2 valem, respectivamente, 1,0 \;\rm{m^2} e 10\;\rm{m^2}. No local, g = 10 \;\rm{m/s^2}. Desprezando a ação da gravidade sobre os êmbolos e sobre o óleo e também os atritos e a compressibilidade do óleo, determine:

a) a intensidade de \vec{F}_1;

b) o trabalho da força que o dispositivo aplica no carro, bem como o trabalho de \vec{F}_1

Solução

a) Pelo equilíbrio:

\dfrac{F}{A_1} = \dfrac{mg}{A_2}

Substituindo os valores:

\boxed{F = 1,0 \cdot 10^3\;\rm{N}}

b) Como o sistema está sempre em equilíbrio dinâmico, o trabalho da força F será igual ao trabalho do peso, em módulo. Portanto:

\tau_F = mg\Delta h

Substituindo os valores:

\boxed{\tau_F = 3\cdot 10^4}

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Gabarito

a)

\boxed{F = 1,0 \cdot 10^3\;\rm{N}}

b)

\boxed{\tau_F = 3\cdot 10^4}

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Questão 5 *

Na figura, as esferas maciças A e B estão ligadas por um fio ideal e o sistema está em equilíbrio. A esfera A está no interior de um líquido homogêneo de densidade 2\rho e a esfera B está no interior de outro líquido homogêneo de densidade 3\rho.

Sabendo que as esferas têm raios iguais e que a esfera A tem densidade \rho, calcule a densidade da esfera B

Solução

No equilíbrio:

m_Bg + m_Ag = E_A + E_B

\rho_B Vg + \rho Vg = 2\rho Vg + 3\rho Vg

Portanto:

\boxed{\rho_B = 4\rho}

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Gabarito

\boxed{\rho_B = 4\rho}

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Questão 6 **

O sistema de vasos comunicantes representado na figura contém dois líquidos imiscíveis, 1 e 2, de densidades r_1 e r_2, respectivamente. A diferença de pressão entre os pontos A e B é igual a 1,0 = 10^3 \;\rm{Pa} e a densidade do líquido mais denso é igual a 2,0 = 10^3 \;\rm{kg/m^3}. Utilize g = 10\;\rm{m/s^2} e a altura dada na figura y = 10\;\rm{cm}.

a) Determine a densidade do líquido menos denso.

b) Estabeleça a relação entre a distância da superfície de separação dos líquidos e a superfície livre de cada líquido e o desnível h.

Solução

a) Pelo teorema de Stevin na altura do contato do líquido 1 com o líquido 2:

\rho_2 g y + P_B = \rho_1 g y + P_A

\rho_1 = \rho_2 - \dfrac{P_A - P_B}{gy}

Substituindo os valores:

\boxed{\rho_1 = 1,0 \cdot 10^3 \;\rm{kg/m^3}}

b) Pelo teorema de Stevin na altura do contato do líquido 1 com o líquido 2:

\rho_2 g h_2 = \rho_1 g h_1

Assim:

h_1 = 2h_2

Porém,

h_1 - h_2 = h

Logo:

\boxed{\dfrac{h_2}{h} = 1} e \boxed{\dfrac{h_1}{h} = 2}

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Gabarito

a)

\boxed{\rho_1 = 1,0 \cdot 10^3 \;\rm{kg/m^3}}

b)

\boxed{\dfrac{h_2}{h} = 1} e \boxed{\dfrac{h_1}{h} = 2}

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Questão 7 **

Um projétil de densidade \rho_p é lançado com um ângulo \alpha em relação à horizontal no interior de um recipiente vazio. A seguir, o recipiente é preenchido com um superfluido de densidade \rho_s , e o mesmo projétil é novamente lançado dentro dele, só que sob um ângulo \beta em relação à horizontal. Observa-se, então, que, para uma velocidade inicial de módulo v_0 do projétil, de mesmo módulo que a do experimento anterior, não se altera seu alcance horizontal A.
Veja as figuras abaixo.

Sabendo-se que são nulas as forças de atrito
num superfluido, calcule a relação do ângulo de lançamento \beta e o ângulo de lançamento \alpha em função de \rho_p e \rho_s.

Solução

O alcance em um lançamento é dado por:

A = \dfrac{v_0^2 \sin{(2\theta)}}{g}

Em que \theta é o ângulo de lançamento e v_0 a velocidade inicial. Quando a partícula estiver submersa na água, pode-se dizer que ela está sobre a ação de uma gravidade efetiva, que pode ser calculada da seguinte forma:

mg_{ef} = mg - E

\rho_p g_{ef} = \rho_p g - \rho_s g

Assim:

g_{eff} = (1-\dfrac{\rho_s}{\rho_p})g

Como os alcances fora da água e dentro da água são iguais:

 \dfrac{v_0^2 \sin{(2\beta)}}{g_{ef}} = \dfrac{v_0^2 \sin{(2\alpha)}}{g}

Portanto:

\boxed{\sin{(2\beta)} = (1-\dfrac{\rho_s}{\rho_p}) \sin{(2\alpha)}}

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Gabarito

\boxed{\sin{(2\beta)} = (1-\dfrac{\rho_s}{\rho_p}) \sin{(2\alpha)}}

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Questão 8 **

Um estudante está investigando o fenômeno de flutuação e dissolução usando provetas graduadas em mililitros (ml), todas elas contendo inicialmente 100 ml de água pura. Ele ainda dispõe de sal de cozinha, limalha de ferro (densidade \rho_f = 8,00 g/ml) e um ovo de codorna de massa m e densidade \rho_o= 1,05 g/ml. Ao acrescentar sal de cozinha em uma delas observa que, para quantidades menores que 10,0 g, todo o sal se dissolve e o volume da solução permanece em 100 ml. Ao acrescentar uma massa m de limalha de ferro, igual à massa do ovo de codorna, observa que essa não se dissolve e o volume da água aumenta. Ao acrescentar o ovo de codorna em água pura, ele observa que o ovo afunda e o nível de água da proveta atinge o valor de 112 ml. (a) Determine a massa m_s, em gramas, do sal de cozinha que o estudante deve acrescentar na proveta com o ovo de codorna para que esse flutue livremente na solução, ou seja,  permaneça totalmente submerso sem tocas as paredes do recipiente. (b) Entre quais marcas está o nível do líquido da proveta na qual foi acrescentada a limalha de ferro? (c) O que acontece se o ovo de codorna é retirado da proveta com a água salgada e colocado na proveta com limalha de ferro? (Considere que o ovo de codorna se mantém inalterado, com volume fixo e sem ganho ou perda de matéria, nas situações experimentais descritas.)

Solução

a) Para que o ovo fique flutuando, o empuxo exercido sobre ele deve ser exatamente o seu peso. Dessa forma, temos:

E = P

\rho_l V_o g = \rho_o V_o g

\rho_l = \rho_o

Como a densidade do ovo é maior que a densidade da água(\rho_a =1,00 g/ml), adiciona-se sal à água. A nova densidade da solução vai ser:

\rho_l = \dfrac{m_a + m_s}{V_a}

Temos então:

\rho_o*V_a = m_a + m_s

m_s = \rho_o*V_a - m_a

m_s = 1,05*100 -100

m_s = 105-100

m_s =5,00 g

b) Na terceira proveta, ao colocar o ovo, observa-se que a marcação do nível de água aumenta de 100 ml para 112 ml. Essa variação de volume é causada pela adição do ovo, sendo este volume o volume do ovo. Assim:

V_o = 12 ml

E a massa de ovo m é:

m = \rho_oV_o

O volume de limalha de ferro para ter a mesma massa m será:

m = \rho_fV_f

\rho_oV_o = \rho_fV_f

V_f = \dfrac{\rho_oV_o}{\rho_f}

V_f = \dfrac{1,05*12}{8}

V_f = \dfrac{1,05*3}{2}

V_f = 1,5*1,05

V_f = 1,575

Ao colocar este volume de ferro na segunda proveta, pelo ferro não ser solúvel em água, ocorre um incremento do nível de água. A nova marcação será:

100 + 1,575 =101,575 ml

Que fica então entre as marcações de 101 ml e 102 ml.

c) Na proveta que tem a limalha de ferro, o ferro está depositado no fundo da proveta, e a densidade da água permanece inalterada já que o ferro não é dissolvido pela água. O ovo então, ao ser colocado nesta proveta, afunda, pois sua densidade é maior que a da água.

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Gabarito

a) m_s =5,00 g

b) 100 + 1,575 =101,575 ml

A água fica então entre as marcações de 101 ml e 102 ml.

c) O ovo afunda.

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Questão 9 **

Um vaso comunicante em forma de U possui duas colunas de altura h = 42\;\rm{cm}, preenchidas com água até a metade. Em seguida, adiciona-se óleo de densidade \rho = 0,80\;\rm{g/m^3} a uma das colunas até uma coluna estar totalmente preenchida, conforme a figura B. Calcule a altura da coluna de óleo.

Solução

Ao adicionar o óleo, por conservação do volume, a água da coluna da esquerda sobe um \Delta h, enquanto a água da coluna da direita desce um \Delta h. Sendo assim, calculando o empuxo ao longo da base do tubo:

\rho_o g H + \rho_a g (\dfrac{h}{2} - \Delta h) = \rho_a g(\dfrac{h}{2} + \Delta h)

\rho_oH = 2\rho_a \Delta h

Onde \rho_0 é a densidade do óleo, \rho_a a densidade da água e H a altura da coluna de óleo. Porém, percebe-se que a altura da camada de óleo é dada por:

H = \dfrac{h}{2} + \Delta h

Sendo assim:

\rho_0( \dfrac{h}{2} + \Delta h) = 2\rho_a \Delta h

Substituindo os valores, encontramos:

\Delta h = 14\;\rm{cm}

Portanto:

\boxed{H = 35\;\rm{cm}}

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Gabarito

\boxed{H = 35\;\rm{cm}}

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Questão 10 ***

Em um experimento de hidrostática foi colocado um bloco é um recipiente contendo água, e observou-se que 70% do seu volume ficou submerso. Quando este mesmo bloco é colocado em um outro recipiente contendo um líquido de densidade desconhecida, observa-se que o percentual de volume submerso é reduzido para 40%. Com esses dados determine a densidade do outro liquido.

Solução

Sabemos que para equilibrio na água, o empuxo tem de se igualar ao peso do bloco. Assim, se P  é o peso do bloco, temos que

P=\mu V_{Submerso}g=0,7\mu Vg

Onde \mu  é a densidade da  água, V seu volume e g a gravidade no local. Assim, obtemos que a quantia

Vg=\frac{P}{0,7\mu}

Quando o bloco está no líquido de densidade desconhecida, a condição de equilibrio é a mesma

P=\rho V_{Submerso}g=0,4\rho Vg.

Onde neste caso \rho é a densidade do  líquido desconhecido.

Assim, como

Vg=\frac{P}{0,7\mu}

Encontramos que

\rho=\mu \frac{0,7}{0,4}=1,75\mu

Como a densidade da água é 1g/cm^{3}, a densidade do líquido é

\boxed{1,75g/cm^{3}}

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Gabarito

 A densidade do líquido é

\boxed{1,75g/cm^{3}}.

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Questão 11 ***

(OBF) Um posto de gasolina instalou densímetros em suas bombas para atestar a qualidade do produto. Os combustíveis utilizados nos automóveis são misturas de hidrocarbonetos, cuja densidade varia com a composição, isto é, com a quantidade de cada componente da mistura. Assim, se a mistura for alterada pelo acréscimo de alguma substância destinada a "dar volume" ao combustível, o densímetro acusará a adulteração.

O modelo de densímetro adotado pelo posto utiliza duas esferas plásticas ocas de mesmos volumes e massas, de cores diferentes, contendo um sólido particulado, que serve de lastro. A massa de lastro dentro de cada uma das esferas é diferente, e calculada para que uma das esferas flutue e a outra permaneça no fundo, conforme é ilustrado na figura. Além disso, elas devem permanecer em suas posições originais ainda que o combustível sofra uma variação de densidade dentro de uma certa faixa de tolerância determinada pelo distribuidor. No entanto, se a densidade do combustível é aumentada por uma diferença maior do que a tolerável, a esfera que está embaixo sobe. Se, ao contrário, a densidade do combustível é diminuída, a esfera de cima desce.

Considere um densímetro em que as esferas, de volumes iguais a V , devem manter suas posições relativas quando a densidade do combustível varia em 5\% para mais ou para menos. Suponha que o combustível é adulterado de forma que a esfera de baixo está na situação limite em que começa a subir. Seja v o volume da parte da esfera de cima que está emersa, determine a razão \dfrac{v}{V}.

Solução

Seja m_{a} a massa da esfera de cima e m_{b} a massa da esfera de baixo, massas essas que são diferentes para que a primeira flutue enquanto a última boie. A condição crítica para a esfera de cima ocorre quando o combustível é 5% menos denso do que deveria, e nessa condição o volume emerso é nulo e a esfera está prestes a afundar:

m_{a} g = 0.95 \rho V g

A situação crítica para a esfera de baixo é quando a densidade do combustível é 5% maior do que deveria, e então essa esfera está prestes a flutuar e a normal que o fundo aplica sobre ela é nula:

m_{b} g = 1.05 \rho V g

Esse par de equações determina completamente as massas das esferas m_{a} e m_{b}. Vamos então para a pergunta do problema: se a esfera de baixo está prestes a subir, isso quer dizer que densidade do fluido vale 1.05 \rho, e como o fluido está mais denso que o normal, a esfera de cima não vai precisar deslocar um volume de líquido tão grande para flutuar. Seja então v o volume emerso da esfera de cima, o que significa que seu peso está sendo sustentado pelo peso de um volume V-v de um líquido de densidade 1.05 \rho. Em equações:

m_{a} g = 1.05 \rho (V-v)

Usando a primeira equação para substituir o valor do peso da esfera de cima:

 0.95 \rho V g = 1.05 \rho (V-v) g

 0.95 V = 1.05 (V-v)

Rearranjando:

\boxed{\dfrac{v}{V}=1-\dfrac{0.95}{1.05}=0.095}

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Gabarito

\boxed{\dfrac{v}{V}=0.095}

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Questão 12 ***

Um densímetro tem a forma indicada na figura abaixo, com uma haste cilíndrica graduada, cuja seção transversal tem área A, ligada a um corpo que geralmente contém algum lastro. O densímetro é calibrado mergulhando-o na água, marcando com a graduação "1" a altura na haste até a qual a água sobe e determinando o volume V_0 do densímetro situado abaixo da marca (ou seja, o volume total que fica mergulhado na água). Seja h a altura da haste entre a graduação "1" e o nível até onde o densímetro mergulha quando colocado num líquido de densidade desconhecida. Calcule a densidade relativa desse líquido em relação à água, em função de V_0 , A e h.

Solução

Após a imersão do densímetro na água a calibração o volume abaixo da graduação "1" é V_0, que é também o volume submerso. Como o empuxo se iguala ao peso do densímetro, temos que:

\rho_aV_0 g = mg

\rho_aV_0 = \rho_dV

Onde \rho_a é a densidade da água, \rho_d a densidade do densímetro e V o seu volume total. Após ser mergulhado em um outro líquido de densidade \rho, o densímetro se eleva a uma altura h. Assim, no equíbrio:

\rho_dV g= \rho (V_0 - hA)g

\rho_aV_0 = \rho(V_0 - hA)

Portanto, a densidade do líquido será:

\boxed{\dfrac{\rho}{\rho_a} = \dfrac{V_0}{V_0 - hA}}

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Gabarito

\boxed{\dfrac{\rho}{\rho_a} = \dfrac{V_0}{V_0 - hA}}

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Questão 13 ***

Um tubo em U, contendo um líquido, gira em torno do eixo Oz, com velocidade angular de 10 \;\rm{rad/s}. A distância d entre os dois ramos do tubo é de 30 \;\rm{cm}, e ambos são abertos na parte superior. Calcule a diferença de altura h entre os níveis atingidos pelo líquido nos dois ramos do tubo.

Solução

No referencial girante, encontra-se uma força fictícia, a força centrífuga. É possível associar essa força a uma energia potencial. Para calcular esse potencial, vamos fazer um gráfico da força centrífuga em função da distância.

A energia potencial vai ser dada pela área do gráfico acima (fora de escala). Portanto:

U_{centrifuga} = - \dfrac{Fr}{2} = - \dfrac{m\omega^2r^2}{2}

Com isso, podemos conservar energia em relação ao centro:

0 = mgh - \dfrac{m\omega^2d^2}{2}

h = \dfrac{\omega^2d^2}{2g}

Substituindo os valores:

\boxed{h \approx 0,46\;\rm{m}}

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Gabarito

\boxed{h \approx 0,46\;\rm{m}}

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Questão 14 ***

Em uma atmosfera de ar calmo e densidade uniforme d_a, um balão aerostático, inicialmente de densidade d, desce verticalmente com aceleração constante a. A seguir, devido a uma variação de massa e de volume, o balão passa a subir verticalmente com aceleração constante de mesmo módulo a. Determine a variação relativa do volume em função da variação relativa de massa e das densidades d_a e d.

Solução

Vamos calcular a aceleração do balão antes de variar a massa e o volume.

d Va = d Vg - d_a Vg

a = g(1-\dfrac{d_a}{d})

Agora, vamos calcular a densidade (d_2) após a variação de massa e volume.

d_2V'a = d_aV'g-d_2V'g = d_2V'g(1-\dfrac{d_a}{d})

d_2 = \dfrac{d_a}{2-\dfrac{d_a}{d}} = \dfrac{d_ad}{2d-d_a}

Onde V' = V + \Delta V.  Porém:

d_2 = \frac{m + \Delta m}{V+\Delta V} = \dfrac{m}{V}\dfrac{1+\dfrac{\Delta m}{m}}{1+\dfrac{\Delta V}{V}}

d_2 = d\dfrac{1+\dfrac{\Delta m}{m}}{1+\dfrac{\Delta V}{V}}

Assim:

\boxed{\dfrac{\Delta V}{V} = \dfrac{2d-d_a}{d_a}(1+\dfrac{\Delta m}{m}) -1}

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Gabarito

\boxed{\dfrac{\Delta V}{V} = \dfrac{2d-d_a}{d_a}(1+\dfrac{\Delta m}{m}) -1}

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Questão 15 ***

(Seletiva - Adaptada) Considere um tanque preenchido com um líquido de densidade \rho_l  até uma altura h e com um furo de raio r no fundo. O furo é tampado com um cone homogêneo, de raio de base R > r e a altura da parte submersa é H, com sua base plana voltada para cima.

Determine a densidade crítica do cone, \rho_c, para a qual ele se encontra na iminência de perder o contato com o fundo do tanque. Dê sua resposta em função de \rho_l, R, r, H e h.

Solução

A força que o líquido exerce sobre o cone é dada por:

E = \rho_l gV_{tronco} - \rho_l g h\pi r^2

E = \rho_l g\pi\left[\dfrac{H(R^3-r^3)}{3(R-r)} - hr^2\right]

O cone perde o contato quando E = mg, logo:

M = \rho_l \pi\left[\dfrac{H(R^3-r^3)}{3(R-r)} - hr^2\right]

\rho_l = \dfrac{3M(R-r)}{\pi[H(R^3-r^3) - 3(R-r)hr^2]}

Por outro lado, como M = \rho_c V e o volume do cone é dado por:

V = \dfrac{1}{3}\dfrac{\pi R^3H}{R-r}

Temos:

\rho_c = \dfrac{H(R^3-r^3) - 3(R-r)hr^2}{HR^3}\rho_l

Portanto:

\boxed{\rho_c = \rho_l\left[1- \dfrac{3h}{H}\dfrac{r^2}{R^2}+\left(\dfrac{3h}{H}-1\right)\dfrac{r^3}{R^3}\right]}

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Gabarito

\boxed{\rho_c = \rho_l\left[1- \dfrac{3h}{H}\dfrac{r^2}{R^2}+\left(\dfrac{3h}{H}-1\right)\dfrac{r^3}{R^3}\right]}

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