Escrito por Paulo Henrique
Alguns problemas para você praticar a teoria estudada. O grau de dificuldade dos problemas está indicado com asteriscos (*). Problemas com 1 asterisco é o equivalente a um problema de primeira fase de OBF, 2 asteriscos (**) um de segunda fase, e 3 asteriscos (***) um de terceira fase.
Problema 01 **
Nas duas extremidades da pista de pouso e decolagem de alguns aeroportos há áreas de escape, cujo objetivo é reter os aviões caso eles não consigam parar até o final da pista. A superfície dessas áreas de escape é composta por um material que se deforma devido ao peso da aeronave, de modo a dificultar o seu deslocamento.
Considere que um avião chegou à área de escape com velocidade escalar de , percorrendo uma trajetória retilínea, com aceleração constante de módulo igual a em sentido contrário ao da velocidade, e que parou após um intervalo de tempo igual a .
a) Converta a velocidade inicial do avião para e determine a distância, em metros, que ele percorreu na área de escape.
b) Suponha que a massa desse avião seja . Calcule, em newtons, a intensidade média da resultante das forças de resistência que atuaram sobre o avião durante a sua frenagem na área de escape. Determine a intensidade média do impulso, em , aplicado por essa resultante sobre o avião.
a) Convertendo para :
A velocidade média do avião em sua trajetória é
Assim, a distância percorrida é
b) A força média é tal que
A intensidade média do impulso, por sua vez,
a)
b)
Problema 02 *
Dois amigos reuniram-se para empurrar um veículo de massa , em linha reta, a partir do repouso, sobre uma superfície plana e horizontal. Entre as posições inicial e final, atuou sobre o veículo uma força resultante que variou em função do tempo, em dois intervalos e , conforme o gráfico.
No final do intervalo de tempo , a velocidade escalar adquirida pelo veículo foi de:
a)
b)
c)
d)
e)
Sabemos que a fórmula geral do impulso é , desde que seja constante no interval0 de tempo . Na primeira parte do trajeto, o impulso realizado é . Na segunda parte, o impulso foi de . Pelo teorema do impulso:
Letra b)
Problema 03 *
Considere uma partícula de massa em movimento circular e uniforme com velocidade de intensidade .
Para um quarto de volta, o módulo do impulso da força resultante é
a)
b)
c)
d)
e)
Lembre-se que o impulso é uma quantidade vetorial, . Após um quarto de volta, a massa rotacionou por um ângulo de , assim como seu vetor velocidade, o qual mantém seu módulo constante. Assim, uma vez que e , temos pelo teorema de pitágoras,
Letra c)
Problema 04 ***
(OBF) Em um laboratório de física, é usado um sistema massa-mola para determinar a velocidade com que um projétil é disparado. O sistema é constituído por um bloco de massa que está apoiado em uma superfície horizontal de atrito desprezível e está preso a uma parede rígida vertical através de uma mola de constante elástica . Para fazer a medida da velocidade de um projétil de massa , o mesmo é disparado contra o bloco, que está inicialmente em repouso, nas condições mostradas na figura. A parte do bloco que recebe o impacto é feita de um material deformável que aloja o projétil em seu interior. Considere que a mola se deforma apenas depois do projétil se alojar completamente no bloco (colisão projétil-bloco instantânea). Determine a velocidade v0 do projétil, em , no caso em que a medida da amplitude de oscilação do bloco após o impacto é de .
O alojamento da bala no bloco configura uma colisão inelástica. Já que a mola se deforma apenas depois da colisão, o momento linear do sistema se conserva antes e logo após o choque. Sendo a velocidade do conjunto depois, temos:
A colisão inelástica dissipa energia. Após ela, não há trabalho de forças que ocasionem dissipações, portanto a energia mecânica se conserva. Veja que a amplitude do movimento oscilatório é precisamente a deformação máxima da mola, pois ocorre no momento em que o conjunto chega ao repouso instantâneo. Igualando à energia cinética inicial do conjunto à energia mecânica final (que é puramente potencial elástica):
Problema 05 *
(OBF) Um corpo com de peso repousa sobre uma superfície lisa e horizontal. Em dado instante, age sobre ele uma única força resultante, com direção paralela à superfície. Após de ação da força, o corpo apresenta uma velocidade de . Adotando , qual a intensidade dessa força, em Newtons:
a)
b)
c)
d)
e)
Pelo teorema do impulso,
Por outro lado, como :
A massa do bloco é dada por
Logo,
Letra e)
Problema 06 *
Areia é transportada para um local de construção através de uma esteira rolante horizontal, como mostra a figura a seguir:
A esteira é movimentada pela polia da esquerda, de raio . A areia é colocada sobre a esteira a uma taxa constante . Calcule o torque necessário para que a esteira funcione corretamente, supondo que a esteira se mova a uma velocidade constante e que a areia não velocidade horizontal inicial.
a)
b)
c)
d)
e)
Pela 2ª lei de Newton,
Como a areia se move à velocidade , podemos tirá-la dos parênteses:
Já que a polia da esquerda é responsável pelo movimento da esteira, o torque necessário é
Letra a)
Problema 07 *
Em um encanamento horizontal com formato cilíndrico de raio flui água de densidade a uma velocidade . Considerando , o fluxo de momento linear (ou seja, a variação de momento linear por unidade de tempo em um posição arbitrária) ao longo do encanamento é:
a)
b)
c)
d)
e)
A taxa de variação de momento é dada por
Para calcular a taxa de variação de massa, considere um pedaço do encanamento de comprimento e área :
Letra c)
Problema 08 **
(OBF) Um garoto está participando de uma corrida de carrinhos de rolimã cuja massa do conjunto (garoto mais carrinho) de inicialmente em repouso. Contando com a ajuda de um amigo, o garoto é empurrado por uma força horizontal de que atua durante , até a linha de largada, iniciando a corrida. Considere que o trecho a ser percorrido durante a corrida é retilíneo com extensão de e que o mesmo entra em repouso no final do percurso. Determine o coeficiente de atrito entre a pista e o material das rodinhas do carrinho de rolimã neste percurso.
A força de atrito sentida pelo bloco será, visto que ele está em todo instante se movendo em relação ao chão:
Onde representamos a normal como e usamos que, como o bloco está em equilíbrio na vertical, . O trabalho total realizado pelas forças externas sobre o bloco, visto que ele vai do repouso no começo para o repouso no final, é zero. Portanto, como as únicas fontes de trabalho são as forças atrito e a aplicada no começo, vale que:
Onde é o trabalho externo, i.e, o trabalho realizado pela força aplicada no começo. Usando a expressão para o trabalho mecânico de uma força constante:
Onde é a distância que o bloco se move enquanto está sob influência do atrito, é a força aceleradora aplicada sobre o bloco no começo do movimento e é a distância que o bloco se moveu enquanto sob influência dela. Agora surge o maior problema de interpretação do problema, que é o de entender se a questão quer você considere que o atrito estava afetando o bloco desde o começo, i.e, que estava afetando o bloco mesmo enquanto ele ainda estava sendo acelerado, ou se ela quer que você considere que ele estava afetando o bloco apenas durante o trajeto da pista, no qual não existia mais força externa. Dá-se a entender, ao se ler "coeficiente de atrito entre a pista e..." que o atrito apenas existe na pista, i.e, após a largada, e seguiremos com essa interpretação apesar de fazermos a solução para o caso alternativo na observação abaixo da solução principal. Vale no começo que, visto que há apenas a força externa:
Daí, usando os resultado do movimento uniformemente variado, e que a massa parte do repouso:
Daí, podemos ver que:
Onde a resposta só tem um algarismo significativo porque o número com menos algarismos significativos do problema é o tempo de aceleração , com um algarismo significativo.
Obs: Caso o atrito estivesse presente durante todo o movimento, a solução do problema seria diferente. A aceleração durante o tempo em que a força externa fosse aplicada seria:
Daí, vale que:
No movimento subsequente só haverá força de atrito sob o sistema, até que ele pare. Portanto, , onde é a largura da pista. Portanto:
Simplificando a equação:
E as soluções para são:
Veja que uma das soluções é próxima de 12, um valor extremamente alto de atrito e praticamente impossível de se encontrar físicamente, e a outra é muito pequena, ainda menor que 0,1 , o que também é difícil de se encontrar fisicamente. A pouca simplicidade, não trivialidade e impossibilidade física desses valores de são evidência de que essa interpretação da questão não era a esperada pelo criador da questão.
Problema 09 ***
LTV e PH jogam ping-pong no hotel onde é realizado o TBF. Em um certo instante, a bolinha se aproxima da raquete de LTV com uma volocidade de módulo fazendo um ângulo com a normal. Se o coeficiente de atrito da face vermelha da raquete é , encontre as componentes do vetor velocidade da bolinha imediatamente após bater na raquete.
Podemos aplicar diretamente a fórmula demonstrada na parte teórica desta aula:
\begin{equation*}
\begin{split}
\vec{v}_{f} & = (v_{x_{0}} - 2 \mu v_{y_{0}}) \hat{x} + v_{y_{0}} \hat{y}\\
& =v((\sin{\theta}-2\mu\cos{\theta})\hat{x}+\cos{\theta}\hat{y})\\ & =10\left(\left(\dfrac{\sqrt{3}}{2}-2\cdot 0,5\cdot \dfrac{1}{2}\right)\hat{x}+ \dfrac{1}{2}\hat{y}\right)\\ & = 10\left(\dfrac{\sqrt{3}-1}{2}\hat{x}+\dfrac{1}{2}\hat{y}\right)\\ & = \boxed{(3,5\hat{x}+5\hat{y})\,\mathrm{m/s}}
\end{split}
\end{equation*}
Problema 10 ***
Considere o mesmo problema anterior, com dados idênticos. Porém, agora, LTV move sua raquete verticalmente para cima com velocidade . Qual é o vetor velocidade da bolinha após a colisão?
Considere o referencial da raquete, que se move para cima a . As componentes da velocidade da bolinha nesse referencial são
Utilizando a fórmula demonstrada na parte teórica desta aula:
\begin{equation*}
\begin{split}
\vec{v}_{f} & = (v_{x_{0}} - 2 \mu v_{y_{0}}) \hat{x} + v_{y_{0}} \hat{y}\\
& =(5\sqrt{3}-2\mu 10)\hat{x}+10\hat{y}\\ & =5(\sqrt{3}-2)\hat{x}+10\hat{y}
\end{split}
\end{equation*}
Movendo de volta para o referencial do laboratório, devemos subtrair da velocidade final vertical:
\begin{equation*}
\begin{split}
\vec{v}_{f} & =5(\sqrt{3}-2)\hat{x}+5\hat{y}\\&=-5\cdot 0,3\hat{x}+5\hat{y}\\&=\boxed{(-1,5\hat{x}+5\hat{y})\,\mathrm{m/s}}
\end{split}
\end{equation*}
Problema 11 *
(OBF) Uma esfera, de massa , descreve um movimento circular uniforme de
raio de com velocidade . Os módulos do trabalho e do impulso aplicado pela força resultante centrípeta, em um intervalo de tempo igual a meio período desse movimento, são, respectivamente
a) Zero e zero
b) Zero e
c) e
d) e
e) e zero
I) Trabalho da força resultante centrípeta
A direção da força resultante centrípeta é sempre perpendicular ao deslocamento do corpo; logo, ela não realiza trabalho.
II) Impulso da força resultante centrípeta
O teorema do impulso nos diz que o impulso da força resultante - em nosso caso, centrípeta - durante um certo intervalo de tempo é igual à variação do vetor momento linear (ou quantidade de movimento, caso prefira) nesse mesmo intervalo. Equacionando:
,
.
Durante meia volta, o vetor velocidade da partícula mantém sua direção, porém inverte o sentido, o que significa que . Logo, o módulo do impulso aplicado vale
.
Conclui-se que a resposta para as duas perguntas, respectivamente, é, então: zero, . A alternativa a ser escolhida é o item b).
Item b)
Problema 12 ***
Akira e Hemétrio decidem pescar na praia de Fortaleza. Para isso, utilizam um barco de comprimento e cada um fica em uma de suas extremidades durante a pesca. Quando terminam, eles vão ao encontro um do outro em um ponto intermediário entre eles. Suponha que Akira possui massa e se move a uma velocidade de , enquanto para Hemétrio temos e . Sabendo que a massa do barco vazio é , determine o módulo do deslocamento do barco desde o momento inicial até quando Akira e Hemétrio se encontram. Desconsidere quaisquer forças externas agindo sobre o sistema formado pelo barco, Akira e Hemétrio.
Como não há nenhuma força externa agindo sobre o sistema, o momento linear total deve ser conservado. Chame de a velocidade do barco em relação à água e adote o sentido de movimento de Hemétrio como positivo. Temos que
Seja o módulo do deslocamento. Como ambos se movem na mesma direção, o intervalo de tempo para que se encontrem é dado por
Problema 13 **
Um foguete possui massa inicial e utiliza um gás como combustível para sua propulsão, ejetando-o com velocidade em seu próprio referencial. No momento em que o foguete possui massa e velocidade , determine a relação entre uma pequena variação de sua velocidade e uma pequena variação de sua massa .
Considere o referencial do laboratório. Como a velocidade do gás ejetado em relação ao foguete é igual a , no referencial escolhido, a velocidade de ejeção deve ser . Quando o foguete perde uma massa , podemos escrever, por conservação de momento linear,
Como as variações são muito pequenas, podemos desprezar o termo :
Nota: Integrando a equação acima, pode-se demonstrar que a velocidade de um foguete que parte do repouso em função de sua massa é
Problema 14 **
Ualype dirige seu carro a quando atropela acidentalmente seu amigo Hemétrio, de massa , o qual se encontrava parado e fica grudado ao capô do carro. Supondo que a colisão tenha durado e que a velocidade do carro se mantenha a mesma após a colisão, encontre a força média exercida sobre Hemétrio.
Pelo teorema do impulso, como a velocidade inicial de Hemétrio é nula:
Problema 15 ***
(OBF) A figura mostra esquematicamente um relógio de água (clepsidra) cujo funcionamento é análogo ao de uma ampulheta (relógio de areia). A massa total da clepsidra é de dos quais correspondem à massa de água em seu interior. A clepsidra tem uma pequena válvula que, quando aberta, faz com que a água caia com uma vazão de . A clepsidra está sobre uma balança de precisão apoiada em uma mesa horizontal. No instante a válvula da clepsidra está fechada e toda água está na parte de cima. Determine o instante em que a água em queda atinge a base da clepsidra (a) pela primeira vez e (b) pela última vez. (c) Determine a função que corresponde ao valor da leitura na balança em função de . (d) Esboce o gráfico em função de . Considere que a água ao atingir a parte de baixo não respinga e perde imediatamente seu movimento vertical. Considere ainda que a área da base da clepsidra é muito maior que a do topo.
(a) Ao sair da parte de cima, a água cai em queda livre. Sendo assim, o instante será o tempo de queda de uma altura :
Note que, na prova, não foi informado o valor numérico de . Isso nos impede de encontrar uma resposta numérica -- não só neste item, mas também nos próximos--, portanto, deixaremos a resposta final em sua forma literal.
(b) Seja o momento em que a última gota abandona a parte de cima da clepsidra. Esse instante corresponde ao intervalo de tempo necessário para que o compartimento superior do equipamento torne-se vazio. Conforme o enunciado, a vazão da água é de . Logo, a vazão de massa será:
Chamando de a massa total de água, será então dado por:
Daí, para encontrar , somamos ao tempo necessário para a gota cair até a parte de baixo (encontrado no item anterior):
(c) Primeiramente, é necessário ressaltar que a falta de dados numéricos origina dois possíveis casos para o problema, de modo que a leitura da balança evoluiria de forma diferente para cada um destes. Lidaremos com cada um deles separadamente e depois apontaremos o porquê de o caso 1 provavelmente ser o mais plausível (apesar disso, ambos são fisicamente corretos e deveriam ser aceitos na correção).
- Caso I: Se :
No momento em que a água atinge a parte de baixo pela primeira vez, o compartimento superior ainda não esvaziou. Sendo assim, podemos visualizar a evolução temporal do nosso sistema em quatro etapas distintas. Acompanhe o esquema a seguir:
Etapa 1:
Nessa etapa, a primeira gota de água ainda não atingiu a parte de baixo da clepsidra. Pelo fato de a coluna de água em queda estar aumentando de tamanho, a leitura da balança será decrescente, uma vez que o peso da coluna de água não será contabilizado, já que ela não exerce força em outras partes do equipamento por estar suspensa no ar. A etapa dura até já que esse é o momento em que a água toca a base pela primeira vez.
Chamando de a força normal que a clepsidra exerce na balança, temos, pelo equilíbrio estático:
Em que é a massa de água liberada até o instante . A leitura relaciona se com por meio de . Como , temos:
para
Logo:
para
Etapa 2:
Aqui, a análise se torna um pouco mais complexa. Nessa etapa, o compartimento superior está esvaziando enquanto o de baixo está enchendo, sendo assim possível encontrar água em ambos. Simultaneamente, há a coluna de água em queda, que agora possui tamanho constante durante essa etapa. A etapa dura até , momento em que o compartimento de cima se esvazia completamente.
Veja que o enunciado nos informa que a água, ao atingir a parte de baixo da clepsidra, entra quase que instantaneamente em repouso. Para que as gotas de água caindo na base sejam desaceleradas e trazidas ao repouso, o chão da clepsidra aplica sobre elas uma força vertical para cima; pela terceira Lei de Newton (ação e reação), uma força de igual intensidade e sentido oposto é então aplicada à clepsidra, que contribuirá para um incremento na medição da balança. Primeiramente, vamos determinar essa força.
(i) Considere que uma pequena quantidade de água de massa e com velocidade , ao chocar-se com a base do recipiente, é trazida ao repouso durante um pequeno intervalo de tempo . Pela segunda Lei de Newton, o módulo da força exercida sobre ela é:
Como é a velocidade ao fim da queda, i.e. :
(ii) Agora, já podemos equacionar a leitura da balança. Conforme fora visto na etapa 1, o peso da água em queda não é contabilizado, e agora devemos também considerar a força exercida sobre a balança. Sendo assim, devemos contabilizar apenas o peso da água que está em cima e embaixo, assim como a força exercida sobre a balança; em outras palavras, todo o peso da água, exceto o da coluna vertical em queda, mais a força . Logo:
Note que os termos no membro direito se cancelam. Logo:
para
para
Efetivamente, a força adicional exercida pela queda d'água na base é exatamente suficiente para compensar o peso da coluna de água em queda que não é levado em conta na medição da balança.
OBS.: A consideração de que a área da base da clepsidra é muito maior que a do topo serve apenas para indicar que o nível da água na parte de baixo é muito pequeno, de forma que a distância entre a superfície livre da água da parte de baixo e a válvula é praticamente igual a o tempo todo.
Etapa 3:
Essa etapa dura até o momento em que a última gota de água atinge a parte de baixo. Nela, o compartimento de cima encontra-se completamente vazio, e quase toda a água encontra-se na parte inferior do recipiente, exceto pela coluna de água em queda que diminui de tamanho até que a última gota atinja a parte de baixo no instante .
Assim como na etapa 3, devemos considerar a força exercida pela água em queda na clepsidra e descontar o peso da água em queda. Note que, em um instante , a massa de água restante na coluna é dada por . Então, equacionando a leitura, temos:
para
Portanto:
para
Etapa 4:
Agora que toda a água está em repouso no compartimento inferior, a leitura da balança é proveniente de todo o peso do sistema. Então:
para
para
O que significa que a leitura da balança permanece constante e igual à leitura inicial.
Fazendo o gráfico
Com todas essas resultados em mãos, vejamos que:
1. Etapa 1 (): O gráfico é um segmento de reta decrescente entre os pontos e .
2. Etapa 2 (): O gráfico é um segmento de reta sobre o eixo horizontal entre os pontos e .
3. Etapa 3 (): O gráfico é uma segmento de reta crescente entre os pontos e .
4. Etapa 4 (): O gráfico é uma semirreta sobre o eixo horizontal entre o ponto até (i.e., a reta se estende até o infinito).
Assim, podemos esboçar o gráfico da seguinte forma:
Agora, estudemos o Caso II.
- Caso II: :
No momento em que a água atinge a parte de baixo pela primeira vez, o compartimento superior já terá esvaziado. Em outras palavras, toda a água já terá sido liberada antes da primeira gota atingir a parte de baixo. Sendo assim, podemos esquematizar a evolução temporal do sistema da seguinte forma:
Agora, prosseguimos de maneira inteiramente análoga à solução do caso I.
Etapa 1:
Análogo á etapa 1 do caso I:
para
Etapa 2:
O peso total do sistema, na leitura da balança, será decrescido do peso total da água, que está em queda livre:
para
Etapa 3:
Análogo e à etapa 3 do caso I:
para
Etapa 4:
Análogo ao caso I:
para
Fazendo o gráfico
Com todas essas resultados em mãos, vejamos que:
1. Etapa 1 (): O gráfico é um segmento de reta decrescente entre os pontos e .
2. Etapa 2 (): O gráfico é um segmento de reta horizontal entre os pontos e .
3. Etapa 3 (): O gráfico é uma segmento de reta crescente entre os pontos e .
4. Etapa 4 (): O gráfico é uma semirreta sobre o eixo horizontal entre o ponto até (i.e., a reta se estende até o infinito).
Assim, podemos esboçar o gráfico da seguinte forma:
OBS.: Perceba que é possível encontrarmos uma condição sobre tal que . Temos:
É um tanto absurdo imaginar, realisticamente falando, que a altura da clepsidra chegue na casa dos milhares de metros. Na prova do Nível 1, onde praticamente a mesma questão foi cobrada, foi fornecido o valor de . Por essa razão, é muito mais razoável acreditar que o caso pensado pelo autor da questão como solução seria o caso 1; no entanto, como já fora mencionado no início da solução do item, isso não anula a possível validade física do caso 2, devido à escassez de valores numéricos para sustentar que o caso 1 é definitvamente o correto. Por isso deixamos, em nossa resposta final, ambos os casos inclusos.